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História Love Has No Rules - Family


Escrita por: clexasincer

Notas do Autor


Desculpa demora, mas inspiração para escrever em mim não vem tão fácil como parece...
Bom, nesse capítulo vou mostrar as coisas no ponto de vista da Lexa, a relação dela com a família, Alicia, sua personalidade, enfim.


Boa leitura! ♥

Capítulo 2 - Family


Fanfic / Fanfiction Love Has No Rules - Family

Alexandra Woods

 

 

Eu vasculhava pelo armário excessivamente arrumado qualquer roupa confortável que ficasse ao menos quatro centímetros de distância do corpo. Os vestidos caros de grife alinhados por cor e tamanho era um tanto desnecessário – vestidos de mais de mil dólares perfeitamente organizados, as pessoas se preocupavam à toa com esse padrão. Queria sujá-los com minhas mãos engorduradas pelo salgadinho ingerido segundos antes. Um casaco de penas com detalhes dourados pela gola continha a nota na etiqueta pregada por uma fita, provavelmente para convidados se surpreenderem quando forem ver.

Fechei a porta do armário, vendo-a arrastar-se pela parede e revelar o vidro que cobria toda a extensão percorrida. Eu estava uma merda, era gratificante me ver nesse estado. Apanhei o canivete do bolso da minha calça jogada nos pés da cama e sentei-me no chão de madeira de carvalho branco, iniciando algum desenho hippie que viera na mente. Pequeno e discreto, mas significante.

O resultado estava bom. Estava bom pra caralho.

A porta do quarto fora aberta e só havia percebido pelos passos próximos à mim que se tornaram insuportável. Maldita hora que foram inventar os saltos. Talvez eu odiasse tudo que me rodeie em alguns momentos ou até sempre. Minha mente trabalhava apenas com a realidade, seja ela positiva ou negativa, nada de criar expectativas. Isso não te leva para frente, só prende você em um mundo inexistente onde sonhos e esperanças não existiam pois tudo o que você queria se tornava real. Uma merda que isso algum dia pode existir.

Minhas pernas se encontravam cheias de feridas, arranhões e pequenas cicatrizes. Brigas de rua era um esporte bastante praticado em minha vida, ainda mais quando se apostava uns vinte dólares, trinta e assim por diante. Minha velha gritava comigo por eu não ter uma vida igual a de minha irmã; ‘sempre estragando seu rosto lindo’ era o que ela dizia. Minhas roupas rasgadas, meu cabelo desarrumado e muito menos meus gostos em geral agradavam meus pais ou parentes próximos.

E eu me perguntava; o que merda eles tinham a ver com a minha vida?

- Você está pensativa de novo. – Costia finalmente abriu a boca para comentar após passar minutos observando-me. Tentei finalizar de forma certa o desenho no piso, mas o canivete estava um lixo e não saiu como eu queria.

- Não é nada. – tratei de responder antes que fosse bombardeada com perguntas dispensáveis sobre minha vida. Ela suspirou, sentando ao meu lado e dedilhando o desenho não finalizado na madeira.

- É lindo.

- Não está terminado.

- Continua lindo. – sorriu. – Vai ficar para o jantar?

- Não. – neguei rapidamente. – Seu pai me odeia e sua mãe não fica longe do mesmo status.

- Eles irão jantar fora... – informou-me com calma na voz. – Podemos mandar Cassandra fazer algo especial para nós.

- E por que seria especial? É só comida - fiz uma careta com pensamento. – Comida é especial, você tem razão.

- Especial entre nós duas, boba. – ela retirou o cabelo do rosto, colocando de forma tímida atrás da orelha. – Ou podemos sair também, o que você acha?

- Costia, eu preciso ir pra casa – me levanto. – Meus pais estão enfrentando um divórcio e minha mãe está louca.

- Ah... – seu olhar baixou, levantando-se também e ajeitando o vestido branco com detalhes de pérolas pelas bordas e na cintura. – Eu entendo.

- Agradeço por isso. – sorri enquanto vestia minhas roupas devidamente. – Seus pais já saíram?

- Provavelmente sim. – afirma. – Quer que eu desça com você?

- Não é preciso, eu sei o caminho. – tentei em vão sacudir o cabelo para que ele sentasse. Costia pressionava os lábios, temendo falar ou pedir algo que não deve. – Eu te ligo, sim?

