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História Love By Chance - Second Season - Eu vou lutar por você


Escrita por: MESPIND

Capítulo 44 - Eu vou lutar por você


Fanfic / Fanfiction Love By Chance - Second Season - Eu vou lutar por você

 

P.O.V. Clara

 

Nós duas entramos no banheiro. Fiz xixi no palitinho e dei pra Sam enquanto terminava de me limpar.

Depois disso, sentamos uma do lado da outra no chão.

 

   — Eu vi a forma como ele lida com os sobrinhos... ele é sempre tão carinhoso, e cuida tão bem deles. Você não acha que ele seria um bom pai?

 

   — O Caíque? — Ela disse sorridente. — Ele seria o pai mais presente, o mais preocupado, o mais amoroso... com certeza se existir um bebê aí, bom, você não poderia ter escolhido um pai melhor.

 

   — Você acha mesmo? 

 

   — Claro. Ele cuida tão bem de você, sempre cuidou, e com certeza não vai fazer diferente com um filho de vocês.

 

   — Acho que esse é o motivo pelo qual eu não estou tão apavorada.

 

   — Então você quer estar grávida?

 

   — Querer eu não quero, mas se acontecer, eu sei que ele vai ficar do meu lado e não vai sair. Nós dois juntos vamos dar um jeito.

 

   — Com certeza vão. — Ela deu uma risadinha abafada.

 

   — Que foi?

 

   — Que bom que você escolheu o Caíque. Imagina só se fosse com o Isac.

 

   — Seria um desastre. Ele ficaria mais apavorado que eu e você juntas.

 

   — Ainda bem que as coisas encontraram outro rumo.

 

   — É, ainda bem.

 

Encostei minha cabeça na dela e fiquei encarando o teste em sua mão.

De repente surgiu apenas um pauzinho nele, e eu finalmente pude soltar o ar que nem sabia que estava segurando.

 

   — Não é dessa vez que vou ser tia.

 

   — Ah, graças Deus! — Ela apertou minha mão. — Não seria o fim do mundo, mas ainda bem que não aconteceu.

 

   — Deus tá te dando mais uma chance. Se cuida dessa vez, tá? Vai no médico pra ele te passar algum anticoncepcional, é o que eu faço.

 

   — Essa semana mesma eu vou.

 

   — Tá, agora me deixa tomar um banho.

 

   — Já vou.

 

Me levantei do chão e saí do banheiro.

 

P.O.V. Samantha 

 

Joguei o teste no lixo, tirei minhas roupas e entrei debaixo do chuveiro. 

Fiquei aliviada em saber que não teria que perguntar à ela o que faria daqui pra frente e como iria contar pro Caíque. Ainda bem que não vou presenciar meu pai enlouquecer com tudo isso. Mas por outro lado seria bom ser tia. Eu teria algo a mais pra ocupar minha cabeça e pensar menos nas merdas que eu faço com quem eu menos quero magoar.

 

O dia seguinte não passou, ele se arrastou. Nunca tive um domingo tão tedioso em toda minha vida.

A Clara passou o dia com o Caíque, e meu pai com os amigos. 

Eu pensei em ir na casa da Ana, mas não estava afim de explicar sobre o que aconteceu na viagem, e eu sabia que ela ia me perguntar, então fiquei em casa sozinha mesmo.

 

Uma semana depois...

 

Na segunda a Clara e eu fomos para a escola. 

Enquanto ela foi conversar com o Taio, eu fui em direção aos armários, e lá vi o Isac conversando intimamente com uma menina do primeiro ano. Como meu armário ficava bem do lado do dele, não tinha como não ver.

 

   — Depois a gente se fala. — Ele falou sorrindo para a menina, que foi embora logo em seguida. — Oi Sam.

 

   — Se bem me lembro, na semana passada você ficou com a Talita, que por sinal tretou comigo e por isso eu levei suspensão. Antes disso deu em cima da Sofia, sem contar as que eu não sei. Agora você já tá com outra?

 

   — E você virou monitora da minha vida amorosa? — Ele arqueou a sobrancelha.

 

   — É só que nunca vi você ficar com tantas meninas assim. 

 

   — Eu era assim antes de te conhecer.

