História Love Can Kill - Hannah

"E todas as minhas paredes são altas e pintadas de azul
Mas eu vou derrubá-las, vou derrubá-las
E abrir a porta para você
E tudo que eu sinto são borboletas no estômago
Do tipo bonito, recuperando o tempo perdido.

Volte e me diga o porquê
Estou me sentindo como se tivesse sentido sua falta durante todo esse tempo"

~Everything Has Changed, Ed Sheeran

FLASHBACK CAPÍTULO 02

- Pra onde ele tá indo? - Caitlin pergunta atenta e enxugando as lágrimas enquanto destrava a sua arma.

- Para a Flórida - Chaz entra na escuta - fica na cola, Bieber!

- Tem mais dois carros - vejo outras duas Bugatis pretas entrarem na estrada

- Consege ver a placa? 

- Não, são iguais e sem placa

- Caitlin, presta atenção e tenta não perder o carro - ficamos em silêncio - Ryan, tenta achar a Emily - Chaz fala para Ryan que está no outro carro com Christian. Ryan avança o carro na direção de um dos carros e entendo, é aquele! Emprensamos o mesmo e vejo Wilden Blackburn, um dos meus inimigos, empurrar uma garota para baixo. 

- É ela! - digo certo de este é o carro. Emprensamos o carro preto o fazendo perder o controle, o que não parece abalá-lo. Wilden destrava a arma e me mostra, Christian atira contra o carro mas sem sucesso e com uma boa blindagem. Wilden atira na garota ao seu lado e o meu corpo parece congelar

- O que aconteceu? - Chaz entra na escuta

- Ela morreu - Ryan fala com a voz fraca

JUSTIN'S P.O.V.

- Vou ver o bebê - digo e ela assente. Ao abrir a porta vejo enfermeiros correndo com alguns aparelhos na direção do berçário. Fito Emily, que olhava atenta para a porta

- Ele nasceu de quatro meses, eu sei que ele vai  ter que lutar - ela comentou enquanto chorava em silêncio. Fechei a porta e voltei a ficar do lado dela. - Justin - Em sussurra

- hm - murmuro

- Eu não queria... - faz uma pausa - mas isso não significa que eu não o ame

- Eu sei, Em. Vamos levar ele vivo daqui!

- Promete?

- Prometo que vou fazer de tudo pra ele ter o melhor tratamento para que consiga sair vivo. - ela fica em silêncio e assente abaixando a cabeça - o Tyler...

- Ele não é o pai - ela me interrompe - e eu não sabia

- Então quem é? 

- Wilden Blackburn - diz num sussurro. Puta que pariu - eu sei o que você está pensando mas...

- Em, eu não tenho coisas ruins pra pensar sobre você. Relaxa, gata! Eu tava em coma e não sei o que rolou aqui. 

- Eu fui sequestrada, Jus - ela olha nos meus olhos - pela primeira e única vez na minha vida. Fiquei 03 dias trancada num quarto nos fundos de uma mansão que fica em alguma ilha. Wilden me obrigou a transar com ele. Eu fui estuprada e ninguém nunca soube disso. A Cait e o Chad me tiraram de lá sozinhos, nem os nossos seguranças souberam. Eu não sou um alvo tão difícil assim, Justin. Eu ainda sou uma mulher cheia de pontos fracos e de pessoas com quem eu me preocupo. Porra! Não dava pra eles terem colocado seguranças na porta da merda do quarto que você estava? - ela abaixa a cabeça derramando uma lágrima

- Calma... me explica direito - acaricio o seu rosto limpando a lágrima que escorria

- Você... Wilden te ameaçou e não foi com os meninos. Ele falou direto comigo que te mataria e me mostrou o quão fácil seria a não ser que eu me entregasse e, porra, ele mexeu com um passado que estava parado.

- Em, eu sinto muito - a abraço - você devia ter falado com os caras

- Não, eu não devia - ela me olha com um sorriso de canto - por mais que eles sejam capazes de dar a vida por você e que passem o tempo todo do seu lado. Tenha a certeza de que eu te amo mais que eles, e isso era a  poeira abaixada... que Wilden soprou. - acaricio o rosto dela ponto uma mecha atrás da sua orelha a fazendo sorrir.

- Senhora Walker? - a médica entra

- Sim - Emily responde limpando algumas lágrimas

- Preciso que tome esse remédio para dor - ela entrega o remédio para Emily e um copo com água. Em toma sem questionar - como se sente?

- Melhorando aos poucos - ela sorri simpática e a doutora assente

- Senhor Bieber?

- Hm - murmuro

- Posso falar com o senhor? - assinto e saimos do quarto - o bebê... ele nasceu muito cedo e com uma complicação no coração, que não consegue pulsar sozinho, não é forte o suficiente, o que causa arritmias no bebê. 

- Ele não vai sobreviver, vai?

- Ela... - a médica me concerta e a olho confuso. É uma menina?! - ela não vai sobreviver muito, e talvez precise de uma cirurgia pra viver mais um pouco. Só tem uma questão... 

- Qual?