- Claro. – assente devagar se aproximando de mim. Enfiei as mãos na jaqueta que possuía o odor da fumaça do cigarro e vários rasgos, suja como se não tivesse sido lavada esta semana, mas eu tinha feito a lavagem. Eu juro. Costia odiava todas as minhas roupas mais do que me odiava. – Um beijo de despedida?

- O que você quiser... – a puxo delicadamente pela cintura, engordurando o seu vestido novo e branco com prazer. Ela gostava, por mais que negasse e vivia se escondendo atrás da sua personalidade de merda. Infelizmente, nós vivemos na realidade e essa história não vai terminar bem. Se é que exista alguma.

- Tchau. – sussurrou e sorriu em seguida. Curvei meus lábios em um sorriso de escárnio, inclinando de leve minha cabeça também. Eu tinha uma boa aparência, mesmo que eu não tivesse o cuidado necessário. E qualquer ângulo me favorecia, com o cabelo arrepiado, a cara de quem acabou de transar e está necessitada de um cigarro, eu podia estar bonita com esses empecilhos.

Caminhei para fora do quarto, ombros relaxados e cabeça baixa. Eu precisava espairecer bastante antes de voltar para o inferno que estava minha casa. Minha mãe estava cada dia mais louca com os papéis, a correria, tentar ser ela mesma, nada se encaixava direito e como era antes na sua lista semanal. Poderia entrar em uma depressão tão facilmente quanto eu voltar para as drogas em menos de seis horas de uso – talvez ela já estivesse. Não era nenhuma surpresa para mim, ela mostrava indícios de depressão desde que sua vida mudou drasticamente com o nascimento dos meus irmãos mais novos.

E meu pai certamente não aguentara toda essa pressão. Eu sabia do seu caso com outra mulher da cidade vizinha há tempos, ele não era alguém muito discreto e não sabia apagar seus emails e mensagens. Não o culpo, eu também não aguentaria cinco filhos e uma mulher psicologicamente acabada.

Minha casa era confortável o suficiente para iludir os desejos intensos de mais da minha mãe e de minha irmã. Meus irmãos mais novos não ligavam para luxuria, a mente infantil é a melhor mente desse mundo, não enxerga maldade, é só pureza e desconhecimento sobre coisas terríveis que sabemos ao crescer. Eu não tinha mais animação para viver naquela casa, estava perdida desde que começara a presenciar as crises de minha mãe com dez anos e procurava conforto em algum lugar na rua ou em pequenas coisas que se tornariam um vício mais tarde – e se tornou.

Tudo se perdeu após a confissão do meu pai. Depois de inúmeras discussões entre minha mãe e ele, finalmente chegaram em um acordo que preferiram não comentar conosco. Mas eu sabia qual era, não era fácil esconder as coisas de mim, eu interpretava os segredos alheios como um jogo que precisava vencer. E Alicia escondia coisas de mim, muita coisa. Aquilo só criava uma sensação estranha de que eu não podia ser confiável para ela, não sabia ao menos se ela se importava da mesma forma, por mais estranho que pareça meu jeito de demonstrar isso.

- Estou em casa! – anuncio inutilmente minha chegada na casa que poderia estar vazia. Papai trabalhava quase o dia inteiro quando não arrumava alguma desculpa para se manter longe de nós. Os mais novos dormiam na casa de minha tia faz dois meses e Alicia, bem, ela sempre se mantinha afastada.

O barulho da porta do banheiro sendo trancada no segundo andar era irritante. Ninguém concertava aquela maldita fechadura.

- Mãe? – chamei ao subir as escadas. Mamãe deveria estar trabalhando agora já que trocara seu turno para noite. – Alicia?

O tilintar de algo contra o chão despertou o meu único instinto protetor que eu nunca tentei me livrar – com Alicia. Tive que apressar meus passos para chegar até o banheiro do andar de cima, com a porta trancada e o silêncio predominante poderia fazer eu acreditar que o barulho fora criação da minha mente.

- Alicia, eu sei que está aí...

Silêncio.

- Por favor, deixe-me entrar.

Silêncio.

- Eu não deveria ter saído... – respiro fundo antes de continuar: - Eu não deveria ter deixado você sozinha. Por favor, abra a porta, eu estou preocupada.

Silêncio.

- Alicia eu estou pedindo, abra a porta. – tento mais uma vez resolver as coisas no jeito dela – na base da conversa sincera.

