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História Loucura - Capitulo Unico


Escrita por: drfm

Notas do Autor


To pensando em fazer uma historia com alguns capitulos. O q vcs acham? Devo continuar ou n?

Capítulo 1 - Capitulo Unico


Antes de começar isso tudo, eu tenho que dizer uma coisa: essa é com certeza absoluta a coisa mais doida e insana que eu já fiz na minha vida (e olha que eu já desci no insano no Beach Park, piada bosta, eu sei).

Eu estava já a bordo do avião quando eu percebi a situação que tinha me metido. Mas vamos explicar do zero. Afinal, essa é uma história complicada até mesmo para mim.

 Eu estava de boas (como dizem as boas línguas) na minha cama, querendo me entreter com algum jogo no Google Play Store enquanto EDEN tocava no meu spotify. E foi quando eu vi esse app. Nomes não serão revelados, mas já imagino que alguns de vocês saibam qual deve ser. Antes de tudo, devo acrescentar que sou uma pessoa extremamente curiosa e o tédio combinado com a preguiça estavam me matando ao ponto de fazer doer uma simples e rápida saída da minha cama que parecia estar tão aconchegante naquele dia em especial.

 O aplicativo era meio sacana, mas devia ter pessoas legais (alguns até bonitos, posso lhe dizer). E aqui vamos nós para outra sub-explicação. Eu não sei dizer em qual momento da minha vida isso aconteceu, mas sei que comecei a gostar de homens tanto quanto gosto de mulheres, talvez até um pouco mais. E não, quase ninguém sabe disso, pois é difícil até para mim admitir. Mas, voltando ao que realmente interessa... Fiquei 3 dias nele (app), e, claro, não vou especificar as coisas que nele tinham. Mas foi nele que eu te conheci. Não percebi de primeira o quanto você era lindo. Até você me notar e vir falar comigo. Foi estranho ver uma notificação de mensagem seguida de uma foto tão linda. Até porque,  eu não sou um exemplo bom de beleza, a não ser meus olhos verdes. Arthur, 17 anos, Curitiba. E sua carinha de anjo já me encantou assim como suas palavras. Cabelo castanho, o nariz até um pouco avantajado. Isso eu relutantemente lhe analisando. Mas isso tudo foi pouco para o tiro que eu levei quando vi seu corpo definido. E foi aí que eu percebi que um anjo tinha acabado de entrar na minha vida.

Uma coisa sobre mim: eu sou meio escroto em relação a relacionamentos, mas quando eu decido entrar em algum, não sou daqueles que entram por entrar. Relacionamentos para mim são como mini prisões, onde a outra pessoa que é meu guarda de prisão. Mas quando eu consigo a chave e mesmo assim não tenho a vontade de sair por eu estar apaixonado pelo meu carcereiro, eu me vejo numa situação de felicidade plena, absoluto preenchimento de paixão. Não, eu não sou meloso, sou só ultramente sensível, em raros casos. E você foi um deles.

Continuando essa história sem um mínimo de sentido, os dias foram passando e nós continuávamos conversando. Eu não via a hora de chegar em casa só para poder falar com você. Claro, sempre discreto com tudo, menos com você. Você me queria ou pelo menos dizia isso. E eu estava tão louco por você que aceitei esse querer. Também aceitei te querer e querer te ver. Comecei a juntar dinheiro (recebi várias reclamações do meu estômago por falta de lanche), e nas férias do meio do ano, peguei o primeiro avião para Curitiba para te conhecer.

Sou louco? Sim. E ainda fui sem nem saber se era ele mesmo? Pois é, a vida tem dessas. Falei pra minha mãe que eu iria visitar um amigo meu lá. Ela, claro e obviamente, achou estranho, e puxei o saco dela durante um mês inteiro até ela deixar eu ir. Eu sei que ainda tinha 16 anos, mas eu não era mais uma criança. Tá bom, eu até posso ser uma criancinha, mas eu já sei da merda que poderia ocorrer.

Pareceu semanas até eu chegar em Curitiba. A única coisa que me tirava dos meus devaneios era o barulho do motor do avião, que de vez em quando saculejava e me tirava dos meus pensamentos sobre você. Resolvi dormir para ver se te esquecia temporariamente, mas até os meus sonhos você invadia. E finalmente, depois de exaustivas horas, escutei o piloto dizer que havíamos chegado em Curitiba.