 

   — Falou bem: era. O que você tá querendo com isso, Isac? — De repente seu olhar se fixou em alguma coisa atrás de mim. Me virei e vi a Clara rindo com o Taio. — Ah, entendi. Você tá tentando provar que tá bem.

 

   — Não tô tentando provar nada! Eu tô bem.

 

   — Ah fala sério.

 

   — Só quero esquecer ela Sam. Eu pensei que seria fácil, mas não é.

 

   — Não é desse jeito que você vai conseguir.

 

   — Então me explica o jeito que é.

 

   — Só fica na sua. Quando você menos esperar não vai sentir mais nada, e alguém legal vai aparecer. Tenha paciência Isac. — Ele estava olhando para a Clara. — Ei, você tá me ouvindo?

 

   — Ela tá tão linda.

 

   — Eu desisto de você. — Abri o armário e peguei meus livros.

 

   — Ela tá feliz?

 

   — Mais do que nunca.

 

   — Pelo menos uma coisa boa.

 

   — Isac segue em frente.

 

   — Era o que eu tava tentando fazer.

 

   — Você não é assim. Isac, você é melhor que isso. Para de sair beijando todo mundo achando que vai encontrar a Clara nessas meninas. Minha irmã é edição limitada.

 

   — É, eu notei isso. 

 

                             .  .  .

 

   — O que o Isac tava falando pra você? — Clara me perguntou no almoço. Nós estávamos sentadas na arquibancada da academia, e meu pai estava configurando o som. — Vi vocês de manhã.

 

   — A gente sempre conversa. — Fiz uma cara cínica.

 

   — Mas ele tava olhando pra mim.

 

   — Ele sempre olha pra você.

 

   — Fala sério Sam!

 

   — Você mesma disse que não queria saber sobre ele, então para de me perguntar.

 

   — Mas eu ainda me preocupo, então se ele estiver com algum problema e eu puder ajudar...

 

   — Ele tem ficado com muitas garotas e eu só chamei a atenção.

 

   — Você não conhece seu amigo?

 

   — O suficiente pra saber que ele não é assim.

 

   — Ah é sim.

 

   — Você só tá dizendo isso por causa da Allyson. — Ela revirou os olhos. — Ele tá tentando te esquecer e tá fazendo essa merda toda.

 

   — Eu achei que ele estava bem.

 

   — Sério Clara? Dois dias depois que você definitivamente colocou um ponto final, apareceu com o Caíque no meu aniversário. Além disso postou foto no Instagram e você só fala dele com o Taio. Você acha que o Taio não conta?

 

   — Ele não curte minhas fotos.

 

   — Só porque não curte, não significa que ele não veja.

 

   — E porque ele diz que ainda gosta de mim, eu tenho que esconder meu namoro?

 

   — Se coloca no lugar dele. 

 

   — Tá, eu tô sendo egocêntrica. Mas o que eu posso fazer? 

 

   — Tenta evitar falar do Caíque perto dele.

 

   — Mas eu já evito.

 

   — Então evita mais! — Ela revirou os olhos e mordeu seu sanduíche. — Não tô dizendo que a culpa é sua... mas é que ele não sabe lidar com isso tudo, e tá procurando um caminho mais curto. Eu imagino como deve ser difícil ter tido uma história com você, uma que não deu certo, e depois te ver todos os dias na escola e às vezes na academia, sem nem poder ser seu amigo.

 

   — Diz pra ele se colocar em primeiro lugar; pra parar de pensar no que as outras pessoas vão achar e se preocupar com o que ele acha de si mesmo. Diz que ele merece mais que uma garota qualquer. Ele merece uma que o ame de verdade e que queira estar com ele pelo o que é. Uma que goste de todas as qualidades e todos os defeitos.

 

   — Por que você mesma não fala pra ele?

 

   — Eu não tô pronta Sam, e ele também não tá. As coisas estão recentes, e não dá pra fingir que nada aconteceu.

 

   — Eu te entendo. — Ela deu um meio sorriso e bebeu seu suco.

 

   — O Caíque me chamou pro show dos meninos hoje à noite, mas não queria ir sozinha...

 

   — Nem vem.

 

   — Qual é? Uma hora você vai ter que ir falar com ele.

 

   — É melhor dá mais um tempo.

 

   — Você já deu tempo demais. E eu escuto você chorar de noite, então vai logo enfrentar seus problemas.

