História Love by fake - De repente meu porto-seguro não é tão seguro assim.

-Alo?! – Simon perguntou.

-Alo. Preciso falar com você.

-O que você aprontou Harry? – ele perguntou e pude jurar que havia ouvido um suspiro. Nossa, sou tão problemático assim?

-Não aprontei nada – pelo menos não que fosse prejudicar ele – Posso marcar uma reunião?

-Reunião Harry?                                               

-Sim. Com você, aquele cara de nome estranho que representa a Modest, os meninos... E toda a produção. – falei com indiferença.

-Os meninos estão de férias Harry. E todas as outras pessoas também.

-Eu sei, mas é importante.

(...)

-É bom você ter um bom motivo para me fazer vir aqui! – Louis resmungou no meu ouvido.

-Pode falar senhor Styles. – o representante da Modest usava um terno preto e uma gravata de bolinhas que ficava tão horrível quanto sua cabeça careca.

Esperei ele se sentar ao lado de Simon na mesa retangular. Niall, Louis, Zayn e Liam se encontravam ao meu lado com expressões tediosas.

-Bem, é o seguinte: estou indo para a America do Sul, Brasil, e eu estava pensando... Já que não temos nenhum compromisso nas próximas semanas, poderíamos ir fazer alguns shows por lá.

-Vai ao Brasil? Fazer o que? Eu estou de férias. F-É-R-I-A-S. – Niall reclamou comendo uma jujuba verde das que estavam em seu bolso.

-Vou visitar uma amiga. – falei simples.

-Não está falando da psicopata não é? – Zayn perguntou tão disfarçadamente que não sei como as pessoas da cidade vizinha não o ouviram.

-Quem é a psicopata? – perguntou o homem com os olhos estreitos. (já perceberam que eu ainda não consegui decorar o nome dessa praga?)

-Uma amiga nossa – falei tentando disfarçar – E o nome dela é MELISSA – joguei um caminhão de ênfase para que eles enfim entendessem, não funcionou muito, todos deram de ombros e eu continuei – Psicopata é um apelido carinhoso.

Depois de 37 segundos (sim eu contei) todas as vinte e tantas pessoas na sala estavam reclamando então, voltei a falar:

-Olhem, eu estou indo de qualquer jeito. Só acho que poderíamos aproveitar.

-Bem, se você quer trabalhar nas férias meu garoto – o homem deu de ombros – podemos aproveitar e ganhar dinheiro com isso.

Sabe nos desenhos animados quando os olhos de alguém brilham e aparece o símbolo $ quando o assunto é dinheiro? Posso jurar que vi isso acontecer com ele.

Depois de sairmos do prédio e irmos em direção ao carro do Zayn, todos me fuzilaram com os olhos, como se eu estivesse obrigando-os a trabalhar em hora extra. Ah não, espera! Mas era isso mesmo que eu estava fazendo. E não me arrependo.

-Como se nós tivéssemos culpa das burradas que você faz! – Disse Liam depois que contei o que havia acontecido.

-Vocês deveriam me apoiar sabiam?! Não é sempre que o melhor amigos de vocês está disposto a sair pelo mundo atrás do amor da vida dele! - Foi então que Louis riu – O que?!

-Você admitiu pela primeira vez eu voz alta que está apaixonado pela psicopata! – Merda. - Garotinha apaixonada!

-Ela não é uma psicopata! Seu... seu... psicopata!

Melissa’s P.O.V

A campainha tocou e eu fui descendo as escadas pulando de três em três junto a um cobertor amarelo do bob esponja a minha volta. Não vou nem comentar que mais ou menos no quinto pulo rolei escada a baixo. Estava pouco ligando se o calor era muito, mas no momento meu pensamento era: “Se eu derreter, derreti”.

Ao abrir a porta, ao contrario do que eu esperava, estava lá uma garota de pele parda e cabelos e olhos castanhos segurando minha bolsa em um ombro e a sua em outro. Conhecia-a de algum lugar, só não sabia de onde.

 -Oi. – falei meio em duvida, já que na verdade quem eu esperava era o Mauro.

-Vim trazer sua bolsa. – falou entrando sem pedir licença e sem ao menos perguntar se podia.

-Ah, obrigada – falei me virando para ela ainda na porta – mais alguma coisa?

-Ah, como eu sou mal educada – Não! Jura?! – Meu nome é Natália, eu moro na casa da frente ali – ela apontou para a casa amarela que dava para ver pela porta aberta – e sou da sala ao lado da sua na escola.

