História Love In The Dark - Invitation

Camila's Point Of View   

Senti uma mão forte e pesada passear por meu corpo. Acariciando meus seios por cima da camisola de seda que usava. O roçar do tecido macio em meu corpo tornava o toque ainda mais prazerosa. Percebi a barra da minha camisola ser levantada, deixando ainda mais exposta minha coxa, e agora pude sentir seus dedos acariciar ferozmente o local. Abri os olhos e virei-me de frente para ele, impedindo-o de continuar.

– Acordou animadinho, foi? – Perguntei depositando um preguiçoso selinho em seus lábios.

– Tendo a mulher mais linda do mundo ao meu lado fica impossível não acordar animado. – Respondeu enquanto distribuía vários beijinhos por meu rosto e pescoço. ­– Você não gostaria de me ajudar com isso? – Perguntou maliciosamente olhando para o grande volume em sua cueca. Acompanhei seu olhar e sem perceber mordi meus lábios contemplando aquela visão. Para muitas mulheres, ou até mesmo homens, Thomas poderia ser considerado um homem perfeito e realmente já fora, mas de uns tempos para cá nossa relação se tornou monótona e quase sem graça. Era como se a sincronia que tínhamos no início do nosso casamento estivesse se perdendo ao longo dos anos que estamos juntos. Agora nossa vida baseava-se apenas em trabalho e sexo por obrigação já que, muitas das vezes, não recebia nem o mínimo de prazer. Foi por isso que decidimos fazer essa viagem de cruzeiro, com a esperança de reviver nosso casamento. Já estávamos a cinco dias navegando e parando por várias ilhas gregas. Já havíamos passado por Santorini, Patmos e agora estávamos nos aproximando de Lesbos.     

–Eu adoraria meu amor, mas daqui a pouco nós vamos desembarcar e estou ansiosa para conhecer Lesbos. – Menti ao dizer que adoraria um sexo matinal. Apesar da viagem até agora estar sendo agradável, relaxante e Thomas super atencioso, o sexo com ele ainda era frustrante e não gostaria de me decepcionar tão cedo essa manhã. – Eu amo você, prometo que hoje a noite não escapo. – Dei-lhe um selinho fazendo estalar os lábios e segui para o banheiro.

– Nem tente, Cabello! – Ouvi a voz grossa de meu marido chegar aos meus ouvidos quase como um decreto enquanto fechava a porta.

(...)

Assim que terminamos os nossos banhos, Thomas e eu nos dirigimos para o grande e luxuoso salão onde era servido o café da manhã. O lugar já estava cheio, mas por sorte ainda encontramos uma mesa vaga para sentarmos.

–Amor, vá se servir enquanto eu guardo o nosso lugar, quando você voltar eu irei. – Pedi para Ele que já vinha se queixando de fome desde o nosso quarto.

–Já que você insiste... –Falou de forma travessa roubando-me um sorriso bobo. Se levantou e caminhou em direção a longa mesa recheada de comida. Torradas, geleias de todos os sabores, pães, queijos de todos os tipos, frutas, doces, salgados era de encher os olhos e fazer a boca salivar. Por um instante me arrependi por deixar Thomas se servir primeiro.

–Com licença... – Ouvi uma voz feminina me fazendo sair de meus pensamentos gulosos. Levantei o olhar e deparei-me com uma linda mulher de olhos verdes acompanhada de uma loira. – Desculpe interromper, mas você se importaria se sentássemos com você? Acabamos nos atrasando e agora todas as mesas estão ocupadas. – Perguntou da forma mais educada que alguém poderia ser.

–Não, claro não! Sentem-se por favor, será um prazer conhecer novas pessoas. – Sorri para as jovens e elas pareceram relaxar depois que permite que se juntassem a mim. Apontei para as duas cadeiras vagas a minha frente e elas de imediato se sentaram.

–Muito obrigada, eu realmente não estava feliz com a possibilidade de ter que comer no quarto. – Confessou a loira se ajeitando na cadeira. – Aliás, eu sou a Eliza. – Levantou sua mão para que eu pudesse cumprimentá-la.

–E eu Alycia – A dona dos olhos verdes disse repetindo os movimentos de sua amiga para também me cumprimentar.

–É um prazer conhecê-las, me chamo Camila. – Sorri de forma cortês.

– Você está aqui sozinha, Camila? – Alycia perguntou enquanto saboreava um suco de frutas vermelhas. Era estranho, mas as duas mulheres pareciam sexys fora do normal. Era como se elas possuíssem uma áurea de sensualidade. Poderia me sentir facilmente atraída por elas.

–Não, meu marido está apenas se servindo. – Apontei para onde Thomas estava e elas acompanharam meu movimento.

–Muito bonito. – Eliza falou.

–Obrigada, tive sorte. – “Eu acho...” Pensei lembrando da situação em que meu casamento se encontrava atualmente. – E vocês duas? São amigas?

–Mais do que isso... – Alycia respondeu e as duas trocaram um olhar cúmplice e ao mesmo tempo indecente.

–Nós não nos rotulamos, Camila. Digamos que sempre estamos disponíveis uma para outra, quando necessário. – Eliza completou.

–Interessante... – Foi tudo o que consegui dizer, mas a verdade é que queria perguntar mais sobre a relação das duas, porém seria invasivo demais já que nos conhecemos a poucos minutos. Sempre tivera vontade de ter experiências com uma mulher, porem esse dia nunca chegou para mim. Nem mesmo na universidade onde dizem ser o lugar em que tudo acontece. Bem, comigo nada aconteceu. Talvez eu não fosse atraente o suficiente para mulheres.

–Assustamos você, né? As pessoas não estão acostumadas com esse tipo de relacionamento. – Eliza disse extrovertida.

–Não, de forma alguma! Na verdade, eu acho maravilhoso. – Respondi da forma mais sincera que pude.

–Olá! Interrompo alguma coisa? – Thomas se pronunciou olhando confuso para as mulheres a minha frente.

–Não seja bobo, Thomas. Essas são Alycia e Eliza, elas estavam sem lugar pra sentar e, como você sabe, minha educação não permite que essas belas mulheres fiquem de pé. – Todos riram e ele sentou-se ao meu lado.

–Muito prazer, me chamo Thomas Estrabão. – Estendeu a mão para as mulheres que retribuíram e ele beijou as costas das mãos de cada uma delas.

–Um verdadeiro galanteador. – Alycia Falou cruzando as mãos e apoiando os cotovelos sobre a mesa.

–Desculpe, meu sangue latino me impede do contrário. – Thomas sorriu mostrando seus brancos e perfeitos dentes. Se tinha uma coisa da qual ele se orgulhava era do seu jeito conquistador. – Amor, eu fiz um prato para nós dois, espero que não se importe.

–Obrigada, amor. – Dei um beijo em seu rosto. –Então meninas, vocês irão visitar Lesbos também? – Perguntei ao mesmo tempo em que me servia de alguns salgados que meu marido trouxera.

–Claro, Lesbos é praticamente nosso lar. – Alycia respondeu Entusiasmada. – Sempre que pudemos estamos aqui. Aliás, hoje à noite terá uma festa e eu faço questão que você vá. – O convite saiu quase como uma intimação e seu tom de voz era tão sedutor que seria pecado recusar.

–Confesso que também gostaria de ser convidado. – Thomas falou indiferente.

–Desculpe, Thomas você também está convidado. – Alycia se concertou, porém, sua voz parecia querer dizer o contrário. Será que ela não gostou do meu marido?

–A festa será estilo luau: praia, fogueira, decoração havaiana. Não esqueçam suas roupas de banho. – Eliza continuo a conversa mantando um clima mais animado.

–Não esqueceremos. –Thomas confirmou. – E onde será o local da festa?

–Mansão Jauregui. Pergunte a qualquer um no vilarejo que eles saberão lhe mostrar o caminho. A anfitriã da festa é uma grande a amiga nossa, vocês irão adorar conhecê-la. – Apesar de Alycia estar convidando nos dois, seu olhar sempre se mantinha preso ao meu, como se estivesse me passando algum tipo de mensagem, como se tudo que ela falasse só eu devesse dar ouvidos.

–Muito obrigada por nos deixar sentar com vocês, Camila, mas agra nós precisamos ir. Iremos ficar na ilha e ainda nem organizamos nossas coisas. –Eliza levantou-se da mesa seguida por Alycia.

–Tudo bem, foi um prazer conhece-las.

–Igualmente. – Alycia respondeu direcionando seu olhar malicioso a mim.

–Até mais tarde, meninas. – Thomas despediu-se fazendo um sinal com mãos.

Aos poucos elas foram se afastando da mesa, até que as perdi de vista entre tantas pessoas. Não saberia explicar, mas a presença delas possuía algo singular, que me causa uma leve sensação de excitação e euforia. E Alycia possuía algo em particular, além de ser incrivelmente charmosa, suas palavras pareciam sempre querer insinuar algo. Mas talvez seja apenas coisa da minha cabeça. A verdade é que são apenas duas jovens aproveitando a vida como eu não tive coragem de fazer.

–É apenas minha imaginação ou essa Alycia está interessada em você? – A fala de Thomas saiu em um tom brincalhão, mas sei que no fundo aquilo poderia estar causando-lhe um incomodo. Thomas era um homem de muitas qualidades, mas como qualquer outro ser humano também trazia consigo os defeitos e dentre os que mais me irritavam, seu ciúme estava em primeiro lugar no ranking.

–Não começa, Thomas! – Respondi disparando um olhar reprovador em sua direção. – Ela estava apenas sendo gentil. E sem falar que ela e Eliza meio que namoram.

–Sério? Então elas estavam interessadas em um sexo a três com você. – Meu rosto corou no mesmo instante com aquelas suposições. Imagens de um sexo com elas duas se projetaram em minha cabeça como um filme pornô. Me senti ainda mais envergonha por imaginar.

–Idiota! – Retruquei dando alguns socos no ombro do Thomas que soltou um gemido de dor.

–Calma, amor eu só estava brincando. – Levou as mãos ao braço e massageou o local onde eu havia desferido os socos. –Desculpe, não fica brava. – Beijou o meu rosto e logo meu corpo amoleceu com seu toque carinhoso.

–Termine logo seu café ou vamos nos atrasar para o desembarque. –Disse colando as mechas de seu longo cabelo, que insistiam em cair no seu rosto, para trás da orelha.

–Sim, senhora! –Fez sinal de continência e rindo continuou a tomar seu café.

Thomas sempre diz que sou mandona demais, porém não me considero uma. Apenas gosto das coisas do meu jeito, seja no trabalho, na vida social, pessoal e até mesmo no sexo, eu gosto de tomar as rédeas da situação. Por isso quando as coisas não saem como planejado, o nível de frustração era capaz de me deixar doente.

(...)

Assim que o transatlântico ancorou, sinalizando que já estávamos em Lesbos. Thomas e eu seguimos para área externa do navio, de onde sairiam os botes, para os interessados no passeio.

–Atenção tripulantes! – A voz que saía do megafone pertencia a nossa guia turística. – Me chamo Normani e serei responsável por guiar vocês em nosso maravilhoso passeio por Lesbos. – Disse esbanjando empolgação. –Eu sei que todos já receberam o nosso folheto com indicações de restaurantes, pontos turísticos e algumas curiosidades sobre a ilha, mas fiquem à vontade para perguntar alguma coisa e também para explorarem sozinhos. Só não se deixam enfeitiçar pelos encantos da ilha ou ficaram para sempre nela. – Disse de forma assombrosa e ao mesmo tempo brincalhona, arrancando algumas risadas dos turistas. – Os botes começarão a voltar para o navio as 18:00h então não se atrasem ou terão que dormir em alguma pousada na ilha. Agora quero todo mundo colando o coleto salva-vidas, por favor. – Ergueu o coleto em sua mão para que todos enxergassem e seguissem suas instruções de uso.

Só de pensar nas nascentes de água quente que me esperam, senti meu corpo relaxar com a sensação imaginaria. Lesbos com certeza seria o lugar ideal para mim e Thomas. Eram muitos os elogios direcionados a ilha, todos que por ali passavam tinham suas vidas transformadas, pelo menos foi o que mais ouvi durante a viagem. Espero que esse seja um recomeço para mim e meu marido.