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História Love at second sight - She is real?


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem?
Eu não sei vocês, mas eu estou me sentimento maravilhosamente bem nesse capítulo pós beijo e algo me diz que a partir de agora Jarlie vai finalmente engatar um romance :) Fiquei muito feliz por vocês terem gostado do capítulo passado. Eu estava muito insegura e com medo de decepcionar, mas aparentemente isso não aconteceu. Obrigada por todos os comentários lindos no capítulo passado, tenho vontade de guardar vocês em um potinho e não soltar mais. Ah, e me desculpem por ainda não ter respondido vocês, prometo fazer isso nessa madrugada, ok? Boa leitura!

Capítulo 15 - She is real?


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - She is real?

Point Of View — Justin

A garçonete de longo cabelo ruivo inclina seu corpo para frente e imediatamente os olhos de Christian vão de encontro ao decote quase imperceptível de seu uniforme. Ela percebe. Elas sempre percebem. Mas, finge não perceber e afasta-se de nossa mesa sorridente, após deixar nosso almoço. Ela é bonita, e não nego, suas coxas firmes destacadas no short preto minúsculo, usado para atrair homens com os hormônios em êxtase, chamou minha atenção. Eu já havia a notado duas semanas atrás quando começou a trabalhar no restaurante, no mesmo turno de minha irmã e quando a mesma por vontade própria e sem que tenha pedido me entregou o número de seu telefone, eu percebi que não precisaria me esforçar, o que de certa forma me desanimou. Gosto do desafio, gosto do flerte, e de me sentir um caçador, prestes a conseguir sua presa.

Em situações como essas me pergunto se o Cinco Irmãos é um bom lugar para Jazmyn trabalhar. Apesar de ser um restaurante familiar, grande parte da clientela são homens, que assim como Christian e eu, olham para essas garotas com desejo e só de pensar em algum marmanjo olhando para Jazmyn, como Christian olha para a ruiva de coxas firmes meu sangue ferve.

Rio de meus pensamentos, às vezes me surpreendo comigo mesmo, como por exemplo, em momentos como este onde meu ciúme fraternal se faz presente, fazendo-me lembrar que em certas ocasiões não passo de um sulista ignorante. O sol forte do meio-dia ilumina minha refeição, tornando a porção de batatas fritas perfeitamente douradas ainda mais tentadoras.

–– Eu vou falar com aquela garota. Preciso sair com ela. –– a declaração enfática de Christian não me surpreende.

Para ser sincero, eu esperava que tais palavras ou até mesmo algo similar fosse dito pelo próprio, no instante em que botamos nossos pés no restaurante e vimos a ruiva circulando pelo lugar, indo de mesa em mesa.

–– Não se incomode com isso. –– surpreendentemente, ele consegue desviar seu olhar da garota e me dá o mínimo de atenção.

Mexo no bolso da calça jeans e com dificuldade pego a carteira de couro, que faz muito volume no bolso da frente. Chris intercala seu olhar entre mim e a ruiva, e posso ver que ele se sente perdido. Em meio a alguns cartões da oficina que guardo comigo, cartão de crédito e o cartão do plano de saúde, eu encontro o papel amassado.

–– Aqui está o número da ruiva. Bethany. –– lhe entrego o papel após ler o nome escrito.

–– Saiu com ela? ––pergunta incrédulo, mas sei que a princípio ele se sente ofendido.

O ego de Chris seria algo ridículo, se não fosse tão hilário e em meio a muitas investidas mal sucedidas ele ainda se gaba se ficar com qual garota quiser. O que não é verdade, seu jeito precipitado e um tanto desesperado, faz com que muitas vezes uma boa cantada se torne piada.

–– Não senti vontade. –– respondo simples, dando uma garfada em minha comida.

Mesmo com a atenção completamente em meu prato de comida, sei que Christian me encara incrédulo, provavelmente por eu ter ignorado uma garota que, nas palavras dele, é uma deusa da beleza.

–– Você está ficando louco, tenho certeza. –– rio de sua afirmação.

