História Love and Prejudice - A rival love - Noite de Inauguração

Era fim de tarde, o sol fraco do crepúsculo banhava a parte de trás do castelo na Slytherin Fortress. Duas fileiras lado a lado de soldados bruxos bem treinados ouviam atentamente seus generais. A primeira fileira era composta pelos Aliados, a segunda por Comensais da Morte. Em frente ao exército Michael Carrington e Bellatrix Lestrange davam suas ordens. 

— Fomos informados de que receberemos um ataque da Ordem da Fênix no início desta noite. Vocês foram treinados para isto e esta é a hora de mostrarmos à nossa Rainha que somos bons no que fazemos, que somos excelentes bruxos e que ela está certa em lutar por nós. 

— Não peguem leve com eles. São um bando de traidorezinhos do sangue e sangues ruins, não queremos eles no nosso mundo, vamos mostrar isso a eles — continuou Bellatrix com um sorriso empolgado que fez Michael revirar os olhos. 

— E lembrem-se, não matem nenhum deles ou a aliança será desfeita. 

— Que seja, o Lorde das Trevas não precisa da Antonieta — rebateu Bellatrix para Michael, a voz carregada de desprezo e ódio ao falar o nome da Rainha. 

— Que eu saiba, Lestrange, Lord Voldemort tem seus motivos para prezar esta aliança com a Rosa. Um desses motivos pode ser... O filho deles, talvez. Agora passe a ordem correta a seus Comensais, não vai querer que eu a denuncie aos nossos Lordes por má conduta e não cumprimento das ordens, certo? 

— Você não se atreveria, Carrington. 

— Pague para ver. — A morena bufou aborrecida e voltou a se dirigir aos Comensais da Morte: 

— Vocês não devem matar nenhum deles, mas deixe-os bem machucados. 

Eles liberaram o exército, Bellatrix fuzilou Michael com os olhos e o garoto retribuiu com um sorriso e uma sobrancelha arqueada, o ar debochado acentuado desde a convivência com Rosa Negra. Ele se afastou e sorriu ao ver quem o esperava atrás de uma coluna, com um vestido branco leve que combinado com os cabelos loiros a fazia parecer um anjo. 

— Você ficou bem de general — comentou Narcisa sem expressão, ela pigarreou e colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha. 

— Agradeço o elogio, Sra. Malfoy. 

— Cuide-se esta noite no confronto com a Ordem da Fênix, Michael. 

— Fica uma graça preocupada comigo. 

— Já falei para parar com isto. 

— Ora, por quê? Seu marido é um homem ausente e corrupto e eu não me importaria em ser seu amante — Narcisa balançou a cabeça para os lados olhando-o com repreensão, mas acabou rindo. 

— Eu só vim lhe dizer isso, para que se cuide. Preciso ir ajudar a Nina, se me dá licença. 

Narcisa entrou no grande salão do castelo pela porta dos fundos. Um grande tapete vermelho da entrada principal até o alto da escada fora colocado especialmente para a ocasião. As cortinas negras estavam abertas, de forma que a vista através das janelas góticas ficasse a mostra. Era a noite da inauguração da Slytherin Fortress e ela organizara todo o evento. Ela subia as escadas para ir ao quarto de Nina quando ouviu uma explosão. O céu agora estava totalmente escuro e o confronto começara. 

Rainha Rosa Negra tomava um banho relaxante em seu quarto no castelo ao som de música clássica quando o confronto começou. Ela podia ouvir as explosões por trás da música. Colocou um vestido preto e marrom com muito brilho para a ocasião, ela precisava estar deslumbrante. Depilação, espartilho, maquiagem. Quando saiu do closet encontrou Narcisa com Kieran e Draco já devidamente vestidos em pequenas vestes de gala, ela tinha pedido a um elfo doméstico que os arrumassem. 

— Eles ficaram tão lindinhos, olhe só para esses dois principezinhos — ela brincou com os bebês. 

— Você está bem, Nina? Não está apreensiva? Eu não sei como consegue ficar tão tranquila — comentou Narcisa, afinal o irmão de Antonieta estava lá embaixo no confronto, ela mataria uma pessoa e faria uma horcrux antes do fim daquela noite. Não havia uma coisa, um pequeno segredo que fosse que Antonieta não contasse à melhor amiga e Narcisa ainda não sabia se isso era bom ou ruim, os segredos de Nina às vezes pesavam toneladas. 

