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História Love at second sight - Jealous


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem?
Olha quem apareceu no meio da semana, cumprindo o cronograma, e deixando essa quarta-feira mais feliz. Ao menos eu espero que vocês fiquem felizes com a atualização da fanfic kkkk. Meu Deus, eu não estou sabendo lidar com o fato de LASS estar crescendo tão depressada. Gente, muito obrigada mesmo, eu nem sei como agradecer. Sábado nós éramos 144, agora nós somos 171 :) De pouquinho em pouquinho nós estamos crescendo mais a cada dia, e isso me deixa ainda mais animada com a história.

Boa leitura!

Capítulo 3 - Jealous


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - Jealous

Point Of View — Charlie

Cada passo dado à frente, aumenta a distância entre mim, e o carro de Justin. Meu caminhar é lento, sem pressa alguma, essa é a vantagem de ter ganhado folga. Apesar de me distanciar mais a cada instante, algo atrás de mim me incomoda de forma estranha. Ao chegar à esquina olho para trás, e percebo o que tanto me incomoda: o carro ainda está parado, exatamente no mesmo lugar, e na mesma posição. O vidro escuro esconde qualquer coisa que esteja acontecendo do lado de dentro, assim como a pessoa ali, mas mesmo sem vê-lo, tenho certeza de que o olhar de Justin está focado em mim.

Dobro a esquina, seguindo em frente, sem desviar do meu destino. Enquanto caminho pela calçada larga encontro com duas senhoras de idade passeando com seus cachorros, clientes fieis da clínica de Patrícia. Ambas simpáticas, e com a curiosidade aguçada, me perguntam onde estou indo, e eu tendo em mente que seria falta de educação não responder, dou-lhes minha resposta, seguida de um sorriso sincero.

Despeço-me das senhoras com um aceno, e mantendo o sorriso. Continuo o meu caminho, em linha reta. Logo chego ao escritório de Adalind, e sou recepcionada com um abraço caloroso, e com um taça de mimosa. Olho em meu relógio de pulso, nove e quinze. Prefiro não beber tão cedo, mas mantenho o copo firme em minha mão, apenas para não parecer indelicada.

–– Tenho uma ótima notícia. –– diz exageradamente animada.

Adalind conduz-me a uma das poltronas em frente a sua mesa, onde me sento. A mulher loira, de olhos escuros, e pouca maquiagem realçando sua beleza madura, dá a volta em sua mesa, e senta-se em sua cadeira, juntando as mãos em cima da mesa, e fixando seu olhar ao meu.

–– Você é uma garota muito sortuda, Charlie. A florista me ligou ontem à noite, e graças a um milagre, ela conseguiu mudar os arranjos de lírios, pelos de rosas vermelhas. –– o sorriso de Adalind é largo, quase de orelha a orelha, deixando claro a sua satisfação.

Tento copiar sua expressão, mas não consigo esconder o pouco de decepção que sinto. Rosas vermelhas são as flores favoritas da mãe de Lucas, mas não as minhas. Todas as mulheres Scott, casaram-se com rosas vermelhas dando vida ao ambiente, e quando Verônica questionou minha escolha diferenciada, Lucas não pensou duas vezes antes de atender o pedido de sua mãe, tendo em mente que a teimosia da própria não vale a pena ser discutida.

Eu queria que ele tivesse apoiado minha decisão, realmente gostaria que ele tivesse dito a Verônica que o casamento é nosso, não dela. Verônica já teve o seu casamento perfeito, essa é a minha vez. Mas ele não disse, e eu preferi deixar pra lá. O que são rosas vermelhas, diante ao verdadeiro amor?

–– Isso é ótimo, Adalind. –– sorrio. –– Então, está tudo certo, todos os detalhes estão acertados?

–– Sim, só preciso que confirme a lista de músicas que serão tocadas pelo dj. –– ela abre uma das gavetas, e entrega-me um papel branco, com 100 músicas listadas.

