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História Love at second sight - 4th of July


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meu amores, tudo bem?
Sem grande enrolação hoje, só quero mesmo agradecer pelos comentários do capítulo passado <3

Boa leitura!

Capítulo 7 - 4th of July


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - 4th of July

Point Of View — Charlie

Abro a porta da geladeira e curvo meu corpo para frente, percorrendo meu olhar por todas as três prateleiras em busca de algo comestível, que não me faça ganhar dois quilos em apenas uma colherada. Em um passo de mágica um pote branco surge a minha frente, e imediatamente sei que seja lá o que tenha dentro do mesmo, é a minha salvação nesse sábado.

Pego o pote com a mão direita e quando penso em fechar a geladeira vejo a lata de coca-cola brilhando em um canto, ao lado dos sucos naturais. De maneira inexplicável ela faz com que eu me lembre do pote de sorvete sabor creme, no freezer, e graças a um malabarismo impressionante, eu consigo equilibrar todos esses itens mais a calda de morango, usando apenas minhas mãos, e os antebraços.

Deixo tudo no balcão e primeiro abro o pote, vendo o que sobrou do último jantar feito por minha mãe: um strogonoff de carne. Todas as minhas esperanças de comer uma refeição vai embora quando um cheiro, no mínimo desagradável, adentra minhas narinas e faz com que eu torça o nariz.

–– Eca! –– minhas sobrancelhas se juntam involuntariamente.

Jogo o strogonoff velho dentro de uma sacola plástica, e a deixo do lado de fora da casa, ao lado da porta da cozinha onde é de costume o lixo ser recolhido no fim da tarde. Volto para o balcão onde está o sorvete, agora, o meu almoço. A campainha toca no exato momento em que enfio o colher no pote de lactose. Suspiro frustrada, mas não deixo isso me deter. De forma gulosa eu tiro um pedaço do sorvete e o levo até minha boca, ignorando o quão gelado ele está.

Caminho até a porta, roçando minha língua contra o pedaço gelado, diminuindo seu tamanho aos poucos. Abro a porta de casa, e vejo Pattie sorridente sem o jaleco de veterinária.

–– Pattie. Oi. –– digo com dificuldade, e com a boca cheia. Ela ri.

–– Oi querida. –– seu sorriso se alarga, e infelizmente não posso retribuir o ato.

–– Por favor, entra. –– forço o pedaço de sorvete a descer por minha garganta, e isso faz com que toda a minha boca congele, e meu corpo estremeça.

–– Vejo que está aproveitando o feriado. –– ela diz com humor. Dou de ombros. –– Querida, porque não está em casa com sua família?

–– Preferi passar o quatro de julho em casa. A família Dawson costuma fazer um grande almoço todos os anos, e se eu fosse para a casa dos pais, com certeza seria bombardeada por perguntas inconvenientes de minhas tias. –– explico.

–– Isso é ótimo. –– diz animada, mas não compreendo até que ela continue. –– Será um prazer ter você conosco nesse dia, a família Bieber faz um churrasco todos os anos. E, eu não aceito um não como resposta.

Quase imediatamente eu penso em negar, e dizer que prefiro passar o dia no sofá, assistindo a uma maratona de filmes românticos, ou até mesmo algumas comédias, pois essa é a verdade. Mas o sorriso de Pattie é tão largo e verdadeiro, que me sinto mal comigo mesma, e a palavra não, parece ter simplesmente sumido do meu vocabulário.

–– Vou me arrumar. –– sorrio amarelo.

–– Oh, não precisa, você está ótima, coloque apenas um biquíni. –– rio mentalmente de sua fala. A simpatia de Pattie é tanta, que quase consigo ignorar o fato de estar vestindo uma calça de moletom simples, e a regata branca mais antiga que tenho. –– Os meninos gostam de aproveitar o sol, então se quiser, pode dar um mergulho com eles. –– completa. Eu apenas assinto.

–– Eu já volto!

