Já na metade do ano letivo, tudo o que se falava em Hogwarts era sobre as N.I.E.M.s, a formatura e, é claro, sobre a Rosa Negra. Regulus, Narcisa e Nina voltavam do jantar no salão principal, satisfeitos e exaustos, ainda assim, se sentaram nos sofás negros frente à lareira.
— Ficou sabendo, Cissa? — perguntou Antonieta risonha. — Regulus está de namorada nova.
— Cala a boca, Nina. — reclamou Regulus.
— Quem? — perguntou a loira interessada. — Ah não!
— Sim, ela mesmo. Stephanie Parkinson.
— Reg, não!
— Ela não é minha namorada. E você devia ficar quieta considerando quem é seu noivo. — reclamou Regulus para uma Nina que riu alto.
— Pelo menos ela não tem aquela cara de cachorro velho que o irmão dela tem. — comentou Nina com ar inocente e recebeu um olhar irritado de Regulus. — O que é? Estou defendendo a garota.
— É Nina, mas ela usa frufru. Se você for visto por aí com alguém que usa frufru, Régulus, ninguém vai te respeitar. — Narcisa e Nina riram e Regulus tentou inutilmente conter uma risada.
— Vocês duas são terríveis, eu já disse isso?
— O tempo todo.
— Estou morta, com todos esses deveres que os professores estão passando, só a ajuda de vocês dois que me salva. — Narcisa se levantou e se espreguiçou. — E eu não fui agraciada com o dom da inteligência, mas sim do bom gosto, eu não uso frufru. Então vou dormir, boa noite amigos.
— Você se subestima, Cissa. Boa noite.
— Boa noite.
Enquanto Narcisa retirava-se para o dormitório feminino, Régulus olhava inquieto para um relógio de bolso e esperou que a porta se fechasse atrás da loira para se levantar.
— Você já vai também? — perguntou Nina, deitada tranquilamente no sofá.
— Não. Você vem comigo, Nina.
A expressão da Potter mudou de relaxada e risonha para alerta e desconfiada. Ela se apoiou nos cotovelos e franziu a testa.
— Eu não estou entendendo, Reg.
— Ele só quer conversar com você. Ordenou que eu a levasse a força se fosse preciso, não quero fazer isso, Nina. O Lorde das Trevas quer vê-la na Sala Precisa.
Antonieta irritou-se e se levantou séria, passou por Régulus sem falar nada e saiu da sala comunal. Podia sentir Regulus a seguindo, estava aborrecida com o amigo como se tivesse sido traída e tentou lembrar-se quando praticava Oclumência com Snape ou estaria morta.
Era a mesma sala que o vira da primeira vez. Voldemort estava acompanhado de pelo menos cinco comensais da morte e sua aparência era diferente, as feições ofídias e a pele excessivamente branca. Se parecia mais com o que ela ouvia falar dele do que a aparência bonita da primeira noite em que o vira.
— É bom vê-la novamente, Antonieta Potter — começou o Lorde em uma voz fria. — Ou devo chamá-la de Rosa Negra?
Rainha, Antonieta quase o corrigiu.
— Eu ainda não entendi por que eu estou aqui. — Ela cruzou os braços.
— Não entendeu, sua sonsa? Você é a Rosa Negra, eu posso fazê-la confessar, se me permitir, milorde. — Rosnou Bellatrix com sua voz estridente. Antonieta revirou os olhos e fingiu estar mais interessada nas próprias unhas.
— Você pode tentar. — rebateu Antonieta, mas não deu muita atenção a Bellatrix. — Eu não sou quem vocês procuram, eu sinto muito. Posso ir? Tenho aula amanhã e tenho sono.
— Vou precisar de mais alguns de seus preciosos minutos de sono, Srta. Potter — disse Voldemort e ela sorriu forçada.
— Milorde, se me permite, sou amigo da Nina há anos, é impossível que ela seja a Rosa Negra, eu já teria notado, ela teria feito algo suspeito. — disse Regulus, mas Voldemort não lhe deu muita atenção.