- Lex? – ouvi seu sussurro seguido por um soluço.

- Sim, bebê, sou eu. – mordo o lábio inferior. – Você está bem? Pode abrir a porta pra mim, por favor? – peço delicadamente.

- E-eu não consigo.

- Como não, Lysh? Basta destrancar a porta, você pode fazer isso por mim?

Silêncio.

- Tudo bem, eu irei abrir. – me abaixo para ficar na altura da fechadura, retirando a chave reserva escondida entre os trapos velhos do batente da porta. Agradeci pra qualquer coisa que existisse pela chave ainda estar ali.

Ainda bem que eu estava sóbria.

E Alicia estava ali, sentada no chão do banheiro com o olhar confuso, totalmente amedrontada, me encarava como um pedido de socorro silencioso. Minha reação diante àquela cena foi de total perdição, olhando Alicia agarrar-se contra ela mesma, aprofundando-se cada vez mais no choro. A única iluminação do banheiro existente era a luz da lua com o poste próximo à janela, deixando o ambiente mais tenso. Alicia parecia frágil como uma boneca de porcelana, seus soluços cortantes quebravam dolorosamente cada parte do meu coração da forma mais lenta possível.

Ela soluçava abertamente, os seus lábios entreabertos tentando puxar algum ar. As lágrimas desciam pelo seu rosto assim como desciam pelo meu. Eu não consegui sussurrar, estava paralisada olhando para o chão ao seu redor, tentando achar algum controle em mim para não agir da pior maneira sobre esse assunto tão delicado. Aquilo doía demais, era doloroso pra caralho.

Dei apenas dois passos antes de desabar ao seu lado, engolindo o choro que doía como o inferno na minha garganta. Toquei levemente em seu braço, chamando sua atenção para que eu pudesse abraçá-la, mas ela estava com vergonha. Não era a primeira vez e com toda certeza não seria a última. Puxei seu braço, soltando-o do aperto que estava contra os seus joelhos, sacudindo minha cabeça com uma incredulidade completa. Seu desgaste psicológico afetava tanto à mim quanto lhe afetava.

- Me desculpe. – Ela sussurrou após puxar o braço de volta, levantando sua cabeça. – E-eu...

- Shh, não precisa dizer nada. – cortei qualquer desculpa que ela fosse me oferecer. – Vem – abro meus braços, segurando seu corpo contra o meu. – Relaxe, eu estou aqui agora, sim?

Ela assentiu. Senti suas lágrimas contra minha blusa fina, pressionei ainda mais nosso contato.

- Você se lembra de quando éramos pequenas, quando pedimos para o papai construir uma casa na árvore? – perguntei aleatoriamente me pegando nas lembranças felizes. Ela assente novamente. – Você não queria subir pois achava que iríamos cair ou não iria conseguir descer mais.

- Eu tinha medo. – sussurrou.

- Eu sei. – sorrio brevemente. – Então eu pedi pro papai construir um escorregador para que você pudesse descer sem ter algum risco. Fomos até a loja de brinquedos e eu escolhi o maior, a árvore era grande e eu tinha minhas preocupações. – rio pelo nariz. – E você ficou em choque quando viu, saiu gritando para mamãe que a fadinha havia realizado seu desejo.

- Foi você.

- Sinto muito, sua fadinha foi eu... – ela ri baixo. Apertei seu braço com firmeza, tendo a certeza de que ela estava bem, viva, e pela primeira vez no dia, rindo. – Eu não posso pedir para você parar porque só você pode fazer isso, Alicia. Só você pode quebrar essas barreiras, esse muro que você criou com o tempo. Só você pode enfrentar seus medos e demônios. Nem sempre haverá uma fadinha na sua vida para fazer esses problemas desaparecerem.

- Eu sei. – ela engole em seco. – Mas eu não quero. Não ainda.

- Tudo no seu tempo... Só, por favor, prometa-me que não vai me deixar. – sussurro. – Prometa-me que você não vai ser egoísta a ponto de achar que essa é a melhor opção. Pense em mim. Eu nunca vou conseguir nada sem você.

- Eu... Eu prometo. – sua voz embargada pronuncia baixo. – Se você me prometer ser honesta. Seja verdadeira, Lex, ao menos comigo. Você também não precisa se esconder atrás de o que seja que você criou aí dentro. Não se afaste de mim como você está fazendo o tempo inteiro.

