História Love By Accident HIATOS - Menina ou Menino?

Love By Accident

(Capítulo 19 – Menina ou menino?)

– Bom dia! - ouvi uma voz rouca no pé do meu ouvido e um breve sorriso surgiu entre meus lábios, já reconhecendo aquela voz que, com tudo fez meu coração acelerar logo pela manhã.

– Bom dia… - murmuro ainda de olhos fechados.

– Trouxe café… - ele diz agora distante do meu ouvido. Abro meus olhos lentamente enquanto tento me acostumar com a claridade que invade o quarto. Levanto-me preguiçosamente e apoio minhas costas no encosto da cama e solto um riso vergonhoso ao ver o café da manhã na cama; uma bandeja com frutas, suco, torradas, algumas panquecas que tentaram sair redondas e ao lado uma rosa e um cartão rosa.

– Gostou? - perguntou sorridente e tive certeza que meus olhos brilhavam olhando-o agora.

– Amei! - digo entusiasmada e ele ri fraco.

– Espero que goste, tomarei um banho e daqui a pouco vamos ao médico, seu primeiro ultrassom! - ele disse entusiasmado, mas percebi o nervosismo em sua voz. Assenti sorrindo e ele pegou uma toalha e jogou sobre os ombros e adentrou o banheiro. Estranhei o fato dele querer tomar banho ali e não no seu quarto onde o banheiro era ainda maior, mas preferi não questionar e dei atenção para bandeja a minha frente. A coloquei sobre meu colo e abri o cartão rosa.

“Um café da manhã para melhor futura mamãe.
Bom dia!!
De: Seu Jus”

Meu? Céus, ele também está sentindo o mesmo que eu?! Um sorriso enorme se abriu em meus lábios e eu comecei a comer e fiquei ainda mais contente quando terminei aquela bandeja sabendo que não me enjoei com nada ali.

Justin abriu a porta do banheiro e arregalou os olhos ao ver a bandeja vazia, apenas com o resto de suco de laranja que sobrou no copo.

– Caramba, achei que ia conseguir comer algumas torradas com você… - falou triste e fez um biquinho e eu ri dando de ombros.

– Desculpa, você não falou nada… - tentei argumentar, mas ele riu e veio até meu lado da cama. Seu cheiro misturado com sabonete adentrou minhas narinas deixando-me atordoada em desejo, desejo de tê-lo cada vez mais perto de mim.

– Não tem problema, baby! - falou e depositou um beijo em meu pescoço e eu senti um choque correr-me o corpo e fiquei envergonhada quando ele percebeu.

– Vá tomar um banho, te esperamos lá em baixo. - fala e eu logo me levanto indo em direção ao banheiro, mas antes de entrar me viro para ele.

– Aproposito, quem ajudou você a fazer isso? - pergunto semicerrando meus olhos, é claro que Justin não fez sozinho, ele mal sabe fritar um ovo! Seus olhos percorreram o quarto e ele deu de ombros.

– Alessandra… - falou e eu ri negando a cabeça.

– Estava ótimo! - digo e ele sorri agradecido. Adentro o banheiro e começo me despir e logo vou para debaixo do chuveiro.

…

Roía minhas unhas constantemente, enquanto Alessandra e Caitlin batiam em minha mão dizendo para não fazer o ato de nervosismo, mas qual é?! Eu estava quase surtando de nervosismo, ansiedade e medo.

– Keisha Lesley Campbell! - meu nome foi chamado e eu dei um pulo da cadeira, juntamente com… TODOS!

Na noite passada todos dormiram em casa, não me perguntem como e nem onde, quando desci as escadas para vir para a consultava estavam todos bem vestidos me esperando.
A enfermeira já havia deixado claro que apenas três entrariam de acompanhante, e em uma discussão extraordinária eles decidiram-se entre eles quem entraria e quem ficaria fora.