Meus olhos rolam por cada nome ali escrito, tanto o nome das músicas, quanto os dos artistas. A variedade musical descrita do papel é admirável, Lucas e eu fizemos o melhor que pudemos para agradar a todos os gostos, optando por sucessos atuais, e algumas músicas antigas, que eram sucesso anos atrás, e que sem dúvida agradarão nossos parentes mais velhos.

–– Está perfeita, estão todas aqui. –– entrego-lhe o papel, e ela rapidamente o guarda, em seu devido lugar.

–– Ah, temos outra coisa para resolver. Sua irmã não experimentou o vestido de dama de honra, sendo assim, a costureira não sabe se algum ajuste precisa ser feito.

–– Haley não pôde vir experimentar o vestido, ela está ocupada com as provas da faculdade. Mas tenho certeza de que as medidas que ela lhe passou, estão corretas.

Adalind decidiu rever mais algumas coisas, como a lista de convidados, mapa das mesas, entre outras coisas, alegando ser sempre bom dar mais uma verificada nesse tipo de coisa. Tenho plena consciência da minha necessidade de tudo sair exatamente como sonhei desde menina, mas o modo perfeccionista ao extremo de Adalind é quase desesperador, e sufocante.

As horas passaram voando, e quando me dou conta, já é hora do almoço.

–– Sendo assim, está tudo certo. Nós nos vemos hoje à noite no jantar de ensaio. –– Adalind fecha a pasta branca, onde contém todas as informações de meu casamento.

–– Nos vemos hoje a noite. –– levanto da poltrona, ela me acompanha até a porta, e eu saio do prédio, que reside seu escritório.

O sol quente bate contra a minha pele, esquentando-a de maneira gostosa. Por alguns instantes fecho meus olhos, e fico parada sem sair do lugar, apenas apreciando tal sensação. Ao abrir meus olhos noto o hospital da cidade, grande e reluzente, atraindo minha completa atenção. Alguns passos largos, e apressados são tudo o que preciso parar chegar até ele. A porta automática se abre, e eu entro. Quase imediatamente meu corpo se arrepia devido ao ar condicionado, o que me leva a abraçar meu corpo.

Caminho até o balcão de atendimento, e relaxo os braços sobre a pedra gelada de mármore.

–– Com licença. –– chamo a atenção da mulher do outro do balcão. –– O doutor Scott está ocupado?

–– Vou verificar, só um minuto. –– assinto. Ela tira o telefone do gancho e disca um número, desconhecido por mim. Algumas palavras são ditas, ela pergunta por Lucas, e ao desligar, informa-me que meu noivo está na cantina.

Os corredores do hospital são longos, extremamente brancos e parecem nunca ter fim. O lugar é um perfeito labirinto, me perdi algumas vezes, e tive que parar um médico para pedir ajuda. Senti-me um tanto tola, ao descobrir que estava do outro lado do hospital, e que havia passado pelo corredor da cantina, sem ao menos notá-lo.

Agradeço ao médico simpático, e refaço o meu caminho. Ao encontrar a cantina, vejo vários homens e mulheres, todos trajando jalecos brancos, e sorrio, mas logo algo chama minha atenção. Em um canto afastado do refeitório, bem próximo a cafeteria vejo Lucas, sorrindo de orelha a orelha, e exibindo toda a sua beleza, a uma garota de longos cabelos loiros, brilhantes como os raios de sol, que reconheço como Amber, uma das enfermeiras.

Ciúmes é algo natural, de natureza humana, como se nós já nascêssemos com tal sentimento. Mas nunca fui uma garota muito ciumenta, nunca fui controladora, nunca impedi meus namorados de terem suas vidas pessoais, ou de terem amigas mulheres, e nunca fui possessiva. Se o homem amar-te como diz, não a motivos para desconfiar das coisas, ou de não acreditar na palavra do próprio, quando diz que não a nada com que se preocupar.

