História Love Hate Love - Selvagem

Tentando arduamente não cair

XXX  

Haviam se passado duas semanas desde o incidente do quase beijo e também do quase outras coisas das quais Yoongi se negava a imaginar; o fato é que a mistura da penumbra de um quarto durante a madrugada junto ao corpo gostoso de Jimin ali tão acessível, era explosiva e praticamente jogou a sanidade de Yoongi pelos ares. Agora, mais uma vez sentado ao lado de seu terrível colega de classe, Yoongi o observava enquanto o maldito conversava descontraidamente com Kook e Taehyung. Seu coração estava conseguindo manter a malacia até que Jimin em um ato tecnicamente mecânico usou uma das pernas de Yoongi para se apoiar, pousando então sua mão sobre a mesma. O garoto mais alvo sentiu como se sua pele estivesse a queimar e a pressão do peso do corpo de Jimin sobre a perna alheia ascendeu todos os sentidos antes adormecidos de Yoongi, o que definitivamente não era bom; não era bom seu coração ter se agitado daquela forma, não era bom ter gostado daquele contato a ponto de implorar por mais, não era bom sentir-se como um lobo sedento pronto para desfrutar do corpo de Park por conta de um simples contato físico.   

A partir daquele incidente, o jovem rapaz de pele pálida evitava ao máximo ficar sozinho na companhia de sua kriptonita, mais conhecida como Park Jimin, também evitava seus sorrisinhos bobos no decorrer da aula, evitava seus abraços quentinhos e também suas mãozinhas nervosas que pareciam sentir-se atraídas pela derme macia de Yoongi. Acontece que ao decorrer destes dias de constante frio e luta interna pelo controle de suas faculdades mentais, Jimin parecia ter ficado mais gostoso que o usual. Seu cabelo parecia mais sedoso e vivido, sua pele mais hidratada, sua boca mais avermelhada; boca esta que sempre parecia estar a chamar os lábios de Yoongi.

Deus! Park Jimin o deixava selvagem.

Louco, desesperado, a vida do mais velho parecia ter virado uma espécie de pandemônio do qual ele não conseguia se livrar, vivia sobre a constante presença de Jimin mesmo que o mesmo não estivesse por perto. Contudo, Yoongi estava cansado de tentar achar respostas para toda aquela situação que o envolvia, então naquela manhã de sábado injustamente fria, levantou de sua cama preguiçosamente, após mais uma noite em claro cuidando de sua mãe que passara a madrugada vomitando tudo que havia bebido durante a sexta feira. Ao descer as escadas devidamente agasalhado, Yoongi concluiu que talvez fosse melhor passar o dia inteiro na cama remoendo seu tesão por Jimin; a sala estava mais revirada que seu coração quando via seu famigerado colega de classe, o que significa que o caos estava instalado ali.

Respirou fundo para não se irritar com a situação e se encaminhou até a cozinha para pegar a vassoura, aspirador de pó e afins. Já eram três da tarde quando Yoongi finalmente terminou suas tarefas domésticas, estava exausto, porém sentia-se plenamente satisfeito afinal a casa estava um brinco, bom, pelo menos até sua mãe acordar e embebedar-se novamente, a casa permaneceria limpa e organizada. Ao jogar seu corpo cansado sobre o sofá, sentiu algo vibrar incessantemente dentro de seu bolso, deduzindo que alguém estava a ligar para seu celular, retirou o aparelho do bolso e fitou o ecrã por alguns segundos verificando quem estava a lhe ligar.

– Fala Jin. –  Pronunciou com a voz tipicamente baixa e agora rouca por conta do tempo frio, ao atender a ligação.

– Yoongi? Ah, a princesa está viva. Por que diabos você não lê as mensagens do nosso grupo? Eu estava a ponto de ir até sua casa saber sobre seu estado de saúde. –  Reclamou o garoto.

–  Jin não seja dramático, eu passei o dia ocupado cuidando da bagunça que minha mãe fez ontem… você sabe, ela bebe e fica louca.

–  Sim eu sei, deveria ter imaginado que era isso, me desculpe… Suga.

–  Parem de me chamar disso! –  Esbravejou Yoongi. –  Esse apelidinho é rídiculo.

–  Você acha? Pois eu achei super fofo, Jimin é realmente muito criativo.