Ah! E não podemos esquecer da aposta! Justin e Alessandra vieram o caminho TODO discutindo sobre a bendita apostada e quem disse que eles sossegaram quando chegaram aqui? Muito pelo contrário, todos se envolveram e estava meninos contra meninas.

Mari, Alessandra e Caitlin contra Justin, Chris e Ryan. Eu preferi ficar fora, porque o que vier eu amarei de qualquer modo e batalharei até a última gota de água para dar a ele!

O doutor após chamar meu nome e todos se levantar juntos, ele ficou confuso encarando todas as meninas até chegar em mim e eu erguer minha mão timidamente.

– Me acompanhe, por favor! - pediu, mas olhou o restante da turma. – quem entrará junto para acompanhá-la? - perguntou. Minha vontade de responder foi: “Ninguém, anda para trás devagar e corre!”, mas eu apenas dei de ombros e então ele olhou para todos e arqueou as sobrancelhas e todos se entre olharam e deram um passo a frente. O doutor soltou uma gargalhada.

– Desta vez abrirei uma exceção, mas todos em silêncio, por favor! - pediu e começou direcionarmos até a sala de ultrassom. E a cada passo mais perto daquela sala sentia borboletas em meu estômago e minhas mãos tremerem de nervosismo, mas senti um pouco mais confortável quando senti minhas duas mãos serem seguradas, olhei para o lado direito e lá estava Justin que me mandou um sorriso tímido e confortante e no esquerdo estava Alessandra, que me mandou um sorriso do mesmo modo e eu retribui.

Entramos na sala e o doutor pediu que eu deitasse na cama hospitalar e pediu permissão para erguer minha blusa e eu apenas assenti. Justin se sentou do meu lado e segurava minha mão a todo momento.

– Vamos lá… - o doutor… Charles! - Li em seu jaleco – falou sorridente, ele parecia que realmente adorava essa profissão. Ele passou o famoso gel na minha barriga e um arrepio percorreu meu corpo, pelo gelo do gel. Olhei para o lado em busca de conforto e me senti totalmente segura ao ver todos ali. Isso era incrível, ontem eu só tinha Alessandra e pais que me tiravam tudo e hoje, tenho praticamente uma família, não de sangue, mas estão se tornando do coração. Nunca pensei que teria um filho, muito menos nessa idade, dezesseis anos? Como pude me meter nisso? Tudo aconteceu tão rápido! A maturidade me bateu à porta muito cedo, mas nunca pensei que estava sendo preparada para isso, para gerar uma vida dentro de mim e educá-lo, amá-lo como nunca amei alguém, para colocar em prática tudo aquilo que aprendi na ausência de ensinamentos. A vida me ensinou e só eu e Deus sabemos o quanto sofri, desde a perda de meu pai, até o momento em que me relacionei com Justin, só Deus e eu sabemos o que eu passei, por, cada migalha que me alimentei, por, cada orgulho engolido e coragem exposta para poder pedir um pedaço de pão na pracinha onde todos faziam um piquenique em família, aquilo que eu nunca tive, mas agora? Agora eu terei.

“ – Helena! - a voz de papai assustou mamãe que estava com suas mãos ao ar preparando-se para acertar-me.

– Você está drogada? - perguntou ríspido. - Key, vá para seu quarto! - mandou e eu logo obedeci correndo para meu quarto, mas ao ouvir os gritos parei e fiquei ali no corredor espiando tudo.

– Porque você fez isso de novo, Helena? - perguntou passando a mão sobre seu rosto nervoso.

– E-eu não sei… - a voz de mamãe saiu falha.

– Você não percebe o quanto isso te afasta da sua família? Você não pensa em nós quando vai fazer isso? A sua filha, Helena! Ela não merece isso. - ele falava entredentes e tentando ser o mais discreto possível para que eu não escutasse.

– Me desculpa, Michel… - ela começou a chorar, papai soltou uma bufada forte e a abraçou.

