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História Love at second sight - Epílogo


Escrita por: lagerfeld

Capítulo 29 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - Epílogo

Point Of View — Justin

 

Alguns anos depois.

O som estridente do despertador atinge meus tímpanos fazendo com que eu aperte os olhos com força e gire imediatamente em direção à cômoda, a fim de acabar com tal incomodo. Sem abrir meus olhos pressiono a palma da mão contra o botão e o silêncio se faz presente. Volto para a mesma posição de antes, esparramado no meio da cama, e lentamente abro meus olhos, me acostumando com a claridade até fitar o ambiente com perfeição.

Um suspiro escapa de minha boca quando me lembro que dia é hoje. Não importa quanto tempo passe, esse sempre será um dia difícil pra mim.

Penso em levantar para tomar uma chuveirada gelada, mas antes que eu possa erguer meu corpo ouço o barulho da porta se abrindo e instantaneamente fecho meus olhos novamente. O som de seus pés contra o piso me faz sorrir, mas escondo minha feição para parecer verdadeiramente adormecido. O colchão afunda quando ela sobe e lentamente eu sinto o seu corpo ficando mais próximo ao meu, até que finalmente ela puxa a coberta.

–– Papai. –– me chama com a voz doce e suave. –– Papai acorda. –– suas mãos macias e pequenas vão de encontro ao meu peito, empurrando-me o mais forte que ela consegue, mas continuo imóvel, me divertindo as suas custas. Surpreendo-me completamente quando Lily, sem nenhuma delicadeza abre minhas pálpebras com seus dedinhos, obrigando a me encará-la.

–– Assim você machuca o papai, meu amor. –– ela ri.

–– Você é preguiçoso. –– afirma. Afasto seus dedos de minhas pálpebras e sento-me na cama. –– Molly me acordou de novo. Ela fica fazendo cócegas no meu pé com a língua.

–– Ela gosta de você. –– dou de ombros. –– Porque não desce a dá comida aos cachorros? Sua tia vai chegar daqui a pouco e eu ainda nem escovei os dentes.

–– Eu sei, to sentindo o seu bafo. –– com o humor presente em sua voz ela aperta o nariz e abana o ar, como se o cheiro estivesse realmente ruim. Rio.

–– Quer saber? Você também está com bafo mocinha. –– a puxo pelos braços, apertando seu corpo contra o meu e dando um beijo estalado em sua bochecha. –– Agora vai escovar os dentes que eu já estou indo.

Lily assente e salta para fora da cama, balançando a camisola cor de rosa de um lado para o outro. Balanço a cabeça negativamente e rio, mesmo não tendo conhecido a mãe é incrível quanto Lily se parece com Charlie e sou extremamente grato por isso. Apesar de pequena, ela possui a generosidade, gentileza e o bom humor de Charlie. Quando fica constrangida suas bochechas ruborizam e ela fita o chão, exatamente como a mãe fazia. E assim como Charlie, Lily é uma tagarela. E apesar de amar ver tanto de Charlie em nossa filha, também fico feliz por ver características minhas na pequena, como a teimosia, a persistência e o espírito levemente rebelde.

Após escovar os dentes e vestir uma roupa apropriada, desço as escadas e encontro Lily também já vestida com a roupa que separamos ontem a noite e conversando com os cachorros enquanto os alimenta. Assim como Charlie, Lily é apaixonada por animais e não se cansa de dizer que quando crescer quer trabalhar com minha mãe na clínica.

Ao encarar o relógio vejo que são nove e meia da manhã, meia hora até que todos cheguem. Corro para o fogão e me surpreendo com meu próprio malabarismo para fazer tudo ao mesmo tempo. Lily sentada na bancada parece se divertir enquanto me movimento rapidamente de um lado o outro, tentando não estragar os ovos e não queimar o bacon.

–– Você é o melhor em fazer café da manhã. –– ao encará-la vejo o bigode de leite acima de seus lábios e sorrio.