— Muito bem então, se não é a Rosa Negra, então creio que ficará encantada em se juntar a nós.
— Uma Comensal da Morte?
— Exatamente.
— Certo, ok. — disse a contragosto. Voldemort se aproximou, ergueu a manga de sua capa e encostou a varinha em seu braço, quando Antonieta lembrou-se de algo que poderia adiar aquilo. — Espera! Espera! Um momento... Milorde. Eu... Eu vou me casar.
— Minhas felicitações — disse o Lorde sarcástico. — Mas não temos a noite toda.
— Com um membro da Ordem da Fênix, meu irmão também é da Ordem, deve saber. E logo, eu também serei. — sussurrou, de forma que os outros comensais da morte não puderam ouvi-los. — Assim que me formar eu posso ser sua espiã, mas se tiver a marca, o disfarce acaba.
Voldemort pareceu pensativo por um breve momento. Antonieta sentia uma pressão em sua mente, ele queria invadi-la, queria ter acesso às suas memórias, conhecê-la, mas ela não deixaria assim tão fácil, levantou barreiras em sua mente com o feitiço oclumência o mantendo longe das lembranças importantes e encolheu os ombros levemente.
Ele semicerrou os olhos e conjurou um colar de ouro e realizou o feitiço no artefato.
— A sua marca está aqui — ele disse erguendo o medalhão de ouro com um S serpentino cravejado de esmeraldas, onde se alguém olhasse com a devida atenção, veria a marca negra minúscula e quase transparente, mas que estava ali. — Você irá usá-la sempre e quando for a hora, virá ao meu encontro.
Antonieta internamente fez uma careta, não conseguiria escapar daquilo, então encolheu os ombros e se virou, segurando os longos cabelos castanhos para que ele colocasse o colar. Voldemort se aproximou e colocou o colar em seu pescoço.
— Voltaremos a nos ver, Srta. Potter. Confesso que tinha interesse que o seu irmão se juntasse a nós, um bruxo talentoso de puro sangue, mas Dumbledore foi mais rápido, uma pena. Fico feliz que tenha se juntado a nós.
Antonieta quis dar uma resposta não muito educada, mas não precisava lhe dar mais motivos para acreditar que ela era a Rainha Rosa Negra. Voldemort e seus seguidores entraram no armário sumidouro e partiram deixando-a sozinha com Régulus.
— Nina, eu sinto muito. Sei que não tinha a intenção de se tornar uma comensal.
— Sai daqui, Regulus, já fez o bastante por hoje, SAI.
Depois que Régulus saiu, Nina esperou algum tempo antes de entrar no armário sumidouro também. Sabia que se voltasse para o dormitório não ia conseguir dormir mesmo. Abriu com cuidado o armário da loja Borgin & Burkes, deixando apenas uma fresta aberta até ver alguém conhecido. Michael Carrington.
— Psiu! Eles já foram?
— Se por “eles” você está dizendo o bruxo mais perigoso de todos os tempos, já, já foram. E quem diabos é você?
— Ah! Eu apaguei a sua memória, não é? Eu vou reverter. — Um pouco trêmula sem saber se de raiva ou nervosismo, Antonieta reverteu o feitiço feita por ela mesma.
— Rosa Negra? Você está bem ferrada, garota.
— É, eu acho que sim. — Nina sorriu levemente. — Podemos dar uma volta?
Nina colocou o capuz e eles saíram para a rua estreita e tortuosa da Travessa do Tranco.
— Ele descobriu que você me ajudou?
— Não, mas ficou furioso com o Sr. Burke, por causa daqueles pergaminhos. Ele foi atrás de você, não foi?
— Fui forçada a ser uma comensal da morte para que ele não descobrisse sobre a Rosa. E ele me deu isto. — Ela mostrou o colar e Michael arregalou os olhos.
— Isso é valioso. Se o vender vai ficar rica, a menos que venda para a Borgin & Burkes, claro.