Friozinho estava fazendo com que a cidade parecesse uma solidão sem fim. O aeroporto estava bem movimentado devido ao período de férias, e várias pessoas se abraçavam e se despediam ao meu redor. Me senti temporariamente isolado, mas lembrei do porque de eu estar ali. Peguei um táxi e dei o endereço da sua casa ao motorista. Enquanto ele dirigia, eu observava as constantes árvores ao longo do caminho, naquele clima tão agradável para mim. Afinal, nunca gostei de calor e nasci bem no inferno. Em vinte minutos, havia chegado. Vocês não imaginam o quão feliz eu estava. Eu mal conseguia respirar com o nervosismo de te conhecer. Paguei o taxista e tirei minhas malas do carro. Foi quando eu vi a casa.

Pelas fotos, seu banheiro era bonitinho (fora seu quarto que pareciam ser um dos únicos cômodos que você se preocupava em mostrar) e a maioria das fotos que eu vi, você estava só de cueca(ainda bem, mas melhor ainda seria sem ela), então não dava para saber como você se vestia ou como era seu estilo de vida. Mas quando vi sua casa, nervosismo é minimamente pouco para explicar o quanto eu estava impressionado. Sua casa era apenas uma mini mansão de 3 andares.

Os portões negros contrastavam com o branco das colunas na entrada, mostrando também 3 carros de marcas que eu nem sabia o nome. Um gramado bem cuidado se estendia na frente da casa, que mais parecia um pequeno palácio grego. 

Eu juro que nunca passou pela minha cabeça que você seria rico. Só tive tempo de engolir em seco antes do portão da frente abrir-se para mim, me tirando do meu pequeno momento de admiração. Uma mulher de cabelo castanho claro e bem vestida me esperava na porta principal. Peguei minha única bolsa que havia trazido e caminhei em direção a ela. Ela tirou os óculos escuros do rosto, estendendo a mão em um cumprimento agradável. 

—Olá. Eu sou a mãe do Arthur, Marília. Ele falou que você estaria vindo. Muito prazer em conhecê-lo. Você deve ser o Daniel.

—Prazer é todo meu.— eu disse forçando um sorriso.

—Pode entrar, se sinta em casa. Eu vou ter que sair um pouco, mas tudo já está preparado para sua hospedagem conosco. Seja bem vindo.

—Obrigado.—fiquei esperando um pouco na entrada para ela perceber o que eu estava esperando ela dizer. Até ela virar e dizer.

—Ah, quase ia me esquecendo. O Arthur está no quarto dele, segundo andar, primeiro quarto à esquerda. Ele não via a hora de te ver. É sempre bom ter um novo amigo.

"Pena que nos não éramos apenas amigos."

—Obrigado.—e entrei.

Eu nunca tinha entrado numa casa assim. Era espaçosa, com quadros pelas paredes e suvenirs modernos, com uma escada branca bem no meio da sala. O tom branco do local dava um toque de modernidade. Nao sei porque, mas tudo aquilo me fez lembrar da mansão dos Underwood de Dezesseis Luas. Altas noias. Um leve cheiro doce exalava no ar, como se quisesse demonstrar que tudo ali deveria ser sincronizado. Eu não estava acostumado com nada daquilo. Eu vinha de uma família de classe média. Não era pobre, mas também nenhum pouco rico. Estar ali era como invadir um territorio proibido. Mas eu sabia que seria fácil me comportar naquele meio. Eu era bem perceptível.

Fiz como sua mãe falou e subi logo a escada, ainda admirando tudo aquilo. Me deparei com um corredor organizado, com algumas mesas em alguns pontos. 

Comecei a ouvir uma música vinda do seu quarto. Eletrônica, zedd, done with love. Eu a amava, parecia que você havia adivinhado. Com cuidado, abri a porta.

Meus olhos logo te encontraram, e os seus os meus. Seu quarto era lindo, como de qualquer outro adolescente, meio bagunçado e ao mesmo tempo original, mas não foi isso que chamou minha atenção naquele momento. Você estava só de cueca! E era aquela mesma das fotos. Branca, dava até para ver a forma... Senhor, como eu queria tirar aquela cueca! Eu já não era mais responsavel pelos meus sentimentos e era você que fazia isso comigo. E você ainda sorriu pra mim, já não aguentava mais. A pressão de te conhecer já era suficiente para me deixar nervoso, era injusto você fazer aquilo comigo. Mas como recatado e do lar que sou, me controlei, tentando apenas te encarar sem esboçar nenhuma reação.

