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História L.O.V.E. - Gaara x Ino - Questionamentos


Escrita por: AyalaOM e StupidCupcake

Notas do Autor


Demorou, mas chegou! E vai valer a pena, eu juro XD
Boa leitura!

Capítulo 6 - Questionamentos


Haviam se passado dois dias desde que Ino vira Inoishi pela ultima vez. A cada vez que ela pregava os olhos, a visão de seu pai tão frágil naquela cama fazia-a arquear, sem conseguir respirar porque a realidade era sufocante. Não podia suportar.

Pelo menos, pensou um pouco mais resignada a própria sorte, papai não viverá para ver a vergonha tomar nosso nome. E arrependeu-se em seguida pelo pensamento egoísta.

Estava amedrontada. Ainda não era uma adulta. Não pensava como uma pelo menos e não tinha medo de admitir. Não queria estar sozinha. E estaria. Em breve Gaara voltaria para Suna, para suas obrigações de kage e ela estaria quase jogada à própria sorte.

Claro, sabia, tinha plena certeza que ele jamais lhe deixaria, jamais abandonaria o filho que – esperava ela – ele almejasse também. Ino seguiu uma das gotas de chuva que batiam na janela de seu novo apartamento até que a gotinha chegou ao parapeito, transformando-se em uma fina linha de água ao unir-se às outras, já derramadas.

Ino ficou encarando aquela pequena gotinha por minutos. Talvez horas. Não sabia ao certo, tudo era tão surreal. Como ela poderia ter sido jogada no inferno tão rapidamente? Puxou a respiração fortemente. Ainda não era o fim. Ainda tinha seu pai. Mas por quanto tempo?

Ela esquivou sua mente da resposta irônica. Não queria pensar nisso. Queria ignorar o fato óbvio de que estava praticamente sozinha no mundo. Sua mãe havia morrido fazia muitos anos. Seu pai não demoraria mais do que semanas, Sakura havia sido clara. E sua tia tinha a própria vida para lidar, Ino não iria incomodá-la com a sua.

− Ino? – Gaara a chamou entrando na sala.

A loura fechou os olhos assentindo quase imperceptivelmente. Estivera fugindo dos questionamentos do ruivo fazia um par de dias. Questionamentos não, a pretensão de fazê-los apenas. Ele jamais pronunciara as palavras e ela fingia não ver a dúvida refletir nos belos olhos verdes que tanto amava e almejava estarem no pequeno bebê que gerava.

− Está arrependida? – Gaara perguntou e parecia que sua voz cortava o gelo que se formara entre eles nos últimos dois dias. Ino virou-se para ele com uma expressão quase indecifrável. A única emoção que ele detectou foi à raiva. E havia muita raiva.

− O quê? – Ino perguntou baixo e ferozmente. Gaara jurou que ela devia ter algum parentesco com os Inuzuka ou com Temari, porque aquilo era um rosnar, ele tinha certeza.

− Está arrependida? – O kazekage questionou-a novamente. Ino não conseguia ver nada no rosto dele e sua mente já estressada só pensava no pior.

− Se quer ir, − Começou ela sem cerimônia. – Basta sair. Não precisa me machucar, Gaara. Eu vou ter essa criança, não importa o que o seu egoísmo desmedido tente fazer, entendeu? Ele é meu!

Ino foi pega de surpresa pela certeza de suas próprias palavras. Não tinha certeza de nada ainda, apenas daquilo. Aquela criança era dela tão completamente quanto o ar que respirava todos os dias em todos os anos. Tão completamente seu quanto o amor que sentia pelo pai da criança. Não estava arrependida. Nunca estaria. E tinha certeza disso. Mas ele estava? Ele está?

− Ino…

− Só vá! – Ela esbravejou, apontando a porta com um grito. Gaara não moveu um músculo. Nenhum sequer, apenas ficou observando-a com leve curiosidade.

− Eu não sei o que fazer. – Ele finalmente confidenciou. Ino respirou fundo algumas vezes, tomando o controle de seu próprio temperamento. – Também quero este bebê. – Ele esclareceu olhando para o estômago reto dela e voltando o olhar para seus olhos. – Muito. Eu… só não tenho certeza do que fazer.

− Eu pensei… pensei… − Ino começou a balbuciar confusa e atordoada, até que sentiu os braços dele em volta de si mesma, dando-lhe um abraço confortador. – Achei que não o queria. – Finalmente ela disse as palavras, sentindo-se tola, afinal, quando foi que começou a duvidar da seriedade de Gaara? O que era aquela insegurança incomum?

− Eu tenho uma idéia.

