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História Love at second sight - I can't do that


Escrita por: lagerfeld

Capítulo 27 - I can't do that


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - I can't do that

Point Of View — Charlie

Um suspiro longo e cansado escapa pela brecha entre meus lábios no instante em que vejo todos os meus vestidos espalhados pelo chão. Sento-me na cama e lamento. Lamento não ter escutado os conselhos de minha mãe. Lamento não ter comprado mais roupas de grávida. E definitivamente lamento ter tido a ideia de realizar a ceia de natal em minha casa. No que eu estava pensando? Estou grávida de quase oito meses, meu corpo inteiro está inchado, sinto dores nos pés, minha barriga está enorme e eu não tenho o que vestir.

–– Wow. –– viro-me em direção a porta seguindo o som que ecoou por todo o quarto. Justin intercala seu olhar entre mim e a bagunça que armei. –– O que aconteceu?

–– Eu estou grávida, isso aconteceu. –– bufo. Há alguns dias estou assim, insegura com minha aparência.  O médico disse que isso é normal. A essa altura os hormônios praticamente controlam o meu cérebro e emoções.

–– Você está linda. –– ele diz manso caminhando em minha direção. E por, mas que seja difícil acreditar em suas palavras agora, eu sei que ele está sendo sincero. Posso ver isso em seus olhos, ele realmente acha que eu estou linda e isso faz com que eu me sinta um pouco melhor.

Sorrio agradecendo mentalmente toda a sua paciência. Ele tem sido simplesmente incrível nos últimos meses. Não sei dizer se Justin aceita essa gravidez completamente, mas ele tem me apoiado e nunca mais nós brigamos por causa do bebê. Ele me ajuda em tudo, vai comigo em todas as consultas e até gosta de ir a lojas infantis.

Eu acho que o medo se foi. A gravidez está quase no fim, o bebê e eu estamos bem. Nenhum outro sangramento aconteceu e acho que isso fez com que Justin se sentisse mais confiante em relação a tudo. Entretanto o doutor Akira ainda nos mantém receosos a cada consulta. É como se nós esperássemos que algo dê errado, mas felizmente isso não acontece. O bebê está bem, saudável e quase pronto para vir ao mundo.

–– Então... Você pretende passar o natal assim? –– ele me fita dos pés até o último fio de cabelo, referindo-se a minha falta de roupa. Apenas o sutiã e a calcinha impedem minha nudez –– Não estou reclamando, pelo contrário. Mas, não acho que seja adequado devido aos nossos convidados. –– rimos.

–– Eu não tenho o que vestir, minhas roupas estão todas apertadas. –– choramingo.

–– Isso não é possível. –– protesta abaixando-se no chão e pegando as roupas espalhadas. –– Você comprou roupas esses dias.

–– Eu comprei roupas mês passado Justin. –– debato. –– A culpa não é minha se seu filho cresce mais a cada dia.

–– Meu filho? –– ele me encara fixamente com um sorriso nos lábios. –– Então é um menino?

–– Como eu poderia saber? Nós combinamos em manter o mistério até a hora do parto. –– ele sorri de lado.

–– Porque não veste esse vestido? –– ele me estende o vestido vermelho.

–– Se eu conseguir fazer com que ele feche. –– dou de ombros.

–– Eu te ajudo.

Justin estende suas mãos em minha direção e me ajuda a ficar de pé. Ele ergue os meus braços, passando o vestido por minha cabeça e deslizando a ceda por meu corpo até que ela esteja devidamente posicionada. Ele ajeita o tecido em meus seios, cintura e barriga, até por fim fechar o zíper.

–– Você está linda. –– ele afasta meu cabelo.

–– Eu estou grávida de quase oito meses, não tem como eu estar linda. –– protesto com o bom humor presente em minhas palavras e imediatamente ele nega com a cabeça.

–– Mas você está. Você sempre estará linda pra mim Charlie.

Justin me puxa para perto de si colando seus lábios aos meus em um beijo carinhoso. Minhas mãos apertam os seus ombros. Ele tenta me puxar para mais perto, mas minha barriga avantajada o atrapalha e acabo caindo na risada.

–– É melhor nós descermos, todo mundo já chegou. –– o silêncio se faz presente entre nós me permitindo ouvir a falação vinda do andar de baixo.

–– Eu não acredito que todo o estresse vai valer a pena. –– ele ri.

–– Você está feliz? –– seu olhar se encontra com o meu.