Você não falou nada, só se levantou,  surpreso, fechou a porta atrás de mim que eu deixara aberta e ficou na minha frente. Se nas fotos você era bonito, pessoalmente, você nem conseguiria ser descrito. Vi que tudo aquilo era meio estranho, então resolvi quebrar o silêncio constrangedor.

—O-oi...

—Você é mais bonito pessoalmente.—você falou enquanto passava a mão no rosto, me analisando, como se tudo aquilo fosse algo natural.

Meu Deus, você estava me elogiando! Eu adorava quando você fazia isso. Seu cabelo estava bagunçado, enquanto você ainda me olhava e eu estava me controlando para não agarrá-los naquele momento.

—E você é lindo pessoalmente.—falei tentando desviar meu olhar do seu corpo perfeito.

E você sorriu. Um sorriso malicioso e feliz. Com seus dentes perfeitos e brancos. Pelo nervosismo, eu também sorri.

—Ah, como eu queria morder esses lábios— você falou, me pegando de surpresa. Se eu já estava nervoso na hora, nem sei como fiquei depois disso.

—E-e-eu...

—Foda-se—e você me beijou, me apertou contra seu peito nu, gostoso, me querendo tão intensamente.  Seus lábios tinham gosto de jujuba, e eu amava jujuba. Eu logo entrelacei meus braços ao redor do seu pescoço, querendo mais contato, enquanto minha mente entrava em combustão assim como meu corpo. Você me levantou pelas pernas e me jogou na sua cama, enquanto abaixava sua cueca e mostrava todo seu corpo pra mim. A sua mão descia pela minha barriga, querendo entrar em meu short, seu pênis já rígido encostando em mim. Eu queria aquilo, eu te queria. Tanto. Nao demorou muito para você conseguir tirar minha roupa, me deixando exposto assim como você estava. Suas mãos passeavam pela minha pele enquanto eu perdia meu fôlego na tua boca. Tudo em você era  bom. Minhas mãos agarravam insaciavelmete teus cabelos, pressionando tua boca com a minha. 

—Daniel, eu te quero agora. — você sussurrou entre beijos.

Não sei como consegui coragem para falar aquilo, mas tudo o que eu disse foi...

—E você está esperando o que?

Acho que você gostou da minha resposta, pois sorriu maliciosamente enquanto deslizava seu rosto em direção a minha virilha, sem desviar seus olhos dos meus. E quando eu senti sua boca no meu membro, apertei fortemente seus cabelos, já tão emaranhados em minhas mãos. O movimento de sobe e desce me levava à loucura, enquanto eu tentava controlar meus gemidos. Eu já não conseguia manter minha respiração, então decidi trocar de posição.

Me virei te pegando de surpresa, fazendo agora o que você a pouco fazia em mim. Tudo que eu consegui distinguir enquanto começava a te chupar era seus gemidos que escapavam sem nenhum pudor. Eu tentava engolir todo seu membro, enquanto minha mão passeava pela suas coxas. 

—Daniel, se você continuar isso, eu não vou conseguir me controlar.— você disse já ofegando.

—Talvez seria bom se você perdesse o controle para mim.— eu disse já me posicionando sobre você, enquanto você permanecia ainda deitado, mas com as mãos apertando minhas coxas com firmeza. Senti seu pau rígido e lubrificado pela minha boca pedindo passagem em mim, que eu aceitei dar apesar da dor que parecia brigar por lugar com o prazer.

Nossos corpos se mexiam em um ritmo só, como se encaixassem, em um movimento intenso. Eu me apoiava em seus ombros, enquanto voce passava os braços ao redor  e da minha cintura, me fazendo levantar e descer lentamente. Você era tudo pra mim naquele momento. Era tudo tão lindo e perfeito, eu não podia pensar em alguém melhor,e aquilo era delicioso. 

—DANIEL, AHH— só deu tempo de eu te beijar, enquanto eu sentia jatos de sêmen me invadindo, fortemente. 

Foi naquele momento que eu percebi que estava vivendo plenamente minha vida. E eu queria viver com você, em qualquer lugar. Eu nunca mais queria deixar você escapar. O mundo não podia tirar você de mim, isso seria um golpe na minha vida. Eu só rezava para você sentir o mesmo. É uma sensação tão estranha amar. Você sente muito, mas não sabe explicar. Eu não queria sair daquela cama nunca mais.