Ino o encarou hesitante. Era um momento novo para os dois e sabia que havia algo que Gaara vinha pensando nos últimos dias – desde que contara-lhe a verdade. Algo lhe dizia que ele já sabia, ele nem se alterara. Isso a enlouquecia. –. Ele parecia finalmente disposto a compartilhar o que quer que fosse.

− Venha para Suna.

− O quê? – Questionou bobamente. – Enlouqueceu?

− Nos casamos, você tem o bebê e fica tudo bem.

− Nunca!

− Pode voltar depois que ele for grandinho, apenas venha ficar comigo, onde posso protegê-los.

− E do quê?

− De tudo. – Gaara disse olhando-a o mais profundamente que poderia.

Não haviam palavras para descrever o medo que vinha apossando-se dele e o despertando a noite. Tinha medo por ela. Por seu filho. Por sua pequena família. A mesma família que seus inimigos dariam tudo para destroçar só pelo prazer de vê-lo sofrer sozinho e jogado ao limbo mais uma vez. Ele não suportaria um mundo sem sua flor, sem o sol de seus dias, sem Ino.

Mas ela parecia tão irredutível…

− Não. Eu não vejo, não consigo imaginar sequer, que lugar seria melhor para o bebê nascer do que aqui. Sei que Suna é a sua vila, mas… quando estou lá, parece que uma parte de mim se perde. Como se eu fosse um perfume sem essência. O bebê pode ficar melhor aqui, o clima é mais brando, as pessoas não vão ficar tão em cima porque você não é o hokage, mas o kazekage da vila vizinha. Lá eu seria tratada como uma boneca de luxo.

− Eu nunca a chamei de prostituta.

− Mas eu sei o que seus conselheiros devem dizer na minha ausência. Sei que não agi de acordo com os costumes. Eu não pude. Te amava demais, diabos, eu te amo demais.

− Então venha!

− Mesmo amando você quase insanamente, Gaara, eu não posso. Não posso renunciar à minha vida agora! Não é só a profissional, mas tem a floricultura e meu pai. Não dá.

− Prometa que pelo menos vai pensar. Aqui é onde está o perigo. – Ino pareceu mais atenta à suas palavras, Gaara continuou: − Há muitos deles que ainda estão atrás dos bijuus. O meu, entre os que eles almejam. Não quero você em risco e ouça muito bem: se houver uma guerra, te quero longe dela.

− Mas…! Se houver uma guerra, kazekage, eu vou lutar pela minha vila, fique você sabendo.

− Não, não vai não. Nem que para isso eu mesmo tenha que exigir que você fique de fora. – Ino o encarou irritadiça e Gaara suspirou. Sabia que esse tópico seria, como seu cunhado diria, problemático.

− Eu sou forte! – Ela esbravejou.

– Você é forte. Eu sei disso, não preciso que reafirme. Mas além disso, é mãe. Já o é, mesmo que o bebê não tenha nascido. Quer que ele seja como eu? Criado por babás que me odeiam? Ou como Naruto? Criado pelo mundo?

Ino não teve como retrucar. Era uma preocupação muito válida. Gaara jamais falara sobre o próprio passado e o que ela sabia – informações que recebera de Temari – era alarmante. Gaara foi criado pela tia que o odiava. Tia que tentou assassiná-lo e quando ele se defendeu, ganhou a marca que o tornava, em parte, famoso.

Ele achou que jamais teria amor, mas havia encontrado o próprio lar nos braços da loura e não estava abrindo mão disso de forma nenhuma. Ino não poderia dizer nada que o faria conformar-se, ela mesma sabia e por experiência própria como era não ter mãe. Jamais imaginou – ou sequer tentou – como seria não ter pai também – porque afinal, o pai de Temari não fora exatamente um pai para os três.

Então ela apenas sorriu. Sorriso pequeno e singelo, mas suficiente para deixá-lo tranqüilo. Ela não lutaria. Pelo menos não enquanto seu filho fosse pequeno demais para saber que o amavam e que fariam tudo por ele, até mesmo dar suas vidas.

…*…*…*…

− Tenho que ir. – Gaara disse ao pé do ouvido de Ino e ela abriu os olhos preguiçosamente. O relógio de parede marcada 02:45hs.

− Eu não vou te ver logo, não é?

− Eu não sei. Acho que não. Vou tentar voltar o quanto antes, prometo!

− Eu te amo. Faça uma boa viagem de volta e se puder, me liga. – Ela disse tristemente, enquanto levantava da cama.

Caminhando para a porta, Gaara não disse uma palavra além de assentir afirmativamente, concordando com as palavras dela. Ele não poderia. As únicas que queria dizer ainda eram um problema.

