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História Love is Just a Lie - Stopin


Escrita por: Uma2Historias

Capítulo 4 - Stopin


- Bom dia - ouvi minha irmã dizer enquanto se ajeitava segurando uma bandeja com café da manhã. 

- Bom dia - respondi feliz em receber o agrado, minha irmã realmente era uma mulher maravilhosa, preocupada com a família, na falta de uma mãe fez o papel de protetora com êxito. - "Estou notando você um tanto estranha esses dias, tem alguma coisa que você quer me contar?" 

- Não realmente não tem nada - respondi - "Então podemos falar sobre o seu caso com a Diana?" - além de protetora esqueci o quanto ela é esperta o suficiente para perceber o que está acontecendo - Como você descobriu ? Perguntei.

- Outro dia eu vi vocês, estavam no carro duas quadras acima, é o mesmo caminho que faço quando vou pra casa do Jorge... mas...me explica o que está acontecendo? Já imaginou se fosse outra pessoa conhecida que visse vocês?

- Eu não sei como isso começou, mas o fato é que estou tentando sair disso, por causa do nosso pai. 

- Ele adora ela, desde que a mamãe foi embora nunca o vi tão feliz - 

- Me sinto mal com tudo isso - 

- Então coloque um ponto final - respondeu já caminhando em direção a porta.

Miriam nunca deixa a pose de mulher decidida e emocionalmente estável cair, ela sempre foi meu porto seguro. Quando adolescentes dormíamos no quarto uma da outra, quando ela precisava de mim, algumas noites ouvia ela chorar e ia para seu quarto. Ela me abraçava e dizia que tudo ia ficar bem, com o tempo tornou - se uma jovem madura, decidida e foi lutando por tudo que acreditava, ela é uma excelente cozinheira, formada em Gastronomia e é dona do melhor café de Framingham. Só não gosto muito do namorado, Jorge, nunca fui com a sua cara. 

A primeira vez que ela o trouxe em casa, foi quando eles tinham acabado de completar 5 meses juntos, ele não aparenta ser de má índole, é de uma boa família respeitada na cidade, filho do Pastor Edward Collin. Mas alguma coisa nele não me agrada. E as vezes fico olhando pela janela, quando estão juntos no carro em frente do jardim, Miriam não parece satisfeita com esse relacionamento, mas ela diz que o ama. Então nada posso fazer. 

- Helena,você pode ajudar a Nana com as compras hoje? (Nana é nossa "secretaria do lar", na verdade ela é como da família, sempre esteve conosco desde que chegamos à cidade). "POSSO SIM" - eu vou sair com Jorge agora, prometi que o acompanharia em um bazar beneficente organizado por seus pais - "Sim eu entendi, fique tranquila, eu ajudo a Nana hoje" . - ela sorriu feliz, sabendo que podia contar comigo, ela sempre tomou conta das coisas de casa junto com a Nana. Mas quando ela não conseguia, eu tomava conta. Novamente me encontrei olhando pela janela, ela entrou no carro e Jorge parecia estar um pouco agressivo, ela exclamava algo gesticulando com as mãos, francamente eu não gostava muito dele.

Acho que amo mais Miriam e a Nana, do que meu irmão Pedro e meu pai Roberto. Pedro nunca está por aqui, quando eu estou por aqui. Temos um diálogo limitado, ele passa mais tempo na oficina do que em casa, anda sempre por aí cheio de segredos e com um ar suspeito, acredito que não esteja envolvido em nada ruim, mas eu gosto de observar o movimento da janela, sempre vejo - o olhando para casa dos Hernandes, o que coincide com todas as vezes que Érika (mãe de Angie, tia de Diana) aparece na casa da família, algumas vezes vejo ela caminhar para a parte de trás da casa sozinha  e aparecer ajeitando o vestido, alguns minutos depois Pedro entra em casa ajeitando o cabelo e limpando algumas marcas de batom do rosto, aposto que tem alguma coisa por aí, aposto que eles tem um caso, não só aposto como compro e pago a aposta toda. São 20 anos de diferença entre os dois e um belo escândalo pra quem gosta desse tipo de acontecimentos em cidades pequenas


Tem muitas coisas que consigo perceber com a minha velha mania de olhar o movimento pela janela. Presencio Dona Francisca saindo com o pessoal do clube de motos, dona Alice fazendo suas caminhadas matinais de domingo, usando sempre a mesma calça preta e o moletom cor de rosa. Julio chegando do trabalho junto com Clara e Diana olhando em minha direção, sabendo exatamente quando estou olhando pra ela, tão linda e tão poucas palavras para expressar o quanto ela me deixa maluca. 