- Ela recebeu a transfusão de sangue há pouco tempo, vai precisar de mais uns dois dias pra poder receber outra

- Tenha certeza de que ela ficará viva - digo e entro no quarto a deixando só - você sabia que é uma menina?

- Não - Emily me olha com os olhose molhados e um sorriso lindo no rosto. Fico em silêncio passando a mão no cabelo - Jus...

- Eu - a olho nos olhos

- Tira uma foto dela?! - ela pede e eu assinto saindo do quarto

Passo pela sala de espera, onde todos estavam apreensivos e aliviados ao mesmo tempo, se é que isso é possível. Eles se levantaram rápido do sofá e me olharam anciosos. Sorrí pra Cait, que entendeu que deveria entrar pra ver Emily, e assim fez.

Passei por uma janela de vidro e fiquei um tempo observando os bebês, sem encontrar uma que fosse pequena o suficiente para que eu identificasse.

- O senhor é o pai da prematura? - uma enfermeira pergunta

- Eu não... sim, sou eu - digo e ela sorri 

- Sou Izzie, a enfermeira dela. Venha, vou te levar pra conhecer a sua filha - seria errado dizer que essa última frase me fez ficar mais feliz hoje? - aqui está. Fique à vontade e... pode pegar nela atravez desses "buracos" no berço- ela me deixa sozinho num quarto com a pequena.

Me sentei numa cadeira e fiquei a observando. Ela tinha um curativo nos olhos e alguns fios ligados a ela, mas nada a impedia de sorrir. Ela mexia as mãozinhas e sorria boba pro nada. Como uma alma tão pura pode ser filha de um cara tão filho da puta? Pego o celular e tiro as fotos de vários ângulos - me sentindo meio gay e nada gangster ao fazer isso mas tô pouco me fodendo hoje-. 

- Ei, princesa - sussurro acariciando a sua mãozinha - vamos fazer de tudo pra você ficar aqui okay? Mamãe está te esperando, louca pra te conhecer - ouço a porta sendo aberta e vejo Cait apoiada nela - estamos aqui por você, minha pequena! - me levanto da cadeira abraçando Caitlin, que chorava. 

- Se não se importa... eu gravei isso - ela ri anasalado e beijo sua testa. - me perdoe, Jus, por ter deixado vocês

- Shh. Você não precisa falar agora - sussurro e ela assente. 

DOIS DIAS SE PASSARAM

Passei esses dois ultimos dias no hospital com Em, para garantir a segurança dela e o sigilo de tudo que estava acontecendo. Armamos alguns movimentos falsos para dispistar quem estivesse de olho e acho que deu certo. 

Estou no quarto da Emily com ela e a pequena que ainda não tem nome, além de Chris, Chad e Cait. 

- Preciso levá-la para a sala de cirurgia - Izzie entra no quarto. 

- Okay - Em sorri olhando pro berço - ela pode morrer?

- Sim - Izzie responde receosa - mas não quer dizer que ela vai morrer

- Então temos um problema... - Cait diz ao ver a expressão de Emily abaixar. - não temos um nome

- Ela tem um nome - me levanto e todos me olham sem entender

EMILY'S P.O.V.

Justin pega um papel na mochila e me entrega com um sorriso enorme no rosto

- O que é isso? - pergunto limpando uma lágrima e todos nos olham

- Eu sei que as coisas têm sido muito difíceis nos últimos dias e sei que 10 anos não são 10 dias. Mas sei que posso guardar durante 10 anos uma coisa que você me disse em 10 segundos. - puta merda, essa é a parte em que eu volto a chorar - Aos 13 anos, duas semanas antes da mudança nas nossas vidas, era noite... lembro que estávamos naquela casinha abandonada. Estávamos esperando Chad chegar até que você sorriu pro céu e sussurrou "Hannah". Me lembro de perguntar quem era Hannah e você me disse que seria o nome da sua primeira filha, e que queria amar o pai. - ele ri e porra, todos já estavam chorando

- Senhor Justin, preciso levá-la

- Só... só me dá um minuto - ele pede - Sei que passamos muito tempo separados, o que faz com que a gente não se fale mais como costumávamos, mas eu sei que eu ainda te amo do mesmo jeito que eu te amava naquele dia, do mesmo jeito que me fez querer ser o pai da sua primeira filha e de todas as outras. Eu te amo demais pra deixar que a pequena corra risco de vida sem ao menos ter um nome e tenha um pai filho da puta que fez a pior merda da vida dele com a sua mãe. E foi por isso que eu... - ele chegou mais perto com o rosto cheio de lágrimas, a mão tremento e um sorriso de canto - eu a registrei.

- Hannah Walker Bieber?! - leio num sussurro e o olho nos olhos por alguns segundos.

- Você não gostou?! - ele me olha decepcionado e eu sorrio. 

- Essa foi a melhor coisa que você fez nos últimos 10 anos - digo e o abraço apertado. 

- Vá com Deus, Hannah - Caitlin sussurra para a pequena que ria, como sempre. 

- Papai te ama, pequena! - Justin sorri bobo e deixa que Izzie a leve. - Eu te amo, Em!