Por Sasuke;
Olho detalhadamente o mapa da cidade de Paris. Cada trecho no perímetro aproximadamente a uns dois quilômetros do Louvre. Há três dias houve um assalto digno de um filme de Hollywood ao museu, onde furtaram algumas obras de artes famosas e incluindo La Gioconda, A Monalisa.
Rua de Rivole ao norte e ao leste a do l´amaral. Fui contratado para este caso dois dias depois dos oficiais franceses se viram completamente perdidos e sem alguma teoria para formular o caso. Eu provavelmente não aceitaria um caso assim, já que existe uma massa de mídia em cima, mas é um caso intrigante por não terem deixado nenhum rastro. Atiçou a minha curiosidade.
Olho o relógio do canto direito da tela do notebook e são quatro e meia da tarde. Ela já deveria ter chegado.
Tenho centena de papéis fazendo um volume exacerbado em minha mesa e pastas e mais pastas com relatórios, análises da pericias e muitos laudos.
Confidentiel.
É bom que pratico um pouco meu francês que anda enferrujado, embora eu deteste esse idioma.
Ouço um barulho vindo da sala. Ela chegou e atrasada. Me levanto da cadeira e me espreguiço, tem um bom tempo que estou nisso. Creio que nem vi a luz do dia hoje. A luz da sala ainda está apagada, a vejo subindo ligeiramente a escada tentando não fazer nenhum barulho, silenciosamente. Ligo a luz da sala.
— Ouch! — ela virou-se em minha direção. — Oi papa. — fito a criatura que ela está segurando. Sarada desce os degraus até se aproximar de mim. — Eu o encontrei na rua. — ela ergueu o filhote em minha direção.
— Encontrou um Golden Retriever na rua? — a questionei e ela sorri sem graça.
— Aham, estava abandonado. — ela segura o filhote que está estranhando a casa.
— Onde?
— Próximo ao parque.
— Exatamente?
— Perto do banquinho branco. — ela diz ligeiramente. Sei que Sakura iria dizer que eu não deveria fazer esse curto interrogatório com a minha filha, mas conheço Sarada.
— E o que estava fazendo por lá?
— Eu estava vindo do treino de esgrima. — o filhote se contorce e pula do braço dela, Sarada vai atrás dele e o pega.
— Hm.
— Posso ficar com ele? — ela faz o seu bico e sua cara de boa menina que quer alguma coisa. — Por favor papa, olha como ele é fofinho.
— Quando sua mãe chegar discutiremos sobre isso. — ela demonstra um certo desânimo, mas acata. — Vá tomar banho e faça sua lição.
— A lição primeiro e depois o banho. — ela diz e coloca o cachorro no chão. — Ele não é o filhote mais lindo do mundo, papa?
— Antes de subir pegue sua bolsa e sua espada. — ela segue e o cachorro lhe acompanha pelos degraus um pouco desengonçado.
Ela revira os olhos e eu passo uma vista grossa. — Desculpa, papa.
A acompanho com o olhar subindo a escada e em seguida eu vou até a cozinha pegar um pouco de chá.
Na porta da geladeira há uma foto da Sakura com a Sarada em frente ao castelo de Dover sudeste da Inglaterra, quando fomos resolver um caso por lá e não tínhamos com quem deixa-la. Como foi um caso simples sobre um sumiço de uma garota ao redor do castelo, não nos preocupamos muito em leva-la conosco. Era para ser um caso simples...terminou com tiroteios e tudo mais.
Sarada nasceu dois anos depois de oficializar de vez minha união com sua mãe. Ela não foi um acidente e sim pedi para Sakura, que ficou surpresa com o meu inesperado pedido.
Eu nunca pensei em ter filhos antes.
Eu nunca pensei em ter alguém ao meu lado, antes de encontra-la.
Não somos o típico casal de comercial de manteiga que passa na Televisão, mas nos viramos. E eu sabia do sonho da Sakura em ser mãe e mais quando ela viu a Ino e a Hinata sendo agraciadas com o advento da maternidade. Sakura é uma mulher única, mas ainda é uma mulher. Ela tinha seus sonhos e não achei certo priva-la disso, mesmo não tendo interesse paterno.
Amar alguém é ter que se sacrificar, então eu cedi isso para ela. Não me arrependo — mesmo quando a Sarada apronta.
Antes da Sarada nascer, Sakura teve dois abortos espontâneos devido a um problema que ela desenvolveu, a endometriose quase tirou o seu sonho de ser mãe. Tudo em Sakura mudou. Quando ela perdia era horrível, creio que nunca senti algo tão parecido, ver Sakura chorando amargurada e se menosprezando por não ter um filho. Eu deixava claro para ela que isso não iria mudar o que tínhamos, mas ela ainda queria. Pensei em desistir, mas ela insistiu e na terceira vez ela conseguiu, o que não foi fácil. Sua hipertensão durante sua gravidez era um problema, ela mal saiu de casa e nos últimos meses de gestação, ela nem se levantava da cama. Eu estive ao seu lado, durante aquele período, eu não saí de casa e fiquei ao lado dela. Meu medo era de perde-la. E eu tinha medo disso, já que a sua gravidez era arriscada. Mesmo não sendo o meu sonho, fomos até o final. Daí, tudo mudou.
