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História Love at second sight - I want this baby


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem?
Espero que gostem do capítulo estou sentindo muita pena da Charlie .-.

Capítulo 25 - I want this baby


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - I want this baby

Point Of View — Charlie

Fecho o último botão da camisa branca e ajeito a calça jeans em meu corpo. Meu olhar vaga até o espelho da penteadeira, mas assim que noto as olheiras profundas abaixo de meus olhos eu rapidamente desvio o olhar a fim de evitar tal constrangimento. As duas últimas noites não foram fáceis.

Quem estou querendo enganar?! As duas noites que se passaram foram as piores da minha vida, e consecutivamente os dias também. Minha vida mudou completamente em um piscar de olhos e o que parecia ser o meu conto de fadas, tornou-se ao menos um terrível filme de suspense.

Abro a porta do quarto e meus olhos se arregalam ao ver Justin passar a minha frente no corredor. Assusto-me com sua presença e dou um pequeno pulo para trás, que é o suficiente para atrair sua atenção para mim. Seus olhos encaram-me fixamente, suas íris estão escuras. Frias. E em seus lábios não há sinal de sorriso ou qualquer outro gesto alegre.

–– Eu não quis te assustar, desculpa. –– diz com o olhar fixo a parede.

–– Tudo bem. –– é tudo o que digo.

Minhas poucas palavras não parecem incomodá-lo, ou se incomoda ele prefere não demonstrar. Justin segue pelo corredor descendo a escada e eu sigo atrás dele, ouvindo o barulho de seus passos duros, sua respiração pesada e o cheiro inebriante de seu perfume másculo e amadeirado. Por alguns instantes mantenho meus olhos fechados apenas apreciando seu odor.

Sinto falta do seu cheiro. Sinto falta de seu carinho. Sinto falta dele. Passaram-se apenas dois dias, mas esse pequeno espaço de tempo longe de Justin é o suficiente para eu me sentir nostálgica de sua presença. Nós não dormimos juntos, ele se acomodou no quarto de hóspedes deixando-me sozinha em nossa cama grande e fria sem sua presença.  Nós não tomamos banho juntos, não tomamos café juntos, não jantamos juntos... Nós mal nos falamos.

Durante anos de minha vida eu sonhei com um casamento, o meu casamento. Almejei a cumplicidade entre marido e mulher, e a certeza de que não importasse o que ocorresse eu sempre teria o meu parceiro ao meu lado, me apoiando nos momentos difíceis. Justin é esse homem, meu marido, meu parceiro. Mas agora, nesse exato momento, eu sinto que não posso contar com o homem com quem escolhi passar o resto de minha vida. Ele esta distante e me afasta ainda mais quando eu tento me aproximar. Ele está sofrendo, eu sei que sim, posso ver isso em seu olhar e compartilho de sua angustia. Contudo, estamos juntos nessa.

Nós fizemos um juramento, juramos nos amarmos na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza... Mas parece que essas palavras foram simplesmente deixadas de lado no instante em que o medo de Justin consumiu sua mente.

–– Eu vou chegar tarde em casa essa noite. –– ele começa a dizer enquanto se locomove pela cozinha atrás de uma xícara para o seu habitual café amargo. –– Tem um carro me dando trabalho na oficina e eu preciso terminá-lo logo.

–– Por favor, não faz isso. –– peço com a voz mansa, quase infantil.

Meu marido até então de costas para mim se vira e suspira no instante em que seu olhar se encontra com o meu. Em passos longos eu me aproximo de seu corpo abraçando sua cintura, necessitando urgentemente sentir o aconchego de seu peito. Suas mãos envolvem meu tronco e logo sinto as lágrimas molharem minhas bochechas.

–– Por favor, não me afasta. Eu sou sua esposa, eu te amo e sei que nós podemos resolver isso. –– digo com a voz embargada.

O toque de suas mãos em meu corpo se torna mais presente, ele beija o topo de minha cabeça e durante esse tempo eu sinto que tudo irá se resolver. Sinto que nos voltaremos a ser felizes novamente e que as últimas quarenta e oito horas onde nós mal nos encaramos não passaram de um mal entendido.

–– Sim, nós podemos. –– afirma segurando meu rosto com suas mãos. Um pequeno sorriso se forma em meus lábios, mas o mesmo se desfaz no momento em sua voz ecoa pela cozinha, levando embora a faísca de esperança que acabara de acender em meu coração. –– Você só precisa tirar isso. –– fecho meus olhos e respiro profundamente ao ouvir suas duras palavras.

–– Eu vou ter esse bebê Justin, mesmo que... –– não consigo terminar.

–– O que Charlie? O que está querendo me dizer? –– sua voz torna-se mais rude.