–– Muito feliz. –– respondo completamente sincera. –– O natal é o meu dia favorito no ano e eu sempre quis ter o prazer de realizar a ceia em minha própria casa com toda a minha família. –– acaricio minha barriga, pensando que no ano seguinte o nosso bebê estará conosco nessa data que tanto amo. –– E você... Está feliz?

–– A sua felicidade me faz feliz. –– ele beija minha testa e me conduz para fora do quarto, mas eu paro o fazendo parar também. –– O que foi?

–– Obrigada. –– ele franze a testa sem compreender. –– Obrigada por ter aceitado essa gravidez e obrigada por estar sendo o melhor companheiro que uma mulher poderia querer. Eu te amo Justin.

–– Eu também te amo.

Ao pisarmos fora do quarto o natal se faz presente. O pisca-pisca na cor branca ilumina a escada e após descer o último degrau vejo a árvore também branca na sala de estar, entre os dois sofás de cor cinza. Os enfeites são em tons de dourados e se destacam em meio a tanta clareza. Toda a casa está decorada, porém nada exagerado. Apenas o suficiente para que eu possa sentir a magia do natal.

Meu olhar vaga por cada pessoa aqui presente e sorrio. Todos estão lindos, felizes e radiantes. Mamãe e Pattie arrumam a mesa de jantar, passei todo o dia anterior preparando a comida. Fiz questão de preparar quase tudo, mas nenhuma das duas abriu mão de contribuir. Mamãe fez o seu famoso arroz a grega e Pattie suas divinas rabanadas. Papai e Ryan conversam ao lado do bar enquanto bebericam uma dose, do que deduzo ser uísque. Jazmyn e Haley reclamam da programação televisiva, Haley sempre odiou os especiais de natal.

–– Oh meu amor você está tão linda. –– mamãe se aproxima com um sorriso radiante nos lábios.

–– Só Deus sabe o quão difícil foi caber nesse vestido. –– desvio meu olhar para Justin e rio no instante em que ele lança-me uma piscadela.

–– Isso é normal, minha neta precisa de espaço. –– debate acariciando minha barriga.

–– Neta? –– Justin questiona.

–– Minha mãe tem certeza de que é uma garota. –– respondo intercalando meu olhar entre os dois.

–– Olha como os pés da Charlie estão inchados... –– eles encaram os meus pés espremidos na sapatilha. –– Com certeza será uma garota. –– rimos.

Fico feliz por todos terem superado o susto inicial de minha gravidez. Não a mais olhares piedosos, sussurros contidos e finalmente acabou a preocupação constante. Finalmente todos estão encarando isso como sempre deveriam ter feito: como uma alegria. É um bebê, não um monstro.

Todos ocupam os seus lugares na mesa e fico um pouco frustrada pela minha barriga me atrapalhar ao sentar, mas acabo esquecendo isso quando a minha boca começa a salivar por um pedaço do peru. Papai e Justin discutem em tom de brincadeira por quem irá cortar o peru, já que Justin é o anfitrião e papai é o mais velho de todos nós. Então quem acaba vencendo é papai quando me manifesto dizendo o quanto estou faminta. 

Cada sorriso na mesa me deixa ainda mais feliz. Ver as nossas famílias unidas no natal é quase como se o velho Noel tivesse feito uma visita na nossa casa. Justin olha para Jazmyn e Haley de forma séria quando as mesmas zombam de minha enorme barriga, mas depois cai na gargalhada por causa de uma piada boba que as duas tentam fazer sobre o mesmo assunto, enquanto eu apenas admiro o seu sorriso. Acredito que esse é o melhor natal que já tive e por mim essa noite poderia ser eterna.

Encho minha taça de água e a ergo no ar, tilintando o garfo contra o vidro e chamando a atenção de todos.

–– Eu quero propor um brinde. –– digo pondo-me de pé. –– Esse ano foi... –– comprimo os lábios em linha reta e encaro Justin. –– Intenso. Meu marido e eu completamos um ano de casados e ficamos grávidos. Tudo aconteceu tão rápido que às vezes quando eu deito a cabeça no travesseiro ainda fico assustada. –– todos riem. –– E, eu sei que todos nós estávamos preocupados com a minha gravidez, mas eu estou muito... Muito feliz pelo apoio e carinho de vocês. Então um brinde a nós. A família.

–– A família!