Então, ignorando as próprias vontades, deu um beijo calmo, quase cálido na mulher que amava e despediu-se, deixando-a na porta, pegando a própria mochila e direcionando-se para os portões da vila.

...*...*...*...

Gaara esperava chegar em Suna no fim do outro dia. Se acelerasse o passo, talvez conseguisse chegar antes. Cada passo era regado com lembranças dela. Ino. Grávida. Ele não conseguia deixar de pensar no futuro que poderiam ter juntos. Estava ansioso.  

Gaara achou-se cruel. Poderia ter esperado até de manhã, mas Baki e suas informações o deixaram tenso. Poderia haver uma revolução dentro de Suna e ele queria estar lá o quanto antes para acalmar as coisas. Havia seu sogro também. Não queria estar longe quando a hora de Inoichi chegasse.

Estava sendo crueldade. Ele poderia ter esperado o amanhecer do outro dia, mas preferiu ir logo. Quanto mais cedo fosse, mais cedo conseguiria retornar e quem sabe convencesse ela a ir morar com ele.

 Não reparou que a cada vez que via a imagem de Ino – nos seus pensamentos –, ele recuava alguns quilômetros. Voltando pouco a pouco a Konoha. Só reparou quando viu que estava à frente do apartamento dela.

 Ele deveria ir falar com ela, mas não o fez. Simplesmente saiu como se não tivesse voltado a Konoha. Fazê-la sofrer duas vezes era ainda mais cruel.

...*...*...*...

Eram 10 da manhã. Ino rodava na cama, ansiosa por qualquer coisa por fazer, por uma ligação, por um trovão, qualquer coisa que a fizessem sentir um pouco mais viva. Estava sentindo-se tão só.

Então cogitou preparar algo para comer, afinal precisava ser mais responsável a partir de agora. Começaria com sua dieta diária. Precisava comer mais carboidratos segundo Sakura.

Estava quase reunindo coragem o suficiente para levantar-se quando pulou da cama com o susto. O celular vibrava na cama, bem no meio de suas costas e a pegara de guarda baixa.  

− Alô?

 − Te acordei? Gomen, né? Preciso falar com você. Pode vir ao consultório?

− Posso. O que é? Problemas?

− Hm… sim, na verdade sim. É sobre seu pai.

...*...*...*...

Gaara estava chegando aos portões de Suna, era por volta do meio dia. Ele acelerara o passo, enquanto que antes ele meio que andava e meio que corria. Decidiu correr e talvez chegasse antes do que esperava, e chegou. Em somente algumas horas estava chegando perto de Suna. Andou mais uns quilômetros e finalmente adentrou sua Vila.

 Por onde passava atraía olhares para si. Estava com uma blusa vermelha – no mesmo tom de seus cabelos –, uma calça jeans azul claro quase branco, meias brancas e um tênis azul claro sujo de areia.

 

O que chamava mais atenção é que ele estava todo suado. De suas têmporas escorria o suor da corrida da madrugada. Ele começou a andar calmamente. Deixou que os moradores da grande Suna aproveitassem, pois essa seria uma das poucas vezes que o veriam tão... humano.

...*...*...*...

Gaara adentrou a casa destinada a sua família, foi até seu quarto sem cumprimentar Kankuro. O irmão do meio parecia muito preocupado em deixar tudo do jeito que Temari gostava, enquanto arrumava as coisas e murmurava mal-criações.

Chegando ao seu quarto, Gaara se preparou para tomar um banho, jogando a mochila perto da porta. Estava tudo irritantemente em seu lugar, tão arrumado que o deixava de mau humor. Se Ino estivesse lá, o quarto estaria, no mínimo, uma grande baderna.

Entrou no banheiro e ligou a ducha abandonando sua insatisfação. Tomaria um banho rápido, tinha muito trabalho a fazer. Entre seus planos, claro, o de trazer a mulher amada ocupava um patamar muito importante, mas não menos que o de resolver os problemas internos. Precisava reunir-se com Baki e discutir suas opções.

Não demorou mais que 15 minutos, saiu do banheiro e andou depressa a procura de sua roupa formal de kage. Quando a achou e finalmente pode vesti-la, suspirou irritado. O cheiro de Ino não estava mais ali em qualquer parte. A limpeza havia garantido que o cheiro floral de fim de outono fosse abolido dali e o irritava profundamente.

Ele desceu e Kankurou ainda tinha o avental florido em torno do corpo, agora limpava as estantes. Um gesto quase inútil, a areia entrava pelas janelas abertas e assentava novamente nos móveis.