— Rica e morta. — Ambos riram. Nina estava tão entretida na conversa que não notou um bruxo suspeito indo em sua direção, teria trombado com ela se Michael não a tivesse puxado. O bruxo esbarrou em seu ombro e parecia preocupado demais em despistar alguém para notá-la.
Ela descobriu de quem o bruxo estava fugindo quando virou para frente e deu de cara com um cão negro do tamanho de um urso. Congelou e segurou com força no pulso de Michael. O cão rosnava para Michael mostrando suas presas afiadas.
— Volta para a loja, Michael — mandou e deu alguns passos para trás tentando fugir do animago.
Michael fez exatamente o que foi instruído, enquanto Antonieta tentava despistá-lo se escondendo em um beco escuro e —droga — sem saída. Encostou-se à parede. Era Sirius. Se ela tivesse se transformado em animaga poderia fugir dele, mas ele teria certeza de que era ela.
Esperava que a escuridão e o capuz pudesse acobertá-la, mas não tinha tanta esperança, Sirius a reconheceria em qualquer lugar, seu cheiro, seus olhos, assim como ela a ele. Engoliu em seco e quando o cão a encontrou, não adiantaria fugir. Ela abaixou o capuz e se abaixou para acariciar os pelos macios do cão.
— Oi, Totó — disse com a voz doce, abandonando a personagem, e viu o cão se transformar em homem.
Black pegou um maço de cigarros do bolso da calça e acendeu um.
— O que você está fazendo aqui? — indagou desconfiado.
— Desde quando usa essa coisa? — Nina arqueou uma sobrancelha e se perguntou se ele fazia aquilo apenas para lhe aborrecer ou para lhe seduzir.
Ela tirou o cigarro de sua mão, jogou no chão e o beijou, impedindo-o de responder ou perguntar qualquer coisa, mantendo-o entretido. Era melhor assim. O gosto de cigarro e menta a instigava e as mãos dele a puxando para mais perto também.
— Espera, Nina… — ele disse com a voz entrecortada, por muito pouco não se rendendo ao jogo dela.
— Estou com saudades, Totó. — A moça balbuciou com os lábios colados nos dele, ainda tentando impedi-lo de perguntar qualquer coisa.
— Você não está se metendo com Comensais da Morte, está? Nina, diga de uma vez, o que está fazendo aqui? — ele perguntou inspecionando seu braço esquerdo em busca da marca.
— E quanto a você? O que está fazendo aqui?
— Missão da Ordem. — ele respondeu e arqueou uma sobrancelha.
— Ok. Eu sou da sonserina, as pessoas esperam que eu siga ele. Regulus me levou até ele e fui convidada a me tornar uma Comensal da Morte, só que não é o tipo de convite que se pode recusar. Eu não tenho a marca, porque ele quer que eu espione a Ordem. Ele tem um jeito de entrar no castelo, só não atacou ainda por causa do Dumbledore — ela decidiu parar de fugir das perguntas.
— Reglus é um babaca! Precisamos falar com o professor Dumbledore, enquanto isso tenha cuidado — ele disse sério e a garota assentiu. Seguiu-se um silêncio incomodo, antes que Sirius o quebrasse, ainda com o ar sério. — Agora… Você pode dizer aquilo de novo?
— O que? — perguntou Nina confusa e tensa.
— Algo sobre você me amar e ser louca por mim. — Sirius abriu um sorriso convencido que fez Nina sorrir.
— Idiota, eu não me lembro de ter falado isso, eu só disse que estava com saudade. — ela disse dessa vez com sinceridade e não apenas para não levantar suspeitas.
Sirius a beijou carinhosa, porém intensamente. Também sentia falta da garota.
— Acho melhor você voltar, esse lugar não é seguro — ele disse tenso. Nina suspirou, um beijo de Sirius fora capaz de tranquilizar a raiva e o nervosismo anterior, ela queria mais.
— Espera — ela pediu segurando seu braço. Nina aproveitou que estava com a saia do uniforme para tirar a calcinha, enrolá-la e guardá-la no bolso da capa do noivo, deixando-o boquiaberto.