Quando eu a vi pela primeira vez, eu queria proteger aquela criatura de cabelos tão pretos quanto o meu. O que foi um alívio, pensei que seria uma mini-Sakura de cabelos rosados. Naquele momento eu soube que era capaz de amar uma outra pessoa, do meu jeito. E nem precisou essa se jogar na minha frente e tirar sangue da minha boca, como na primeira vez que eu vi a Sakura. Eu achei que eu não ia conseguir amar ninguém como eu amaria forte, porém o laço que Sarada me envolveu me mostrou um novo tipo de sentimento, um tão forte quanto.
No entanto, a pequena de cabelos negros como a escuridão e olhos de turmalina negra, apesar de ser parecida comigo herdou a personalidade de sua mãe. Sarada é ardilosa para alguém da sua idade é como a mãe. Uma péssima característica que herdou da mãe.
—
— Cheguei. — ouço a voz da Sakura. Coloco o meu chá gelado na minha xícara que ganhei de presente da Sarada no último dia dos pais.
“papai é o Batman “
Tudo pelo meu sobretudo preto.
Apareço na sala e Sakura está tirando seu sobretudo. — Querido. — depois de anos ela continua com o mesmo “querido” Sakura abre um sorriso. — Não vai me ajudar com as malas?
— Não.
— Você não tem jeito. — quando saiu para viajar, Sakura foi apenas com uma mala e voltou com mais uma. — Estou exausta, quase onze horas sentada. Mesmo sendo na primeira-classe causa uma fadiga.
— Conseguiu solucionar o caso? — A empresa de mineração Uchiha tem uma de suas áreas de exploração de minerais e principalmente diamantes na África. Recentemente um caso curioso se apossou de uma das instalações em Serra Leoa, um “fantasma” andou assombrando por lá e isso causou a dispersão de vários funcionários. Como a África é um país que possui uma religião diversificada e eles acreditam bastante nos poderes místicos, era algo para se pensar.
— Sim, desculpa não ter te ligado eu perdi meu celular. Primeiramente, você sobreviveu a Sarada esses dias sem mim?
— Bom falar nela. — vou ao casaco da Sarada e peguei em um dos bolsos uma nota fiscal amarelada e amassada, entrego para Sakura e ela me olha desconfiada.
— Pet Shop? — ela me olha sem entender. — Um filhote de Golden, bola mordedor de borracha e uma vacina. Não entendi. Comprou um cachorro?
— Simples. Sua filha. — cruzo meus braços e dou um gole no chá.
— Já sei que ela aprontou, quando você diz “sua filha”. — Sarada sempre apronta.
— Quando ela usa o seu lado mal é a sua filha, me deixe terminar. Sua filha, chegou com um cachorro e me disse que achou na rua. A questionei e ela respondeu tudo, porém esqueceu um simples detalhe.
— Você está deduzindo a sua filha, Sasuke? — ela já franziu o cenho.
— Psiu, eu estou falando e sim. A pequena mentirosa esqueceu o detalhe que o cachorro estava com o pêlo sedoso e bem escovado. Ela estava com a nota fiscal no bolso do casaco, esqueceu de jogar fora. Seria perfeito.
— Como ela arrumou quinhentas libras? — ela pergunta ainda incrédula com a nota fiscal. Ela me olhou, eu estou sério e faço uma expressão “ pense” — Claro, Uchiha Itachi, ele forneceu o dinheiro.
— E conhecendo Uchiha Sarada...
Sakura leva a mão ao rosto. — Ela pediu o dobro. — permaneço com uma expressão intransigente e Sakura sabe o que significa. — Eu irei falar com ela. Que garotinha é essa?
— Sua filha. — digo e ela faz uma careta. — E o caso?
— Hm, o tal espírito demoníaco que andava assustando os mineiros era apenas um antigo funcionário com conhecimento de lendas antigas e muita imaginação. Não havia demônios por lá. Seu pai ficou bastante satisfeito pelo o meu trabalho.
— O cobrou pelo serviço?
— Não, mas ele quis me compensar com um diamante de alguns quilates. Quem sou eu para recusar? — ela pisca o olho esquerdo.
— Hn. — ela ainda continua a mesma ambiciosa por joias. Não mudou.
**
Sakura pediu uma comida italiana no restaurante e esse era o nosso jantar. O bife á Parmegiana está com um cheiro agradável e acho que o novo morador da casa sentiu o cheiro, o cachorro qual Sarada deu o nome de Scooby, — Sarada é apaixonada por esse desenho. — corre em volta da mesa.