Lhe dou as costas, e subo os degraus da escada rapidamente, entrando em meu quarto. Ao abrir uma das seis gavetas da cômoda, pego o primeiro biquíni que vejo, um branco simples com bolinhas pretas. Já com a peça em mãos, percebo que não perguntei a Pattie onde será o churrasco, mas minha dúvida é esclarecida, quando algumas vozes altas do lado de fora chama minha atenção e pela janela eu vejo Justin, sua irmã, e mais três garotos, em frente a sua casa.

Troco o moletom, e a regata, pelo biquíni de bolinhas. Visto um short jeans, e uma blusa também branca, mas de manga curta. Solto meu cabelo, e apenas passo o pente por meus fios longos. Calço o meu chinelo mais novo, e pronto. Não sinto a necessidade de me arrumar exageradamente, é apenas um churrasco a meio metro de distância.

–– Pronto. –– digo, me fazendo presente na sala.

–– Ótimo! Vamos.

Ela pega minha mão como se eu fosse uma criança, e juntas andamos para fora de minha casa. A cada passo mais próxima, sinto um estranho embrulho em minha barriga, também conhecido como nervosismo. E agora, mais do que nunca, me sinto uma criança, como se minha mãe estivesse me levando para brincar em um lugar onde eu não conheço ninguém.

Você tem vinte e dois anos, Charlie. Não é mais uma garotinha. Lembra-me o meu inconsciente.

–– Pattie, porque demorou tanto? –– indaga um deles, o primeiro a notar nossa presença. –– Estou morto de fome. –– completa, fazendo-a rir.

–– Christian, você está sempre com fome. Desconfio de que tenha um buraco no estômago.

–– Isso explicaria porque ele come, come, e nunca engorda. –– diz a loira. Jazmyn, se não me engano.

Ela caminha até nós, e Pattie solta minha mão para abraçar a filha.

–– Jaz essa é Charlie, a nova veterinária que está trabalhando comigo. –– sorrio.

–– Nós já nos conhecemos. –– Jazmyn sorri minimamente, fazendo com que eu me sinta completamente indesejada. Só então percebo que sou uma intrusa em meio a eles, e era melhor não ter saído de casa.

–– Charlie, esses são os amigos do meu filho. Christian, Charles, e Ryan, o noivo da Jazmyn. –– ela faz as respectivas apresentações, os meninos acenam em minha direção, e sorriem amarelos.

–– Olha, a garota do bar. –– diz o louro de cabelo bagunçado, o mesmo que falava com Pattie momentos atrás. Christian.

–– Esse é o meu novo nome. –– humorizo, tentando não me sentir deslocada. Eles riem.

–– Chegou bem na hora. Nós estávamos indo andar de lancha. –– a voz rouca, de Justin se faz presente, e só então o percebo ali. Ele estava tão quieto até o momento e em seu canto, que por alguns instantes esqueci que essa é a sua casa. Meu olhar se cruza com o dele, e me sinto sem graça. Faz tempo que não o vejo, desde a briga com Lucas para ser mais exata.

Os três meninos, os quais ainda estou tentando associar o nome ao físico, andam em direção ao pequeno píer de madeira, a poucos metros de onde estamos. Jazmyn, os segue, alcançando o loiro de cabelo curto, e abraçando sua cintura. Ele sorri para ela, ela retribui, e mesmo de longe posso ver o brilho em ambos os olhares. A inveja que sinto é inevitável, assim como a saudade de receber um olhar como esse, mas ambos os sentimentos não duram muito, pois logo meu inconsciente me lembra de que esse olhar luminoso, que tanto me fez feliz um dia, nunca foi realmente sincero.

Certo? Certo. Quem ama não traí.

Balanço minha cabeça para afastar meus pensamentos. Pisco meus olhos algumas vezes, e quando me dou conta, estou com o olhar estagnado a Justin, involuntariamente.

–– Andem logo, esse sol não vai durar pra sempre. –– grita o loiro de cabelo curto, o noivo de Jazmyn. Ryan. Direciono meu olhar a praia e vejo todos muito bem acomodados na lancha, apenas esperando por Justin e eu.