—Eu não esperava a hora de poder fazer isso com você.—você disse, se deitando ao meu lado e me puxando para seus braços. Pela pouca luz que entrava pelas brechas das cortinas, dava para ver o brilho do seu suor, que fazia com que seus cabelos grudassem em sua testa e lhe dessem uma aparência que já estava me fazendo perder a noção de qualquer coisa.

—Eu acho que estou vivendo um sonho.—eu disse, me encostando em você e repousando minha cabeça em um dos seus braços. Pelo leve movimento do seu corpo, percebi que você estava sorrindo.

—Entao eu sou um sonho pra você?

—Claro que é— eu disse enquanto você me puxava para me beijar mais uma vez. Eu tinha que começar a controlar minha língua grande.

—Ainda bem que você vai ficar a semana aqui. A gente vai poder aproveitar bastante— disse com um sorriso malicioso.

—Detalhe que a gente nem se falou direito e você já me levou pra cama. Que menino levado.—acompanhado de uma expressão de cinismo.

—É que eu não estava me controlando tão perto de você.

—Mas então—tentando esconder a vergonha—quero saber mais de você. Seria muito estranho eu vir aqui só para transar—falei sorrindo.

—Bom, prazer, sou Arthur—você disse pra mim com seu sorriso perfeito e seus olhos escuros me observando com ternura.—tenho 18 anos, moro com meus pais, minha mãe é dona de uma rede de lojas e meu pai é juiz. Sou filho único e estudo num colégio aqui perto. Pretendo fazer engenharia. Não tenho muitos amigos, mas agora acho que estou apaixonado por uma pessoa linda que está deitada comigo nesse exato momento. Por que você faz isso comigo?—falou num tom de dúvida inocente.

Por que VOCÊ fazia isso comigo?! Eu não conseguia me controlar perto de você.

—Bom, agora é minha vez—me sentando na cama perto de você, apenas o lençol nos cobrindo.

—Eu sou Daniel, tenho 16 anos, estudo num colégio não tão perto da minha casa em Fortaleza, moro com a minha mãe e minha irmã e também pretendo fazer engenharia. O foda disso tudo é que eu acho que vim para Curitiba sem certeza de nada e no fim de tudo isso, acho que também estou apaixonado por alguém que eu acabei de transar.

—Hahaha, por que você tem que ser tão engraçado e lindo ao mesmo tempo?— você falou me puxando para tudo recomeçar. Eu só tinha a impressão aquele aquela tarde estaria longe de acabar.

Ao final do dia, já havíamos feito quase tudo (uma delas na qual não estávamos usando roupa alguma), você me apresentou sua casa, comemos e escutamos música. Sua mãe chegou enquanto jogávamos Mortal Kombat no seu play3, pensando inocentemente que éramos apenas bons amigos. Seu pai chegou mais tarde, cansado, dando apenas uma boa noite e indo dormir. E assim foi a semana. 

Sempre com você, no shopping, ou tomando sorvete, rindo de tudo e de todos, sempre se divertindo (de vários modos). Vivi tudo tão intensamente até eu perceber que no dia seguinte eu já partiria. 

O dia amanheceu com o mesmo clima do dia da chegada, como se soubesse que logo eu estaria indo embora. Você ainda dormia perto de mim, sua boca entreaberta, respirando profundamente. Eu não queria ir embora de jeito nenhum. Depois de tudo que eu havia passado e descoberto com você. 

—Eu vou sentir muita saudade de você—falei baixo quase chorando.

Eu só queria ficar com você. Tudo que eu pedia a Deus. Você me amava, ou pelo menos dizia e demonstrava isso. Mal eu sabia que isso seria uma puta mentira.

Algumas horas mais tarde, estávamos no aeroporto. E lá estava você comigo, com um olhar triste, como um cãozinho abandonado. Aquilo estava sendo muito doloroso.

—Eu vou sentir saudades sua.

— Eu já estou sentindo.— me aproximei e te beijei, sem me importar com os olhares sobre nós. Ainda bem que seus pais não haviam vindo. 

A voz no auto-falante avisou que meu vôo estava embarcando. 

—Tchau Arthur. 

—Tchau Daniel.

E foi com algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto que eu fui embora, mas não antes de eu escutar você gritar...

— Eu te amo...

E foi naquele momento que eu soube que te amar doía.