Pego o pano de prato e a limpo.

–– Pois é, antes de você nascer a única coisa que o papai sabia fazer era café da manhã. –– viro a panqueca na frigideira e me recordo do meu primeiro encontro com Charlie, quando falhei duramente em lhe preparar o jantar. –– Mas, então você nasceu e eu tive que aprender a cozinhar se não você ia morrer de fome.

Depois de tomar todo o seu leite, Lily me ajuda a arrumar a mesa. As panquecas ficam no centro com três opções de calda do lado esquerdo e pedaços de morango no lado direito. Coloco o ovo mexido em uma travessa grande e os pedaços de bacon ao lado da jarra de suco de laranja. No exato momento em que lavo a última panela a porta de casa é aberta e o silencio é preenchido pela voz de Jazmyn que grita pela sobrinha.

–– Meu Deus, como você cresceu! –– Jazmyn a aperta, ou melhor, a esmaga.

–– Jazmyn você viu a Lily ontem à noite. –– protesto ganhando um olhar de repreensão que é correspondido. 

–– Eu sei! Eu sei! –– ela ergue os braços em sinal de rendição. –– Acho que só estou me preparando para o que vai acontecer. Não acredito que ficarei tão longe da minha bonequinha. –– dramatiza com os olhos cheios de lágrimas.

Não a julgo, não posso. Quando Lily nasceu minha irmã foi sem dúvida a pessoa que mais me ajudou, durante semanas ela dormiu em minha casa apenas para garantir que a pequena estivesse bem. Foi Jazmyn quem comprou todas as roupinhas, que foi comigo ao pediatra pela primeira vez e foi quem buscou Lily no primeiro dia da pré-escola. O tempo foi passando, Lily foi crescendo e a proximidade entre as duas também. De certa forma eu compreendo, ela está casada faz tempo e ainda não tem filhos, então é normal que ela descarregue o seu instinto materno na sobrinha.

–– Ela está fazendo drama de novo? –– indaga Ryan ao adentrar a cozinha.

–– Não é drama. –– protesta, pegando a mão de Lily e se afastando de nós.

–– Você sabe que a culpa disso é sua. –– afirmo e ele me encara confuso. –– Ela quer um filho.

–– Acha que eu não quero? –– ele arqueia a sobrancelha. –– Só estava esperando a hora certa.

–– Está dizendo que a hora finalmente chegou? –– Ryan nada diz apenas sorri largamente, o que é mais do que o suficiente. –– Eu espero que vocês dois sejam felizes em Savannah, sei que tomei a decisão certa ao pedir para você gerenciar a nova filial da oficina.  

–– Valeu cara. –– ele dá dois tapas em meu ombros.

–– Cheguei! –– grita minha mãe.

Não demora muito para que dona Pattie apareça em nosso campo de vista segurando uma travessa com bolo de cenoura. Ela coloca a travessa na mesa, bem ao lado das panquecas e vem até nós, abraçando primeiro ao Ryan e depois a mim.

–– Comprou o que eu pedi? –– pergunto ao me afastar.

–– Sim, os lírios estão no carro. –– ela beija minha testa e sorri. –– Os pais da Charlie ligaram?

–– Me mandaram um e-mail ontem à noite. –– respondo. –– Haley também entrou em contado. Ela e Chris estão se divertindo na Califórnia, voltam daqui duas semanas. –– pego o celular na bancada da cozinha e desbloqueio a tela, indo direto para a galeria de fotos e lhe mostrando as fotos que recebi de Haley ontem à noite.

–– Esses dois foram feitos um para o outro. –– afirma ao terminar de ver as fotos. –– E onde está Chaz?  

–– Ele vai chegar mais tarde com a Brooke. –– coloco o celular no mesmo lugar de antes.

–– Jazmyn para de tratar a Lily como uma boneca e vem tomar café. –– ela grita fazendo com que as duas cheguem correndo e com o rabo entre as pernas.