A lancha não é luxuosa, ou exageradamente extravagante. Seu porte é médio e uma grande listra azul percorre ambos os lados, se juntando na ponta. Dando um pequeno pulo e com a ajuda de um dos meninos, o moreno de sorriso simpático, eu entro. Justin toma o seu posto de capitão, e quando acelera, eu quase vou ao chão, mas o mesmo garoto que me ajudou a entrar, segura meus braços, impedindo-me de cair. Eu sorrio, tímida, e constrangida.

–– É melhor se sentar na ponta com Jazmyn, ficará mais segura lá. –– ele diz com humor.

–– Obrigada... –– esforço-me para lembrar o seu nome, mas meu esforço é em vão, e ele parece perceber tal coisa, pois diz:

–– Charles, mas todos me chamam de Chaz.

Receosa, eu passo pelo corredor estreito, na lateral da lancha. A própria está em alta velocidade, fazendo com que o vento gélido, e com forte cheiro de maresia bata contra mim  e atice meu cabelo. Meu olhar se fixa no mar agitado, e na trilha branca de água salgada que é deixada para trás. Seguro fortemente na barra de ferro ao meu lado, a imensidão azul nunca pareceu tão assustadora.

–– É melhor se sentar. –– a voz suave, porém firme de Jazmyn atraí minha atenção. –– Justin é um péssimo motorista. –– completa. Mantendo meus movimentos lentos, eu vou até a ponta, onde a mesma se encontra e sento ao seu lado.

Cruzo minhas pernas, e relaxo as mãos sobre minhas coxas expostas.

–– Jazmyn, eu não sei qual é o seu problema comigo, mas... –– suspiro, mantendo meus olhos vidrados no que a há a minha frente. –– Se você estava no bar aquela noite e eu fiz algo errado, por favor, me desculpa.

–– Charlie, você não fez nada. –– fixo meu olhar no dela. –– Sou eu quem tem que pedir desculpas, desde o dia que te conheci agi como uma idiota. –– ela vira o seu corpo, ficando de frente para mim, e cruzando suas pernas, como um índio. –– Quando te vi na casa do meu irmão, acabei tirando conclusões precipitadas e fui grossa com você sem motivo. Desculpa, eu tenho estado muito estressada com os preparativos do casamento. Acho que vou ficar maluca. –– ela bufa frustrada, e enterra os dedos entre os fios de cabelo, abaixando a cabeça.

Deixo um breve riso escapar.

–– Você está falando com a pessoa certa. Duas semana atrás eu pensava a mesma coisa. –– ela me encara.

–– Como sou inconveniente, não deveria estar falando sobre isso com você. Desculpe.

–– Tudo bem, eu estou superando. –– sorrio de lado. –– É bom nós termos acertado as coisas.

–– Você é uma garota legal. Acho que dessa vez meu irmão acertou.

–– Seu irmão, e eu, somos apenas vizinhos. –– digo rapidamente, negando qualquer hipótese de um romance que tenha passado por sua cabeça. Ela ri.

–– Garotas, chegamos.

Jazmyn fixa seu olhar a nossa frente e eu faço o mesmo, ficando completamente surpresa com o que vejo. Eu, nem ao menos sabia que nós tínhamos um destino, pensei que iríamos apenas dar uma volta pelo mar e voltar, mas ao ver a lancha parando bem próximo a praia cheia, entendo que sou a única desenformada presente.

Uma boa quantia de água do mar forma um rio largo, separando duas partes da mesma praia, e dando a impressão de que estamos em uma ilha. A minha frente, um grupo de pedras grandes, entre a areia límpida quase branca, e a água salgada. O solo quente e arenoso quase some em meio a uma multidão de jovens, que se divertem com a música alta, e aproveitam as cervejas em suas mãos. As meninas exibem seus corpos em biquínis coloridos, e os rapazes estufam o peito mostrando o abdômen.

–– O que é isso? –– pergunto a Jazmyn, assim que meus pés tocam a areia. Percorro toda a extensão da praia com meus olhos, me sinto completamente perdida e sem rumo.