–  Jimin… – Pronunciou Yoongi o nome de sua maior tentação em uma espécie de suspiro arrastado. –  Jimin é só mais um idiota andando com um monte de idiota, que no caso são vocês.

– Que no caso somos nós Yoongi, a propósito estou te ligando justamente para falar de Park Jimin.

–  Jin eu realmente tenho mais o que fazer ao invés de ficar aqui falando sobre ele, tá apaixonado por aquele garoto ou algo do tipo?

–  Jamais, Jimin é todo seu.

– Jin… o que quer afinal?

–  Os pais de Jimin prepararão um jantar para os amigos dele hoje a noite em sua residência. E apesar de você não achar que é amigo dele, ele acha que sim, então por favor apareça nesse jantar. Jimin está tão animado com a ideia, e eu não quero ver aquele rostinho triste só porque um certo alguém não apareceu.  

–  Eu tenho mesmo que ir? Eu estou exausto.

–  Min Yoongi eu realmente preciso responder a esta pergunta?

–  Tudo bem… me passe o endereço e o horário por mensagem, sim? Eu não quero ter de procurá-los em meio a aquele monte de mensagem desnecessária no grupo.

– Certo, farei isso.

Jin ficou ali, irritando Yoongi por mais alguns minutos utilizando-se de Jimin para isso, pois não era bobo e já havia percebido os efeitos que Park tem sobre ele, continuou neste exercício até Min encerrar a ligação na sua cara, deixando-o falando sozinho. Para Yoongi era mais útil utilizar o resto da tarde para se preparar psicologicamente para aquele jantar… mais precisamente para a visão que teria de Park Jimin durante boa parte da noite.

XXX  

Jimin encarava seu reflexo no espelho pela milésima vez naquela noite, estava agitado, e procurava desesperadamente uma roupa que o deixasse realmente bonito para Suga. Tudo bem, ele admite que é um tanto quanto ridículo se vestir para impressionar alguém, porém se tratando de Min Yoongi Jimin estava disposto a tudo, até mesmo utilizar-se de artifícios estéticos bobos como este.  

Esta noite o garoto de lábios fartos estava disposto a levar Yoongi ao seu limite, provocando-o de todas as formas indecentes que conhecia. Obviamente sabia que o amigo estava frágil e que seus muros estavam em péssimo estado de conservação, ou seja, uma provocação aqui, uma apalpada acolá, e suas defesas seriam eliminadas, deixando Yoongi completamente exposto para um certo garoto de mãozinhas gorduchas e na mesma proporção nervosas e sacanas.

Quando todos os convidados do jantar já haviam chegado, Jimin desceu as escadas de sua casa triunfante, com olhares admirados a si direcionados, olhares estes que alimentaram um pouco mais seu ego o dando gás para prosseguir com o plano que estava em sua mente traçado. Porém ao ver Yoongi ali no meio da sala lhe lançando um olhar meio embasbacado Jimin sentiu seu coração chacoalhar dentro do peito, e foi tomado por uma vantagem insana de se lançar aos braços de Yoongi e de lá nunca mais sair.

Deus! Min Yoongi o deixava selvagem.

– Bom, acho que agora estão todos aqui. – Disse o senhor Park, com um sorriso aberto em seus lábios.

– Mais uma vez, sejam todos bem vindos a minha casa, é realmente uma honra conhecer os amigos de meu amado filho. – Proferiu a senhora Park, passando as mãos sobre o cabelo sedoso de seu filho.

A noite fora assim, cheia de sorrisos, comidas gostosas, piadinhas ruins e também gratidão, a gratidão que os pais de Jimin fizeram questão de demonstrar a Yoongi, afinal foi ele que acolheu o filho bêbado do casal em sua casa e cuidou de si. O jantar também fora cheio de provocações por debaixo do pano, risadinhas e mãos bobas, todos esses ataques vindos da parte de Jimin é claro, pois Yoongi encontrava-se extasiado demais com todas aquelas sensações para reagir de alguma forma. Assim como não protestou ou negou o convite que Jimin lhe fizera para conhecer o seu quarto.