 

Point Of View — Justin

–– Tem certeza de que não quer ajuda para limpar tudo? –– pergunta minha mãe pela terceira vez. Reviro os olhos e rio de sua insistência.

–– Não precisa. –– repito de forma insistente. Ela ri. –– Eu limpo tudo amanhã cedo. –– ela deposita um beijo em minha bochecha e segue em direção ao seu carro, sendo a última da família a partir.

Os pais de Charlie foram os primeiros a partir alegando estarem muito cansados, o que nós não discutimos, pois os mesmos chegaram a cidade cedo e mal tiveram tempo para descansar com toda a correria da ceia de natal. Haley foi embora uma hora depois com minha irmã e meu cunhado. E depois de muito enrolar minha mãe também se foi.

Por mas que tenha lutado contra o cansaço, Charlie não aguentou e subiu quinze minutos antes de minha mãe sair. Ela estava exausta e apesar de tê-la visto bocejar diversas vezes ao longo da noite, também vi a felicidade refletida em seus olhos. Eu sabia o quanto esse dia era especial para ela e me esforcei para torná-lo perfeito, evitando qualquer tipo de estresse ou chateação.

Ao ver minha mãe se afastar dentro no carro aceno e quando ela se encontra longe o suficiente para eu apenas enxergar a luz vermelha do farol traseiro, fecho a porta de casa e solto um suspiro pesado ao ver a bagunça. Guardo toda a comida que sobrou dentro da geladeira. A ceia realmente foi um exagerado e apesar de todos terem levado uma quentinha para casa, sem sombra de dúvidas Charlie e eu teremos comida para o resto da semana. Assim que termino de guardar tudo, ponho toda a louça dentro da pia e dou comida para os cachorros.

–– Ok, não façam bagunça. –– Mike e Molly nem ao menos me encaram, mas Bob pula em minhas pernas, implorando por atenção. –– Estou cansado demais para brincar Bob. –– ele choraminga e por, mas que seus olhos negros sejam extremamente pidões, realmente estou muito cansado.

Pego a bolinha verde dentro da cama do próprio e a jogo uma única vez, apenas para não me sentir mal comigo mesmo. Bob retorna com a bola na boca, esperançoso com a continuidade da brincadeira, mas rapidamente eu me esquivo e ao chegar próximo a escada ouço o seu latido. Rio.

–– Ei, amor... –– começo a subir os degraus. –– Tudo bem se eu lavar a louça amanhã de manhã?

Quando não obtenho resposta alguma deduzo que Charlie encontra-se adormecida e a ideia de jogar-me na cama ao seu lado faz com que eu um sorriso largo de forme em meus lábios, mas ao chegar a nosso quarto o que eu vejo desfaz toda a felicidade e calmaria de instantes atrás.

Com os olhos arregalados e coração acelerado eu corro até a cama, ajoelhando-me ao lado esquerdo e segurando o rosto desacordado de minha esposa com as mãos. Sua face está pálida, gelada. E a poça de sangue no chão se mistura com o vermelho de seu vestido, me deixando sem saber a intensidade de seu sangramento.

–– Amor, por favor, acorda. –– imploro com a visão embaçada pelas lágrimas. –– CHARLIE!

• • •

–– Ela perdeu muito sangue. –– o enfermeiro diz ao outro enquanto arrasta a maca para dentro do hospital.

Mantenho meus passos apressados para conseguir acompanhar a maca. Tudo acontece muito rápido e cada segundo mais adentro do hospital mais enfermeiros se aproximam querendo saber o estado de Charlie e trazendo equipamentos para mantê-la estável. Um tubo de oxigênio controla sua respiração. Seus olhos estão tão pequenos que é difícil acreditar que os mesmos estejam abertos. A dor em meu coração aumenta. Eu quero gritar.

–– Meu bebê. –– ela sussurra em um fio de voz. É quase impossível escutá-la.

–– Nós precisamos fazer uma cesariana de emergência. –– o enfermeiro diz com os olhos fixos em mim.

Estou tão desorientado que demora um tempo para que eu perceba que ele quer a minha autorização.  Passo as costas das mãos em meus olhos, limpando as lágrimas e tento recuperar ao menos o mínimo de consciência. Não posso perder o controle agora. Não posso. Ela precisa de mim.

–– Ok, faça a cesariana. –– ele assente.

–– Vamos para a sala de cirurgia. Eu quero saber qual obstetra está no hospital essa noite. –– ele diz ao outro enfermeiro. Praticamente grita.