– Eu te amo, Helena… Por favor não faça mais isso, Keisha não merece! - falou e os dois começaram a chorar, rapidamente corri até eles abraçando a perna de mamãe que me encarou chorosa e me pegou no colo.

– Desculpa a mamãe, filha? - pediu e eu assenti abraçando seu pescoço.

…

– Venha, Keisha! - Papai me chamou e eu corri até ele, pois o mesmo tinha um presente enorme nos braços. Abracei o mesmo e beijei sua bochecha.

– Trouxe um presente pra você! - falou e eu sorri pegando o enorme presente e rasgando o papel rapidamente e jogando-os no chão.

– UM VIOLÃO! - Gritei animada. Papai tocava violão e já fazia meses que eu via o mesmo tocar e pedia para que me ensinasse e ele ensinava, mas o seu era muito grande para mim.

– Vou te ensinar tudo que eu sei! - falou e eu sorri assentindo e o abraçando.

– Obrigado papai! - falei e o abracei forte. - MELHOR PAI DO MUNDO! - Gritei e ele riu pegando minha mão e fomos para o sofá e ele começou a me ensinar várias coisas.”

– Quem aqui apostou em menina? - a voz do doutor me tirou do transe e senti meus olhos lacrimejarem. Alessandra foi a primeira a levantar a mão, em seguida veio Mari e Caitlin, todas animadas e comemorando.

– Parabéns homens! Vocês ganharam! - falou entusiasmado e foi o suficiente para a gritaria começar.

– AOWWWW! - Justin gritou na cara de Alessandra que cruzou os braços fazendo bico e eu soltei um riso e senti uma única lágrima molhar o canto dos meus olhos. Seria um príncipe! O príncipe da minha vida!

– GANHAMOS! GANHAMOS! - Começaram a comemorar e me surpreendi assim que senti Justin segurar meu rosto e selar nossos lábios. Meus olhos se arregalaram assim como o de todos presentes ali.

– Vocês estão juntos? - Caitlin perguntou boquiaberta e Alessandra assentiu rápido.

– Sim!

– Não! - falamos juntas, mas a mesma me encarou desafiadora.

– Foi só… - Justin coçou a nuca.

– Qual é, eles vão ter um filho juntos, me poupem! - Mari falou óbvia e todos deram de ombros e voltaram a comemorar.

…

– Tudo bem Justin, você ganhou! - Alessandra falou enquanto caminhávamos em direção a saída do consultório. - mas independente, ele ainda é meu sobrinho e vou amá-lo de qualquer maneira. - falou sorridente e Justin revirou os olhos, risonho.

– Está me devendo essa aposta! - cobrou e Alessandra deu de ombros.

– Você já é rico, não precisa de mais nada! - testemunhou e recebeu um beliscão de Ryan que estava a seu lado. - AI! Qual é? É a verdade gente! - falou e eu ri negando a cabeça.

– Ser rico nem sempre significa ter tudo, mas quem sabe, vou pensar e quando souber eu te falo. - Justin disse a Alessandra revirou os olhos.

– Vou beber água, já volto! - digo arranjando uma desculpa para sair de perto deles. Caminho até um corredor a onde ficava os bebedouros. Mas sinto meu corpo trombar com outro e vários papéis ser jogados ao chão, rapidamente me abaixo e começo recolhê-los.

– Me desculpe… - digo após pegar tudo e me levantar, mas estranho ao reconhecer aquela peça de algum lugar.

– Ke… Keisha?! - falou pensativo

– Sim, você é? - pergunto tentando me recordar.

– Chaz! Chaz Somers, lembra? Na festa da empresa da parceria dos Bieber's… - falou e uma vaga lembrança tomou minha mente. Ri fraco.

