Os dias na casa da minha mãe estavam sendo legais e monotonos ao mesmo tempo. Minha rotina se baseava em ir para a faculdade, voltar para casa e dormir por quase toda a tarde. Fiquei cerca de um mês por lá.
Era uma quinta-feira e lá estava eu, dormindo, quando meu telefone tocou, era Lucy.
-Sophia, oi, como você está?
-Oi Lucy, estou bem... eu acho...
-Te liguei para saber se você está sozinha ai?
-Sim, minha mãe saiu... Porquê quer saber?
-É que estou indo aí te ver.
-Ah sim... Tudo bem.
Acabei tendo que levantar para esperar Lucy. Levou uns 30 minutos para a campainha tocar. Corri para atender.
-Oi Sophia- Justin estava do outro lado da porta, com sua perna já melhor, me olhando com olhar triste.
-Justin? Cade a Lucy? O que você veio fazer aqui?
-Sophia... eu queria te pedir desculpa por tudo. Eu te amo de mais e sei que fiz besteira.-olhei para a rua atrás dele e Lucy estava encostada em seu carro.
-Justin... vem, entra.-puxei-o para dentro de casa.
-Eu te amo e preciso que me perdoe... tem sido difícil para mim não te ver todos os dias, sorrindo e alegrando meus dias...
-Ei...-Sequei a lagrima que decia em seu rosto.- Calma, eu ja te perdoei.- depositei um beijo em seu rosto e o abracei.
-Eu... eu não vim até aqui só para isso, eu precisava que me perdoasse porque eu queria, mas queria muito, que você e eu fôssemos... ham... um... um casal...
-Justin...-falei um pouco assustada.
-Eu vou entender se você disser que não... não é facil de esquecer o que eu fiz.
-Mas eu...- Meu calular tocou- Alô?
-Sophia... vai dar merda... Nicolas ta aqui fora.
-Merda...-Desliguei e corri para a porta assim que a campainha tocou.- Nick, oi...- abri só uma fresta da porta.
-Sophia, quem ta ai- disse Justin atrás de mim.
-Merda- falei baixinho- Ninguém.
-O que? Esse imbecil está ai?- disse Nicolas empurrando a porta e me lançando para trás.
-Nicolas, para.- falei.
-Seu filho da mãe... sai de perto da Sophia- Disse Nicolas se aproximando de Justin.
-Você acha que tem alguma preferência? Saí daqui.
-Você perdoou esse canalha, Sophia? Esse imbecil te chamou de vagabunda.
-E Você cometeu assédio sexual beijando ela sem permissão, acho que estamos na mesma situação não é mesmo?
-Não. Eu a beijei porque a amo.
-E eu vou socar a sua cara pelo mesmo motivo. -Justin se levantou para bater em Nicolas.
-CHEGA! Acabou. Saiam os dois daqui. Ninguém tem preferencia nenhuma. Eu não sou um objeto para ficarem brigando por mim.
-Sophia, desculpa- Disse Nicolas se aproximando
-Nicolas, SAI.
-É, seu imbecil, sai.- Disse Justin.
-Justin, você também. Me deixem sozinha.
Justin saiu logo atrás de Nicolas e Lucy entrou. Eu estava sentada no sofá quando ela sentou-se do meu lado.
-Você ta bem?
-Acho que sim... essa confusão toda me deixou maluca.
-Eu até posso imaginar. Deve ser difícil saber o que fazer...
-Na verdade é bem difícil.
-Você Ama o Justin?
-Sim...
-Então não é só ficar com ele?
-Não é tão facil quanto parece... eu sinto algo muito forte pelo Nicolas, o que torna meu amor por Justin mais difícil.
-O que você sente pelo Nicolas?
-Eu não sei explicar... talvez eu o ame, mas talvez não seja amor... é difícil dizer o que é.
-Calma, Sophia, o que tiver que acontecer, vai acontecer.
-Eu sei, mas é horrível ficar nessa situação.
-Porquê não volta para a República?
-Não sei se é uma boa ideia...
-Sophia, ficar isolada na casa de sua mãe não vai resolver as coisas.
-Acho que você tem razão.
-Então... volta comigo... vamos curtir o final de semana.
-Ta bem...
Arrumei minhas coisas e escrevi um bilhete para minha mãe:
"Oi mãe, a Lucy esteve aqui hoje e acabou me convencendo a voltar para a República. Desculpa sair sem avisar, mas queria aproveitar que ela estava de carro. Prometo visitar você e o papai mais vezes. Amo vocês.
XOXO: Sophia."
Voltei de carro com a Lucy. Justin não estava na República. Eu arrumava as coisas no quarto de novo quando Lucy entrou.
-Acho que esqueci de te avisar, tem festa amanhã...
-Onde?
-Aqui...
