-Harry. Gente. Eu não posso. – falei suspirando, afinal, quantas vezes Harry Styles implora para você ficar um tempo no hotel com a banda?
-Porque você não pode? – Niall queimou minhas vistas com aquelas íris azuis fuzilantes.
-Eu tenho que me concentrar nas minhas provas que estão chegando e eu ainda tenho que ir á escola resolver a minha situação, não posso sair de casa na semana do meu aniversário, minha mãe piraria! – olhei para Camille que dormia junto com Charlotte e Lux nos bancos de espera azuis e me voltei para Harry ao meu lado em um tom baixo – Camille está doente, você sabe, ela está cada vez mais fraca.
Minhas próprias palavras me machucaram com uma intensidade que eu não sabia que poderia fazer a mim mesma. Um corte com uma faca de açougueiro seria bem ruim, agora imagine uma faquinha de cera rasgando cada tecido de sua pele. Ela estava ficando fraca, o seu mês já estava acabando a validade, por mais que quando me deram o prazo eu estava achando que ela não poderia ficar tão mal em um mês, hoje eu vejo a diferença que esse mês causou em seus hábitos. Ela já estava se cansando em ficar menos de cinco horas acordada, já não corria á um bom tempo e para andar só se fossem poucos metros, o roxo em volta dos olhos se expandira e ficara mais escuro, sua tosse embargada e forçada...
-Melissa? Melissa! – Harry abanava as mãos á frente do meu rosto.
-Sim?
-Eu tenho uma solução para todos os seus problemas, escola e provas, ninguém vai te impedir de ir, vamos até te ajudar fazendo silencio e tudo para você se concentrar. Sua mãe não vai ligar de você sair de casa se é tão pouco tempo. – e então sussurrou:- quanto á Camille, ela vai continuar ao seu lado, nada vai mudar.
(...)
O combinado foi de todos irem para o hotel enquanto Harry e eu íamos pegar minhas coisas. Lux veio conosco já que não desgrudou do pescoço de Harry, não preciso nem mencionar que quase morri com a cena, não é?!
Já eram umas nove horas quando terminei de pegar tudo o que precisaríamos. Por volta das dez terminei com as minhas três malas mais as duas de Camille. Sentei-me no sofá e Hazza se jogou ao meu lado enquanto Lux brincava no chão com algumas bonecas de Camille.
Ele olhou para mim e desviou os olhos rapidamente ao ver minha situação, porém, eu estava cansada demais para ficar com vergonha. Meus cabelos estavam presos em um coque frouxo, meu rosto relativamente suado e estava sem a camiseta. (O que?! Mania povo!)
A porta se abriu de repente e eu me levantei em um pulo.
Minha mãe entrou, jogou a bolsa em um canto e se virou para mim.
-“Preciso falar com você” – ela repetiu minha mensagem, me olhou de cima a baixo e se sentou no sofá ao lado de Harry que lhe ofereceu um sorriso Colgate – Fale.
-Saiu do trabalho só para me ver? – perguntei surpresa.
-Não, sai por outro motivo. – encarei-a até ela se tocar que eu queria saber o motivo – Seu pai de novo.
-O que tem ele?
-Adivinha. –falou cruzando as pernas.
-Ah. – falei apenas. Pelo seu brilhante humor já era de se esperar que ele tivesse sido preso novamente – Desde quando?
-Já faz duas semanas – ela riu – só conseguiram entrar em contato agora.
-Por isso que faz tempo que não o vejo. Briga no bar? – perguntei e ela assentiu.
-Agora me fale o que tinha para dizer logo. – pediu e olhou para Harry que estava na mesma posição olhando para nos duas com um ar sério de quem entende a conversa – Ele não está entendendo uma palavra não é? – deduziu.
-Não. – ri e voltei a me concentrar – Então o que eu preciso te contar é que...
-Ai que linda! – Lilian berrou apontando para Lux – Ah meu Deus! Que garotinha mais linda!
Deixando-me com a maior cara de retardada, minha mãe foi pegar Lux no colo.
-Mãe!
-Ela é muito bonitinha e... – ela parou de repente olhou para Lux depois para Harry e finalmente parou em mim. – Não é filha de vocês não né?