“– Dude, partiu pista? - Ryan falou para Justin e apontou para pista de dança que já bombava.
– Demorou! - o mesmo respondeu já se levantando.
– Vamos também? - ouvi Caitlin falar ao meu lado e eu dei de ombros tímida, era minha primeira festa, eu mal sabia dançar! Ela puxou-me pela mão e fomos para pista, aos poucos fui pegando o jeito com Caitlin que se exibia totalmente enquanto mandava olhares sedutores na direção que Justin e Ryan estavam, será mesmo que ela e Ryan não tinha nada? Duvido muito, mas okay! Senti minha mão ser puxada e um garoto loiro escuro e um sorriso totalmente apaixonante estava a minha frente.

– Quer dançar comigo? - perguntou e eu olhei para Caitlin em busca de uma resposta e a mesma piscou me induzindo a aceitar.

– Adoraria. - falei tímida e começamos a dançar, o garoto me ajuda em passos que eu não sabia, mas ele pareceu não se importas das pisadas de pés ou nos passos desajeitados que eu dava em alguns instantes. Virei-me para ele e me aproximei do seu ouvido.

– É minha primeira festa, espero que não se importe… - falei rindo fraco e o mesmo me acompanhou e negou com a cabeça.

– Estou adorando ser o primeiro a te acompanhar em sua primeira dança. - falou brincalhão e eu ri. – quer beber alguma coisa? - falou alto perto do meu ouvido, por conta do som e eu apenas assenti. Ele segurou minha mão e saímos para fora da pista.

Pegamos algumas bebidas, eu na verdade peguei apenas um suco e nos sentamos a uma mesa e começamos a conversar.

– Me chamo Chaz Somers! - falou sorridente.

– Sou Keisha Lesley Campbell. - digo também sorridente.

– Nome lindo! - falou e eu ri fraco sentindo meu rosto esquentar.
Chaz e eu começamos a conversar e ele era incrível, me fazia soltar gargalhadas a todo estante, até Justin infelizmente apareceu para estragar o meu bom humor.”

– Céus, pensei que nunca mais veria-o! - falo rindo e ele me abraça e eu me surpreendo pelo tal ato, mas correspondo.

– Pois é, dá ultima vez você disse que não tinha um celular, mas acho que o destino está cruzando nosso destino, não é mesmo? - falou rindo fraco e eu senti todo meu rosto esquentar.

– Agora eu tenho um, quer o número? - falei e ele logo assentiu tirando do bolso do jaleco branco, foi então que percebi que ele trabalhava aqui e comecei a sentir minhas mãos tremerem de nervosismo. Será que quando ele descobrisse ele nunca mais quererá me ver? Ou desistirá de uma amizade que talvez podemos criar?

– Fala ai! - manda e eu começo ditar o número do meu telefone enquanto ele anotava no seu celular.

– Pronto, te mandei uma mensagem, assim você pode salvar meu número também. - falou e guardou seu celular de volta no bolso do jaleco.

– Você trabalha aqui? - pergunto tentando não transparecer meu nervosismo.

– Sim, sou assistente de um dos doutores. - ele diz e ri fraco.

– Entendi, que bom… - eu falo e ele abaixa o olhar sorrindo, ele ficou envergonhado?

– Bom, eu vou indo… Tenho que levar esses papéis lá… - ele diz levantando os pápeis que eu derrubei no chão e eu solto um riso nasalo assentindo.

– Tenha um bom dia, Keisha! - ele diz e eu aceno com a mão em forma de agradecimento e então vejo ele sumir do corredor, bebo minha água e vou para o estacionamento em busca de todos e vejo Justin com os braços cruzados encostado no capô do carro.

– Cadê todo mundo? - pergunto assim que me aproximo.

– Cansaram de esperar sua água. - falou ríspido e eu engoli em seco sem entender. Ele entra no carro sem dizer nada e eu faço o mesmo no banco do passageiro.

– Jus? - chamo-o, mas o mesmo ignora jogando o meu celular no meu colo.

– Chaz Somers, conhece? - ele diz e eu engulo a seco. Qual à dele?