• • •

Algumas horas mais tarde o sol está se ponto, o céu está alaranjado e o reflexo desta imagem contra o mar tranquilo me faz sorrir. Jazmyn e Ryan partiram depois do almoço e apesar de se debulhar em lágrimas ao me abraçar, eu sabia que minha irmã estava feliz. O choro era apenas uma saudade precoce, nós nunca ficamos tanto tempo separados antes, entretanto Savannah fica apenas a duas horas de Charleston e tenho certeza de que as visitas serão mais frequentes do que imaginamos.

–– Vou sentir saudade da tia Jaz. –– diz Lily assim que abro a porta do carro para que possa sair.

–– Eu também. –– concordo ao pegar em sua mão.

–– Nós podemos visitar ela nas férias? –– ela ergue seu olhar até que ele se encontre com o meu.

–– Claro! –– sorri satisfeita e solta minha mão quando vê a lápide da mãe.

Inspiro profundamente e expiro o ar. Lily senta-se com as pernas de índio, e conversa como se a mãe realmente estivesse a sua frente. Isso não é algo frequente, no início eu vinha todas as tardes, exatamente quando o sol se punha. Mas, agora é um hábito mensal entre nós dois e hoje exclusivamente eu trouxe o dobro de lírios porque é nosso aniversário de casamento.

–– O papai disse que a gente pode ir visitar ela nas férias, mas eu já to morrendo de saudade. –– é tudo o que consigo ouvir quando finalmente me aproximo, mas logo deduzo que ela esteja falando da tia. –– Papai posso brincar com os patinhos?

–– Sim, mas tome cui... –– ela nem ao menos espera eu terminar de falar, corre em direção ao lago dos patos e logo se torna uma visão distante.

–– Eu sei, ela é aventureira como o pai. –– rio. –– Feliz aniversário de casamento. –– me agacho em frente à lápide e troco as flores velhas pelas novas. –– Semana passada Chris e Ryan me arrastaram para um bar, eles disseram que eu precisava de companhia já que Ryan e Jazmyn iam se mudar. Mas, sabe o que eu percebi? Eu não preciso de uma mulher, eu tenho a Lily e a minha mãe, elas são o suficiente. Além do mais eu nunca vou conseguir amar ninguém como amei você. Você se tornou parte da minha vida, assim como eu me tornei parte da sua. E de muitas maneiras nós nos tornamos a melhor parte um do outro. Você é a melhor parte de mim Charlie e eu sempre vou te amar. 


Notas Finais


Eu não iria postar o epílogo hoje, mas por causa de alguns motivos acabei mudando de ideia. Antes de postar o capítulo 27 nós havíamos chegado aos mais de 400 favoritos, e logo após a postagem desse capítulo o número de favoritos caiu drasticamente. Não posso afirmar nada, mas é muita coincidência, certo? Eu sei que muitas de vocês ficaram chateadas com a morte da Charlie, mas sendo completamente sincera, eu não poderia estar mais feliz com o resultado final da história. LASS aconteceu exatamente como eu havia imaginado e no tempo certo, se eu fizesse diferente não estaria sendo fiel a mim mesma e eu espero do fundo do meu coração que vocês entendam isso. Eu sempre prometi um final feliz a vocês, e se isso não é um final feliz preciso urgentemente rever os meus conceitos. Hoje eu fico muito feliz em dizer que novamente nós chegamos aos 400 favoritos, e espero que as novas leitoras se deliciem com esse romance assim como eu me deliciei. Esses quatro meses e meio foram incríveis. Postar essa fanfic me deu a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas por quem tenho um carinho enorme. Muito obrigada por todas que comentaram, e sempre me incentivaram a continuar. Escrever LASS não foi apenas um hobby, também foi uma forma de crescer. Eu não sei vocês, mas pra mim a Charlie é uma mulher incrível e espero que um dia eu seja um terço dessa mulher. Um beijo enorme a todas <3


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