–– É uma festa de faculdade, Charlie. –– responde, como se fosse óbvio. Entorto os lábios. –– Você não gosta de festas?

–– Não é isso. Eu só, não me lembro de qual foi à última vez que estive em uma festa como esta. Nem mesmo sei o que devo fazer. –– ela ri.

–– Basta se divertir, Charlie. O fato de quase ter se casado uma semana atrás, não te torna uma velha. –– ela sorri largamente, exibindo suas bochechas magras, tornando impossível não compará-la ao irmão. Consequentemente eu penso em Justin, mal o vi desde que entrei na lancha, e se troquei duas palavras com ele durante esse tempo foi muita coisa.

–– Sabe onde está seu irmão? –– pergunto curiosa, pois não o vejo a alguns minutos.

–– Deve estar por ai com Chris, e Chaz, atrás de alguma universitária. –– responde.

–– Não sabia que sei irmão é o tipo mulherengo. –– lentamente nós iniciamos nossos passos, a cada segundo nos misturando mais os universitários.

Jazmyn não diz nada a respeito de minha afirmativa. Isso me leva a pensar um pouco mais em tal coisa, e chego a uma conclusão muito simples.: Justin é um homem bonito, qualquer pessoa percebe isso, então não há nenhum motivo que o impeça de conhecer garotas novas, sempre que queira. Apesar de ter pensado em tal coisa, não concordo. Talvez eu seja muito careta e por mais que tenha tido bastante relacionamentos, me entreguei a todos, pensando que iria dar certo, e não apenas para passar o tempo ou para formar uma lista infantil, e promíscua de quantos homens já beijei.

–– Ele não é um galinha, se é o que está pensando. Ele só... –– ela pausa por alguns instantes, como se estivesse pensando na palavra perfeita. –– Eu acho que ele tem medo de crescer, e se envolver seriamente com alguém.

–– É compreensível. O amor é doloroso. –– ela me encara séria, e eu apenas dou de ombros.

Se eu tivesse agido como Justin durante toda a minha vida, talvez meu coração não tivesse se partido tantas vezes. Eu não sei se me arrependo de minhas decisões amorosas, gosto de pensar, que apesar de duro e doloroso, todas elas me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje, e me fizeram amadurecer. Mas se eu pudesse voltar atrás, teria evitado algumas delas.

–– Aqui está,: duas cervejas, para duas garotas bonitas.

Ryan se aproxima de nós, equilibrando três copos entre as mãos. Jazmyn pega dois deles, e agradece o noivo com um beijo rápido. Ela me entrega um dos copos que pegou, e eu agradeço com um sorriso. Ryan, e Jazmyn formam um lindo casal e vê-los juntos, trocando sorrisos largos e compartilhando o mesmo olhar apaixonado, faz com que eu recupere parte da minha fé no amor.

Espero que dure. Penso, lançando-lhes um sorriso sincero.

–– Eu vou procurar o meu irmão, antes que ele perca a noção do tempo. –– ela se afasta de nós, acenando com a mão direita.

–– Charlie, pronta para algumas doses? –– pergunta Ryan. Nego com a cabeça.

–– É melhor eu beber só essa cerveja.

–– Não quer repetir o erro daquela noite? –– tapo minha face com a mão.

–– Ah meu Deus, você estava no bar também? –– pergunto constrangida. Ele assente, rindo.  –– Em minha defesa, eu não costumo beber daquela forma.

–– Todos temos uma ocasião especial. Relaxa.

–– Você é um cara legal, Ryan. –– sorrio. –– Seja bom com a Jazmyn, eu passei pouco tempo com vocês, mas é óbvio que aquela garota é louca por você. –– ele desvia seu olhar, seguindo com os olhos a direção que a Jazmyn seguiu. Não sei dizer, se ele esta conseguindo vê-la em meio as outras pessoas.

–– Sou louco por aquela garota. Quero fazê-la feliz.