–– Nosso médico é o doutor Akira. –– lhe informo.

–– Eu sinto muito senhor, mas o doutor Akira não está no hospital agora e não podemos esperar ele chegar. Sua esposa precisa ganhar o bebê agora, ou... –– ele não termina.

E nem precisa, sei exatamente quais seriam suas próximas palavras. A maca para no corredor e meu olhar se encontra ao de Charlie. Ela está tão frágil, fraca e... Preciso tomar uma decisão, mas não sou capaz de tal coisa. Tudo ao meu redor começa a girar. Como isso pode estar acontecendo? Ela estava bem. Saudável. Feliz.

–– Eu faço o parto! –– exclama uma voz desconhecida até que eu giro o tronco e dou de cara com Lucas andando para perto de nós.

–– Não, você vai ficar longe de nós. –– digo ríspido, com raiva nos olhos.

–– Você prefere que um médico desconhecido o faça? –– debate duramente. –– Eu vou cuidar dela.

Suspiro pesadamente e limpo o suor em minha testa.

–– Se alguma coisa acontecer com ela, eu... –– uma lágrima escorre. –– Apenas salve-a.

Lucas toma o controle da situação. Ele realmente parece saber o que está fazendo e comanda sua a equipe médica demonstrando muita competência enquanto eu me mantenho em pé, assustado e sem a mínima de ideia de qual equipamento estão usando ou qual procedimento estão seguindo.

Apenas permaneço ao lado dela, segurando sua mão mesmo ela não retribuindo o gesto. A essa altura Charlie fora sedada e me pergunto o que se passa dentro de sua mente, se ela está calma ou se está tagarelando de forma desesperada.

Oh Deus, eu daria tudo para ouvir uma de suas crises tagarelas agora.

20

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60 minutos longe dela e eu sinto o desespero tomar conta de mim. No banheiro no hospital eu deixo com que a água gelada leve embora o sangue em minhas mãos. O sangue dela. E der repente Radioactive do Imagine Dragons começa a tocar em minha mente e eu me lembro da primeira vez que a vi, irritada com a música alta. E agora percebo que naquele momento, com a testa franzida e braços cruzados ela já havia me ganhado, sem que ambos percebessem. As memórias voltam como flashes e eu me lembro de cada sorriso que ela esboçou para mim. Lembro-me de cada vez que eu a deixei vermelha.

–– Justin. –– o meu nome ecoa do outro lado da porta seguido de duas batidas fortes. Encaro o meu reflexo no espelho e limpo os olhos. Ao sair pela porta vejo Lucas, agora sem a roupa de cirurgia. Seu olhar sobre mim é piedoso, mas recuso-me a acreditar que qualquer coisa tenha dado errado. –– O bebê está bem. É uma menina, e apesar do parto prematuro ela é linda.

–– Onde está minha esposa? –– pergunto sem encará-lo e comprimindo os lábios para não chorar diante dele.

–– Ela... –– ouço o seu suspiro. –– Charlie está acordada...

–– Então ela esta bem? –– ergo o meu olhar. Me pergunto o quão vermelhos meus olhos se encontram e ao lembrar do reflexo de momentos atrás sei exatamente qual é a resposta. Muito.

–– Ela perdeu muito sangue, está fraca e...

–– Eu sabia! –– quase grito, prensando-o contra a parede. –– Eu não devia tê-lo deixado fazer isso. Você é um incompetente. Minha esposa vai morrer e a culpa é sua.

–– Vocês dois sabiam os riscos dessa gravidez. –– debate sem revidar. Provavelmente devido a pena que sente de mim, e não o julgo levando em consideração o estado em que me encontro. Completamente sem chão. –– Você pode aproveitar esse tempo com a mulher que ama ou pode usá-lo para me bater.

Percebo que estou perdendo um tempo precioso. Perdendo segundos preciosos demais. Passo por Lucas o empurrando para o lado, mas não de um jeito bruto, então saio do corredor olhando para os lados e em passos largos sigo para o quarto de Charlie, quase como se estivesse correndo. Cada batida do meu coração fica mais rápida quando me aproximo da porta do seu quarto. Giro a maçaneta com a mão tremendo e assim que adentro o quarto o meu olhar se estagna em Charlie em cima da cama com uma face pálida, então os meus olhos se enchem de lágrimas. Em seus braços algo pequeno se faz presente em uma manta branca, e apesar de todo o cansaço nítido na face de minha esposa, ela sorri. Sorri radiante e parece verdadeiramente feliz.

