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História Love By Chance - Second Season - Sem disfarces


Escrita por: MESPIND

Capítulo 57 - Sem disfarces


Fanfic / Fanfiction Love By Chance - Second Season - Sem disfarces

 

P.O.V. Samantha

Ontem não pude vir a aula de dança porque precisei ir para a agência fazer umas fotos, por isso hoje tive que me esforçar para aprender a nova coreografia o mais rápido possível, já que o resto do pessoal estava mais adiantado que eu. Se as pessoas acham que ganho prioridade por ser filha do professor, hoje elas sabem que estavam completamente enganadas.
No primeiro intervalo, sentei na arquibancada para pegar minha garrafinha de água na mochila, e o Isac se sentou ao meu lado, ele estava comendo uma maçã e olhando para a Allyson que estava do outro lado da arquibancada. Ela pegou um sanduíche na bolsa, deu uma mordida e ele meio que deu um sorrisinho quando ela olhou para ele.

   — Pensei que vocês não se falavam mais. — Falei e ele olhou para mim.

   — Até falo, mas não desculpei suas atitudes. Ela é muito fingida, vai ver nem está arrependida.

   — Nós tentamos te falar isso desde o início.

   — Se eu tivesse dado ouvidos, talvez a Clara não estivesse chateada comigo.

   — Ela não está chateada.

   — Mas de qualquer forma ela não fala comigo.

   — Na minha opinião você é que não fala com ela.

   — Ela me disse que era melhor ficar longe, por causa do Caíque. — Ele mordeu a maçã. — Você viu quem a Allyson tá namorando?

   — Faz tempo. Ela foi uma vez na pizzaria, o Leo queria apresentar a Clara pra ela, e teve uma puta surpresa.

   — Aposto que a Clara deve ter tirado o cavalinho dela da chuva na hora.

   — Foi exatamente o que ela fez. — Bebi um pouco de água.

   — Então se ele sabe quem é a Allyson, por que continua com ela?

   — Ele gosta dela de verdade. 

   — Coitado.

   — Quem sabe ela não seja diferente com ele.

   — Duvido muito. 

Meu pai chamou para continuar o ensaio e lá fomos nós.
Meia hora depois acabou e as pessoas começaram a ir embora.
Fui até meu pai que estava sentado no chão mexendo no som.

   — Você se esforçou bastante hoje. — Ele falou assim que me viu.

   — Sempre me esforço. — Me encostei na parede.

   — Tá bom senhorita perfeita. — Eu dei risada. — Você vai pra casa do Kalfani?

   — Vou, tenho uma coisa pra fazer.

   — E a Clara será que vai pra casa do Caíque?

   — Provavelmente, por que?

   — É que eu não vou fazer comida hoje. Vou jantar fora.

   — Com quem?

   — Segredo. — Ele ergueu as sobrancelhas duas vezes.

   — Tô te achando muito misterioso ultimamente. — Ele riu. — Nossa pai, não vai contar mesmo?

   — Vou jantar com uns amigos. — Ele se levantou.

   — Amigos?

   — É.

   — Desde que você se encontrou com a sua "amiga", — Fiz aspas com a mão. — você tá todo felizinho. Fica rindo a toa toda hora.

   — Eu não fico rindo a toa.

   — Fica sim. — Ele franziu as sobrancelhas. — Eu não sei quem é, nem o que está acontecendo, mas estou feliz por você também estar feliz. — Ele sorriu e me abraçou.

   — Não tá acontecendo nada, mas mesmo assim obrigado.

   — De nada. Te vejo amanhã.

   — Se cuida. — Ele me beijou na testa e desfez o abraço.

   — Você também, se divirta com seus "amigos".

                            .  .  .

Cheguei na casa do Kalfani uma hora depois. Assim que abri a porta sala, vi a Kate andando pro quarto dela com um pedaço de pão na mão.

   — Oi Sam. — Ela disse com a boca cheia e depois engoliu. — Vou tomar um banho rapidão e já vamos.

   — Já era pra você estar pronta. — Falei enquanto trancava a porta.

   — Tive que fazer um lanchinho antes. — Ela mordeu outro pedaço de pão. — Tchau. — Então ela fechou a porta do quarto e eu ri sozinha. 

Subi a escadas e fui até o quarto do Kalf. Ele estava concentrado com algo no computador.