Point Of View — Justin

Dou um gole longo na cerveja, e assim que o líquido amargo atiça minhas papilas gustativas minhas sobrancelhas se juntam. A cerveja está quente, tornando impossível gostar do seu sabor. Cuspo o líquido na areia, atraindo atenção das três garotas e de meus parceiros, que antes estavam entretidos em um assunto que eu não faço ideia de qual seja.

Passo a língua entre os lábios, limpando-os, e infelizmente sentindo novamente o gosto amargo que demora alguns momentos para sair por completo de minha boca. Me afasto daquele pequeno grupo de pessoas, e assim que acho uma lixeira jogo o copo, ainda com cerveja ali dentro.

Sento-me no topo de uma pedra alta, onde posso ver tudo com perfeição. Arrisco-me a dizer que se estreitar os olhos, e forçar minha visão consigo ver minha casa, a quilômetros de distância onde minha mãe deve estar preparando o almoço.

–– Achei você! –– abaixo meu olhar, e vejo Jazmyn. Estico meus braços para baixo, e seguro suas mãos, ajudando-a a subir. Ela ri de sua péssima habilidade física, e eu faço o mesmo. –– Eu nunca vou escalar uma pedra novamente. –– suspira cansada.

–– Você precisa fazer mais exercícios. –– afirmo.

–– Porque não tem uma garota de dezoito anos aqui com você? –– pergunta, e mesmo seu tom de voz sendo manso, sei que dependendo de minha resposta ela irá me julgar.

Demoro algum tempo para responder sua pergunta, pois não consigo pensar em uma resposta que pareça realmente boa. A verdade é que não sei qual é a resposta para sua pergunta. Momentos atrás eu estava com três garotas belíssimas ao meu lado, seus corpos eram sensacionais, seios fartos, bundas empinadas, qualquer cara em sã consciência faria qualquer coisa para estar com uma garota daquelas, mas eu... Eu não consegui tirar proveito do quão bêbadas elas pareciam, nem mesmo o fato de uma delas estar se jogando em cima de mim fez com que eu lhe desse a mínima atenção.

Parando para pensar agora, sou um tolo. Dispensei uma foda fácil, e nem ao menos tenho uma boa desculpa para justificar tal coisa.

–– Acho que estou ficando velho demais pra elas. –– a encaro de soslaio, e vejo um sorriso de orelha a orelha se apoderar se seus lábios. Jazmyn agarra meu tronco e me abraça apertado, como se eu tivesse dito que ganhei na mega sena.

–– Graças a Deus, você finalmente se tocou.

–– Jaz, isso não significa que eu queira me casar, ou me envolver seriamente com alguém. –– ela me liberta de seu toque.

–– Talvez sim, talvez não. Não importa, de qualquer forma você deu o primeiro passo. –– balanço minha cabeça em negativo. O desespero de minha irmã de me ver com um garota, que ao seu ver seja boa o bastante, está quase se tornando uma obsessão.

Eu já lhe apresentei dezenas de garotas com quem saí, e todas elas tinham algum defeito gravíssimo na opinião de Jazmyn. Então quando esses defeitos tornaram-se apenas uma forma dela me manter afastado de garotas que seguiam o mesmo padrão de beleza sem nenhum outro grande atrativo, como inteligencia, ou personalidade, eu decidi manter minhas conquistas o mais longe possível de minha irmã.

–– O que você quer de mim, Jaz? –– a encaro.

–– Eu só quero que seja feliz ao lado de uma garota maravilhosa. Se eu tenho forçado a barra, me desculpa. Mas, eu sou sua irmã mais nova, vou me casar, e você nem ao menos demonstra que quer isso Justin.

–– É claro que quero me casar. –– digo, como se fosse óbvio. –– E ter filhos, também. Mas, eu tenho vinte e quatro anos, sou novo demais pra isso. Então respeita o meu tempo.

–– Ok. –– ela assente. –– Mas, por favor, ao menos leve uma garota decente ao meu casamento. Leve a Charlie.