— Sabe das responsabilidades com o cachorro, não é? — Sakura pergunta e ela assenti.
— Sei sim, eu cuidarei dele. Mama e papa, eu vou contar ao tio e devolver a outra parte do dinheiro.
— E o que mais? — Sakura pergunta séria.
— Eu não vou mentir mais. Mentir é feio.
— Vou confiar em você. Quer mais querido? — ela refere-se ao macarrão e digo que não. — Como foi na escola essa semana filha?
Sarada está cortando os pedaços do bife e vez e outra ela joga um pedaço para o cachorro. — Bem, a professora quer falar com você. — Sakura leva mão ao rosto e faz um gesto de derrotada.
— Bateu em quem dessa vez? — Sakura pergunta e Sarada fica um pouco constrangida.
— Boruto. — ela diz com um sorriso e eu sorrio discretamente.
— Sasuke. — ela me repreende. — Não a incentive. O que direi a Hinata novamente? — Já expliquei milhões de vezes para o Naruto que sadomasoquismo não é herança genética, já que o filho dele é sempre o alvo da Sarada. — Menina, você está de castigo! Sarada, como você consegue, hein? Eu já nem sei com que cara eu irei falar com a sua professora.
— Mama! — ela cruza os braços em sinal de protesto. — Dessa vez fui inocente. Papa! — ela olha para mim me implorando. — Foi o Boruto.
Com Sarada eu descobri muitas coisas, e uma delas foi que o pai parece ser mais conivente do que a mãe. Sakura sempre diz que eu cedo para ela, não acho que seja. — Sakura, você sabe que o menino do Naruto… — ela me corta.
— Nem ouse a defende-la. Sem mais e nem adianta fazer seus dramas.
**
Olho pela janela a nuvem cobrindo a Lua. Depois do jantar trabalhei um pouco no caso, creio que amanhã estarei indo a Paris para solucionar de vez isso. Devo ser uma das poucas pessoas no mundo que não acha graça na cidade Luz. Sakura estava com a Sarada contando sobre maldições nos castelos ingleses. Sarada prefere histórias reais que contos de fadas.
Coloco o meu celular sobre o criado-mudo e vejo um cartão postal da Tsunade que está em Tuvalu, uma ilha na Oceania comemorando o aniversário do Jiraiya.
— Estou pronta! — Sakura sai do banheiro e eu me virei para olha-la. Seu espartilho de cristais Swarovski. — sim, aquele espartilho. Está com um salto alto combinando com o espartilho e seu cabelo está solto. — e cumpridos, enfim cresceram.
Seu batom vermelho.
Me aproximo dela e sinto a sua aroma adocicada que costumam a me levar a loucura por anos. Mergulho minhas mãos em seu cabelo. — Senti a sua falta. — sussurro em seu ouvido. — Não quer apenas fazer amor? — pergunto.
— Também senti, querido. Não, quero ser a sua submissa. Tem um bom tempo que não praticamos. — pego sua mão e a beijei carinhosamente.— É horrível ficar sem você. Vai mesmo a Paris amanhã?
— Sim. Preciso terminar o caso. Não demorarei. — Sakura não aprecia, vejo sua expressão triste.
— Mal chego e tem que ir. Não demore dessa vez.
— Não irei. Sabe que eu sempre volto para você e para nossa filha. — ela ri meiga. — Deite-se de bruços. — peguei uma corda em minha gaveta, tem um tempo que não usamos Bondage. Observo ela andando faceiramente e um jogo de provocação silencioso.
Começo amarra-la. Deslizo minha mãos pela sua bunda, ainda são como dois pêssegos e eu não me canso de vê-la e admira-la. Mordo e a escuto gemer.
Algumas vezes eu sou o seu submisso e aprecio cada maneira da minha dominatrix. Temos nossas particularidades como qualquer casal e passamos boa parte do tempo discordando fervorosamente um do outro.
Aperto o nó de seu pulso e subo em cima dela. Me inclino ao seu pescoço e o beijo. Vamos iniciar o nosso jogo de dor.
— Preparada?
— Sim!
— Sim...? — Sempre fui um homem sério e frio. Não fui de mencionar meus sentimentos e demonstra-los. Sempre achei o amor algo que era perigoso e apático. Sem interesses. No entanto, quando eu a conheci esse turbilhão de sentimentos ganhou um outro lado. Ela conseguiu excitar meu cérebro com dúvidas e indagações como nenhuma outra.
Ela conseguiu eclipsar todas mulheres na sua volta.
Ela conseguiu reverter aquele nosso jogo em sentimentos.
E um desses sentimento foi o amor.
— Sim, meu Marido!
Não me canso de tê-la assim.
A Mulher. A minha mulher.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.