   — Oi amor. — Ele me olhou.

   — Oi. — Me sentei na outra cadeira que tinha e lhe dei um beijo.

A gente costuma se ver todos os dias, nem que seja coisa rápida e ontem não nos vimos o dia todo, então claro que estava com saudades.

   — Tá fazendo o que aí? — Coloquei minhas pernas em cima das dele.

   — Tava finalizando um beat.

   — Se você tiver muito ocupado, a Kate e eu podemos pegar um Uber.

   — Não, tá de boa. Eu vou ter que encontrar a Clara daqui uma hora mesmo.

   — Ah é mesmo, ela contou que você vai tocar com eles.

   — Vai ser bem legal, você vai ir ver né?

   — Claro que vou. Até parece que ia perder isso. — Ele sorriu. — Pena que vai ser só esse sábado.

   — Ah quem sabe a gente não faz outras vezes. Só não dá pra ser sempre.

   — Porque você é sempre muito ocupado e não tem tempo pra nada. — Fiz cara de deboche e ele beliscou minha canela. — Ai!!

   — Não vem não, eu sempre te dou atenção.

   — Eu tava brincando. — Ele semicerrou os olhos e beijei sua bochecha.

   — A Kate já tá pronta?

   — Ela disse que ia tomar banho.

   — Então dá tempo de terminar. — Ele voltou a atenção para o computador.

   — Como tá sendo morar com ela?

   — É bom, ela cozinha.

   — Nossa. — Bati em seu ombro. — Vai jogar na minha cara mesmo? — Ele riu.

   — Ela sabe cozinhar, mas não é você. — Ele passou o dedo em meu queixo e eu sorri. 

   — Mas sério, como tá sendo?

   — Ela é uma boa hóspede; não faz barulho, nem bagunça. Ela sempre quer ser útil em alguma coisa, e embora desnecessário, eu acho legal.

   — E ela tá tomando os remédios, e comendo bem?

   — Sim. Como você sabe, sou um bom supervisor. — Fiz cara de sarcasmo e ele deu risada. — Eu gosto de ter ela aqui, mas sinto falta de ficar sozinho com você.

   — Eu também. Mas se tudo der certo, a Kate vai conseguir um lugar só pra ela.

Enquanto o Kalf terminava seu trabalho, pensei no que ele disse. Dá pra ver o quanto a Kate é grata à nós, e acho muito legal da parte dela sempre querer ajudar.
A amizade dos dois só tem crescido, e isso é uma das melhores coisas que aconteceram. A Kate precisa de amigos. Amigos de verdade.

Depois que ela ficou pronta, o Kalf nos deixou na casa da tia dela. Ela ficou muito feliz em ver que a Kate está mudada, e bem melhor do que na última vez em que se viram.
Enquanto elas conversavam na cozinha, fiquei na sala vendo os porta-retratos. Tinha uma foto com várias pessoas, e achei a Kate lá no meio. Ela devia ter uns cinco anos. O cabelo era enorme, enrolado e bem mais ruivo que agora. Os olhos azuis dela estavam brilhando por causa da luz do sol. Naquela foto enxerguei uma menininha feliz, que não se importava com muitas coisas, que sonhava alto e nunca desistia. Uma menina que faz tudo de coração, e foi exatamente a mesma pessoa que vi quando ela voltou da cozinha. Mesmo sem dizer nada eu sabia que ela tinha conseguido seu dinheiro de volta; com isso vamos resolver tudo, desde o book, até uma casa nova para ela. E tudo vai voltar a seu devido lugar.

P.O.V. Clara
 
Cheguei na pizzaria para o ensaio na hora marcada. Encontrei o Leo no palco conectando o microfone na caixa de som.

   — Oi. — Falei chamando sua atenção.

   — Oi Clara. — Ele terminou o que estava fazendo e olhou para mim. — Já liguei os microfones, as letras estão aqui, — Ele mostrou as folhas na mão. — e coloquei uma mesa para as coisas do Kalfani.

   — Que eficiente. — Esperei ele sorrir, mas isso não aconteceu.

   — Já decorou as letras?

   — Ainda tô tendo dificuldade com uma internacional.

   — Então trate de decorar. Qual que é?

   — Você tá bem?

   — Estou. A música?