Por alguns instantes, ele se cala, não diz nada mais sobre a garota ou sobre a minha possível loucura, apenas come, assim como eu. E, nesse momento de silêncio, eu me pego perdido em meus próprios pensamentos, grande maioria relacionado ao trabalho, que vem se tornando maior a cada dia. A oficina ganhou um reconhecimento impressionante nas últimas semanas. Mas, também penso em Jazmyn e Ryan, e de forma saudável, invejo as coisas incríveis que eles devem estar fazendo no Havaí, exceto, é claro, pelo tempo que passam trancados no quarto. Entre o trabalho, e a vontade de tirar férias, algo se sobressai. Para ser mais sincero, alguém. Charlie.

O casamento de minha irmã e meu melhor amigo fora a dois dias atrás, esse é o tempo que estou sem vê-la. Não apenas por culpa dela, mas como minha também. Me afastei, confesso. Estar com Charlie requer um romantismo que não sei se sou capaz de adquirir. É claro, tenho os meus momentos. Mas, ser o melhor de mim o tempo todo? Não sei se consigo fazer isso e estaria sendo injusto com ela se tentasse persistir em algo sem futuro. Mesmo a atração sendo forte e mesmo estando louco para beijá-la novamente não posso pedir que ela fique comigo, mesmo já tendo feito isso. Depois do que ela passou, a última coisa que precisa é de um cara como eu, um homem com mentalidade de garoto, que ainda está aprendendo a crescer. Não, ela não precisa disso. Ela não precisa de mim.

–– Oi, meninos. –– Chris e eu erguemos nossas cabeças em perfeita sincronia, nos deparando com Brooke de frente para nós.

–– Oi, Brooke. –– ela sorri para Christian. Em um ato voluntário, ele desliza pelo banco de couro, dando espaço ao seu lado para que a bela loira possa se sentar. –– Está linda.

–– Obrigada, lindinho. –– Brooke aperta as bochechas de Chris, acabando com qualquer esperança do garoto. –– Vocês dois vão a minha festa essa noite? Encomendei três barris de cerveja essa manhã, e comprei tinta fluorecente o suficiente para o ano inteiro. Ah! Vai ser uma festa neon, então usem branco.

–– Não acha que estamos velhos demais para uma festa dessas? –– a resposta de minha pergunta não vem em forma de palavra, mas sim, como um chute dolorido em minha canela esquerda. –– Droga! Eu só estava brincando. –– esfrego o local dolorido.

–– Eu sei que não é o tema mais original, mas a ideia é exatamente essa. Justin, lembra como as festas neon eram as mais legais na época da faculdade? –– eu ouço o que ela diz, mas não consigo lhe responder, as palavras parecem ter simplesmente sumido no instante em que meu olhar ganhou um novo foco.

Minha atenção fora capturada pela garota que acaba de entrar pela porta de madeira. Com sua beleza exuberante, ela nem ao menos me nota no canto do restaurante. Seu cabelo cumprido e escuro preso em um rabo bagunçado balança de um lado para o outro, acompanhando a sutil movimentação de sua cabeça, ao mesmo tempo que seu quadril tomba para o lado a cada passo dado. É algo natural, ela não faz com intenção de atrair olhares e arrisco-me a dizer que ela nem mesmo nota que sutilmente rebola quando anda.

Charlie vai até o balcão e sorridente conversa algo com Jeffrey, o irmão do meio. Ele lhe entrega uma sacola plástica e coloração branca, porém muito fraca, me permite ver a embalagem de comida ali dentro. Ela o paga, e caminha rumo a saída ainda sem me notar.

–– Justin, está me ouvindo? –– pergunta Brooke, estalando os dedos próximos a minha face.

–– Aham. Um segundo. –– levanto-me do banco de couro abruptamente, e com certa urgência saio pela porta de madeira torcendo mentalmente para que consiga alcançá-la.

Suspiro aliviado quando a vejo caminhar em passos lentos pela rua. Abro minha boca para chamá-la, mas antes que seu nome possa ser dito em alto e bom som, eu me lembro do meu raciocínio de momentos atrás quando eu tinha certeza de que deixá-la seguir o seu caminho sem mim era o melhor a se fazer. O que aconteceu com todas aquelas certezas? Questiono-me enquanto vejo-a ficar a cada instante mais distante.