-MÂE! – protestei – É claro que não! A Lux já vai fazer dois anos, nem tem como!
-Lux? – Lilian se virou risonha para o bebe em seus braços – Lux não é aquela marca de sabonete...
Esfreguei a mão no rosto demostrando a minha falta de paciência. Apontei para o sofá como se dissesse: “Vai sentar e ouvir ou não?”.
-Fale.
Meu plano era contar a novidade com calma e sem pressa, porém ela já havia me irritado o suficiente para uma semana.
-Os meninos vão ficar em um apartamento aqui perto – não sei na onde que era perto – e eu vou ficar com eles porque se eu ficar aqui, quando as meninas descobrirem onde eu moro vão querer vir aqui e eu não quero que elas irritem você e... Acho que é só. – Essa não era láaa a verdade, mas era bem melhor que contar sobre “queimar” e “matar”.
-Está pedindo ou comunicando?
-Um pouco dos dois. – falei dando de ombros.
-E a Camille? Sabe que ela não pode ficar aqui sozinha, não é?
-Ela vai comigo. – quando vi Lilian franzir o cenho continuei – É por pouco tempo.
-Tudo bem. – quando ela fechou a boca, a campainha tocou me fazendo ter que levantar e colocar a camiseta.
Abri a porta e desejei não o ter feito.
Acho que qualquer pedrada que alguém jogasse contra mim e saísse correndo seria menos doloroso do que aquilo.
-O. Que. Você. Quer. – falei pausadamente baixando os olhos.
-Queria falar com você – Mauro começou – Já que não me atende mais...
- “JÁ QUE NÃO ME ATENDE MAIS...” – gritei olhando para todos os lados á procura de algo para tacar nele. Quando não achei senti lagrimas queimando meus olhos procurando um lugar por onde sair. Enxuguei-as impedindo.
- Melissa! Calma, não fica com raiva! – ele passou a mão nervosamente pelo cabelo bagunçado – Nos podemos voltar a ser como antes... – depois de uma pausa que levou praticamente o meu dia inteiro enfim continuou – Joyce e eu não estamos mais juntos.
Então era assim. Eu era a segunda opção. Já que a Joyce não queria nada mais com ele, ele poderia vir até a idiota que ela com certeza iria ceder.
Como já havia procurado e não tinha achado, peguei meu tênis mesmo e taquei nele. Quando vi que só acertara a barriga, tirei o outro do pé e joguei novamente acertando em cheio sua testa. Pulei em cima dele descontando toda a raiva que havia ficado acumulada ao longo dos anos enquanto o xingava de todos os nomes que encontrei.
Harry veio ver que gritaria era aquela e seus olhos ficaram como chamas ao se encontrar com os de Mauro.
-Esse é o Mauro? – perguntou. Estranhei Harry lembrar já que não haviam sido muitas as vezes que eu comentara sobre ele.
-É, agora deixa eu terminar de matar ele.
Mauro não entendeu a comunicação entre nos dois, mas não saiu correndo para evitar levar mais uma mordida. Sim, eu havia distribuído mordidas em seus braços.
-Me da uma licencinha aqui. – falou me entregando Lux e dando um soco em cheio na lateral de sua boca.
Arregalei os olhos surpresa mas não fiquei com pena, pelo menos alguma coisa havia feito ele sentir dor.
-Isso é por ter tido tudo o que eu queria e ter jogado fora seu estupido! – gritou Harry enquanto o outro se afastava apressado.
Mauro não havia entendido isso. Mas eu entendi.
-Como é Harry? – perguntei com um sorriso idiota no rosto.
-Hãm, nada.
(...)
Ao chegar ao hotel, me explicaram que a banda reservava os três últimos andares só para a equipe e a banda para quem ninguém fosse incomodado. No ultimo andar (onde ficaríamos), havia 14 portas, cada um ficaria em um dos quartos e Camille ficaria comigo no 112. O hotel era extremamente grande e chique, ficava á alguns minutos de carro do centro.
Depois de terminarmos de arrumar a bagunça, estávamos exausto. Prometi a mim mesma que nunca mais me mudaria para lugar algum – e isso porque eu só havia levado três malas apesar de serem grandes, imagine se fosse mudar com a casa toda.