 

   — Tá Clara. — Ela deu um gritinho de entusiasmo. — Mas vamos um pouco mais tarde, pra ele não me ver antes. É melhor conversar depois que acabar o show.

 

   — Tá bom.

 

Depois do almoço, a aula começou. Dançar é a única coisa que ocupa minha cabeça ultimamente.

O dia passou bem rápido, e quando percebi já estava pronta e sentada no sofá esperando pela Clara.

Ela apareceu um tempo depois, bonita com sempre. Enquanto ela estava animada por eu estar indo atrás do Kalf, eu estava completamente angustiada. Eu não sei como ele está, porque já tem uma semana. Pode ser que ele ainda esteja puto da vida, pode ser que ele esteja mais compreensivo. Pode ser.

 

Como nós chegamos depois que o show começou, a Clara não conseguiu falar com o Caíque antes, mas ele a encontrou no meio da multidão e acenou pra ela e também para mim. 

Em outras circunstâncias, o Kalfani teria feito o mesmo, mas ele parecia bastante concentrado no que fazia, e poucas vezes o vi olhando para a plateia. Parecia que ele só queria ir embora o mais rápido possível. Notei sua mão direita enfaixada, como se ele tivesse cortado, e me perguntei como ele tinha se machucado.

Depois que as pessoas começaram a ir embora, fiquei com a Clara num canto, e o Caíque veio até nós. Ele me deu um abraço rápido e um beijo nela.

 

   — Achei que vocês viriam mais cedo.

 

   — Você sabe como eu demoro pra me arrumar. — Minha irmã sempre quer me proteger.

 

   — Claro que sei.

 

   — Eu tenho tanto orgulho de mim mesma por ter contribuído pra juntar vocês dois! — Eles riram.

 

   — Sua ajuda foi excepcional.

 

   — Você poderia retribuir e dizer onde o Kalf tá. — Clara interviu.

 

   — Ele tá no camarim. — Olhei feio para ela que fez cara de paisagem.

 

   — Valeu Caíque.

 

Eu segui pela pista e subi as escadas, depois andei um corredor enorme, até chegar ao local restrito ao público. O segurança já me conhecia, então passei sem nem precisar falar meu nome.

 

   — Sam!!! — O pessoal falou animado assim que eu apareci na porta.

 

O Kalfani tava de pé, na frente do espelho arrumando os esquipamentos na mochila. Assim que nossos olhares se cruzaram, ele olhou pra qualquer outro lugar.

 

   — Você chegou agora? — O Tomim me perguntou.

 

   — Não, eu tava na plateia.

 

   — Dá próxima vez você pode ficar no camarote.

 

   — Ah mas onde eu estava tava bom. — Dei um sorrisinho. — Kalf, posso falar com você?

 

   — Iiih galera, vamos dar o fora. — Adriel falou e todo mundo se levantou do sofá.

 

   — Não gente, não precisa.

 

   — Precisa sim. — Eles passaram por mim. — Dá um jeito nesse cara, ele tá insuportável! — Adriel disse baixinho e eu ri.

 

   — Tá bom.

 

   — E aparece lá em casa amanhã, a Ana quer falar com você.

 

   — Pode deixar. — Ele me deu um beijo na bochecha e saiu fechando a porta.

 

Peguei a chave e olhei para meu namorado que estava mexendo na mochila freneticamente. Eu sabia que ele só estava disfarçando.

 

   — Você tava ótimo hoje. — Ele murmurou um "uhum" e continuou mexendo na mochila. — Você tá bem? 

 

Ele não respondeu, então eu fui até o sofá e encostei no mesmo. Encarei seu reflexo no espelho.

 

   — Eu tenho a noite toda. — Chacoalhei a chave, ele olhou pelo espelho e bufou. 

 

   — Como você acha que eu tô?

 

   — Me diz você.

 

   — Eu tô péssimo, Samantha. — Aquilo me deixou ainda mais triste. Ele se virou pra mim e cruzou os braços.

 

   — O que aconteceu com sua mão? — Ele olhou para a mesma.

 

   — Não foi nada.

 

   — Eu sinto muito Kalf...

 

   — Como ela tá? — Ele me cortou. — A Kate.

 

   — Ela tá bem. Você tinha razão, ela mesma assinou, pra me proteger. 