Aos vinte e dois anos de idade, após passar por cinco relacionamentos desastrosos, e finalmente ter encontrado o homem com quem quero passar o resto de minha vida, é no mínimo decepcionante me deixar abalar, ou até mesmo ser intimidada por outra mulher. Não é porque Amber tem lindos olhos verdes que hipnotizam qualquer um, ou devido aos seus lábios chamativos, marcados por batom vermelho sangue, e muito menos por causa de seu corpo exuberante, mas sim, por sentir um estranho calafrio quando estou em sua presença. É uma sensação única, que não sei explicar, mas não importa o quanto sorri, e força simpatia, não confio nela.

–– Oi, amor. –– digo em alto e bom som, ao aproximar-me da mesa. Lucas olha para trás, e demonstra surpresa a me ver.

–– Oi, linda. –– sorri. –– O que faz aqui? –– ele segura minha mão direita, erguendo-a bem próxima ao seu rosto, até seus lábios tocarem as costas da mesma de forma delicada.

–– Eu estava com Adalind, resolvendo os últimos detalhes do casamento, então resolvi vir aqui e te convidar para almoçar. –– respondi com o olhar fixo ao dele. Ouço um pigarreio, e sem precisar olhar para o lado sei quem o fez. –– Oi Amber, como vai?

–– Oi Charlie, vou muito bem. –– joga seu cabelo para trás de forma exibida. –– Você está linda, completamente radiante. Deve ser por causa do casamento que a cada dia fica mais próximo. –– ela desvia seu olhar para Lucas, e o fita por alguns instantes, mas logo volta a me encarar.

–– Pois é, mal posso esperar para me tornar Charlie Scott. –– olho para Lucas com certo deslumbramento, que ele corresponde.

Curvo meu tronco para baixo, apenas o suficiente para colar meus lábios aos dele, em um beijo calmo, sem língua, ou muito movimento. Apenas um selinho demorado para matar a saudade de ter lábios junto aos meus. Ao erguer-me novamente vejo Amber exibindo uma cara de poucos amigos, mas assim que nota meu olhar sobre ela, a mesma sorri, tão falsamente que é impossível não se incomodar.

–– Então, vamos almoçar? Estou louca para comer uma porção de camarão. –– digo, animada com a ideia de entupir-me com camarões, arroz e fritas.

–– Eu adoraria amor, mas preciso supervisionar Amber em um trabalho. É por isso que vim mais cedo hoje para o hospital. –– meus ombros murcham. –– Prometo te levar para comer camarão outro dia.

–– Tudo bem, nos vemos em casa. –– beijo o topo de sua cabeça, e dou-lhe as costas, mas antes de dar o primeiro passo encaro-o novamente. –– Eu te amo, Lucas Scott, lembre-se disso.

• • •

–– Aquela garota é problema, eu sei o que estou dizendo. –– digo ríspida, convicta de minhas palavras, e severa como uma mãe brigando com o filho.

Saio do banheiro com a toalha em volta do corpo, cobrindo minha nudez. Vou para frente do guarda-roupa, e fico parada em frente ao mesmo, tentando decidir qual vestido usar. O quarto torna-se silencioso, apenas com o barulho do ventilador girando no teto, preenchendo o lugar. Desvio meu olhar para Lucas e vejo-o fitando o teto, sem prestar o mínimo de atenção no que eu digo.

–– Não me ouviu, ouviu? –– pergunto, libertando-o de seus devaneios.

–– Sim, eu ouvi. –– Lucas senta-se na cama, apoiando as costas na cabeceira. –– Mas não concordo com você. Amber é uma garota legal, e você está apenas com ciúme. –– aperto a toalha contra meu peito, e suspiro.

–– Talvez eu esteja com ciúme, mas ela me dá motivo. Eu vejo a forma como ela te olha. –– volto minha atenção ao guarda-roupa em parte por estar quase atrasada para o jantar de ensaio, mas também por me sentir uma menina ao ter essa conversa.