O pesamentos certeiros que antes rondaram minha mente, tornaram-se dúvidas diante dela. A atração forte que sinto fala mais alto do que qualquer razão que eu tenha para me afastar. E não é apenas a enorme vontade de beijá-la novamente mandando-me ir atrás dela, mas sim, a sensação do beijo. Seria hipócrita se dissesse que foi apenas mais um beijo, mas não sou louco o bastante para dizer que senti as famosas borboletas no estômago. Ainda assim, sou corajoso o suficiente para admitir que nunca havia sentido tal coisa antes.

–– Charlie. –– a chamo um pouco alto para que possa me ouvir, e ao mesmo tempo dou passos a frente, diminuindo a distância entre nós. Ela se vira rapidamente, fazendo com que seus fios de cabelo por um instante cortem o ar.

–– Justin. Oi. –– ela sorri tímida, um sorriso que eu estou aprendendo a gostar. –– Você estava lá dentro? –– ela segura a sacola plástica com uma força imprópria, deixando as palmas de suas mãos esbranquiçadas, como se exercer tal força fosse uma forma de se acalmar. Não contenho o sorriso ao pensar que eu a deixei assim. Eu a deixo nervosa. Meu sorriso se alarga.

–– Sim, estava almoçando com Chris.

–– Oh! Me desculpe. Estou tão distraída ultimamente, que não te vi. –– uma mexa de seu cabelo cai sobre sua face, e minha mão coça para ajeitá-la. Mas, antes que eu o faça, Charlie o faz. –– Eu preciso voltar para a clínica, sua mãe está no meio de uma cirurgia canina, e eu vim buscar o nosso almoço. Mas, foi bom te ver. –– ela vira-se sem ao menos me dar a chance de dizer a adeus, como se quisesse desesperadamente fugir de mim. Sorrio de lado. Em passos longos eu a alcanço, e seguro seu braço a fazendo parar.

–– Eu sei que está com pressa, mas tenho um convite a te fazer. –– seu olhar intercala entre minha mão segurando seu pulso, sem força alguma, e os meus olhos que a encaram fixamente. –– Janta comigo essa noite? Uma coisa simples. Eu, você, e um bom vinho lá em casa às oito.

–– Você vai cozinhar pra mim? –– sorri.

–– Assistir a minha mãe em ação na cozinha, não ajudou em nada na minha formação culinária, mas eu prometo fazer o meu melhor. –– acaricio seu pulso com movimentos suaves.

–– Eu estava pensando em recusar o convite, mas acabei de perceber que não posso perder a chance de ver você de avental, comandando o fogão. –– ela ri. Um riso contagiante, que me leva a fazer o mesmo. –– Eu chego às oito, em ponto.

• • •

O som estridente do extintor de incêndio ecoa por toda a casa me deixando no mínimo desnorteado. Jogo a toalha úmida em um lugar qualquer, e corro para a cozinha a fim de desligar o som infernal. Ao deparar-me com uma grande quantidade de fumaça branca bem em cima do fogão, sei que a carne está arruinada. O que me deixa irritado é o fato ter passado toda a tarde assistindo a vídeos de culinária no youtube, tentando aprender alguma coisa. Jurava ter aprendido algo, para que no mínimo não passasse vergonha essa noite, mas ao julgar pelo estado da minha cozinha, tudo o que consegui com os vídeos foi perder o meu tempo.

Bufo completamente irritado comigo mesmo e frustrado com minha incompetência. Desligo o fogão, pego o pano de prato em cima da mesa e começo a abanar o ar em direção à porta dos fundos, tentando diminuir o cheiro de queimado que se instalou no cômodo. O odor é tão ruim, que até Molly após soltar um grunhido sai da cozinha.

–– Justin? –– ouço a voz de Charlie.

Olho no relógio, ainda faltam quinze minutos para às oito. Por que ela está adiantada? Bufo pela segunda vez em menos de dez minutos, todo o cenário ao meu redor perde a sua grandiosidade em meio ao mau cheiro e o jantar estragado. Do que adianta a mesa de jantar bem arrumada, se nós não temos o que comer? Nem mesmo o arranjo de flores falsas que coloquei no centro da mesa é capaz de salvar esse fiasco. Esfrego meus dedos uns contra os outros, notando o quão úmidos eles estão. Balanço a cabeça negativamente, e limpo minhas mãos na calça jeans enquanto caminho em direção à porta.

–– Desculpe a demora. –– digo realmente constrangido ao abrir a porta.