— Você me deixa louco — ele sussurrou.
Black a beijou com vontade, explorando toda a boca de Nina, mordendo seu lábio inferior, enquanto seus dedos afundavam nos fartos cabelos castanhos, separou-se dela apenas quando o ar se tornou necessário e apreciou a visão de uma Antonieta ofegante, com lábios inchados e cabelo despenteado.
As mãos ágeis abriram os botões da camisa branca da garota, apertaram-lhe os seios cobertos por uma lingerie que ele não saberia dizer a cor, uma vez que estavam em um beco escuro, não podiam ver, apenas sentir.
Antonieta por outro lado bagunçava os fios medianos de Black, sentindo-os como seda em seus dedos. Arranhou seu pescoço, seus braços descobertos, suas costas por baixo da camisa que quase rasgou enquanto abria os botões.
Sirius desceu seus beijos para o pescoço, mordendo, provocando-a com seus caninos. A mão desceu pela lateral do corpo feminino e puxou a coxa, apertando-a, sentindo a pele macia, antes de tocá-la em sua intimidade, sentindo-a quente e molhada. Antonieta jogou a cabeça para trás, os lábios entreabertos, ofegante e mordendo o lábio para que os gemidos não escapassem de sua boca. Dois dedos de Sirius deslizaram para dentro dela.
— Eu quero você, Totó — gemeu e aquilo foi demais para Sirius que abriu a calça e a penetrou ali mesmo em um beco escuro da Travessa do Tranco. Ele sorriu entre gemidos. Antonieta era louca e aquele era certamente o lugar mais arriscado para eles, mas ele não se importava, tudo o que importava eram os dois, o desejo incontrolável que tomava conta de ambos, a adrenalina, o calor que emanava da pele dos dois e as ondas de prazer que percorria seus corpos.
Sirius colocou a mão sobre a boca dela quando os gemidos da Potter estavam ficando altos demais e chegou ao orgasmo um pouco depois dela, sentindo todos os músculos antes tensos se contraírem e relaxarem.
Michael olhava para o relógio, preocupado com a garota lá fora, estava quase saindo e indo procurá-la, quando mais uma garota saiu do armário sumidouro, desta vez uma garota loira com uma camisola longa e rosa com estampa, olhando para os lados com a varinha nas mãos.
— Posso ajudar? — perguntou cruzando os braços e apertando os lábios para não rir das vestes da garota. Narcisa corou.
— Estou procurando por uma garota. Ela... Ahm... Tem cabelos castanhos, usava as vestes de Hogwarts e...
— Virou comida de cachorro raivoso lá fora, muito provavelmente, eu sinto muito.
— C-como assim? — Narcisa ofegou preocupada. — Ai meu Merlin! Ela tem que tomar mais cuidado.
— Você também sabe? — perguntou Michael desconfiado.
— Sou a melhor amiga dela. Narcisa. — ela se apresentou. Michael sorriu, ela era bela como uma daquelas bruxas de renomadas famílias de puro sangue que não olhariam para ele, um mero balconista.
A campainha tocou anunciando a presença de uma desconcertada e distraída Antonieta, que foi recebida por um abraço de Narcisa.
— Sua louca. Achamos que você tinha virado comida de cachorro raivoso lá fora — disse Narcisa afobada. Nina riu.
— Mais ou menos isso.
— O cão te atacou? — perguntou Michael.
— Não. O cão era meu noivo.
— Noivo? Ok. Eu acho melhor vocês duas voltarem, gêmeas do mal, já passa da 1h. — Michael olhou para o relógio. — Mas antes... Rosa... Tenho algo para vocês...
Nina e Narcisa já estavam indo para o armário, quando Michael as chamou, entregou a Antonieta a mascara que cobria apenas os olhos e que ela tanto tinha gostado na última vez que tinham se encontrado e para a loira, deu um narciso.
— Obrigada, Mike. — agradeceu Nina. A Potter sorriu com uma sobrancelha arqueada enquanto ele entregava a flor para Narcisa. E as duas desapareceram no armário sumidouro.
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