O voo foi sem nenhuma complicação, a não ser meus pensamentos sobre você que não me deixavam descansar. E foi nesse clima que adormeci pensando em como seria uma vida com você.

**********************************

Voltei para Fortaleza, para minha vidinha monótona, sempre pensando em você. Depois de uma semana após meu retorno, você começou a não me responder mais. Eu achei estranho, mas eu também não me incomodei porque estava tão ocupado que eu mal tinha tempo pra você. Mas passaram semanas , um mês, e você não aparecia nem pra dizer um simples oi. Todas as minhas mensagens não foram nem visualizadas. Foi quando eu percebi que meu pior medo tinha se realizado. Por que você havia feito isso comigo?

Dois anos se passaram desde dessa eventualidade. Não tive nenhum outro relacionamento, a não ser meros casinhos, mas nada comparado a você. Pra minha surpresa, passei na faculdade de engenharia que eu queria, tendo que me mudar para São Paulo. Me despedi da minha família e viajei. 

Isso tudo era importante pra mim. Nova vida, cheia de objetivos. Agora era minha vez de tomar o rumo da minha carreira. Me livrar de tudo que me prendia, inclusive de você. Mas acho que o destino só podia estar brincando com a minha cara.

Na faculdade, sempre há um ritual de iniciação. Não gosto muito, porque já sei que deu merda várias outras vezes (até morte), mas como todo mundo faz, quem sou eu pra contradizer. Infelizmente, eu não contava com alguém me acordando de madrugada com um balde de água fria e me levando para o vestiário do campus à força. Lá havia outros 25 garotos, cercados por 60 veteranos, rindo e brincando. Garotos, tinham que ser.

E sabe por um momento que você pressente algo e parece que tudo congela até o momento que a merda acontece? Pois é, então você deve ter uma certa noção do que aconteceu naquele momento. No meio do monte de veteranos, estava você. VOCÊ. Por que senhor? Me auxilia, por favor. Já não bastava ter que passar por aquela merda, você tinha que estar lá? Um dos motivos para eu estar ali era pra te esquecer, não pra te encontrar. Eu já estava quase saindo daquele local que quase tirava minha respiração.

Mas você logo me percebeu, me encarando com uma mistura de felicidade e exitaçao. Eu só queria sair dali. Merda. Depois de uma meia hora de discursos e juramentos, assim que o ritual acabou, saí correndo o mais rápido que eu pude, tentando esconder minha tristeza de qualquer um. Por que era tao difícil esquecer alguém? Tudo que você tinha precisado fazer era sumir da minha vida e nunca mais voltar.

 Foi quando eu senti uma mão me agarrando pela cintura. Consegui me desvencilhar e olhar para você. Eu já estava quase explodindo com aquilo tudo e a última pessoa que eu queria ver era você.

—Daniel, me espera. Calma.— você disse em um tom preocupado, como se tomasse cuidado com suas próximas palavras. E era bom que você tomasse mesmo.

—Calma o caralho. Vai se fuder, eu não quero te ver nunca mais.—as lágrimas já rolando soltas pelo meu rosto. Aquilo não podia estar acontecendo justo comigo. Eu não podia me mostrar fraco na frente dele. Por isso, tratei logo de limpar meu rosto que já estava banhado e engolir meus soluços.

—Deixa eu me explicar.

—Grande merda. Você quer se explicar só agora? Eu não sou burro, você me usou e me descartou. Talvez você devesse criar uma máquina do tempo pra voltar no passado e reparar a bosta que você fez.

Agradeço mentalmente por ser já tarde da noite e não ter ninguém perto pra ouvir meus gritos. Estava eu sendo meio histérica? Sim. Sou meio estupido? Pelo visto, sempre fui. Mas eu estava tentando mudar aquilo ali.

—Daniel...

—Para de ficar falando meu nome, caralho como se isso fosse resolver alguma coisa. Depois de dois anos, sem nem me responder, você ainda quer vir falar comigo? Justamente agora que eu tô reconstruindo minha vida?

—Eu sei que eu fui burro, que eu não te mereci.—você disse com uma voz barganhada.

—Não mereceu mesmo.