− Mas já? – Kankurou perguntou parando o serviço “pesado” e enxugando o suor da testa. – Descansa um pouco.

− Hm? O que houve? Você nunca se importou de trabalhar. – Gaara comentou levemente curioso. – E nem eu também.

− Temari me castra se eu deixar você se esgotar. Descansa aí, só hoje.

− Quero resolver isso logo, irmão. Preciso voltar logo para Konoha. E hm… precisa mesmo do avental? É humilhante.

− Vai se lascar! – Kankurou comentou com vergonha. Suas bochechas tornaram-se um pouco mais escuras, e como ele estava sem as habituais pinturas, causou um sorriso de canto em Gaara. – Mas… porque precisa voltar? Entendo que Ino esteja lá e você a queira com você, mas… não precisa de tanta urgência, né?

− Ela está grávida.

O entendimento mutuo fez com que Gaara quase questionasse o irmão. Quase. Ele não entraria em sua vida particular assim, não queria Kankurou se metendo na sua própria.

− Ah. Hm… parabéns. Eu acho. Proteja-a com sua vida. – Kankurou disse sorrindo grande. – Quem diria, olha quem vai usar avental em breve vai ser você!

− Babaca. – Gaara comentou sem conseguir evitar rir levemente. – Volto a noite. Pode avisar à Hana para preparar o jantar?

− Posso. Boa sorte com os abutres.

Gaara não agradeceu, mas admitiu internamente que um pouco de sorte não faria mal.

...*...*...*...

 Chegando ao escritório a primeira coisa que ele notou foi a falta da foto de Ino em sua mesa. Deixou-o furioso. Quem os conselheiros ou quem quer que tivesse mandado tirar pensavam que eram? Ele era o kage, estava na hora de começar a ser respeitado como tal.

− Matsuri-san cadê a foto da minha namorada? – Questionou a pupila que tremeu ao responder:

 − Gaara-sama, os conselheiros acharam melhor o senhor não ter algo tão sentimental como a foto de uma mulher no escritório. Ainda mais ela sendo de Konoha e... – Gaara a interrompeu com um gesto de mão.

 − E o que é que tem? Alias, quem é o kage daqui? Eles ou eu? – Perguntou, a fitando sério e com um olhar tenebroso. Olhar que causaria medo em uma rocha.

 − D-desculpe, Gaara-sama. – Ela estava amedrontada com o olhar sobre si.

− Cadê a foto dela? – Gaara perguntou ameaçadoramente baixo, se sentando em sua poltrona.

 − Está no seu quarto. Na sua casa. Onegai, Gaara-sama não procure mais confusão, isso já deu muita briga.

 − E vai dar mais. – Gaara não tão gentilmente a informou. − Chame o Yuki. Isso foi obra dele não?

 − Sim, mas... – Ela foi novamente interrompida, dessa vez pelo olhar que Gaara lhe lançou. Havia ódio maciço ali.

− Está me questionando? – Ele a olhou ainda mais sombrio e a menina quase caiu em lágrimas.

 − Não! É só que o Yuki-sama disse que se eu desobedecesse ele ia me botar na rua e ... – Matsuri começou a explicar, embora o final de sua frase tenha se perdido.

 − Traga-o aqui. – Gaara pediu impaciente. − Eu sou seu superior e deve obediência a mim. Apenas a mim.

 − Certo. – Matsuri assentiu afirmativamente e saiu da sala apressadamente.

...*...*...*...

Sakura batia o pé na cerâmica enquanto esperava quase ansiosamente por Ino. Precisavam conversar seriamente. Inoichi teria uma… passada mais tranqüila se desligassem os aparelhos, mas ela não conseguia pensar nisso do ponto de vista humano e sim do ponto de vista profissional. Não conseguia imaginar como um ninja ainda tão novo havia chego ao fim do poço.

− Finalmente! – Comentou sentindo-se levemente culpada. Não era assassinato, mas ainda soava como se fosse.

− O que houve? – Ino foi direto ao ponto. Sakura suspirou pesadamente.

− Vamos ao meu consultório que o que eu tenho para falar é muito sério.

Ino soube ali que não poderia ser boa coisa.

Continua!

 


Notas Finais


Demorou, mas valeu a pena, né? Ah vai! Esse foi enorme! Espero que tenham gostado!
Para ser sincera, se eu fosse dividir este em dois (porque há uma transição nesse capítulo), a segunda parte ficaria muito pequena (nem 1000 palavras), então espero que aproveitem!
Blog – http://escrivinhala.blosgpot.com/
Grupo – https://www.facebook.com/groups/232844530231536/
Beijinhos e até semana que vem!


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