Antes que tal sentimento cresça dentro de mim, sinto os braços fortes de meu noivo envolverem minha cintura. Minhas costas se chocam com seu corpo, no mesmo instante que seus dedos macios afastam meu cabelo, jogando todo ele para um de meus ombros, e deixando o outro livre. Seus lábios beijam meu ombro, e trilham beijos até minha clavícula, causando-me arrepios dos pés a cabeça.

–– Você fica muito sexy quando está com ciúme, mas não precisa disso. –– seus dedos descem por meu braço, acariciando de cima a baixo, em movimentos lentos. –– Amber pode me olhar de todas as maneiras, mas ainda sim, eu só tenho olhos pra você.

Viro-me para Lucas, fitando suas órbitas verdes. Apoio minhas mãos em seus ombros, descendo-as por seus braços, e sentindo a rigidez de seus músculos. Uma de suas mãos adentra meus fios negros, puxando os cabelos de minha nuca, e a outra se mantém firme em minha cintura. Nossos lábios se unem em beijo manso, que logo ganha intensidade. Sua língua pede passagem, e eu concedo sem pestanejar, sentindo o gosto doce da própria, que passeia por minha boca com perfeição.

Paro o beijo contra a minha vontade, ele suspira me repreendendo.

–– Ok, meu ciúme passou, e eu realmente queria passar o resto da noite desfrutando de seus beijos, mas se não chegarmos a igreja em meia hora sua mãe dará um jeito de te arrumar outra esposa. –– ele ri, mas não discorda, ou protesta, pois sabe que é verdade.

Ele entra para o banheiro, e logo o ouço o som da água caindo.

Volto minha atenção para o guarda-roupa, e depois de longos minutos fitando tudo ali dentro, opto por meu vestido vermelho, com decote redondo, não muito profundo, justo do busto até a cintura, mas com a saia rodada, e comprimento um pouco acima dos joelhos. Completo o visual com saltos pretos, não muito altos, um brinco dourado em forma de bolinha pequena, e um colar de ouro com meu nome, que ganhei de meu pai, aos dezesseis anos.

O barulho de porta batendo chama minha atenção, e ecoa por toda a casa, ocultando qualquer outro som. Suspiro. Tiro o salto alto, mas não acho meu chinelo, então ando rumo ao andar de baixo com os pés descobertos. A porta da cozinha bate por causa do vento forte, porém quente, que agita as coisas do lado de fora. Ao aproximar-me da porta, surpreendo-me ao ver Molly correndo pela grama, completamente sem rumo. Com os olhos procuro por qualquer sinal de seu dono, mas quando não o acho, não hesito em sair atrás da cadela, tendo em mente que a mesma deveria estar de repouso devido a recente cirurgia.

–– Molly. –– tento atrair sua atenção para mim, mas ela parece não me ouvir. –– Molly. –– quase grito, e dá certo. A golden retriver corre em minha direção, erguendo seu corpo para o alto, e sujando meu vestido de terra, ao repousar as patas dianteiras sobre o tecido. Fecho meus olhos, lamentando mentalmente, mas não murmuro nada em voz alta. –– Vem garota, vou te levar pra casa.

Junto toda a minha força, e a pego no colo, segurando-a pela barriga. A cadela é mais pesada do que aparenta ser, mas as lambidas quentes que dá em meu braço, servem como distração, e o caminho até sua casa parece mais curto, do que realmente é.

–– Justin. –– chamo, batendo na porta ao mesmo tempo. –– Justin. –– tento outra vez, mas ele não aparece. Com dificuldade desço minha mão até a maçaneta, e me decepcionado por ela estar trancada.

Meu braço começa a doer, e adormecer ao mesmo tempo. Mudo Molly de posição, mas não adianta muita coisa. Bufo frustrada, e dou meia volta, descendo os três degraus.

–– Charlie. –– meu nome é dito de forma preguiçosa, mas ao mesmo tempo surpresa. Viro-me de volta, mas quase imediatamente fecho meus olhos com força, e por algum motivo desconhecido prendo a respiração.

