História Love Denied - Pequenas coisas.

— Anna, acorda, você tá atrasada! — Disse meu irmão mais velho, Erick. 

Era mais um dia. Mais um desses dias chatos que você não quer levantar, só ficar na cama. Infelizmente, eu precisava levantar. Era meu primeiro dia de aula em um colégio totalmente novo, em um lugar onde eu não conhecia nada. As pessoas de lá podiam ser horríveis, eu não podia começar faltando. E se já começassem a me zoar no segundo dia de aula por ter faltado o primeiro? Ah, não. Eu precisava ir. 

— Depois da aula eu devo ir no teatro. Vi que tem um aqui perto, quero ver como é. — Eu disse enquanto pegava uma torrada e mordia, olhando para meu irmão. 

Éramos só nos dois em casa. Minha mãe havia sumido quando eu tinha quatro anos. Meu pai? Bem, meu pai vivia trabalhando para que tivéssemos a melhor vida possível, mesmo que acontecesse o contrário. De qualquer forma, eu nunca tive motivos para reclamar, porque meu irmão sempre esteve do meu lado, e ele era como mãe e pai para mim. Com seus vinte e três anos e nenhuma namorada, ele já sabia como cuidar de uma casa. Aliás, ele sempre foi muito bom nisso. 

Depois de terminarmos de comer, ele me levou até o colégio e eu sai do carro com um certo medo. Havia tantas pessoas lá, algumas muito sérias, outras, muito sorridentes... Mas o que mais me chamou atenção foi um cartaz gigante dizendo: "HORÁRIO DAS AULAS NA COORDENAÇÃO.". Mas onde era a tal coordenação? Esse era o maior problema. Quando me virei para ver se Erick ainda estava lá, vi ele me olhando e sorrindo. Ele deu um pequeno tchauzinho e vem um sinal com a mão parecido com um "vai lá". Eu me virei e comecei a andar para onde eu achava que podia ser a coordenação. Demorou vinte e quatro minutos para eu achar ela. Quando parei em frente a porta, ouvi gritos que pareciam vir de lá de dentro. Dei duas pequenas batidas na porta e esperei. Dois minutos depois, saiu uma menina e logo em seguida um homem que parecia ser a pessoa com quem eu deveria falar. 

— Hoje é seu primeiro dia de aula, Christine! Você precisa ser menos... Menos assim. — Disse o homem, com um tom sério no olhar enquanto a menina o imitava. 

— Por que não me dá logo meu horário e para de reclamar de tudo? E eu já disse que é Chris! 

O homem entregou um papel para ela e suspirou, revirando os olhos. Ela me olhou de cima a baixo e soltou algo que parecia ser uma risada. Ele fez um sinal para que eu entrasse na sala. Eu entrei. 

— Pode sentar. — Ele disse, apontando para a cadeira.

Eu me sentei e olhei novamente para ele. Ele parecia ter por volta de quarenta anos. Seu olhar estava cansado, mas ainda sim, ele estava elegante. Seus cabelos tinham um tom de castanho que se misturava com grisalho, e seus olhos castanho claro faziam com que ele parecesse mais bonito. 

— Você é a...? 

— Anna. Anna Baker. 

Ele assentiu e digitou o nome em seu computador. Logo depois, saiu um papel de sua impressora e ele pegou, dando um pequeno sorriso. 

— Anna Baker, seja bem-vinda ao nosso colégio, Sword Palms. 

Eu sorri e antes que pudesse falar algo, alguém abriu a porta, me fazendo quase pular da cadeira. Era um garoto. Ele era alto e extremamente branco. Seu cabelo era ondulado, o que ficava bem e combinava com seus olhos verdes. Ele usava uma blusa xadrez e estava sério. 

— Perdi meu horário... De novo. 

— Mas você acabou de pagá-lo. — Disse o homem que ainda não havia me dito seu nome. 

— Pois é. — Ele disse enquanto me encarava. 

— O horário dela é o mesmo que o seu. Aproveite e ajude-a a achar as salas. Ela é nova. — Ele disse, apontando para mim. — E a propósito, Srta. Anna, eu sou o Leon. 

— Leão. Ele é o leão. — Disse o garoto, soltando um pequeno riso. Depois voltou sua atenção para mim. — Vamos logo. 

Me levantei, meio confusa, indo até a porta enquanto o menino já havia pegado o papel de minha mão e começado a andar em direção a sala. 

— Certo. Obrigada, Leão. Digo, Leon. Leon, obrigada.

Comecei a correr para alcançar o garoto, enquanto ele continuava a andar despreocupado com o meu horário. 

— Ei! Esse horário é meu! 

Ele deu de ombros e continuou a andar. Parou em frente uma sala, me entregou o papel e entrou. Eu entendi que aquela também era minha sala e entrei. Sentei no único lugar que restava, que era ao lado e uma menina que estava vestida completamente de preto e estava com uma maquiagem pesadíssima. Ela abriu um sorriso para mim. 

— Oi, eu sou a Ashley, prazer. 

— Prazer, sou a Anna...

Eu respondi enquanto o professor entrava na sala, dando um grito para todos ficarem quietos.

— Eu sou o novo professor de psicologia de vocês. Me chamem de Sr. Turner. Quero que cada um se apresente hoje, dizendo nome, idade e o motivo de estudar aqui. Vamos começar por essa fileira. — Ele disse, apontando para a fileira que eu estava sentada. A primeira pessoa era o garoto estranho que pegou meu papel. 

— Noah, dezoito, fica perto da minha casa. 

Todos riram. Depois dele, mais duas pessoas falaram e então chegou minha vez. 

— Ah, me chamo Anna, tenho dezessete anos e estou aqui porque meu irmão decidiu vir morar aqui. Bem, foi ele quem escolheu o colégio.

— Você não pode escolher um colégio sem seu irmão? — Perguntou o professor. 

— Posso... Mas, ele.. — Antes que eu terminasse de falar, o garoto que estava atrás de mim falou. 

— Alo, dezessete, porque minha mãe quis. 

E então todos continuaram se apresentando. No fim das aulas, decidi que iria até o tal teatro. Eu amava atuar.