–– Mesmo que pra isso eu precise me separar de você.

Justin parece não acreditar no que acaba de ouvir e por longos instantes ele sustenta seu olhar ao meu como se esperasse que eu dissesse estar mentindo, ou que tudo não tenha passado de uma blasfêmia. Mas, por mais difícil e duro que tenha sido dizer tal coisa não blefei, tampouco menti. Eu vou ter esse bebê, nem que para isso eu precise desistir do meu relacionamento com Justin.

Eu só espero não ter que chegar a esse ponto. Eu espero que Justin mude seu pensamento. Eu espero que ele perceba o quão maravilhoso é ter essa pequena parte de nós crescendo dentro mim.

–– Se isso é o que você quer eu não posso fazer nada além de respeitar sua decisão. –– fico paralisada, completamente sem reação.

Eu não estava esperando por isso, nunca imaginei que ele aceitaria isso tão facilmente, sem ao menos lutar por mim ou tentar me convencer de algum jeito, por mais estúpido que fosse.

Justin segue a rumo à porta de casa, seus passos são duros e ele quase pisa no pequeno Bob ao passar por ele.

–– Você está sendo infantil. –– protesto antes que ele saia.

–– E você está sendo egoísta, mas eu já lhe disse isso antes. –– dito isso ele bate a porta me deixando sozinha com minhas lágrimas.

Tento engolir o choro, mas essa é uma tentativa falha. Noto a presença de minhas mãos sobre meu ventre, e não sei dizer ao certo em que momento elas o tocaram. A ideia de ter um pequeno ser humano crescendo dentro de mim faz com que eu sorria, minimamente, mas ainda sim um sorriso.

Os últimos dias foram tão complicados que não pude aproveitar a noticia de minha gravidez. Eu não sei qual é o meu futuro com Justin, tampouco sei qual será o meu próprio futuro. Minha única certeza é que esse bebê, seja ela um garotinho lindo ou uma princesinha, virá ao mundo.

• • •

Sento-me na cadeira giratória em frente ao computador. Eu devia ajudar Pattie a organizar os horários das próximas consultas, mas a minha mente não para de pensar sobre o meu bebê. Só desejo que Justin use esse tempo na oficina para pensar melhor sobre o assunto. Quero o meu marido do meu lado e tenho medo de passar por tudo isso sozinha.

Abro a aba do Google e digito sobre placenta prévia. Vou rolando a bolinha do mouse, enquanto leio os links disponíveis sobre a doença. Os sintomas não são nada animadores e sinto um nó se formar em minha garganta. O doutor Akira havia sido muito claro sobre tudo, principalmente sobre os riscos de minha gravidez, entretanto agora sozinha tudo parece muito mais assustador.

Escuto o barulho da porta do consultório se abrir abruptamente. Ao ver Jazmyn aproximando-se de minha mesa, fecho a pagina do Google com pressa e tento parecer o mais normal possível.

— Oi, Charlie. — diz Jaz, franzindo o cenho. Provavelmente estranhando a minha reação ao vê-la. Eu sou péssima com mentiras, ou em tentar esconder algo. Sempre acabo me entregando e sinto que acabei de fazer isso.

— Oi. — a minha voz sai meio gaga e passo as mãos pelos meus cabelos. — O que faz aqui?

— Eu vim ver como você está. — ela senta-se na cadeira livre em frente a minha mesa. — Nós não nos falamos muito desde aquele dia no hospital.

— Eu estou bem Jaz. Não recebeu minha mensagem? Eu disse que está tudo bem. — minto, tentando soar o mais convincente possível. Jazmyn sustenta seu olhar ao meu e mesmo que ela ainda não tenha dito nada, tenho certeza de que ela reconhece minha mentira.

— Charlie se você não quiser conversar eu terei que entender, mas eu estou aqui, ok? Você pode me contar qualquer coisa. — seu tom de voz é doce e reconfortante, exatamente tudo o que eu preciso nesse momento. Confiança.

Suspiro profundamente antes de começar a falar.

— Jazmyn, eu estou grávida. — imediatamente ela arregala os olhos e emite um som semelhante a um grito agudo que me faz rir brevemente.

— Isso é ótimo! — exclama nitidamente animada. — Eu nunca imaginei que seria tia tão cedo, mas estou realmente feliz.

— Eu também estou feliz, quero dizer... Mais ou menos. — comprimo os lábios em linha reta e isso é o suficiente para que seu semblante mude.

— Qual é o problema? É o Justin não é? Não se preocupe com meu irmão, ele vai amar saber que será papai. Oh, ele pode ficar preocupado no começo, mas Justin será um pai incrível. Eu tenho certeza.