—Quando você foi embora eu sofri muito, juro. Foi quando minha mãe veio falar comigo quee nos mudaríamos para o exterior. Meu pai estava com um problema de saúde e só havia um tratamento adequado na Suíça. Pra piorar tudo, minha mãe também descobriu minhas conversas com você e apagou todas elas. Eu te procurei, mas não consegui te encontrar. Eu já estava quase pra ir pra Fortaleza só pra te encontrar, mas foi quando eu soube que havia passado pra essa faculdade e tive que me mudar para cá. Eu juro pra você que eu estou falando a verdade. Por favor—você falou ajoelhando na minha frente com um tom de súplica—acredita em mim.

Eu tentava tirar alguma mentira de você, mas eu já sabia que eu era um péssimo analítico. E você também não contribuía com a situação.

—Levanta agora daí. Eu não quero que ninguém veja você assim na minha frente.

—Voce me perdoa então?

—É muita coisa na minha cabeça. Eu tenho que pensar. Só, só me deixa em paz um pouco tá!

E saí. Você nunca facilitava as coisas. Era muito melhor se eu conseguisse te odiar. Mas eu não conseguia. Eu era um merda. De tanto pensar em você, naquela noite eu não consegui dormir.

*************************************

A semana se passou assim como as primeiras aulas. Eu sempre percebia sua presença  me observando. No refeitório, em algumas aulas, nos jardins, em quase todo lugar. O dormitório era provavelmente o único lugar que eu tinha paz de você. Mas nem lá, porque eu vivia pensando em você. Olhar pra você doía. Seu sorriso lindo, seu corpo perfeito, como você me elogiava e me beijava, como você me amava. Pelo menos antes de você me descartar como seu eu não fosse nada! Não, eu não podia fazer isso comigo. Eu não vou deixar ele me usar novamente. Esse tempo todo longe, com quantos você deve ter transado, amado, só pra eu aparecer e ser mais um na sua vida? Será que você alguma vez chegou a me amar?

Como eu falei, nunca fui meloso e odeio essas coisas na minha vida, porque faz me parecer fraco e vulnerável, e eu odeio mostrar esse meu lado. Mas você me desarmava como ninguém tinha feito antes. E eu tentava inutilmente te odiar por isso.

O final de semana finalmente chegou, e como de costume, quase todos vão pra cidade beber e se divertir. Acabei acumulando matéria das aulas e preferi ficar no alojamento, estudando. Eu não era um cara que saía muito, apesar de eu gostar. Eu não deveria ter ficado.

Depois de duas horas estudando sem parar, ouvi alguém abrindo a porta. E pra minha surpresa, era você. Não consegui evitar de revirar meus olhos. Você era tão insistente, mesmo sabendo que não era bem vindo.

—Oi. Tava querendo te ver.

—Como você soube onde era meu quarto?

—Como eu sou um dos monitores, tenho acesso a ficha dos alunos. Foi fácil.

—Ata. Por que você não saiu com seus colegas?

—Eu estava realmente querendo te ver.—você falou num tom sem graça, passando a mão na cabeça num sinal de constrangimento.

—Já não basta você me perseguir durante a semana, tem que me atasanar aqui também?—falei irritado.

Me virei e voltei pros meus livros. Como se eu fosse conseguir me concentrar com você ali tão perto.

—O que você está estudando?—você falou se aproximando de mim.

—Aerodinâmica. Mas isso não é da sua conta. —falei num tom raivoso.

—Calma, se você quiser ajudar eu sou monitor em física. E pelo que eu to vendo, você está péssimo nessa matéria.

—Vai se fu...

—Calma—você falou rindo.—eu te ajudo. Nessa questão que você tá fazendo agora...— e você foi se aproximando mais ainda, sua boca quase encostando no meu pescoço—envolve calor latente.

Era incrível como você me tentava mesmo depois de 2 anos sem nem falar comigo.

E, de repente, você me pegou por trás e começou a me beijar e eu não resisti. Porque? Será que aquilo era o que eu queria? Sera que eu iria arruinar minha vida? Eu sabia que eu não resistiram a você por muito tempo. Eu só estava enganando a mim mesmo dizendo o contrário.

 Eu so não queria mais sofrer. Não queria entrar em algo que poderia me magoar tanto quanto antes. Mas você parecia querer realmente aquilo. E enquanto minha mente se enchia de incertezas, você colação seu corpo ao meu, como se quisesse se fundir a mim. Então eu pensei:

"Por favor, me ame. E nunca mais me deixe ir. Por favor, eu te imploro."

E me perdi. Em voce



Notas Finais


Esse eh maiorzinho, espero q gostem. Qualquer coisa, falem aki, talvez eu faça historias mais completas com capitulos. Bjao


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