Charlie me encara por alguns instantes e sorri largamente exibindo suas bochechas redondas e os dentes brancos. A tamanha frustração interfere em minha visão, fazendo com que eu só note o quão linda ela está após alguns instantes parada à minha frente, em silêncio. A forma natural como ela se destaca é impressionante, não à exagero, mas ainda assim, ela está perfeita dos pés à cabeça, exibindo seus atributos naturais em um vestido claro, curto o suficiente para fazer minha mente trabalhar em pensamentos impróprios, sem que a deixe vulgar ou oferecida.

O cheiro desagradável de queimado chega à sala de estar, fazendo com que Charlie franza o nariz.

––  As coisas acabaram não acontecendo como eu imaginei. –– sorrio de lado.

–– Eu ouvi o barulho do extintor lá de casa, então achei melhor ignorar o relógio e vir ver o que está acontecendo.

–– Eu sabia que não era bom na cozinha, mas eu não sabia que era tão ruim. –– ela ri abafado, tapando a boca com a mão, como se não quisesse deixar nítido que vê graça em minha desgraça. Coço a nunca.

–– Vamos até a cozinha, eu quero ver o que você aprontou.

Charlie passa por mim e segue rumo à cozinha, mas não sem dar atenção à decoração ao seu redor, principalmente a parede de quadros. Sorrio. Permaneço parado por alguns instantes, apreciando a forma como seu vestido levanta levemente a cada passo dado. Rio de mim mesmo, pareço um adolescente que nunca transou na vida. Fecho porta de casa e rapidamente faço um carinho em Molly, que se deita próxima a escada.

Ao adentrar a cozinha, me deparo com a morena próxima a panela onde eu cozinhava nosso jantar, e que agora, é apenas uma panela com o fundo queimado, completamente preto. Sua expressão é um misto de incredulidade e bom humor, como se ela não acreditasse que a minha incapacidade culinária fosse tão ruim ao ponto de causar essa catástrofe. Seus dentes capturam o lábio inferior na tentativa falha de conter o riso frouxo que ecoa pela casa. Sua risada é alta, mas não me incomoda e passa longe de ser irritante, pelo contrário, seu riso é alegre, contagiante e divertido como o primeiro sorriso de um recém nascido.

–– Que tal uma pizza? –– sugiro erguendo as mãos em sinal de rendição.

–– Que tal eu te ensinar a cozinhar? –– ela cruza os braços na frente dos seios e me encara com desdém.

Seu olhar é algo desfiador, o ‘’não’’ está na ponta de minha língua, mas algo em minha mente me diz que essa é exatamente a resposta que ela espera de mim. Seu olhar se intensifica, ela parece estar se divertindo com essa situação.

–– Contanto que eu não perca mais uma panela.

–– Se você conseguir queimar uma panela cozinhando macarrão, eu desisto de você. ––— sua fala me intriga, mas nada digo.

Ela por sua vez, movimenta-se habilidosamente pela cozinha, mexendo nos armários sem pedir permissão ou me perguntar onde fica cada coisa. Mas, considerando o pensamento machista de Charlie ser uma mulher, é capaz da própria conhecer minha cozinha muito melhor do que eu mesmo. Relaxo meu corpo contra o balcão levando uma de minhas mãos até o queixo, não conseguindo evitar observá-la. Não que ela esteja fazendo algo impressionante ou admirável, mas tudo nesta mulher, até mesmo os atos mais simples, como por exemplo, encher a panela com água, me atraí.

–– Você não vai aprender nada se ficar parado. –– ela chama minha atenção.

–– Tá certo, chefe. ––  zombo. ––  O que eu preciso fazer? –– aproximo-me dela, ficando perto o suficiente para ouvir o som de sua respiração. Ela ergue sua cabeça, e me encara fixamente umedecendo seus lábios rosados e carnudos em seguida, tornando-os ainda mais tentadores.

–– Aqui. –– ela me entrega a panela com água, acabando com qualquer possibilidade de um beijo. –– Coloque isso no fogão.

Faço exatamente o que pediu, ligando o fogão e torcendo para que a água ferva logo. Posso ouvir meu estômago implorar por comida.

–– Eu estraguei a comida, mas ainda posso te oferecer o bom vinho.