–– Você está pelado. –– digo com o tom de voz extremamente fino, e ainda com os olhos fechados. Sua risada nasalada adentra meus ouvidos.

–– Não estou pelado, Charlie. Estou de toalha. –– debate. –– Desculpa, estava no banho. –– solto o ar, que até então estava preso.

Relaxo o corpo, lentamente, e aos poucos abro meus olhos. A pose relaxada de Justin, encostado no batente da porta, deixa claro o seu conforto, e inibição. Não me sinto a vontade ao fitar seu abdômen exposto, portanto não o faço, e foco minha atenção em qualquer outra coisa, até mesmo na flor amarela que cresce perto de sua escada. Durante os poucos segundos que o vi seminu, percebi os diversos desenhos em sua pele exposta, mas não sei dizer ao certo o que é cada tatuagem.

–– Eu vim trazer a sua cadela, ela estava correndo no meu terreno. –– abaixo, próximo ao chão, deixando Molly ali, e a guiando rumo a varanda. –– Ela deveria estar de repouso. Sabe disso, não sabe?

–– Sei, mas ela parece bem. E em minha defesa, não a vi saindo.

–– Não deixe-a se esforçar muito, ela passou por uma cirurgia difícil. –– digo séria, como qualquer boa veterinária. –– Eu vou pra casa, preciso trocar de roupa. –– seu olhar desce para o corpo, e se fixa na parte suja de meu vestido.

–– Sinto muito por isso, mas se te consola, ainda está linda. –– ele sorri sem mostrar os dentes, e consequentemente me sinto constrangida. Baixo o olhar, fitando meus pés descalços, que agora, parecem frio, gelado como próprio gelo.

–– Charlie. –– a voz de Lucas chama minha atenção, assim como a de Justin. Nós nos viramos no mesmo instante, vendo o louro caminhar até nós. –– O que está fazendo aqui fora, amor? –– ele aproxima-se de mim, e logo nota o vestido sujo, franzindo o cenho.

–– Lucas, esse é Justin, nosso vizinho. Justin, esse é Lucas, meu noivo. –– Lucas parece finalmente notar a presença do louro. Ambos se encaram por alguns instantes de forma intensa, como se esse momento fosse uma luta acirrada por algo. –– A cadela de Justin estava correndo no nosso terreno, então resolvi trazê-la. –– digo tentando amenizar a tensão, e quando lamento o clima pesado que se estabelece entre nós, Justin o quebra, dando um passo a frente.

–– Charlie me falou muito de você. –– diz, com os olhos fixos em mim, mas com a mão esticada na direção de meu noivo, para um cumprimento.

–– E sobre você, ela nunca disse uma palavra. –– o tom rígido de Lucas me choca.

–– É melhor nós irmos, estamos atrasado, e eu preciso trocar de roupa. –– seguro a mão de Lucas, o conduzindo para trás. –– Adeus, Justin.

• • •

Minhas mãos são envolvidas pelas grandes mãos de Lucas, e seus dedos macios. O Padre inicia seu discurso, longo e lento, repleto de palavras bonitas, citações românticas e claro, a palavra de Deus. Lanço um sorriso a Lucas, mas o mesmo não o retribui, apenas desvia seu olhar do meu. Ele está a menos de um metro de mim, mas o sinto mais distante que nunca. Seus olhos demonstram impaciência, como se ele tivesse algum lugar mais importante para estar. O toque de suas mãos sobre as minhas não é reconfortante, e sua inquietação com dedos me deixa desanimada.

Tento não me distrair com tal coisa, mas é difícil. É impossível não culpar Justin por tal coisa, afinal, meu noivo só adquiriu esse comportamento após conhecer o louro seminu. É difícil acreditar que seja ciúme, mal olhei para Justin, muito menos o cobicei. Meu noivo sabe que pode confiar em mim.