- Eu-

- Sim, você está. – ela me interrompe, se soltando abraço e fitando-me com os olhos vermelhos lacrimejados. – Eu não me importo se você está procurando prazer várias garotas por aí, só não ache que isso não me afeta de alguma forma. Eu sou sua irmã, eu mereço saber.

- Você não se importa, mas isso te afeta?

- Deveríamos confiar uma na outra como não confiamos em ninguém. Nós já dividimos tantos segredos, Lex... Não vamos acabar com isso.

- É claro que não vamos! Eu não queria me afastar de você, mas você precisa facilitar. – mordo o lábio inferior ao respirar fundo.

- Não, Lex... – ela limpa as lágrimas que caíam sem fim, exibindo um de seus sorrisos que me deixavam fraca, sem estabilidade alguma. – Você que precisa voltar a se importar. Eu nunca esconderia nada de você, você só precisa me procurar.

- Eu prometo que irei sempre te procurar. – murmurei acariciando seu rosto úmido pelas lágrimas. – Vem, vamos limpar você. – levanto-me rapidamente e ofereço minha mão como ajuda.

- Eu quero tomar um banho, na verdade. – ri quando se olha no espelho, tentando abaixar o volume do seu cabelo.

- Certo. Então eu vou fazer o jantar. – anuncio e ela se vira para mim, agarrando meu pulso.

- Fique.

Fechei os olhos por alguns instantes, suspirando e pensando se deveria ou não. Suas mãos foram parar em meus ombros, retirando delicadamente a jaqueta que me protegia do frio na rua há algumas horas. Podia sentir sua respiração fraca bater contra a curva do meu pescoço, causando arrepios por toda extensão do meu corpo – e só ela proporcionava esse efeito em mim. Eu estava sendo suja, estava jogando um jogo proibido. Mas veja bem, no meu dicionário não existia essa palavra.

Eu deveria estar com a maior expressão abobada, extasiada com Alicia distribuindo beijos leves sobre minha clavícula. Deixei de me inclinar para inverter a situação, segurando seu pulso e afastando seus lábios de roçarem novamente em minha pele, ela levantou os olhos extremamente verdes, um tom esmeralda irresistível. Abriu um sorriso mínimo ao parar de me tocar, relaxando os ombros. Levou suas mãos até seu cabelo amarrado, observei alguns fios cair sobre seu rosto mal iluminado.

Segurei seu rosto risonho com uma das minhas mãos enquanto alternava meu olhar entre seus lábios convidativos e seus olhos quase intimidantes. Aproximei meus lábios de sua testa e depositei um beijo seco ali, afastando-a de mim para conseguir tirar o restante de tecido em meu corpo.

Ela caminhou até a parede acendendo a luz e dando-me a visão de seu corpo coberto por apenas a camada fina da camisola justa que usava. Bastou arredar as alças para que a roupa caísse, deixando-a completamente nua.

- Eu realmente odeio jeans. – pronuncio com a voz cortada pelos movimentos que eu estava fazendo para tirar a maldita calça. Ela nem ao menos era tão colada ao meu corpo. – Talvez eu não use pro resto da vida depois dessa.

Ela riu se aproximando de mim. – Você é linda. – disse e sorriu.

- Está inflando seu ego, Sra.Woods?

- Não faz sentido pra você? – perguntou acariciando com seus dedos macios meu braço.

- Não... Se você me elogia, está se elogiando também. – ri. – É uma ótima terapia pra recuperar autoestima.

- Não acabe com esse momento, Lexie. – ela faz uma careta antes de partir para cima de mim sedentária.

 

 

[...]

 

 

 

POV’s Narrador

 

- Hellen, você não me parece bem hoje. – uma das enfermeiras novatas se aproxima da recepcionista do hospital cabisbaixa.

- Você acha? Está muito na cara? – ela pergunta com os olhos arregalados, tentando se recompor imediatamente para não passar uma impressão ruim. – Desculpe, e-

- Ei, se acalme! – a enfermeira deixa os objetos que iria levar para esterilizar e senta na cadeira ao lado da amiga. – O que está acontecendo, Hellen?

- Desculpe... Marcus me enviou os papéis do divórcio hoje, eu achei que ele não faria isso, que seria apenas uma fase. – desabafa com a voz embargada. – Eu acabei de assinar, mas não tive coragem de enviar.