São praticamente as mesmas cenas, que as vezes retardam em repetir, sem contar quando chega o namorado da Clara e a Angie está aqui comigo e fica olhando pra eles suspirando de amores por Paul, ele é o cara mais rico da cidade e ela era uma nerd de óculos que gostava de árvores,  o que ele poderia ver nela ? Nada que o fizesse sair dos pés de Clara, ele era perdidamente apaixonado por ela. 

- Por que eu tenho que ser tão feia? - Angie 

- Você não é feia, só não está no mesmo patamar que a Clara, olha pra ela, tão linda quanto a Diana. 

- Eu senti alguma coisa estranha nessas suas palavras - 

- Eu não sinto mais nada por nenhuma das duas - 

- Ah, sei. Por falar nisso a Diana anda estranha, trancada no quarto e não quer falar com ninguém, acho que vocês deveriam tentar conversar - 

- E porque eu deveria tentar? - 

- Porque ela terminou com seu pai faz três dias e você não se importa com isso ? -

 - Eu nem sabia que...eu não consegui falar com o Roberto esses dias, ele andou meio calado, ocupado demais e afogado em suas obrigações, então...Como?

- Eu estava dando uma aula para o clube de jardinagem, quando vi que ela chegou na faculdade, uns 45 minutos depois eu vi ela correr apressadamente até o carro e  seu pai seguiu ela, os dois pareciam discutir, ela entrou no carro e ele ficou olhando pro nada com uma cara de desapontado. Ouvi quando ela desabafou pra vovó que terminou com o Roberto porque estava apaixonada por você e que não conseguia falar com você já fazia alguns dias.

- Eu não podia imaginar que ela terminaria com ele.

- Ela se apaixonou por você e a vovó disse que a apoiaria em tudo.

Eu sinto que não era o que eu realmente queria, que Diana terminasse com meu pai, estava apaixonada por ela também, mas ele já havia sofrido o suficiente com a partida da mamãe. E Diana conseguiu fazer ele se reaproximar da família, tivemos alguns diálogos que por um longo tempo haviam tornado - se escassos. Como ele iria reagir agora ? Principalmente se descobrir sobre nós duas. Na verdade ele já sabia, pois quando Diana terminou com ele havia contado toda a verdade. Eu era a única atrasada no meio dessa história.

                             X 

Helena, posso falar com você ? - perguntou entrando no meu quarto em um sábado a noite. 

- Sim pai, por favor... - "Me diz o que eu fiz pra você? Pra fazer isso comigo? Me causar tamanha vergonha?

- Pai eu..."quero que você vá embora dessa casa" - essas foram suas últimas palavras comigo. Me mudei, aluguei um apartamento e fui morar sozinha, Miriam estava sempre me visitando e as vezes dormia lá comigo. Estranhamente meu irmão Pedro passou a me visitar e ficar mais presente. O bom de tudo isso é que eu tinha o amor dos meus irmãos e minha amiga Angie. 

E Diana não desistiu de nós, estávamos finalmente namorando, sem o restante de sua família saber, Dona Francisca e Angie eram as únicas que sabiam. E contávamos com a descrição de Miriam que também nos apoiou. 

Consegui perdoá - la, não sei como, mas terminar com meu pai, assumindo para ele que estava apaixonada por mim, foi um ato de coragem. Mas isso não significa que Roberto desistiu de tê-la. Ele ligava inúmeras vezes tentando falar com ela, passou a segui - la várias vezes até o trabalho, a última tentativa rendeu uma boa discussão, três vezes ligou no meu celular fazendo ameaças, meu próprio pai, era inacreditável, mas eu sabia que ele estava magoado. Miriam me contou que ele começou aparecer em casa alcoolizado e as vezes um pouco agressivo. 

Eu queria ajudar, mas realmente não sei o que fazer. Pior é que Diana anda com  umas ideias de nos assumir para a família dela. Tenho a impressão que isso será um balde de água fria e o stopin para uma boa confusão.

 

 



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