História Love is a lie - Ficção do Amor

Estou na fila da livraria para que o meu autor favorito autografe o meu exemplar do seu livro, estou muito ansioso pois KyungSoo não costuma aparecer em público. Tão pouco para fazer sessão de autógrafos e se expor tanto, será que ele não gosta de sair de casa?

 Tenho tantas perguntas para fazer a ele que nem sei por onde começar, mas a principal é: Aonde ele arruma inspiração para escrever tantos livros de romance? Será que ele tem alguém? Eu gostaria de ser esse alguém...

 Aish! Eu preciso descobrir tudo isso, estou apaixonado só não sei se é por ele ou por seus livros.

 Já perguntei para a minha mãe e ela me disse  que todas as formas de amor são certas e lindas e que é normal um homem se apaixonar por outro, isso me deixou muito envergonhado. Ele nem sabe que eu existo!

 A fila andou e eu sou o próximo, da onde estou posso ver KyungSoo com seus olhos de corujinha, seu cabelo negro caindo perfeitamente sobre a testa, seus lábios fartos e rosados que se destacam em sua pele albina, e para deixar-me mais nervoso e ansioso ainda ele está usando um óculos de armação cinza que deixa-o com uma aparência super intelectual e sexy.

 É a minha vez.

 KyungSoo observa-me com seus grandes olhos, respiro fundo e vou até ele, entrego o exemplar para ele e nossas mãos acabam se tocando.

 -Para quem devo assinar? -sorri.

 -P-Para Kim Jongin -droga! Por que eu gaguejei? -Posso fazer-te uma pergunta?

 Ele assina e olha para cima olhando-me nos olhos.

 -Claro!

 -Você acredita no amor?

 -Não -diz indiferente me fazendo perder o chão.

 -Se para você o amor é uma mentira, por que escreve tantos livros sobre esse gênero? -franzo o cenho confuso.

 -Simples, porque o amor é uma ficção.

 -O que eu sinto por você não é uma ficção! -digo alto chamando a atenção de algumas pessoas da fila, ele olha-me assustado e surpreso -Desculpe-me.

 Pego meu livro e saio do local o mais rápido que consigo, sinto algo pegar em meu braço e fico surpreso  ao ver que quem me segura é KyungSoo.

 Estamos no inverno e aqui fora neva intensamente, tiro meu casaco e dou para o menor que está tremendo de frio.

 -Por que você veio atrás de mim? -pergunto fitando-o -Aqueles fãs ficarão furioso!

 Ele sorri e pergunta hesitante:

 -Aquilo que você disse é v-verdade?

 Olho confuso para o menor que desvia o olhar para o chão, ele veio atrás de mim para isso?

 -Sobre o que eu sinto por você? -sorrio ao vê-lo concordando com a cabeça -O amor que eu sinto por você não é fictício, tenho certeza.

 Ele agacha e coloca as mãos na cabeça deixando-me preocupado.

 -Está tudo bem?

 -Sim, só estou um pouco atordoado, nunca pensei que ouviria isso.

 -Isso o quê?

 -Que alguém gosta de mim dessa maneira -faz bico com os lábios e eu rio de seu jeito -O que foi?

 Puxo a mão dele fazendo-o se levantar, laço meu braço no seu e começo a caminhar.

 -Já que você não vai voltar lá para dentro, quer ir tomar um café comigo? -digo sugestivo recebendo um sorriso divertido como resposta.

                                  ☕

 Caminhamos até o café mais próximo que recebe o nome de Someone day adentramos no local e escolhemos uma mesa sentando frente a frente.

 Olho para o ser albino de olhos grandes, lábios em formato de coração, com o cabelo perfeitamente arrumado para parecer desarrumado deixando-o irresistível e sorrio ao perceber o quão louco este dia está sendo.

 -Você fica muito fofo quando sorri assim -sorri deixando-me corado.

 Pedimos dois chocolate-quentes e começamos a conversar sobre coisas aleatórias.

 -Obrigado -Soo diz sorrindo.

 -Pelo o quê?

 -Pelo casaco, pela conversa, pelo café, por você ter aparecido na livraria hoje, por gostar de mim e por conceder-me a honra de permitir-me apreciar o seu sorriso.

 -De nada -digo rindo ao vê-lo corado -Obrigado por ter aceitado o meu convite.

 -Vo-Você pode descrever o que sente por mim? -encara-me por alguns segundos e depois desvia o olhar.

 -Eu te amo -olho-o de forma penetrante -Quando te vi ao vivo hoje, pela primeira vez, descobri isso. Minhas mãos começaram a suar em pleno inverno, senti um frio na barriga e fiquei nervoso com seu olhar sobre mim.

 -Obrigado por descrever o que sente -sorri bobo -Eu tive um plot para um livro.

 -Um romance?

 -Um não, o romance -enfatiza a letra "o" fazendo-me rir de seu jeito -Se chamará "Olho por olho".

 -Wow! Mal posso esperar para lê-lo!

 -Sabe, se você quiser, nós podemos vivê-lo! -hesita.

 Levanto-me e ajoelho-me ao seu lado, num ato um tanto impulsivo eu lhe abraço, deposito um beijo em sua testa e começo a rir junto dele.