- Você precisa fazer isso, você sabe. Deixa seu passado ir, você precisa de outras oportunidades na vida. – aconselhou a amiga. – Você precisa recuperar tudo o que perdeu, seus filhos, suas filhas, sua vida.

- Você está certa. – respirou fundo para cessar o choro. – Eu acho que vou para casa, não irei fazer turno extra hoje. – informou colocando alguns objetos dentro de sua bolsa, logo passando a costa das mãos nos olhos para limpar as lágrimas.

- Tudo bem. – a amiga levanta e volta a pegar o material deixado de lado. – Eu te espero amanhã, boa noite.

Hellen assentiu antes de sair em disparada ao estacionamento privado do hospital, segurando com uma certa força o envelope onde guardava os papéis do divórcio. Ela amava o marido, não podia negar, vivera mais de 25 anos o amando e não seria em segundos que superaria. Estava tremendo um pouco ao entrar no carro e jogar a bolsa para trás, respirando fundo para se acalmar e seguir os passos que seu psicólogo a ensinou a fazer ao ter uma crise ou estar perto de ter.

Ela só queria a vida dela novamente, seus filhos, sua estabilidade emocional. Seu amor por si mesma, controlar qualquer coisa ao seu redor. Ela gostaria de fazer o verdadeiro papel de mãe para seus filhos mais novos, mas era desgastante. E ela mudaria isso, tinha que mudar. Fora direto para casa, precisava de um banho, de relaxar, pensar no que seria da sua vida daqui pra frente e qual decisão ela iria tomar.

O hospital não ficava mais que dez minutos longe da sua casa e não fora surpresa quando vira o jardim da mesma cheio de flores bem cuidadas por Alicia. Ela não conseguiu evitar um sorriso. Alicia era totalmente dedicada nas coisas que amava, decidida. Era como se fosse ontem quando recebera a notícia na hora do parto de que eram duas bebês e não uma. Fora um choque de surpresa e alegria.

Alexandra não seguira os mesmos passos que a irmã, muito menos tem a mesma personalidade. São muito afastadas e Hellen gostaria que fosse o contrário. Eram gêmeas, deviam ser unidas, deviam ser suas melhores amigas. Ela mudaria isso também, era apenas questão de tempo para tudo voltar a ser como era antes e melhor.

- Alicia? – chamou pela filha ao adentrar na casa. Deixou sua bolsa no sofá onde Henry dormia de barriga para cima e roncava. – Alexandra?

O barulho do chuveiro denunciava que alguma das duas estavam no banho e Hellen bufou. Precisava falar com quem fosse que estivesse lá, precisava dizer que sua vontade de mudar tinha aparecido finalmente e precisava de apoio pra isso também. Subiu as escadas apressada, soltando o cabelo do coque que lhe deixava com dor de cabeça de tão apertando.

- Alicia, é você? – Hellen girou a maçaneta, sabendo que a menina era a única da casa a tomar banho de porta destrancada. Seus olhos se arregalaram com a visão nada esperada ao abrir a porta, sentia seu coração bater tão rápido quanto batia perto de alguma crise. Ela não sabia ao menos como respirar no momento, parecia que não existia oxigênio onde ela estava, ela mal sabia onde estava.

- Mãe... – Alicia estava sentada na borda da banheira de porcelana, com as pernas abertas e até então com a cabeça jogada para trás aproveitando todas as sensações possíveis com Lexa lhe mostrando tudo o que poderia saber sobre movimentos com a língua.

Alicia começou a respirar pesado, descompassado, não tinha ao menos força para ter alguma reação além de choque. Lexa que estava alheia de tudo, deliciando o gosto viciante que Alicia proporcionava parou ao ouvir a palavra “Mãe”, levantando a cabeça para ver a mulher que lhe ensinou a andar caindo no chão de joelhos com o rosto em choque e lágrimas incessantes descendo pelo seu rosto.

Tudo se perdeu, a excitação do momento, o sorriso que Alicia tinha ao gemer sem pausa o nome de Lexa incansavelmente. Hellen levou uma das mãos a boca, se sustentando o que fosse possível com a outra no batente da porta.

Não era esse o começo que ela esperava.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Prometo não demorar com o próximo! Feliz aniversário pro nosso bolinho Eliza Taylor ♥♥♥


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