–– Ótimo! –– ela sorri. –– Mas, não tente me embebedar. Preciso trabalhar amanhã.

Minha testa se franze em um ato involuntário, estou surpreso. Dois meses e meio não são o suficiente para conhecer uma pessoa, mas me arrisco a dizer que conheço Charlie ao menos o bastante para estranhar a falta de sua timidez. Eu nunca a tinha visto tão descontraída como agora, e por um momento sinto falta de suas bochechas coradas. Gosto quando a deixo constrangida e completamente sem jeito.

Vou até a geladeira e pego a garrafa de vinho que comprei ao sair do trabalho. Não sou um grande entendedor de vinhos ou de qualquer outra bebida cara, então deixei que um funcionário da adega me ajudasse. O homem que não era bobo, logo me empurrou uma safra cara, e a princípio pensei em recusar, mas ao provar o vinho percebi que todos os elogios recebidos pelo vendedor eram verdadeiros. Além do mais, essa era a primeira vez que eu convidava uma mulher para jantar, e Charlie merecia algo especial.

–– Segundo o vendedor da adega, esse é um ótimo vinho. –– derrubo um pouco do líquido avermelhado em uma das taças posta no balcão, e imediatamente o cheiro forte preenche minhas narinas. –– Um brinde à esta noite. –– lhe entrego uma das taças, com vinho até a metade.

–– À está noite. –– nossas taças se chocam, resultando em um tilintar agudo. Sorrimos e goleamos o vinho ao mesmo tempo. –– O vendedor está certo, esse vinho é ótimo. –– ela beberica um pouco mais. –– Vamos terminar o macarrão, estou faminta.

As instruções ditas por Charlie são simples, até mesmo um sulista ignorante como eu consegue entendê-las com perfeição, o que de fato acontece. Mas vê-la se esforçar para me ensinar a preparar o macarrão é tão engraçado que finjo não entender o que ela diz, apenas para poder vê-la explicar novamente. Demora algum tempo para que ela perceba o que de fato, está acontecendo  e quando percebe cai no riso.

A princípio penso ser o efeito do vinho, mas ao notar que seu copo permanece cheio se comparado ao meu, percebo que não pode ser isso. Então a única opção que resta é a mais racional de todas. A timidez da garota meiga se pôs de lado, pois agora, após algum tempo de convívio, ela se sente confortável ao meu lado, o que me deixa feliz e satisfeito. É bom não sentir a tensão do muro invisível que antes a mesma havia posto à sua frente para nos separar.

–– Sabe o que eu adoro nessa casa? –– ela afasta-se do fogão, deixando a colher quase cair dentro do molho, mas por sorte eu consigo alcançá-la.

Tiro a colher da panela e a deixo na pia. Quando me viro para acompanhar a garota, ela já está distante. Mais precisamente, de frente para a parede de quatros, que parece encantá-la. Eu costumava ficar como ela, encantado pelas cores, fascinado por tamanha beleza das pinturas, mas com o tempo os quadros se tornaram monótonos e menos especiais, mas ainda assim, com um grande significado emocional.

–– Esses quadros. Eles são tão lindos. –– diz, ainda com o olhar fixo na parede. –– É impressionante que tenha um dom tão lindo. –– ela passa o dedo indicador pelo JB escrito de tinta preta no quadro da paisagem da praia, assim como em todos os outros quadros.

–– Não tenho. –– afirmo, finalmente ganhando sua atenção. –– JB não sou eu, é o meu pai, Jeremy Bieber. Ele morou nessa casa quando criança e amava esse lugar, então, quando eu decidi morar sozinho, percebi que não tinha lugar melhor do que esse. Comprei essa casa velha, fiz algumas reformas e trouxe os quadros do meu pai, assim de alguma maneira sinto que ele está comigo.

–– Ele era um artista incrível, e deveria ser um homem maravilhoso. Sinto muito por sua perda. –– sinto meus dedos serem envolvidos por sua mão delicada, ao mesmo tempo que um sorriso reconfortante é lançado em minha direção. A doçura em seu olhar é desconcertante, assim como a simpatia e a sensibilidade de seu ato. Tudo nela é tão perfeito, que não posso evitar pensar:

Ela é real? 


Notas Finais


Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3

TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=DoQ3VBlhrok


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