 -Quer namorar comigo? -sussurro contra seus lábios enquanto olho fundo em seus olhos.

 -S-Sério?! -pergunta surpreso e eu concordo com a cabeça -Claro que aceito!

 Ele segura meu rosto e em um movimento rápido e inesperado sela nossos lábios timidamente, sinto meu coração bater tão rápido quanto um cavalo de corrida.

 Seguro seu rosto e sorrio, escuto alguém pigarrear demonstrando incômodo. Olho ao redor e percebo que todos a nossa volta estão nos encarando de cara feia, KyungSoo se encolhe envergonhado e eu envolvo-o com os meus braços.

 -Quer dar uma volta no parque? -sugiro e ele concorda com um breve aceno.

 Pago a conta e saímos do café voltando para o clima frio, novamente agradeço aos céus pela minha mãe ter me forçado a colocar duas jaquetas por cima do suéter, pois assim pude dar uma a KyungSoo e não passar frio.

 -Kim Jongin -KyungSoo fala enquanto caminhamos -Posso segurar a sua mão?

 -Pode me chamar só de Jongin -digo sorrindo, pego sua mão e deposito um beijo nela fazendo-o sorrir -E você não precisa perguntar se pode, eu sou seu namorado.

 Digo essas palavras firmemente e coro fazendo o menor rir, caminhamos mais alguns metros e chegamos em frente ao parque. Ele está magnífico, várias crianças brincam e divertem-se na neve.

 -Amor, vamos brincar com eles? -pergunto abraçando-o por trás e apoiando a minha cabeça em seu ombro.

 -Claro Kai -ele fala e vira de frente para mim, me abraça forte e beija meu queixo.

 -Kai?! Gostei! -sorrio e deposito um beijo na sua testa.

 -Temos que ter cuidado para não machucar as crianças! -KyungSoo fala animado enquanto puxa-me pela mão até o meio da brincadeiras.

 -Olá! Qual é o nome de vocês? -pergunto aos quatro garotos que cessam a brincadeiras e param na nossa frente.

 -Meu nome é Minseok, esse aqui é o meu irmão Yixing e esses aqui são os nossos amigos Suho e Chen -um garoto que aparenta ter dez anos de idade diz apresentando todos, ele é tão fofo, parece um esquilo! -E vocês, quem são?

 -Eu sou o-

 -Kai e eu sou o D.O. -o menor interrompe-me.

 Os garotos sorriam e nos chamam para brincar com eles, quando íamos começar, quatros homens com preocupação estampada em seus rostos se aproximam de nós.
 
 -Está tudo bem? -o mais alto questiona a Minseok e a Lay, ele é loiro, bem alto e bonito.

 -Está tudo bem pai -Lay dá de ombros.

 -Tem certeza? -é a vez do moreno perguntar enquanto segura o rosto de Minseok.

 -Tudo papai -Minseok responde sorrindo.

 -Desculpem-me pela indelicadeza, mas o que conversavam com os nossos filhos? -questiona de forma educada um cara alto com orelhas de abano que segura a mão de outro mais baixo de cabelos negros e olhos onix.

 -Nós só queríamos brincar junto deles -digo e eles suspiram aliviados.

 -Foi mal cara, meu nome é Chanyeol e esse aqui é o Baekhyun, nós somos os pais do Chen e do Suho.

 -Desculpe pelo nosso jeito, você sabe como o mundo anda perigoso -Baekhyun diz coçando a nuca.

 -Nós entendemos, eu sou o KyungSoo, mas pode me chamar de D.O e esse é o Kim Jongin, mas pode chama-lo de Kai -o albino diz de mãos dadas comigo, sorrio simpático e eles retribuam alegres.

 -Meu nome é Kris e esse é Tao -o modelo estende a mão, nos apresentamos e perguntamos se nós poderíamos brincar com as crianças, eles acharam graça e também quiseram participar.

 No final da tarde estávamos exaustos devido a brincadeira, já faz uns dez minutos que as crianças foram embora com seus pais e KyungSoo está deitado ao meu lado. Estamos observando o pôr do sol de mãos dadas e ele está com a cabeça encostada no meu peito.

 -Soo -chamo baixinho e ele levanta a cabeça para olhar nos meus olhos -Você acredita no amor?

 Ele desvia o olhar por alguns instantes, mas depois retorna a me olhar com ar pensativo.

 -Não vou negar, quando fico perto de você, quando você beija-me, abraça-me ou segura a minha mão. Eu sinto um negócio estranho no meu coração -ele diz sorrindo para então completar fazendo bico nos lábios -Se eu disser que não, você vai ficar bravo?

 -Claro que não! Isso que você sente no coração é o começo do amor -sorrio e capturo seus lábios -E esse foi só o nosso primeiro dia de namoro entre vários e vários outros que nos aguardam.

 -Você me mostrará o que é o amor? -pergunta com os olhos mais brilhantes do que as estrelas no céu acima de nós.

 Sorrio e passeio com a minha mão carinhosamente sobre seu rosto.

 -Eu juro, com as estrelas como testemunha, que eu te mostrarei a forma mais bonita e pura do amor -digo para aqueles grandes olhos amendoados e selo a promessa com nossos lábios.