   — Love On The Brain. — Ele procurou no meio das folhas, encontrou e me deu. — O que você tem?

   — Nada, só quero ensaiar logo.

   — Leo? — Ele fechou os olhos, bufou e depois confessou.

   — Ela me deu um pé na bunda.

   — A Allyson?

   — Quem mais? — Ele pegou o violão e se sentou no banco. 

   — Por que?

   — Ela disse que não gosta de mim o suficiente e só me usou para tampar suas feridas. — Ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo. — E se você disser "eu te avisei", juro que vou te bater com esse violão.

   — Eu não ia dizer isso. Cara porque você tá assim? 

   — Assim como?

   — Você tá aceitando tudo isso numa boa.

   — Já imaginei que ela não me quisesse. Ninguém nunca me quer, e eu sou um idiota por me apegar tão rápido as pessoas.

   — Ei, não diz isso. Ela que é idiota por fazer você passar por isso. Ela é quem está perdendo.

   — Então a Sam estava me perdendo quando também me deu um fora? 

   — Essa é outra história, não mistura. — Ele riu com sarcasmo.

   — Sou tão imbecil. Eu falei que estava apaixonado. — Arregalei os olhos. — Pra você ver o tamanho da minha idiotice.

   — Não era pra ser, Leo. Ela fez muito bem em colocar um ponto final, porque senão seria uma mentira. Pelo menos ela foi sincera com você. É só o começo, quem nunca teve uma decepção amorosa? Eu mesma rodei por muito tempo até encontrar alguém de verdade. Tenha paciência.

    — Não quero ter paciência. Já que nada do que eu sinto é recíproco, então vou parar de sentir. De hoje em dia vou parar de me iludir com as pessoas.

   — Como é que você vai parar de sentir?

   — Vou fazer igual você: vou rodar, e só vou parar quando alguém valer à pena.

   — Você tá dizendo que vai pegar geral?

   — Vou, e não quero ninguém me dando sermões. Nem mesmo você, ou então corto relações.

   — Você não faria isso.

   — Quer apostar?

   — Seu babaca. Espero do fundo do meu coração que você tome no cu.

   — Caiu a máscara de boazinha?

   — Você é um bebezão, Leonardo. Se ela tivesse te prometido um futuro, eu entenderia sua rebeldia. Mas você está sendo muito infantil.

   — Olha Clara não quero brigar com você. Se quiser ensaiar, então vamos ensaiar, mas se você continuar falando sobre isso, então é melhor ir embora. 

   — Oi gente. — O Kalfani surgiu do nada. — Tá tudo bem?

   — Sim cunhadinho. Que bom que você chegou, o ar estava meio poluído aqui.

P.O.V. John

Cheguei no apartamento da Malorie as 7 da noite. Toquei a campainha e um pouco depois ela colocou somente a cabeça para fora da porta.

   — John? Que surpresa! — Ela abriu mais a porta e eu entrei.

   — Desculpa vir assim sem avisar, mas eu quero te fazer um convite. — Notei que ela estava vestida numa camisola e com o cabelo molhado do banho.

   — Convite? — Ela fechou a porta.

   — É, vamos sair?

   — Pra onde?

   — Isso é surpresa. — Ela cruzou os braços desconfiada.

   — Eu odeio essas coisas. Nunca sei o que vestir.

   — Coloca um jeans e um tênis.

   — Ah não sei não. — Ela andou pela sala.

   — O que de melhor você tem pra fazer?

   — Ia pedir uma pizza e preencher uns prontuários.

   — Ah para Marie! É sexta à noite. Vamos, vai ser legal. Eu chamei uns amigos também. — Ela pensou um pouco. — Por favor?

   — Tá, você venceu. — Dei um sorriso vitorioso. — Mas você vai ter que esperar eu me arrumar.

   — Ok. Vou ficar aqui nesse sofá nos próximos dois anos. 

   — Ah cala a boca! — Ela me deu um tapa no braço e foi para o quarto.

Me sentei no sofá e fiquei esperando.
Liguei a TV, e enquanto ela se arrumava, deu pra ver quase o episódio inteiro de uma série. Ô mulher que demora!
Quando ela voltou, estava com o cabelo seco e enrolado, a maquiagem de sempre, blusa preta, calça jeans e tênis. 

   — Viu, nem demorei.

   — Ah não, imagina. — Ela riu.

