História Love In The Dark - Chapter 09 - Drunk

Suas mãos acariciavam meu rosto, as luzes ofuscavam tudo ao meu redor. Era muito brilhante. Minha mente girava e girava. Suas mãos me sustentavam enquanto eu tentava descobrir onde eu estava. Não poderia ser minha casa. Definitivamente não era minha casa. Minha cabeça ainda latejava de arrependimento enquanto John me carregava para dentro de sua casa. Ele havia ido me buscar no pub em um completo silêncio, e assim se manteve até que teve sua chance. Não queria encara-lo, não tinha coragem nem motivo, apenas tinha medo. Uma hora não resisti, e olhando rapidamente vi seu cenho franzido, os nós de seus dedos quase brancos devido à força com que apertava seus punhos à centímetros de meu copo. O silêncio mortal só teve fim quando ele trancou a porta logo atrás de nós e eu me sentei no sofá.

- Sério, o que você tem na cabeça? - sua voz tremia de raiva quando ele se virou para me encarar.

- John, eu...

- Não, não fale nada! - sua voz se alterou para quase um grito antes de se recompor - Já não bastava tudo o que aconteceu, tudo o que você falou, eu ainda tenho que receber uma ligação sua no meio da noite, grávida e bêb...

- Eu não estou grávida - o cortei logo de uma vez.

- O quê? - ele se apoiou na parede, incrédulo - Como isso é possível?

- Era mentira... Era tudo mentira, John, foi um engano. Eu não sei explicar, não agora, mas foi tudo um erro.

- Um erro? Depois de tudo que você me disse, depois de tudo que se passou desde aquele dia, você pretende me convencer com “foi um engano”. Você voltou correndo pra ele, assim que pensou na possibilidade de ser verdade. Você ignorou totalmente os planos que fizemos durante todos os anos que passamos juntos. Isso sim, Katy, foi um erro.

- John, eu... – minhas lagrimas transbordavam. Eu deveria estar me desculpando, mas desta vez não tinha desculpa. Ele tinha razão.

Por mais que eu remoesse em minha mente meus motivos, nenhum dele parecia certo, tudo não passava de uma grande desculpa sem fim. As lagrimas de desespero voltaram a escorrer e de repente, seus dedos se enroscavam em meu cabelo e seus olhos me hipnotizavam. Ele sabia. Naquele momento que eu percebi que ele sabia que todo aquele discurso, tudo o que eu lhe disse, era mais uma parte do grande erro que eu cometi.

Quando suspirei em derrota, senti seus dedos se enroscarem em meus cabelos. Ele me beijou cautelosamente, mas era um beijo incomum, um beijo que eu jamais havia recebido, não dele. Eu não podia sentir seu calor, sua paixão. Era um beijo frio, sem sentimento. E eu o retribuí avidamente.

O álcool queimava em minhas veias enquanto eu o despia sem pudor. O clima ainda pesava sobre nós, a frieza de seu toque misturado com o calor do meu desejo não pareciam se extinguir. Seus lábios me percorriam por inteira, e logo eu já estava a sua mercê. Eu sentia sua raiva, angustia e sofrimento em casa contato. Era sua maneira de extravasar tudo que eu o fiz passar.

A manhã seguinte foi um borrão completo. Quando acordei, os pequenos raios de luz queimavam em meus olhos e faziam minha cabeça palpitar. Esperei longos minutos até que a dor diminuísse para conseguir me concentrar ao meu redor. Não era o meu quarto, mas eu sabia perfeitamente onde eu estava. Olhei ao meu redor buscando por algum sinal, e logo encontrei uma pilha de roupas entulhadas em um canto. Enrolei-me no lençol que cobria a minha nudez e fiz meu caminho até que ouvi a porta se abrir atrás de mim.

- Você está acordada – ele disse um tanto assustado – Eu pensei que fosse dormir até mais tarde...

Ele me encarava com receio, com remorso. Era nítida a dúvida em sua expressão, a sua confusão com toda a situação que eu o coloquei. Sem dizer nada segurei firmemente o lençol conta meu corpo e me aproximei.

- Nós precisamos conversar – eu sussurrei ao chegar perto o suficiente. – John, eu... realmente, você tem razão, eu cometi um erro, o maior erro de todos, e eu não sei se eu posso concertar. Eu sei que é complicado, e que todos os meus motivos não justificam absolutamente nada, mas eu tive medo. Eu não sabia como explicar toda essa situação, John. Eu, você, o Orlando, até mesmo nossas famílias, nós somos pessoas públicas, independente do que aconteça, dos motivos e razões e dos sentimentos, principalmente dos sentimentos, todo mundo está esperando que um de nós cometa um erro, e eu cometi. O meu erro foi ter mantido isso por tanto tempo. A verdade é que eu quero estar cm você, eu quero viver com você tudo que nós sempre sonhamos, juntos. Eu você e mais ninguém.

Eu respirei fundo. Ele parecia em choque. Eu tinha ido além de todos os limites, eu não tinha o direito de envolve-lo novamente nessa situação. E se ele não quisesse mais? E se ele estivesse seguindo em frente. Eu não poderia esperar que ele me recebesse de braços abertos. Não era uma opção. Suspirei em

Virei-me e caminhei novamente até as cortinas, tentando me distrair. A claridade do lado de fora agora era chamativa. O sol brilhava sozinho no imenso céu azul, e assim que eu abri as cortinas, meu olhar se ofuscou.

Caminhei até a esquina em que minhas roupas estavam acostadas e deixei que o lençol escorregasse por minha pele até que novamente eu me encontrava completamente nua. Senti o peso de seu olhar cair sobre minhas costas. Busquei vestir-me o mais rápido que pude.

- E o que você vai fazer com... ele? – ele finalmente se pronunciou, caminhando em minha direção.

- Ele voltou para Shanghai, eu não posso fazer nada enquanto ele está lá... Não seria justo, Não por telefone.

Logo ele me envolveu em um abraço, suas mãos descansavam em meus cabelos. Os raios de sol de verão que se espalhavam livremente pelo quarto me aqueciam em meio aos seus braços