-Ai meu Deus... ja imagino a bagunça depois.
-Posso apostar que vai sobrar pra nós. -Rimos.
Eu e Lucy assistiamos um filme quando minha mãe me ligou.
-Oi mãe.
-Oi filha... você me assustou...
-Porquê?
-Cheguei em casa e você não estava... demorei para encontrar seu bilhete.
-Ai desculpa mãe... da próxima vez deixo em um lugar mais visível.
-você está bem minha filha? Parece preocupada.
-Não mãe, ta tudo bem.
-Ta bem minha filha. Se cuida ai.
-Sim mãe. Boa noite, beijos.
-Boa noite filha, beijos.
Ela desligou.
-Ela ficou brava com você?
-Não.- Fiz uma pausa. -Estou com fome.
-Eu também... que tal pedirmos pizza.
-Siiiim.
Lucy pediu a pizza e em menos de meia hora a campainha tocou.
-Que rápido- disse Lucy correndo para a porta.
-Ela voltou ne?- A voz de Nicolas se fez do outro lado
-Isso não te interessa.- Lucy forçou a porta mas ela não fechou.
-Lucy... quem é? - disse me aproxinando.
-Sophia... não sei se você quer saber.
-É o Justin?
-É o Nicolas...
-Ok- Respirei fundo- deixa comigo.
-Tem certeza?
-Sim, está tudo bem.
Ela saiu da porta e eu me aproximei. Nicolas estava de cabeça baixa, quando levantou o olhar e um leve sorriso se fez em seu rosto.
-Sophia... eu sinto muito, não queria que aquilo tivesse acontecido. Eu fui ate lá para...
-Nicolas, chega... não quero explicação. Só preciso que entenda que em hipótese alguma, você vai tirar o Justin da minha vida, não importa o que aconteça.
-Mas... eu não entendo. Ele te magoou, feriu você... como pode perdoa-lo?
-Do mesmo modo como eu vou te perdoar por ter ido lá brigar com ele hoje.
-Eu não fui até la brigar... eu... eu fui até lá, porquê queria te dar isso... -ele estendeu a mão e me mostrou um anel com uma pedra Branca, lindo...
-Nicolas... o que é isso?
-Eu queria que você fosse minha...
-Eu nao posso aceitar... não agora...
-Sophia, eu preciso que você seja minha.
-Não... para, calma... eu... eu vou pensar.
Eu dei as costas para Nicolas e abri novamente a porta. Percebi Nicolas indo embora e senti uma mão tocar meu ombro, e a voz de Justin se fez atras de mim.
-Sophia, me ajuda.
-Justin?
Me virei rapidamente para olha-lo, mas não havia nada e nem ninguém atrás de mim. Vi uma sombra mais escura do que a noite correndo em direção a rua logo a minha frente e fui atrás. Corri atrás daquela sombra quando ela simplesmente sumiu no ar. Eu estava no meio de uma das ruas da universidade, e algumas árvores cobriam mas lâmpadas do campus, e então percebi que nunca havia estado ali. Uma voz gritou por entre as árvores atrás de mim.
-Socorro! SOCORRO!
Virei-me de pressa e nao conseguia ver nada por entre os escuros das árvores.
-Ei? Quem está ai? Quem é??
-Socorro.
Ninguem me respondia. Ouvi um som alto na rua a minha direita e uma luz forte veio em minha direção, e a última coisa que me lembro de ver foi Lucy ao meu lado enquanto eu estava no chão, e então apaguei.
Acordei meio zonza, no hospital.
-Acordou... finalmente.- disse Lucy.
-O que aconteceu?
-Sei la... olhei pela janela da casa e Nicolas ja tinha ido embora, então vi Você caminhando e gritando na rua do campus em frente a republica, dai como você estava no meio da rua, o entregador de pizza não conseguiu desviar de você.
-O que? Na frente de casa? Não... eu estava em outra parte do campus... era uma ruazinha escura e deserta, coberta por árvores.
-Sophia, do que você está falando? Você estava em frente a República... como era esse lugar?
-Não sei dizer... era uma rua como as outras.. as árvores tapavam os postes de luz então estava escuro... tinha alguém no meio as árvores.
-Sophia... você esta me descrevendo o parque do campus.
-Parque? O Campus tem um parque?
-Sim... bom, mais ou menos. Ele está isolado a 6 anos... ninguém mais entra lá...
-Porquê?
-Não sei... o reitor decidiu isola-lo depois que algumas coisas estranhas aconteceram... alguns até comentam sobre um assassinato que supostamente aconteceu lá.
-Meu Deus.
Fiquei um pouco chocada... mas nao entedia muito bem o que tinha acontecido, do porque eu havia me visto lá, se não estava lá. O médico entrou dentro de alguns minutos e finalmente me deu alta.
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