— Eu coloco uma máscara, Cissa — ela sussurrou o segredo e colocou a máscara na frente dos olhos. — Quando eu a coloco sou Rainha Rosa Negra e ela sabe o que está fazendo. 

Antonieta ficou com Kieran, Narcisa e Draco até a porta do quarto ser aberta e Lord Voldemort entrar, quase inabalado pelo confronto. Tom usava elegantes vestes negras de gala e uma longa capa bruxa e parecia estar com um excelente humor. Ele entrou no quarto, deu um beijo na testa de Kieran e um beijo leve nos lábios de Rosa. 

— Acabou. Capturamos todos. Está pronta? 

— Desço em alguns minutos. 

O Lorde desceu a escadaria que levava até o grande salão e encontrou os inimigos ordenados um ao lado do outro. Comensais da morte estavam atrás deles, segurando-os com os braços para trás. Bellatrix e Michael, como líderes dos exércitos estavam na frente deles, controlando a situação. Depois de mais de duas horas de batalha, os membros da Ordem da Fênix, aqueles que não estavam estuporados, estavam machucados, ofegantes e fitavam o bruxo das trevas com os olhos faiscando de raiva. 

Voldemort passou por eles elegantemente e exalando superioridade e desdém, o rosto inexpressivo, embora por dentro não pudesse estar mais satisfeito, na verdade poderia estar mais satisfeito, se pudesse matar todos eles, ou pelo menos todos que não se curvassem para ele. 

— Ajoelhem-se — ordenou. Nenhum deles o fez de imediato, o que o irritou. Voldemort olhou para Bellatrix em uma ordem silenciosa e ela pegou a mulher que estava no canto com brutalidade e apontou a varinha para seu pescoço. 

— Alice! — gritou um homem. 

— Ajoelhem-se ou a garota morre. — Frank Longbotton foi o primeiro a se ajoelhar, sendo seguido por todos os outros. — Melhor assim. 

Bellatrix empurrou a Longbotton para junto dos outros e ela se ajoelhou ao lado do marido. Voldemort continuou a andar de um lado para o outro na frente de seus inimigos, devagar enquanto girava a varinha entre os dedos. Dessa vez sem conseguir se conter como antes, sorria. Não um sorriso bonito, mas um sorriso cruel e sombrio. 

— Foi uma grande tolice de vocês atacarem Slytherin Fortress essa noite. Aliás, seria uma tolice nos atacar a noite que fosse. Não eram páreos para mim antes, muito menos o são agora que Rosa e eu nos aliamos. 

— Cadê a vadia? — perguntou Marlene com os dentes cerrados. 

— Crucio. — A loira foi atingida pela maldição e se contorceu de dor. 

— Rosa me proibiu de matá-los, mas não me proibiu de machucá-los o quanto eu quiser. Ela vai escolher um de vocês, apenas um, para que aprendam. Enquanto isto, acho que posso me divertir. — Ele sorriu cruel, apontou a varinha para Sirius Black e o torturou. 

— Já chega, Tom! — Antonieta apareceu, segurando o filho no colo, ela desceu as escadas até o térreo acompanhada da melhor amiga e tirou a máscara que cobria os olhos. Ela entregou Kieran à Narcisa e lançou um olhar de repreensão a Tom que apenas deu de ombros. 

— Vai proteger o ex-noivinho — debochou Riddle. 

Rosa olhou para Sirius sem expressão, sem se incomodar com o olhar furioso do Black. Marlene se abaixou para ver se Sirius estava bem. Ela também não se incomodou com o olhar decepcionado de quase todos, Remus, Alice, Frank e Lily. O único que a fez vacilar foi James, o olhar do irmão a fez sentir uma pontada de saudade de ser apenas Nina, de ter o carinho de James e de Remus, de viver no clima de amor e ódio com Sirius Black. 

— Levantem-se. Vocês não deveriam ter feito isso. Nós não os atacamos, não deveriam ter atacado Slytherin Fortress. Ainda mais hoje, na nossa inauguração. — Ela passou os olhos por todos eles. — Como uma Rainha que preza pela paz, vou deixá-los ir. Todos vocês, exceto... Mckinnon. 

— Você não vai tocar em um fio de cabelo dela. — Sirius segurou a mão de Marlene. 

