História Love By Accident HIATOS - Surto

Love By Accident
             (Capítulo 20 - Surto)

– Eu o conheci na festa que fui com você, sua mãe e os meninos, Justin… - expliquei. Sentindo minhas pernas bambas por medo de tudo voltar como antes. Dele voltar a simplesmente me ignorar e desta vez ser ainda pior, pois agora? Haviam sentimentos…

Ele não me responde, apenas respira fundo e continua o caminho. Pego meu celular vendo a mensagem de Chaz, salvo seu número com um pouco de receio.

Chegamos em casa e todos estava na sala conversando, rindo alto e eu me junto a eles.

– Um menino, amiga! - Alessandra me abraça de lado com pouco de força e eu solto um sorriso, não conseguindo esconder minha felicidade. Passei minha mão levemente na minha barriga enquanto o sorriso no meu rosto era visível de orelha a orelha.

– Temos que fazer um chá de bebe! - Marie diz animada batendo palminhas.

– ISSO! - Caitlin grita se jogando no sofá ao lado de Marie.

– Concordo! Poderia ter vários balões azuis e brancos, um bolo de dois andares azul, com ursinhos, e no fundo um varal de letras escrito o nome do Arthur! - Alessandra se anima e eu a olho incrédula.

– Arthur? - pergunto arqueando as minhas sobrancelhas.

– O nome do bebê será Arthur, não é? - ela diz obvia e eu reviro os olhos.

– Eu aind… - sou interrompida.

– Nós ainda não escolhemos! - Justin se apoia no encosto do sofá logo atrás de mim. Encaro-o surpresa.

– Mas Arthur é tão lindo! - Alessandra protesta cruzando os braços e bufando.

– Arthur? Que feio! - Caitlin diz rindo. - Tem que ser Harry! - ela fala olhando diretamente para Justin atrás de mim.

– Ou, Dorian! - Marie sugere e todos nos permanecemos quietos encarando-a surpresos.

– Que porra é essa, meu amor? - Chris se exalta do seu lado e todos começamos a rir sem parar, até mesmo Marie que tentava ficar emburrada.

– Dorian? - Justin pergunta entre suas risadas gostosas de se ouvir. Então ele cai sobre o sofá do meu lado enquanto agarrava sua própria barriga.

– Qual é gente?! Eu gosto tanto desse nome!! - ela protesta emburrada.

– Esse trabalho é para os… pais. - Justin diz parando de rir e me lança um olhar sorrindo. Estranho sua atitude, mas correspondo seu sorriso.

– Acho que vocês estenderam o recado. - falo me levantando. - Então agora ligarei para Jeremy, contar para o querido vovô qual o sexo do neto e depois para vovó. - digo andando para longe deles, mas paro antes de chegar no fim da sala. - e depois vou descansar. - falo me virando, mas antes de seguir até as escadas sou interrompida pelo grito de Marie.

– Tive uma ideia! - ela grita batendo palmas. Todos nos olhamos para ela curiosos.

– Ah não… - Justin murmura fingindo estar com medo de sua proposta e todos soltam risadas enquanto Marie mostra-lhe o dedo do meio.

– Enfim, minha ideia é: Fazer um chá de bebe misterioso. Em vez de cortarem para os avôs o sexo já, fazemos uma surpresa para que eles descubram no dia do chá. - Marie sugere e todos concordam sorrindo.

– Brilhante! - Alessandra diz. - Mas como eles vão descobrir o sexo no chá? - pergunta curiosa e eu concordo.

– Tem várias maneiras. Podemos vendar seus olhos, colocar numa bacia brinquedinhos de meninos e depois eles têm que sentir com o pé e descobrir o que o brinquedo. Ou podemos mandar fazer um bolo de cobertura de chocolate e o recheio por dentro azul, onde revelará o sexo. Ou um caça tesouro, eles vão procurando a pista onde levará eles até algo que represente o sexo masculino! - ela diz e todos se animam e começam a falar juntos.

– Tudo bem, quando decidirem me avisem. Vou dormir. - falo alto chamando atenção de todos e os mesmos me ignoram e voltam a falar do chá, exceto Alessandra.

– Vou com você, me espera! - ela diz dando um selinho em Ryan e vindo até mim e juntas subimos para meu quarto. Me jogo na cama enquanto Alessandra segue para meu guarda-roupa e tirando de lá um conjunto de pijama azul e rosa claro de pano fino.

– Ande, se troque! - ela diz jogando em mim o pijama. Me levanto e começo me trocar em sua frente mesmo, como de costume.

– Sua barriga está tão linda! - ela diz animada vindo até mim e passando a mão na mesma que já estava totalmente dura e com um volume visível a quem era magra como eu.

– Está mesmo… - comento sorrindo enquanto encaro-me no espelho. Sentia milhões de sentimentos invadindo meu peito, borboletas no estômago, ansiedade. Era tudo o que eu sentia.

– Como é? - Alessandra me pegou de surpresa. – Vendo esse seu sorriso bobo dá atá vontade de engravidar. - comenta e ri fraco. Término de me vestir e me deito na cama com Alessandra do meu lado, ambas olhava para o teto.