–– Oi. –– diz baixo, quase sussurrando. –– Chega mais perto, eu quero que você conheça uma pessoa.

Mais uma vez eu limpo os olhos com as costas das mãos e me aproximo lentamente, ficando quase colado a cama e podendo ver o bebê em seus braços, pequeno e com os olhos fechados. O cabelo é escuro e em grande quantidade exatamente como o da mãe.

–– Justin, essa é nossa filha... –– ela pausa e intercala seu olhar entre mim e a bebê, sorrindo logo em seguida. Pergunto-me como ela consegue estar tal calma. –– Nós precisamos pensar em um nome para ela, não podemos chamá-la de bebê para sempre.

Oh Deus, como dizer que a ela que o nosso para sempre está chegando ao fim? Isso não é justo. Além do mais, ela parece tão bem. Apenas cansada.

–– Charlie... –– suspiro. –– O médico disse que...

–– Shh.. –– ela me cala e foca sua atenção na bebê. –– Eu conversei com o Lucas, e ele me disse que eu não tenho muito tempo, então, por favor, eu só quero ficar quietinha e aproveitar isso... Aproveitar a nossa família, finalmente completa.

E então nós ficamos. Como não poderia? Se eu for mesmo perdê-la o mínimo que poderia fazer é atender ao seu último pedido, e aproveitar o tempo que me resta ao seu lado. Durante vinte minutos nós ficamos quietos encarando a bebê que dorme tranquilamente. Charlie acaricia meu couro cabeludo, bagunçando meus fios loiros. E mesmo que nenhum de nós diga nada, eu sei que ambos estamos assustados. Eu mais do que ela. E de alguma forma também sei que em meio ao silêncio ela tenta me tranquilizar e dizer que tudo irá acabar bem.

–– Eu não posso fazer isso. –– sussurro, acomodando-me em seu peito e abraçando sua cintura.

–– Você precisa. –– sinto seus lábios em minha testa.

–– Eu não posso cuidar de uma criança sozinho. –– insisto, pois essa é a verdade.

Como ela espera que eu faça isso? Eu não posso. Não quero. Eu a quero comigo pra sempre.

–– Você não vai estar sozinho, nunca. –– sua mão livre desce por meu braço até se encontrar com a minha e entrelaçar nossos dedos. –– Você sempre terá a sua mãe, os meus pais e as malucas das nossas irmãs. Mas, Justin... –– ela me obrigada a encará-la, inclinando meu rosto em sua direção. –– Eu sempre vou estar com você em seu coração.

–– Isso não é o bastante.

–– Precisa ser. –– insiste, quebrando-me cada vez mais. –– Me prometa que você vai seguir em frente, que vai se cuidar e continuar sendo feliz. Mas, acima de tudo me prometa que vai amar a nossa filha, que vai cuidar dela e dizer todos os dias o quanto a mãe dela a amava.

–– Charlie...

–– Me prometa Justin. –– sua voz fica ainda mais baixa e nesse exato momento seus olhos começam a se fechar. –– Eu preciso que você me prometa.

E então acontece... Ela me deixa antes que eu possa dizer para ela às palavras que tanto queria ouvir. E não importa o quanto eu lute ou me esforce para tê-la de volta, porque ela não vai me voltar. Nem mesmo o nosso grande amor é forte o suficiente para trazê-la de volta pra mim. 


Notas Finais


Ok, eu sei que provavelmente todas vocês devem estar querendo me matar nesse momento e isso é totalmente compreensível. Confesso que foi muito difícil escrever esse capítulo sabendo o quanto vocês imploraram para que eu não a matasse, mas quando eu tive a ideia da fanfic só uma coisa estava 100% decidida: Charlie iria morrer, e por mas que matar a personagem tenha me deixado extremamente chateada, se eu não o fizesse, não estaria sendo a história que passei meses imaginando. Eu espero que vocês possam entender que apesar de morta, ela morreu feliz e realizou todos os seus desejos, encontrou o seu amor verdadeiro, se casou e construiu uma família. Eu sinceramente amei esse final da personagem, mas estou morrendo de medo de vocês me tacarem milhões de pedras. Por favor, me digam nos comentários o que vocês acharam desse capítulo, nunca me senti tão insegura antes. Beijão e até sábado com o último capítulo da fanfic <3
ps: irei responder os comentários do capítulo anterior amanhã, me desculpem pela demora.


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