   — Vamos.

Nós saímos do prédio e entramos no meu carro.
Chegamos no shopping meia hora depois. Andamos do estacionamento até a entrada, e fomos para a escada rolante.

   — Você não vai dizer mesmo o que é?

   — Calma, já tá chegando.

   — Não gosto que fiquem me enrolando, você sabe disso.

   — É por isso que eu faço. — Ela fechou a cara e eu dei risada.

Fomos para o terceiro andar do shopping e andamos um pouco mais.

   — Já sabe o que é? — Perguntei ansioso. Ela olhou em volta e seus olhos saltaram para fora.

   — Vamos jogar boliche?

   — Acertou!

   — Ahhh eu não acredito! Faz tanto tempo que não jogo, e eu adoro.

   — Eu sei.

Uma das coisas que a gente mais fazia quando estávamos juntos era jogar boliche, e eu sabia que ela ia gostar de vir aqui. A Marie é muito boa em fazer strikes.
Assim que entramos, procurei pela Rafa e pelo Pedro, meus amigos. Os encontrei no sofá. 

   — Oi gente. 

   — John! — Eles me cumprimentaram.

   — Essa é a Malorie. — Ela falou com os dois, sempre com muita simpatia. — Conheci eles num festival de dança.

   — Caramba, sou a única pessoa daqui que não sabe dançar? — Nós rimos.

   — O que você faz? — Pedro perguntou.

   — Sou cirurgiã.

   — Oloco! 

Depois que eles fizeram inúmeras perguntas sobre o trabalho dela, nós finalmente começamos o jogo.

                          .  .  .

O Pedro fez a bola passar bem longe dos pinos, e a próxima seria a Marie.
Se ela conseguisse fazer um último strike, a gente ia ganhar de lavada dos dois. 

   — Não me decepciona, hein. — Falei assim que ela levantou do sofá.

   — Pode deixar!

Ela pegou uma bola e foi para a pista, se preparou, deu uma corridinha, jogou a bola, e... strike! 

   — Isso! — Comemorei e olhei para meus amigos que estavam insatisfeitos com a nossa vitória.

Ela voltou correndo e me abraçou. Girei ela no ar até nos dois ficarmos tontos. Quando a coloquei no chão, não sei o que me deu, mas eu senti uma necessidade imensa de beijá-la, e beijei. Foi uma coisa rápida, mas durou o bastante pra eu sentir um choque, meu coração acelerar e as bochechas dela ficarem vermelhas. Ela me olhou incrédula, mas depois deu um sorriso e abaixou a cabeça.
Quando olhei para o Pedro e a Rafa, eles estavam batendo palmas, e dizendo "finalmente". Como assim? Eu nem havia contado sobre nossa história e dito que temos uma filha juntos.

   — Agora só falta pedir em namoro! — Pedro disse e ameacei jogar uma bola de boliche nele.

Depois de ouvir todas as piadinhas do meu grande amigo, nós fomos comer. Decidi ficar do lado dela para não precisar encará-la.
A Marie mal conversou; eu sabia exatamente o que ela estava pensando.
Embora tenha sido uma péssima ideia, eu não me arrependi. Eu precisava fazer isso. Pelo menos agora eu sei que a química que senti quando dançamos, não era coisa da minha cabeça.

Na volta para casa ficamos em silêncio. Quando estacionei enfrente ao seu prédio, ela perguntou se eu queria subir, e eu disse que sim.
Já no apartamento, me sentei no balcão da cozinha enquanto ela abria a geladeira.

   — Quer suco de maracujá? — Perguntou.

   — Quero. — Ela pegou a jarra de suco, depois dois copos no armário, encheu e me entregou um. Ela me olhou e respirou fundo, depois encheu o copo dela.

   — Será que a gente pode falar isso em voz alta, pra parecer menos estranho? 

   — Por favor. — Ela bebeu o suco todo de uma vez.

   — O que foi aquilo?

   — Não sei. Me desculpa, nós nem chegamos a conversar sobre as coisas que aconteceram entre a gente, e eu me comportei como um adolescente.

   — Não se desculpe, eu gostei.

   — Gostou? — Ela assentiu. — Foi só eu ou você também sentiu um choque? 

   — Senti. — Ela pegou meu copo e bebeu tudo. — John, eu preciso te confessar uma coisa, mas não precisa responder nada, só quero que você saiba. 

