LAUREN POV
- LAUREN! - Escuto um grito vindo do quarto da minha querida irmãzinha, vulgo Camila, nossa como eu odeio esta pentelha.
- O QUE É, PORRA? - Grito, já saindo do meu quarto indo em direção ao dela, assim que eu abro a porta eu encontro ela apenas com uma calça preta apertadíssima, segurando o sutiã.
- Fecha aqui pra mim!
A olho indignada.
- Você me fez parar minha série pra isso? Ah, faça-me o favor.
Digo e quando eu ia saindo ela volta a falar.
- Por favor, eu já tô atrasada pra escola, mamãe vai me matar se eu faltar hoje, ela me viu fazendo o trabalho. Agora fecha logo isso, pelo amor que você tenha à Deus!
Bufo e vou em direção à ela, fechando seu sutiã.
- Pronto! Agora rala daqui.
- Você não vai para à escola, Lauren?
- Eu não! Hoje não vai ter nada demais.
- Vai ter palestra.
- Eu não ligo.
- Então vá se foder!
O QUE!?
- Repete, Camila!
Me aproximo dela, segurando seu braço. Detalhe, ela ainda está de sutiã mostrando essa barriga chapada que ela tem, céus! Um dos motivos pra eu odiar essa garota.
- Vá.se.foder, Lauren! Você por acaso é surda ou o quê? Cara! Faz mais de três meses que você está me tratando que nem lixo, e eu não faço a mínima ideia do que eu fiz, e me solta!
Puxou seu braço me deixando sem palavras.
- Já conversamos sobre isso, Camila, eu simplesmente não suporto mais você, você fala 24 horas por dia, sua voz é irritante, você é pegajosa demais e é uma completa idiota. Quer mais motivos?
Ela olha pra mim com uma expressão de choro e eu sinto meu coração apertar.
- Não, apenas saia daqui.
Olho pra ela pela última vez e saio batendo a porta. MERDA!
Deito em minha cama e começo a pensar nas coisas que estão acontecendo.
Antes, permita-me apresentar.
Meu nome é Lauren Michelle, tenho 17 anos, estou no último ano do colegial e tenho uma família perfeita. Bem, quase perfeita. Eu nasci com um pequeno/grande problema, um pênis. No começo foi difícil me adaptar, qual é!? Não é normal uma garota nascer com um órgão masculino entre as pernas. Graças à Deus, não sofri nenhum preconceito, pelo menos à minha vista não. Acho que quando eu ainda era fundamental 2, falavam por trás, mas eu não me importava, graças à minha criação, eu sou uma garota bem foda-se pra tudo, minha mãe e meu pai me ensinaram a nunca ligar para a opinião das pessoas, e eu sempre segui este conselho. Voltando para hoje em dia, tudo está saindo bem em minha vida, tenho uma ótima escola, pais maravilhosos, irmãos incrivelmente educados e gentis e isso é o básico. Agora, o que falar da minha quase irmã, Karla Camila, mais conhecida como Camila, ela odeia seu primeiro nome, não me perguntem o porquê.
Bem, ela também tem 17 anos e estuda na mesma escola que eu. É uma garota incrível, da sua personalidade às suas características. Sempre sorrindo, contando piada, se divertindo, saindo e... me atraindo. Sim! Ela me atrai muito, e eu descobri isso à três meses atrás, por isso me afastei. É errado, nós crescemos juntas, quando nossa mãe a adotou, porque sua mãe a abandonou assim que nasceu. Nós cuidamos uma da outra, sempre, ela era incrível pra mim, me mimava, fazia tudo que eu pedia, é carinhosa pra caralho, sem contar na sua beleza. Cabelos longos e negros, na altura da cintura, dona de olhos perfeitamente castanhos, seu corpo parece que foi criado pelos deuses, é incrível, sem falar no seu sorriso, é minha ruína. Pois é, eu a acho perfeita, e isso fez com que eu me apaixonasse inexplicavelmente por ela. É aí que entra o ''x'' da questão. Por que eu a odeio tanto?
Respondendo, não, eu não odeio Camila, eu apenas estou fingindo um ódio pra ela se afastar de mim e pensar que eu não quero ter mais nenhum afeto em relação à ela. E sinceramente, quando ela perceber isso, eu literalmente, não sei o que eu vou fazer.
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