– Não sei explicar… - comento sentindo um grande alívio dominar meu peito. - só é amor… - digo sorrindo. Eu sabia que meus olhos brilhavam nesse momento.

– Mas você só tem dezesseis anos Keisha! - ela diz surpresa.

– Minha idade não me impede de amá-lo. - falo encarando-a.

– Mas você não tem nem receio, medo, arrependimento? - pergunta tudo junto e eu volto meu olhar para o teto, enquanto procuro qualquer desses sentimentos dentro do meu peito.

– Eu não encontro nada disso dentro de mim… - respondo sendo sincera.

– Sabe, eu acho que tudo que eu passei na minha vida não serviu para me amedrontar ou fazer de mim uma pessoa ruim como Helena… Eles só me fizeram ser forte e aprender a lição de que pais servem para proteger, amar, educar e dar carinho… Coisas que ela não fez. - solto um riso fraco enquanto Alessandra me ouvia atentamente. - Quer dizer… Um dia, bem lá no passado… Ela já foi alguém boa, apesar de ser viciada, ela sabia controlar, mas tudo porque meu pai a ajudava, depois que ele morreu, ela não lutou mais e então se tornou o que é hoje. Trouxe para dentro aquele cretino que fez tudo se tornar um inferno, ele quem mandava nela. Então ele a incentivou a me colocar na rua para pedir dinheiro, ele que a incentivava a bater em mim, até que um dia ele a convenceu que ele também podia relar em mim, então ai se foi… A mãe que um dia eu tive. E foi isso! Foi isso que me fez ser forte, foi ver dois demônios que me fez ter o conhecimento do que é um anjo.

– Um anjo? O que é um anjo para você Key? - Alessandra me encarou curiosa.

– Meu filho. - Uma lágrima escorreu pelo cando dos meus olhos e Alessandra a limpou. Meus olhos encontraram o dela e ela sorriu, seus olhos também estavam aguados.

– Eu te amo! - ela disse me abraçando.

– Também te amo Alle! - Correspondo seu abraço apertado.

– Aproposito, obrigado pelo café da manhã! - agradeço me separando dela.

– Que café, doida? - ela pergunta rindo enquanto limpava suas lágrimas que escorreram.

– O que você e Justin fizeram para mim… - explico e a mesma me encara de sobrancelhas arqueadas.

– Não foi eu quem ajudou o Justin a fazer o café da manhã, Key…

– Como assim? Ele me disse que… - ela me interrompeu.

– Foi a Caitlin. - ela fala arqueando suas sobrancelhas e minha cabeça se torna um nó de confusão.

– Porque ele mentiria para mim? - perguntei distraída.

– Não sei, mas eu não confio em Caitlin. - afirma cruzando seus braços e eu a encaro confusa.

– Porque não? ela é legal… - digo tentando defender minha mais nova amiga.

– Você sabia que ela e Justin já namoraram? - perguntou semicerrando os olhos e eu apenas neguei com a cabeça. - pois é… Só não seja boba, não confie de mais. - avisou-me e se levantou da cama.

– Onde vai? - pergunto confusa.

– Vou deixar você descansar. Depois conversamos mais. - falou já na porta do quarto e antes que eu pudesse responder e pedir para ficar a mesma saiu.

Bufei me ajeitando na cama e fechando meus olhos a fim de dormir, mas as palavras de Alessandra não saiam de meus pensamentos.

“– Você sabia que ela e Justin já namoraram? - perguntou semicerrando os olhos e eu apenas neguei com a cabeça. - pois é… Só não seja boba, não confie de mais.”

Porque Justin mentiu para mim? Será que ele e Caitlin… Não! Não mesmo! Caitlin é minha amiga, ela não teria coragem… Mas então, porque ela nunca me disse que já namorou o pai do meu filho? E porque Justin também nunca me contou? Será que eles ainda sentem algo? Ou será que eles ainda tem algo? Não, acho que eles só devem ter esquecido ou…

Meus pensamentos são interrompidos pela porta do meu quarto sendo aberta, vago meus olhos pelo local e sento meu coração disparar e um sorriso automaticamente se abrir quando ele abre um também, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos. Ele puxou sua camisa para cima deixando seu peitoral e abdômen amostra junto de todas suas tatuagens. Sinto meu rosto esquentar de vergonha e ele abre um sorriso sapeca nos lábios e eu me viro para o outro lado tentando esconder minha vergonha. Depois de alguns segundos sinto seus braços envolver minha cintura.

– Que ele venha com muita saúde! - ele sussurra no pé do meu ouvido e ali deixa um beijo singelo. Sinto meu corpo se arrepiar.

– Ele virá! - respondo e ele deposita mais um beijo em mim, mas desta vez na minha nuca.

– Lesley? - ele me chama e eu murmuro um “hm?” então ele puxo me braço a fim de me virar para ele e assim eu faço. Ficando cara a cara com ele, mas sou surpreendida com um selinho rápido.

– Me desculpa pelo surto hoje… - ele diz e solta um riso nasalo e suas bochechas tomam uma cor rosada.

– Tudo bem, Jus… - falo sorrindo de lado.

– Você q-quer… - ele para de falar, desviando seus olhos dos meus, mas logo eles voltam, porém mais brilhantes e convictos. – quer sair comigo está noite?