Adalind disse que é algo normal, sentir-se nervosa conforme o dia do casamento fique mais perto, e acredito que seja esse o motivo da inquietação de Lucas. Ele nunca quis desistir, nunca disse algo, ou fez algo que me fizesse pensar que talvez isso seja um erro. Tenho vinte e dois anos, Lucas tem vinte e cinco, somos jovens, eu mais do que ele, e saí da faculdade apenas alguns meses atrás. Papai acha uma loucura casar-me tão nova, assim como minha irmã Haley, mas mamãe entende o quão apaixonada estou, e de um jeito ou de outro todos eles me apoiam.

Não acho que casar-me seja um erro. Não me arrependo de ter aceitado o belíssimo anel de noivado. Lucas é o homem de minha vida, eu o amo, e tenho certeza de que ele sente o mesmo por mim, posso ver em seus olhos, e não importa qual dificuldade passarmos, seja ciúme ou algo mais sério, sei que tudo ficará bem, pois estaremos juntos.

–– Agora vocês dizem seus votos, e colocam as alianças. –– diz Adalind chamando minha atenção, e despertando-me de meus devaneios.

–– É isso, acabou? –– pergunta Lucas.

–– Sim, mas... –– antes que ela possa terminar sua fala ele saí apressado, andando pela vasto corredor, até sair pela porta de madeira, e sumir da vista de todos.

Quase imediatamente Verônica me encara repreensiva, como se eu tivesse feito algo horrível ao seu único filho. Sua antipatia por mim não é nenhuma surpresa. Ela preferia ver Lucas casando-se com Kayla, a herdeira dos legumes em conserva mais vendido no estado, ao invés de mim, e não tenho dúvida alguma sobre isso, mas ainda sim, ela parece querer esfregar isso em minha face, sempre que nos encontramos.

–– Espero que ele tenha percebido o erro que esta prestes a cometer ao casar-se com ela. –– ouço a cochichar ao marido, assim como Adalind, e o Padre também ouvem, pois ela não fez questão alguma de ser discreta ao dizer tais coisas.

–– Verônica, seu filho e eu vamos no casar. O casamento acontecerá daqui alguns dias. Em breve eu serei uma Scott, então lide com isso como quiser, mas não estrague o meu dia. –– digo firme, mas ainda sim, de forma educada, exibindo toda a boa educação que recebi de meus pais. –– Com licença.

Suspiro pesadamente, e ando pelo mesmo caminho que meu noivo, saindo da igreja a procura do mesmo. A pouca iluminação do lado de fora não me ajuda em nada. O vento forte faz com que meu cabelo voe para trás, e me obriga a segurar a saia do vestido com as mãos, para ele não subir.

A alguns metros de distância avisto Lucas, próximo a uma árvore grande do final do terreno. Caminho até ele, com a cabeça abaixada. A cada passo dado sua risada fica mais alta, deixando claro o quão entretido está com a conversa.

–– Oi. –– ele se vira, e finalmente nota a minha presença.

–– Ei, eu preciso desligar. Falo com você amanhã. –– Lucas despede-se de forma apressada.

–– Com quem estava falando? –– pergunto por pura curiosidade. Meu olhar desvia para a tela de seu celular, ainda desbloqueada, e vejo o nome de Amber.

–– Ela estava com uma duvida sobre o trabalho.

–– É, claro. –– reviro os olhos. –– Eu não quero brigar, mas preciso saber o que está acontecendo. Porque está assim?

–– Desculpa, não é nada. Apenas nervosismo pré-casamento. –– ele sorri de lado, e me puxa para perto de si, juntando nossos corpos em um abraço. Ele beija o topo de minha cabeça, e tento confortar-me em seus braços. –– Está tudo bem entre nós, certo?

–– Sim, estamos bem. 


Notas Finais


Justin e Lucas se conheceram, YAYY :) Eu não sei se vocês esperavam um barraco ou algo do tipo, se sim, me desculpem por decepcionar, mas eu acho que ficou nítido o quanto Lucas ficou incomodado com o louro sem camisa kkkk Não se esqueçam, caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3

TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=DoQ3VBlhrok


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