   — Fala Marie. — Ela deixou o copo no balcão, deu a volta e ficou de frente para mim. Embora eu já imaginasse o que era, queria ouvi-la dizer.

   — Eu ainda amo você. — Ela suspirou. — Nunca deixei de amar, desde que nos conhecemos, e eu me arrependo muito de ter te mandado embora no calor do momento e acabado com tudo entre a gente. Eu estraguei tudo, tudo mesmo, inclusive a vida da nossa filha e... — Eu parei de ouvir e selei nossos lábios.

Dessa vez foi um beijo de verdade. Pedi passagem com a língua e ela permitiu.
Passei a mão por sua cintura, trazendo-a mais para perto, e ela segurou em meu braço.
Não sei explicar o que eu senti ao ouvir essa declaração. Eu fiquei muito feliz em saber que alguém gosta de mim, e quero muito poder amá-la algum dia, do jeito que ela merece.
Quando encerramos o beijo, ela me olhou bem de pertinho; eu conseguia sentir sua respiração ofegante.

   — Você não precisa me beijar só porque eu disse que te amo. — Caramba, ela disse de novo. Acho que nunca vou me acostumar com isso.

   — Eu quero fazer isso desde quando a gente dançou. — Ela sorriu.

   — Que bom, porque eu quero desde que te vi no hospital. Eu sei que a Clara tava doente e tal, mas não consegui bloquear esses sentimentos. — Eu ri, e ela riu junto comigo. — É sério John, você causa sensações inexplicáveis em mim, e quase não consigo evitar. Quando você disse que perdeu a virgindade comigo, tive que me segurar para não te agarrar.

   — Você podia ter agarrado. Eu teria gostado.

   — Você iria pensar que sou uma louca pervertida. Mas a verdade é que sou mesmo. 

Eu ri e então voltamos a nos beijar. Dessa vez eu levantei do banco, e ela teve que ficar na ponta do pé, até eu pegar em suas coxas e dar impulso para ela montar em mim. Assim que a Marie entrelaçou suas pernas em minha cintura, caminhei até o quarto, tentando não bater nas coisas.
Joguei ela na cama, e desamarrei seu tênis com calma. Senti seu olhar em mim.

   — Não me olha assim.

   — O tempo só te deixou mais bonito.

   — Faço das suas palavras a minha. — Além de bonita, gostosa.

Assim que tirei seu tênis, ela tirou sua blusa e expos seus peitos que estavam quase pulando para fora do sutiã.
Tirei minha camisa e ela arregalou os olhos quando me viu sem ela.

   — Uau John, eu não me lembro de tudo isso.

   — Tenho muitas surpresas pra você.

   — Estou ansiosa. 

Dei um sorriso e desabotoei sua calça jeans. Depois chutei meu tênis para longe, subi em cima dela e a beijei.
Ela passou a mão pelo meu cabelo, e quando desci os beijos para o pescoço, ela arranhou de leve minhas costas. Enquanto minha mão esquerda passeava pelo seu corpo seminu, a outra abaixava a alça de seu sutiã para beijar a pele de seu ombro.
Ela tirou as mãos das minhas costas, ergueu um pouco o tronco e abriu o feixe do sutiã. Terminei de tirar e joguei no chão junto com as outras peças. Massageei seus seios fartos, e ela deslizou a mão por dentro do meu jeans e apertou minha bunda bem na hora que coloquei minha boca em um de seus seios. Acho que era uma forma de aliviar a tensão.
Marie explorou todo meu abdome com as mãos e parou no cós da minha calça. Espalhei beijos pela sua barriga conforme escorregava pela cama. 
E foi tudo rápido; tirei sua calcinha de renda rosa, e em seguida o resto de minha roupas. Voltei a ficar por cima, e com sutileza, entrei dentro dela e toda a tensão se esvaiu.
Ouvi a Marie grunhir e fechar os olhos. Comecei a me movimentar com ela segurando em meus ombros. Enterrei minha cabeça no vão entre seu pescoço e seu ombro e tentei continuar com nossa sintonia, mas algo não estava certo. 
Parei de repente e ela abriu os olhos.

   — O que foi? — Ela perguntou com medo da resposta.

   — Nós não somos assim.