Sua última frase faz com que eu questione mentalmente se Jazmyn sofre ou não de bipolaridade. Duas semana atrás ela não gostava de Charlie, e agora, quer ela seja minha acompanhante em seu casamento. A mente confusa de minha irmã fode com a  cabeça de qualquer um, inclusive com a minha.

Como um golpe do destino, Charlie aparece a minha frente e isso me deixa atônito, pois eu não sabia que ela estava no meu campo de vista. Distraída ao lado de Ryan, ela nem mesmo percebe que ao passar por um grupo de garotos todos os cinco entortam a cabeça, só para poder vê-la.

É estranho, mas em meio a todas as outras garotas dessa praia, que andam com a bunda empinada e biquínis minúsculos, Charlie é a que mais chama a atenção, ao menos a minha. O jeito acuado, como ela anda na multidão, sorrindo timidamente, e sempre levando uma mexa de seu cabelo para trás da orelha, me atraí mais do que o par de peitos que estava entregue a mim de bandeja a momentos atrás.

Mas, é claro que como qualquer homem, eu também noto seus atributos. O fato de estar vestida, não impede que minha imaginação fértil trabalhe. Suas coxas firmes de tamanho médio chamam minha atenção, e sua bunda redonda e empinada na medida certa me excita, assim como volume de seus seios, marcados contra a blusa de tecido leve.

–– Eu pensei que não gostasse dela. –– debato, tentando esquecer a imagem que minha mente formou de seu corpo nu.

–– Isso foi antes, quando eu pensei que ela fosse mais uma de suas conquistas. Mas, agora que nós duas conversamos um pouco, percebi que ela é um garota muito legal, e...

–– E, isso não importa, Jaz. –– a interrompo, antes que ela continue a falar coisas que não estou interessado. –– A garota quase se casou duas semanas atrás, e ela deixou claro que não me quer por perto. –– digo firme.

–– A garota quase se casou duas semanas atrás. O que você queria, que ela se jogasse nos seus braços? –– rimos.

–– Vamos pra casa, Jaz.

O assunto se encerra no instante em que nós pulamos da pedra, e agradeço por isso. Jazmyn é uma garota persistente, e eu tenho a plena consciência de que se ela quisesse passaria o resto do dia, do mês, ou atê mesmo o resto de minha vida insistindo na ideia de que eu devo tentar algo com Charlie.

Assim que atraco a lancha ao lado do pequeno píer de madeira sinto cheiro da costela, e acaricio minha barriga como um velho. A mesa larga de madeira está posta com uma toalha de mesa xadrez tapando sua origem, e um banquete em cima da própria.

Minha mãe é uma mulher exagerada, e sempre que vai para a boca do fogão faz comida para um pelotão inteiro, mesmo que o número de pessoas a mesa seja muito menor. E dessa vez não foi diferente, o almoço está farto, e dúvido que alguém saia de minha casa sem uma quentinha para o resto da semana, ou ao menos, metade dela.

–– Antes sobrar, do que faltar. –– ela diz com humor, após Jazmyn deixar claro que ela havia exagerado na quantidade.

Todos já comemos, e repetimos, mas as panelas e travessas ainda estão cheias.

–– Charlie, gostou da comida? –– pergunta minha mãe.

–– Está tudo uma delícia, Pattie. –– ela responde, sorrindo. Sua simpatia é natural, nem por um instante  ela força seu sorriso, e isso faz com que sua presença seja mais do que agradável. Charlie,  encanta cada pessoa que a conhece.

–– Justin, vá lavar a louça. –– ela diz firme, desviando minha atenção de Charlie.

–– Porque eu?

–– Porque eu sou sua mãe, e estou mandando. –– ela arqueia sua sobrancelha, assumindo a pose de uma mãe mandona que não combina muito com sua personalidade. Rio, e me levanto. Recolho o máximo de talheres e pratos que consigo, e saio dali balançando a cabeça em um gesto negativo.

Antes de entrar na casa, posso ouvir algumas risadas, e sei que são os caras rindo de mim.