Ah, sim! Aquela era a garota amiga da Joyce, tinha fama na escola de sempre saber de tudo. E não é no bom sentido como uma nerd, e sim como uma fofoqueira. Só que na hora eu estava mais preocupada em pegar o celular da bolsa que ainda estava sobre o ombro de Natália.

-Onde está o Mauro? – perguntei estranhando ele mesmo não vir entregar minhas coisas.

-Olha, eu não ia te contar, mas já que você insiste! – então se jogou literalmente no meu sofá e apontou para o lugar ao seu lado – Senta vai! – então fechei a porta e fui para o seu lado – Pelo que a Joyce me contou, ela ficou sabendo que você gosta do namorado dela, então quando aconteceu sei lá o que, já que ninguém da escola ficou sabendo o que aconteceu com você, o Mauro pegou suas coisas e ia trazer para você ignorando os planos que tinha de ir no shopping com ela, ai ela ficou com raiva contou para ele e fez ele escolher entre você e ela. Ela disse que ele ficou em duvida mas disse para ele que se escolhesse você nunca mais ia vê-la.

Juro que eu ainda esperava que ele me escolhesse, ou pelo menos nenhuma das duas, mas então ela continuou:

 -Ele preferiu ficar com ela. Então Joyce me entregou sua bolsa e mandou falar por ele que ele nunca mais queria vê-la.

Sabe um soco no estomago? Nem se compara ao que eu senti.

-Olha, Natália, muito obrigada pelo frete e pela noticia, mas eu estou meio ocupada, pode me dar licença? – fui rude? Se fui. Mas no momento a única coisa que eu não queria era ser gentil.

Minha cabeça girou e eu fui junto. Mauro então jogou anos de amizade fora por um namoro de no máximo 2 meses? Ok estou bem, estou bem.

Percebi que Natalia já havia ido embora fechando a porta então subi as escadas chorando e me pus de frente para o espelho do meu banheiro. E procurei por algum sinal de vida em meus olhos inchados.

 Não achei.

Apenas respirar para mim não era vida.

Tateei as cegas num ponto alto do armário de madeira ao meu lado a lamina brilhante. Quando a achei, encarei por uns segundos e então me decidi. Posicionei-a sobre meu pulso direito.

-Mel? – vi a pequena figura de Camille se escorar na porta com meu celular nas mãos – O que está fazendo?

Assim que ela perguntou veio até mim cambaleando, pude perceber que ela estava mais magra e com mais olheiras.

-Nada. – falei escondendo a lamina no bolso da calça – O que foi?

-Seu celular. Deu um toquinho.

Peguei o celular e agradeci dando um beijo estalado em sua testa. Depois de ela sair, olhei para a tela do celular que alertava uma mensagem de Heldrade. Me permiti dar um sorriso fraco abrindo a mensagem:

“Niall, Zayn, Louis e Liam! Tragam a Lux para se secar agora! A Lou pediu para levar ela para casa e ela não pode ir assim! Harry.”

O sorriso se desfez.

Não sabia o que pensar nem o que fazer. Fiquei com uma imensa vontade de rir. Claro que era uma grande conhecidência. Ou uma pegadinha do Heldrade. Pois uma pessoa como Harry Edward Styles nunca - N-U-N-C-A - teria começado a me mandar mensagens se passando por outra pessoa. 

...

Não. Não mesmo. Eu sou só... Eu! Entende? Ele concerteza não seria o Heldrade. Eu falo com ele á semanas, teria percebido não é?

Ergui o celular com a mão tremula e disquei o numero de Heldrade... ou Harry, nem sei mais. Foi então que percebi. Falava com ele a um mês por mensagens e twittes e na verdade, o que eu sabia sobre ele? Que ele era Britânico, que se chamava Heldrade, que cantava e compunha, que tinha uma irmã chamada Emma e trabalhava em uma padaria.

 Aquilo era tão obvio! Senti-me tão burra! Como eu nunca havia percebido que...

Alguém atendeu o celular.

-Alo. – a voz rouca era tremula, surpresa e insegura. Era ele. – Melissa? – falou novamente com o sotaque que eu tanto ouvia em entrevistas e musicas.

Acho que a única coisa que ele escutou foi o som do choro alto que eu soltei.

-Melissa... Listen to me, i... – desliguei o celular.

De repente a única pessoa em que eu confiava e que se fazia de meu porto seguro, na verdade era a que mais mentia para mim.