   — Você vai parar agora? — Tirei as mãos dela de meu ombro, entrelacei nossos dedos e as coloquei no alto de sua cabeça.

   — Eu lá sou homem de deixar o serviço pela metade. — Ela parecia meio perturbada, mas depois que a penetrei com ferocidade, deu um sorriso antes de gemer alto.

Eu não sou gentil. Não com ela, não na cama.
Sempre fomos aquela vela que o fogo nunca apaga, uma chama que queima e arde. Isso que nós somos.
Com as mãos para cima eu conseguia mais impulso. Estava numa velocidade tão rápida, que os seios dela batiam freneticamente em meu peito, e a cama rangia na mesma frequência. Podia sentir que iria explodir a qualquer momento. 
Há muito tempo não sinto que estou fazendo sexo de verdade, e ela é como um choque de realidade. É como uma prova de que ainda estou vivo, e ainda posso sentir. Eu ainda tenho a chance de viver meu feliz-para-sempre, e não apenas morrer sozinho. 
Nossos orgasmos vieram quase simultaneamente, e nesse momento eu senti como se ela estivesse arrancando de uma vez o band-aid, e não existisse mais nenhum machucado lá. Pela primeira vez em muito tempo sinto que estou vivendo de verdade.
Quando despertei de meu devaneio, percebi que estava com o corpo jogado ao lado dela, e nossas respirações estavam ofegantes. 
Ela começou a puxar o edredom que forrava a cama, e tive que levantar para depois voltar e nos cobrir com ele. Agora nosso corpo está suado, mas logo iremos sentir frio. 

   — Uau. — Eu disse, enfim.

   — Isso que eu chamo de sexo. — Ela se aninhou em meu peito e a abracei.

   — Você também não tinha uma dessas há... sei lá quanto tempo? 

   — Ah, sim. Na verdade há 18 anos.

   — Ah para Marie.

   — É sério. — Ela me olhou. — Só você sabe me possuir desse jeito. Você é o único com quem me sinto vulnerável.

   — Vulnerável? Você não é mulher disso.

   — Sou, com você. Agora sabe meu segredo.

   — Você nunca foi assim, desse jeito...

   — Que jeito?

   — Esse de ser transparente em relação aos seus sentimentos. Você sempre foi um enigma, e eu odiava isso porque nunca sabia o que você queria.

   — Perdi muito tempo da minha vida escondendo o que sentia, e pra quê? Eu te perdi, e agora que estou tendo essa brecha, não vou ficar fazendo cu doce. — Aquilo me surpreendeu, de verdade.

   — Sabe o que eu amo em você?

   — Tem algo que você ama em mim? — Franzi as sobrancelhas. — Você sempre me adora, mas nunca ama.

   — Ah deixa disso. O que aconteceu aqui não foi só sexo. — Ela sorriu.

   — Então o que você ama em mim?

   — A forma como você sempre toma atitude e iniciativa.

   — Foi você que me beijou.

   — Mas você se declarou, mesmo sabendo que eu poderia te rejeitar.

   — Na verdade eu disse tudo aquilo com os dedos cruzados. — Eu ri e ela riu junto comigo.

Ela me beijou, e depois subiu em cima de mim, e então lá estávamos nós novamente. Pele com pele.
Dessa vez consegui visualizar melhor seu corpo, e que corpo... Gemi e suspirei só de pensar. Ainda é inacreditável que essa mulher esteja mesmo apaixonada por mim. Provavelmente não irei acreditar nunca.
Ela rebolou em cima de mim e apertei sua bunda com força. Depois subi as mãos para sua cintura, então ela as pegou e cobriu seus seios com as mesmas. Apertei com delicadeza e ela fechou os olhos, apreciando a sensação. 
Seu cabelo loiro estava bagunçado de uma maneira bem sexy. Vê-lo com os cachos caídos a fez parecer mais jovem. A luz a deixou com o rosto mais claro que o normal, e fez com que seus grandes olhos verdes ficassem ainda mais vivos.
Eu sempre tentei buscar em outras mulheres algo que me lembrasse a Clarice. Mas não com a Malorie. Com ela eu não preciso de máscaras, posso ser eu mesmo. E eu não preciso me esforçar para imaginar a Clarice, porque me sinto bem com a Marie. Ela me conhece, e me enxerga como realmente sou.

 

 

 

 

 




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