E Então foram. Foram em silêncio, cada um com seus pensamentos insanos acerca um do outro, cada um se esforçando ao máximo para manter sua perversão contida. Acontece que Yoongi não aguentava mais ser provocado desta forma e nada fazer, e Jimin não aguentava mais provocar o outro desta forma e absolutamente nada acontecer.  Talvez seja por isso que ao chegarem na porta do quarto de Jimin, as mãos de Yoongi se apossaram da cintura alheia, fazendo ali uma morada firme para suas mãos que tanto queriam tocar a pele de seu maldito colega de classe. E assim que adentraram o quarto e fecharam a porta, suas mentes nublaram-se, nada mais importava agora, nada além do desejo carnal que os convidava para uma ceia deliciosa.

– Jimin… – Sussurrou Yoongi no ouvido alheio, após puxar o corpo de seu pecado para perto, bem perto, perto a ponto de sentir as nádegas fartas de Jimin roçando em seu corpo.

– Porque faz isso comigo? Por que me enlouquece desta forma? – Prosseguiu, apertando o laço que mantinha Jimin colado a seu corpo.

– Foi você que começou, foi você que começou com esses lábio finos e róseos, com essa pele branquinha feito o leite morno que eu tomo ao acordar pela manhã, com esse jeito marrento e com esse olhar que esconde de mim mil segredos. – Disse Jimin, com a voz manhosa.

– Jimin… se você soubesse todos os meus mil segredos você não estaria aqui, todo mole em meus braços. – Disse Yoongi, roçando os lábios finos na nunca alheia enquanto falava.

O garoto Park virou-se de frente para Yoongi e surpreendendo o outro com sua força, empurrou-lhe de contra a porta, deixando Yoongi imobilizado ao segurar seus braços acima de sua cabeça.

– Quero você. – Jimin disse, percorrendo com sua língua quente o pescoço de seu açúcar.

– Você não pode querer o que nunca será seu garoto bobo. – Disse Yoongi, após soltar um gemido baixo.

– Eu posso, eu quero. – Jimin não entendia muito bem o peso daquelas palavras que Yoongi proferira, pois estava envolto pelo tesão que queimava em seu corpo, naquele momento ele apenas conseguia pensar nas coisas safadas que queria fazer com Yoongi, nada mais.

– Você quer? Eu também quero, quero tanto que chega a doer. – Disse Yoongi, varrendo o resto de sanidade que ainda detinha para algum lugar distante. Uniu então seus lábios aos de Jimin, iniciando um beijo rápido e necessitado. Não demorou muito para que estivessem sobre a cama trocando mordidas, beijos e carícias se queriam muito, estavam ávidos por toques, estavam ávidos um pelo outro a um bom tempo.

– Eu vou chupar seu pau de uma forma que você nunca mais vai esquecer garotinho bobo. – – Proferiu Yoongi enquanto se livrava das calças de Jimin.

Park suspirou aliviado ao sentir seu pau finalmente livre e gemeu arrastado ao sentir os dedos hábeis de Yoongi acariciando sua entrada, enquanto sua mão livre escorregava por toda a extensão de seu pênis lentamente.  

– Suga… – Gemeu arrastado o apelido que deu ao amigo naquele quarto escuro alguns dias atrás.

– Você… É tão lindo. – Disse Yoongi, após dar um beijo delicado na glande de Jimin, em seguida engolindo o pênis alheio por completo, fazendo com que Park soltasse um gemido alto, então começou a subir e descer sua boca pelo pênis de Jimin, logo sentindo a mão do mesmo misturar-se a seus cabelos, controlando seus movimentos.  

Mesclando movimentos rápidos e enlouquecedores com movimentos lentos e suplicantes, Yoongi deu prazer a Jimin aquela noite, engolindo por completo o gozo do amigo quando o mesmo chegou ao seu ápice. Ainda de olhos fechados e com a respiração ofegante, Jimin sentiu os lábios delicados de Yoongi contra o seu, sentindo o seu próprio sabor através daquele beijo lento e demorado. Quando abriu seus olhos arrependeu-se, pois o que suas orbes viram deixou seu coração apertado. Ele assistiu Yoongi se levantar e ir embora, deixando no local apenas o seu cheiro forte empregando o ar do quarto.

Já na rua, Yoongi iniciou uma corrida para lugar nenhum, enquanto sentia as lágrimas inundando o seu rosto. Em sua concepção o que tinha acabado de fazer era uma espécie de traição, e por isso, só por isso, Jimin para si era um pecado que ele gostava de cometer, mesmo que se arrependesse depois até mesmo de ter falado com o garoto.

– Eu sinto muito Minseok, eu amo você. – Sussurrou para o vento frio que controlava o farfalhar das árvores.