E eu também tenho certeza. Justin é um homem incrível e imaginá-lo sendo o pai de meus filhos é provavelmente a coisa mais fácil que já tive que fazer em toda a minha vida. Ele será um pai incrível, cuidadoso, carinhoso, protetor, amoroso. Eu não tenho dúvidas disso, nem mesmo o seu desgosto com a gravidez me faz duvidar dos fatos. Ele só precisa deixar o medo de lado e perceber que sim... As coisas podem dar certo.

— Você está certa, ele está preocupado. — começo a dizer. — Ele está muito preocupado, porque a minha gravidez é a de risco Jaz.

— Charlie, eu não estou entendendo. — ela diz nitidamente surpresa e ao mesmo tempo chateada.

— Se chama placenta prévia, e significa que a minha placenta está fixa em frente ao colo no útero. O doutor Akira disse que ela pode se locomover, mas eu já estou no segundo mês e a essa altura ela já deveria estar subindo.

— Espera. — ela me interrompe. — Você está grávida de dois meses e só descobriu isso há dois dias?

— Eu senti alguns enjoos durante esse tempo, mas Justin e eu nos cuidamos. Não pensei que estar grávida fosse uma opção. — explico pacientemente.

Estar grávida realmente não era algo que se passou por minha mente, mesmo eu tendo perdido o meu jeans favorito e o meu olfato de uma hora para a outra ter ficado extremamente sensível ao odor dos cachorros, entre outros.

— Isso é irrelevante. O que mais o doutor disse sobre a gravidez? O que ele pode fazer? O que vai acontecer com o bebê? O que vai acontecer com você? — suas perguntas soam desesperadas, e tal coisa seria engraçada se eu não estivesse tão apreensiva.

— Os riscos para o bebê são quase mínimos. O problema são as hemorragias e a possibilidade de um parto prematuro.

— Charlie eu realmente espero que eu esteja entendendo tudo errado. Você não... — assinto. — Não! Isso não pode acontecer. — ela quase grita. — Como isso é possível? Você é jovem e saudável, tem uma longa vida pela frente.

— Eu sei! Eu sei! Esse tipo de coisa quase não acontece com mulheres da nossa idade, mas... — desvio meu olhar e fixo o chão. Relembrar o passado faz com que uma antiga dor se faça presente em meu coração novamente, uma dor que eu pensei ter esquecido, mas que voltou para a minha vida recentemente e ainda pior. — Jaz, você precisa me prometer que não irá conter isso a ninguém.

— Eu prometo. — volto a encará-la.

— Eu fiquei grávida do Lucas uma vez, mas acabei perdendo o bebê no terceiro mês. Ninguém além das nossas famílias sabe sobre isso. O doutor Akira disse que o aborto pode ter causado os problemas dessa gravidez.

Dizer isso em voz alta me faz lembrar o quando sofri na época, não apenas eu, mas também Lucas e os meus pais. Lucas pode ter muitos defeitos e pode ter cometido muitos erros comigo, mas ele ficou do meu lado quando eu mais precisei dele. E não posso deixar de pensar que exclusivamente nessa ocasião eu gostaria que Justin fosse mais parecido com meu ex-namorado.

— Charlie, eu não sei o que dizer. — sua voz sai baixa, quase um sussurro.

— Essa não é a pior parte. — soluço, me esforçando para não chorar. — Justin, ele... O seu irmão quer que eu tire o bebê.

Jazmyn levanta-se da cadeira e dá a volta em minha mesa, agachando-se a minha frente. Seus olhos passam-me um conforto e confiança tremenda, e nesse momento sei que fiz a coisa certa ao desabafar com ela. Eu jamais conseguiria lidar com isso sozinha, seria doloroso demais.

— Charlie, eu provavelmente sou a pior pessoa para te aconselhar nesse momento. Eu não sei o que te dizer, ou qual decisão é a certa. Mas sinceramente isso não importa. A única pessoa que pode decidir o que fazer é você, e quanto ao resto de nós, incluindo meu irmão... Nós só podemos apoiar a sua escolha. Então me diga Charlie, o que você quer?

— Eu quero ter esse bebê, mesmo que eu morra por isso. Eu não posso perder outro bebê. — o polegar de Jaz limpa a lágrima solitária que escorre por minha bochecha, e quase imediatamente sinto seus braços finos envolverem meu tronco.

— Você não vai. — ela diz em meu ouvido. — Você vai ter o bebê, e vocês dois vão ficar bem, ok? — ela se afasta. — Charlie, olha pra mim. — seu tom de voz soa rígido. — Você vai ficar bem, eu tenho certeza.


Notas Finais


Aiin gente eu estou com muita pena da Charlie :( Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3

TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=DoQ3VBlhrok


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