 

   — Que bom, fico feliz.

 

   — Pode falar.

 

   — Eu te avisei. — Eu assenti.

 

   — Eu tô arrependida.

 

   — Agora é fácil se arrepender.

 

   — Nada disso tá sendo fácil pra mim, amor.

 

   — Para. Por favor, para.

 

   — Eu só queria o melhor pra ela. Sei que devia ter esperado mais um dia, mas alguma coisa dentro de mim tava insistindo pra eu voltar. Me desculpa, por favor.

 

   — Sabe o que me deixou puto? Não foi o fato de você ter voltado pela Kate. Eu sei que ela é importante, e que você tá tentando cuidar dela, porque quando passou por isso sabia como era ruim estar sozinha. — Eu assenti. — Mas você nem se deu ao trabalho de perguntar se eu queria ir contigo. Você só disse "já comprei a passagem". Você só avisou, e se eu não tivesse acordado, nem isso teria feito.

 

   — Você não largaria a viagem por causa dela. 

 

   — Mas eu largaria por você. — Ele falou baixinho. — Eu faço qualquer coisa por você.

 

Eu tive vontade de abraçá-lo, de dizer que estava tudo bem. Eu queria cuidar dele.

 

   — Eu só achei que você ficaria melhor lá. Você poderia ter dito que queria voltar comigo.

 

   — Pra quê se você já tinha tomado uma decisão sozinha? — Eu fiquei sem saber o que responder e ele virou as costas para mim. 

 

   — Eu sinto muito mesmo. Eu passei essa semana inteira pensando nessa merda que fiz, e eu me preocupei bastante com você. Por favor Kalf, me perdoa, eu não quero passar nosso dia especial longe de você.

 

   — Vai embora Sam.

 

   — Olha, eu não vou não. — Ele respirou fundo. — Eu prometo pra você que vou me esforçar pra melhorar, e eu vou fazer de tudo pra dar certo.

 

   — Você disse isso da outra vez, quando brigamos por causa da Mel. Você disse que ia me dar o melhor de  si mesma, e não foi isso que eu vi naquele dia. 

 

   — É só que naquele momento ela precisava de mim.

 

   — E eu não preciso? Porra Samantha, eu preciso de você o tempo todo! — Ele bateu na bancada com força. — Você me faz perder a cabeça.

 

   — Me dá outra chance?

 

   — Não sei se você merece.

 

Eu me aproximei e abracei sua cintura. O calor de seu corpo fez eu me sentir em casa. Encaixei minha cabeça entre seu ombro e seu pescoço e observei seu rosto através do espelho. Era uma mistura de raiva, angústia, paixão. Ele queria me perdoar, mas não conseguia, e eu entendia isso perfeitamente.

 

   — Não vou desistir, não dessa vez. — Eu disse baixinho. — Eu te amo, te amo muito, e por isso eu não vou te deixar ir embora. Eu vou te dar um tempo, depois vou voltar, e vou fazer isso quantas vezes for necessário, até você me aceitar de volta, ou dizer que não quer mais nada, e eu sei que não vai fazer isso, porque você também me ama.

 

Notei que ele lutou contra as próprias mãos, para que elas não encostassem em mim. Era difícil pra ele, assim como era pra mim.

 

   — Se você precisa que eu lute por você, então é o que vou fazer. Não vou desistir, você vai ver. 

 

Deu um beijo em seu pescoço e senti seu perfume. Vi que ele ficou bastante arrepiado.

Ele não estava fazendo tudo isso porque eu voltei pela Kate. Ele estava bravo porque eu voltei sem ele. Ele entendia os meus motivos, e eu também precisava entender os dele.

Dei um última olhada em seu rosto, ele estava com os olhos fechados e com a respiração ofegante.

 

Me afastei dele e abri a porta. Só quando estava do lado de fora me senti livre pra poder soltar as lágrimas que estavam ardendo em meus olhos. 

Na frente dele eu quis parecer forte, decidida, mas a verdade é que não estou certa de que ele vá mesmo me desculpar. Eu espero que sim, porque o Kalf é todo meu mundo, e se ele for embora, tudo vai desabar.

  — Sam? — Era a Clara. — O que aconteceu?

 

   — Adivinha! — Respondi com sarcasmo e limpei as lágrimas. — Vamos embora.



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