Largo toda a louça dentro de pia e o barulho das coisas batendo umas contra as outras faz um som rápido, estridente, e desconfortável. Vou até a geladeira e curvo meu corpo para pegar uma garrafa de Heiniken. Quando o líquido amargo desce maravilhosamente bem por minha garganta, solto um suspiro de satisfação.

–– Eu trouxe o restante da louça. –– levo um pequeno susto com a voz de Charlie.

–– Valeu. –– ela deixa tudo na pia, juntamente as outras coisas. Fecho a geladeira e ando para perto dela. Ela dá a volta, e eu ponho minha cerveja de lado, pronto para começar a lavar tudo aquilo. E quando penso estar sozinho me surpreendo ao ouvir sua voz suave, me perguntando:

–– Está tudo bem? –– viro-me para poder encara-la. –– Quero dizer...  Eu passei o dia todo na sua casa, e nós mal falamos um com o outro. Olha, se isso tem haver com o bilhete que me deixou aquele dia, me desculpa, mas você precisa entender que a quatorze dias atrás, eu ia me casar, então...

Ela continua a falar de maneira rápida, e desesperada, tornando impossível de compreender todas as palavras que saem de seus lábios rosados. Sendo assim, eu apenas observo o movimento de sua boca, e a forma como ela gesticula suas mãos. Não sei mais sobre o que ela fala, mas acredito que ainda seja o mesmo assunto do instante em que me perdi. Rio anasalado.

–– Eu não sabia que você é assim, tão tagarela. –– digo com humor. Ela me encara séria, como se não acreditasse que eu a interrompi, mas por fim acaba rindo.

–– Quando eu fico nervosa, acabo falando mais do que deveria. –– confessa. Penso, em perguntar porque ela está nervosa, mas não o faço. –– Mas, isso não acontecia desde a minha última apresentação de TCC na faculdade. –– ela morde seu lábio inferior, e fixa seu olhar ao meu. –– Justin, eu acabei de me ‘’divorciar’’, por isso não respondi o seu bilhete, ou falei com você nos últimos dias. Essa foi uma maneira infantil de estabelecer um limite entre nós.

–– Charlie, eu respeito você e respeito a sua situação. –– suspiro. Enterro os dedos em meu cabelo, levando meus fios louros para trás. –– Você é uma garota linda, mas eu não vou tentar nada até que você esteja pronta. –– suas bochechas redondas ficam vermelhas e ela sorri para o nada demonstrando o quanto está sem jeito.

–– Isso foi um amor, mas, sinceramente, eu não quero entrar em um novo relacionamento tão cedo. –– ela diz apreensiva.

Eu não penso em namorá-la, não consigo imaginar um futuro juntos conhecendo-a a apenas algumas semanas. Mas, se eu dissesse que a pegaria, e depois jogaria fora estaria mentindo. Já fiz isso antes, sou capaz de fazer novamente, mas acredito, que não consiga fazer isso encarando esses grandes olhos castanhos.

–– Isso não quer dizer que precisa ignorar a minha presença. Somos vizinhos, e você trabalha com a minha mãe. Charlie, vez ou outra, nós vamos nos ver é melhor aceitarmos isso.

–– Você consegue ser amigo de uma garota? –– rio de sua pergunta. –– Jazmyn disse que você fica com muitas garotas, então...

–– Eu consigo ser amigo de uma garota. –– afirmo, interrompendo-a antes que ela pudesse terminar sua fala. Mentalmente, penso em mil maneiras de como torturar Jazmyn, mas é claro, que irei relevar o seu deslize assim que ela sorrir. –– O que me diz, Charlie Dawson... Amigos?

–– Amigos!


Notas Finais


Meninas para quem não sabe eu comecei uma nova fanfic recentemente com a @TiaClara onde o nosso Justin é nada mais nada menos do que um policial daqueles que nos levaria para o xadrez fácil fácil kkkkk. Vou deixar o link logo abaixo e não se esqueçam, caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3

The Case of White Cube: https://spiritfanfics.com/historia/the-case-of-white-cube-7081177


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