História Love Issues - Afraid

Nina

Acordei com o sol invadindo minhas pupilas. Minha cabeça doía muito, lembrando-me que eu havia bebido muito na noite interior. Se eu pudesse, teria matado a Nina de algumas horas atrás. A coberta branca da cama de Samuel era a única coisa que cobria meu corpo. Levantei-me cuidadosamente da cama, na esperança de não acorda-lo e conseguir ir embora sem ser notada.

- Você continua tentando fazer isso? - ele disse, enquanto eu estava pegando meu short no chão.

- Não quis te acordar - joguei minha franja para trás.

- Não estava dormindo - se sentou.

- É melhor eu ir... - vesti minha blusa e comecei a caminhar em direção à porta, com meu short e meus sapatos em mão.

- Você disse que me ama - disse. Parei de andar e me virei para o encarar. Ele estava com enormes olheiras embaixo dos olhos.

- Eu...

- É verdade? Ou isso foi apenas o efeito do orgasmo? - perguntou. Desviei o olhar e joguei meus sapatos no chão, não fazendo ideia do que falar.

- Sam...

- Nina, eu estou completamente apaixonado por você - meu coração palpitava em meu peito e um desespero enorme tomava conta de mim – Eu terminei com a Stassie.

- Finalmente? - eu disse.

- Vê? É isso que faz com que eu fique em dúvida sobre seus sentimentos. Uma hora você age como só quer sexo e outra age como se sentisse algo. O que você sente Nina?

 - Eu não sei, Sam! Ok? Prometi para mim mesma que não iria me envolver com um professor de novo. E eu não estava procurando me apaixonar por um tempo - meus olhos estavam começando a arder - Tenho medo de acabar mal de novo. É por isso que estou sempre evitando ficar até você acordar ou te beijar quando não estamos fazendo sexo - senti uma lágrima em minha bochecha, limpei-a rapidamente.

Samuel se levantou da cama e veio em minha direção. Assim que senti suas mãos tocarem meu rosto, meu primeiro instinto foi recuar, mas logo cedi. Meus olhos estavam marejados e Sam limpava algumas lágrimas que escapavam. Encostei minha cabeça em seu peito e o mesmo me enlaçou com seus braços.

- Você a amava? - perguntei. Ele se afastou alguns centímetros de mim e me encarou com uma expressão confusa - Stassie.

- Não - respondeu com certeza - Nunca amei.

 - Por que estava com ela então? - franzi o cenho.

- Ela fazia um boquete maravilhoso - disse. Ambos demos risada - Não sei, Nina. Talvez eu estava cansado de estar sozinho.

- Você não precisa mais se preocupar com isso – envolvi meus braços em sua volta e escondi meu rosto em seu peito.

Senti sua mão em meu pulso, olhei para ele e comecei a ser puxada para a cama.

- São oito da manhã em um domingo, podemos dormir mais um pouco – disse. Olhei para ele desconfiada – Só dormir, prometo.

- Só dormir? – me deitei ao seu lado.

- Eu prometo – ele disse com um sorriso no rosto. Um pequeno sorriso se formou no canto de minha boca.

Virei-me na cama, ficando de costas para ele. Soltei um suspiro e encarei a janela, notando o dia ensolarado lá fora. Puxei a coberta e fechei os olhos. Quando eu estava prestes a pegar no sono, senti Sam me abraçar pela cintura. Abri os olhos rapidamente e senti meu coração acelerar. Olhei para seu rosto por cima de meu ombro, notando que ele estava dormindo. Tentei dormir novamente, porém meu coração estava tão acelerada e minha respiração estava tão descompassada que tornava impossível eu conseguir sequer fechar os olhos.

Assim que percebi que realmente não iria conseguir dormir, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Melanie, pedindo para ela vir me buscar. Trinta minutos depois, ela estava aqui na frente. Levantei-me cuidadosamente, tirando seus braços de minha cintura. Vesti minha roupa e peguei meu sapatos. Desci as escadas devagar e abri a porta com o maior cuidado do mundo, fechando-a do mesmo jeito. Entrei no carro de minha melhor amiga e comecei a vestir meus sapatos.

- Bela roupa – eu disse ao perceber que ela usava apenas uma blusa de meu irmão.

- Bela maquiagem – brincou.

- Tá toda borrada né – me olhei no espelho – Eu dormi de maquiagem – Melanie parou o carro no sinal e me olhou.

- Tem certeza que ela tá borrada porque você dormiu? - lançou-me um olhar malicioso.

- Um dos motivos – acrescentei, fazendo-a rir.

Peguei meu celular e decidi mandar uma mensagem para Samuel, avisando-o de como e porque fui embora.

“Não estava conseguindo dormir então liguei para Melanie me buscar. Desculpe não te acordar, você estava dormindo tão bonitinho.”

- Pra quem está mandando mensagem? – minha melhor amiga perguntou.

- Sam – respondi.

- Que sorrisinho foi esse?

- Que sorrisinho?

- Esse sorrisinho que você deu quando falou o nome dele – ela tinha um tom de voz malicioso porém confuso – O que estou perdendo?

- Eu não dei nenhum sorriso – mordi meu lábio inferior ao perceber que ia sorrir novamente.

- Você gosta dele! – gritou.

- De quem? – fiz-me de desentendida.

- Samuel – falou e estacionou o carro – Mas sabe – tirou seu cinto -, ele sempre teve uma atração por você.

- Por mim? – sai do carro e encarei-a com o cenho franzido – Foi você quem ele pegou primeiro, não eu – Melanie revirou os olhos.

- Ele me pegou porque eu arrastei ele pra cozinha no dia do seu aniversário. Ele tava dando em cima de você na frente do Gilinsky e eu tinha que dar um jeito, então chamei ele pra cozinha e isso deu a entender que eu estava dando em cima dele.

- Mas você não pode negar que ele beija muito bem – eu disse.

- Seu irmão beija melhor – fiz uma expressão de nojo.

- Isso eu nunca vou poder concordar por motivo de: eca, que nojo! – Mel riu.

- Você diz isso porque ele é seu irmão.

- Você prefere que eu ache meu irmão lindo, maravilhoso e gostoso? – chamei o elevador.

- Claro que não, seria estranho – entramos no elevador – Só estou dizendo que seu irmão é lindo e beija bem.

- Tudo bem, eu entendi – tentei mudar de assunto.

- Eu notei que você está meio feliz hoje, o que aconteceu ontem naquele bar?

- Descobri que Johnson não estava dando em cima de você, ele é casado – Melanie arregalou os olhos – Pois é. A mulher dele é um amor. A Stassie apareceu lá e começou a me xingar de depravada e admitiu que já traiu o Sam.

- Quê?

- E eu bati nela – minha melhor amiga riu.

- