História Love Incredible - Capítulo 3

POV Cora

Não tinha noção de tempo mas imaginava ter passado uma eternidade desde que o rei chegou naquele lugar e a mulher e eu nos calamos. Esperava que ele dormisse devido a bebida mas o desgraçado era resistente e parecia não parar com as garrafas.

Então a grade de uma cela abriu e segundos depois a minha também. Como estava de olhos fechados ao abri-los luz me cego por um tempo até que consegui ver ele sentado no sofá olhando as duas celas.

- Eu sou o rei aqui. Assim como sou da Enchanted Forest.

- Até parece... Para mim você é um homem derrotado sem nada para fazer. - Ouvi a voz da mulher na cela ao lado em um tom debochado e baixo porém ainda sim audível no ambiente.

Fecho os olhos diante de sua fala, ela não sabia disso? Seria de outro reino?

- Calada sua vadia! - Vejo ele atirar uma garrafa em direção a cela da mulher mas acerta a pilastra entre as nossas celas.

- Olha seu estado velho idiota! Você é um derrotado! Porque não nos solta em!? Eu nem sei o que te fiz para vir parar aqui! - Agora ela parecia furiosa mas ainda mantinha o deboche presente em cada palavra.

- Pare. - Falo de modo baixo mais que sabia que ela poderia ouvir.

- Só vou soltar você na minha cama benzinho. - Ele gargalha como um louco e se aproxima das celas parando escorado a parede entre elas. - Você é louca... Sabe como tratamos loucos?

- Talvez com um quarto bem aconchegante, muita bebida e comida. Não é assim que você é tratado? - Ouço ela bufar.

- Droga! - Ela tosse e o tilitar de suas correntes me faz acreditar que ela também tenha sido atingida pela água fria - Desculpa moça... Desculpa... - Seu tom se torna culpado e assustado.

Via seu meio desespero mas não consigo responder pois o frio tomava conta do lugar com força.

- Ahahaha suas vadias... Vadias congeladas agora! - Vejo ele mover as mãos e logo um novo jato me cobre me fazendo engasgar algumas vezes, até que ele calmamente sai dali fechando as celas.

- Me-Me... Des-culpa... - A mulher estava com a fala entrecortada e seus dentes pareciam bater pelo frio - Não quis... T-Te.. Prejudicar..

-Que lindo... Amiguinhas!- Leopold entra em minha cela e puxa as correntes presas ao teto para que meus pés não toquem o chão, com isso uma delas rompe me fazendo ficar suspensa por apenas um punho. - Ahahaha vou deixar você assim. - Ele me empurra e em seguida deixando meu corpo "embalando." - Agora você... -Ele sai da cela fechando a porta e a escuridão me envolve.

POV Camila

Realmente não queria que ele machucasse ou fizesse algo com a outra mulher por minha culpa, me sentia mau por isso. Ouço a movimentação da outra cela, um estalo seco novamente e agora um rangir contínuo, como se uma corrente estivesse balançando. O barulho da porta da cela fechando e logo ele entra na minha me olhando sádico e com um sorriso da mesma forma em seu rosto.

- Ah pequena... O que faço com você?! - Ele se aproxima e acaricia meu rosto que estava gelado, assim como o resto do meu corpo que parecia congelar - Já sei.

Ele se afasta e vários jatos de água fria novamente batem em mim. Tossia e me contorcia tentando ao menos respirar mais aos poucos estava ficando sem forças, ele já tinha feito isso antes e era sempre agonizante a sensação. Depois de algum tempo ele para, meu corpo agora suspenso apenas pelas correntes pois minhas pernas já não conseguiam me sustentar, os farrapos de roupa que usava para me esquentar não serviam mais para nada.

- Aprenda a não me responder garota. - Ele fala entre dentes e segura meu rosto que estava voltado para baixo me forçando a olhá-lo - Ou você morre antes do previsto. - O sorriso volta e ele me dá um tapa no rosto me beijando em seguida.

Após aparatar minhas roupas do meu corpo me deixando nua, ele sai da cela fechando a porta. Queria saber como a mulher estava mas não tinha forças nem para levantar a cabeça sozinha, o frio era cortante e eu tremia dos pés até o último fio de cabelo. Sem mais o que fazer apenas deixo a escuridão me levar torcendo para não morrer congelada... Mas talvez fosse melhor do que viver nesse lugar.