Olhei mais uma vez para o “presente de aniversário adiantado” da minha mãe e guardei-o na bolsa. Por causa dela agora todos sabiam que o meu aniversário era na sexta-feira.
Já era noite e nós estávamos todos no saguão andando de um lado para o outro entre as pessoas que trabalhavam e se hospedavam. Eu e Harry estávamos sentados em um sofá coberto por pelos brancos – que por um momento me lembraram meu antigo cachorro – e detalhes pretos que combinavam perfeitamente com o resto da decoração, ela se dividia entre as cores: branco, preto, marrom e cinza claro.
Harry insistia que deveria separar todas as cores do meu cabelo. Com as mãos ágeis separava uma cor para cada lado até que do nada murmurou:
-Será que se encontra um pote de ouro no final desse arco-íris?
Virei-me para ele seria por alguns segundos e então caímos na gargalhada. Essa fora a piada mais fofa que fizeram sobre o meu cabelo.
-Vamos descobrir – disse em meio á risada.
Niall P.O.V
-Hey, meninas! – falei para a câmera em minhas mãos – Nosso primeiro dia oficial aqui no Brasil e vou mostrar o que nos estamos fazendo.
Dei mais um sorriso para a câmera e comecei a caminhar pelo saguão, encontrei Liam, Zayn e Louis conversando.
-Um “oi” para as Brasileiras? Do jeito que a Missy ensinou! – pedi me lembrando do jeito que se falava em português.
Apontei a câmera para mim ficando ao lado dos meninos e fizemos um coro de “Oi”. Eu sabia que não havia ficado igual ao de Melissa, mas já era um começo.
-Estão conversando sobre? – perguntei me levantando e apontando a câmera para eles.
-Nada demais. – Louis riu do beijo gay que Zayn mandou para a câmera.
-Onde está Harry? – perguntei olhando de um lado para o outro.
-Brincando de cabelereiro ali. – Liam apontou para o sofá mais próximo onde Harry estava sentado com as pernas em cima do assento e Melissa á sua frente de costas.
Harry fazia alguma coisa separando os cabelos de Missy, pude perceber que ele cantarolava o refrão de Tell me a lie quando cheguei mais perto, Melissa respondia a tudo o que ele dizia.
Diga-me que eu sou um desastrado
-Você é um desastrado – Melissa concordou rindo.
Que eu nunca escuto, escuto
-Você nunca escuta!
Me diga que você não quer o meu beijo
-Eu não quero seu beijo – falou cruzando os braços teatralmente
Que você precisa de distância, distância
-Sim, preciso de distância!
Diga-me qualquer coisa mas não diga que é dele que você esta sentindo falta querida
-É dele sim! – brincou.
Se ele é a razão pela qual você está me deixando esta noite
Me poupe do que você pensa
-Ok – ela levantou a mão em sinal de rendição.
E me conte uma mentira
-Sim, eu contei uma mentira. – falou rindo e sendo acompanhada por Harry e eu.
-O que está fazendo? – Harry perguntou.
-Gravando nosso primeiro dia oficial no Brasil. – respondi – Agora deem um oi em português.
-“Oi” – Melissa e Harry falaram tímidos.
-Alguma coisa a dizer já que é a primeira vez que a câmera pega mais do que só o seu cabelo divo? – perguntei fazendo-a corar.
-Hum... Não me matem...? – aquilo foi mais uma pergunta, todos rimos.
Camille veio dizer alguma coisa para Melissa, mas acabou se escondendo em seu colo quando viu a câmera.
-Vem aqui. – Harry pediu se divertindo com a timidez das irmãs.
Camille foi até ele e escondeu o rosto em seu peito.
-Diga “Oi” para as meninas Camille. – Harry pediu. Tenho certeza que Camille não entendeu todas as palavras, mas algumas ela reconheceu já que entendeu o pedido.
-Oi. – falou virando o rosto para mim deixando de se esconder.
-Pergunta para ela se ela está com fome.
Melissa perguntou e ela balançou a cabeça afirmando que sim. Entreguei a câmera a Harry e peguei Camille indo em direção ao restaurante que ficava do lado do saguão.
-Então é só isso directioners, tchau. – Ouvi Harry falar.
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