— Tente me impedir. Bellatrix guie-os até a saída. Você, docinho, vem comigo. — A Rainha Rosa Negra ignorou os protestos de Sirius que sem varinha não podia fazer nada e os resmungos de Bellatrix “você não me dá ordens” e puxou Marlene pelo cabelo até o jardim, indo para o lado oposto para o qual os outros eram guiados. Olhou por cima do ombro para Voldemort. — Pegue a poção, meu amor. 

Enquanto Voldemort buscava a poção da qual Rosa Negra se referia, ela jogou Marlene Mckinnon no chão e apontou a varinha para a loira. Para a sua surpresa, Mckinnon não chorava, nem parecia tão desesperada, apenas muito pálida e levemente trêmula. 

— Nós duas sabemos por que você me escolheu, Antonieta. Você sabe que ele está comigo, não pode suportar que o seu Totó, é meu. E eu nem precisei me esforçar pra isso, você praticamente me entregou ele ao se tornar essa tal Rainha. — Rosa estava tentando se conter, mas as palavras de Marlene a atingiam e lhe despertavam uma fúria incontrolável. — E ele nunca vai te querer de volta, porque você se tornou exatamente o tipo de pessoa que ele mais odeia. Uma vadia egoísta e assassina. 

Um estalo alto e uma grande mancha vermelha se formou no rosto de Marlene ao receber um tapa de Antonieta. 

— Será? — Rosa levantou Marlene pelas vestes e a encostou contra a parede, a varinha no pescoço da loira. Prensando-a contra a parede, Rosa encostou os lábios na orelha de Marlene. — Sirius vai voltar a ser meu, como Tom já me pertence. Eu terei os dois. É, eu sou uma vadia egoísta e adivinha, Mckinnon? Eu ganhei. 

Um lampejo verde e o corpo de Marlene Mckinnon caiu sem vida aos pés da Rainha no mesmo momento em que Voldemort chegou. 

— Está pronta? 

— Estou. O que tenho que fazer? 

Voldemort tirou um estilete do bolso da capa negra, cortou a pele de Mckinnon e colocou um pouco do sangue dela em um frasco. Fez o mesmo com Antonieta e juntou o sangue em uma poção preta e encorpada que tinha em outro frasco. 

— Preciso mesmo beber essa coisa nojenta? 

— Precisa. Lembra-se do feitiço? — ela assentiu. 

Na saída da Slytherin Fortress, James e Sirius seriam os últimos a passar pelos portões. James puxou Sirius. 

— Não posso deixar que minha irmã vire uma assassina, Sirius. 

— Ela não é mais sua irmã, James. Nina está morta, você não viu? Ela é aquela Rosa Negra agora. 

— Mesmo assim. Não posso acreditar nisso. Você vem comigo ou não? — perguntou James e Sirius suspirou irritado. 

— Você está certo. E eu não posso deixar que ela mate a Marley. Vamos! 

Eles olharam em volta, ao perceber que estava tudo deserto e a noite encoberta de nuvens escuras, eles se esconderam atrás de uma arvore e se transformaram em cachorro e um cervo para chegarem mais rápido ao castelo. Percorreram o caminho como animago, torcendo para que não fosse tarde demais, para que pudessem pará-la. Eles precisavam salvar Marlene e sequestrar Antonieta, quem sabe assim conseguissem colocar algo na cabeça da Potter. 

Quando chegaram ao castelo, tornaram-se humanos novamente e correram para o jardim. A visão que tiveram foi assustadora e dolorosa. Antonieta estava de joelhos, gritando de dor, uma fumaça negra saía de sua boca enquanto ela pronunciava um feitiço que eles nunca tinham visto, mas que só podia ser magia das trevas. Ao lado dela o corpo sem vida de Marlene. 

— NÃO! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A MINHA IRMÃ? — James gritou, por mais que ela tivesse se tornado uma bruxa das trevas, ainda era sua irmã e doía ver no que ela estava se transformando. O grito de James, fez Antonieta parar o feitiço e olhar surpresa para ele. 

— Continue, Rosa. Ainda não acabou — ordenou Voldemort. 

— James... — ela sussurrou e olhou para as próprias mãos, ela tinha matado uma pessoa, no que ela estava se tornando. — Eu não posso. 

Ela segurou a barra do vestido e correu para dentro do castelo. Voldemort tirou a varinha de dentro da capa para matar os dois intrusos, mas foi impedido por Michael que lançou um olhar de aviso ao Lorde. 

— Tire-os daqui.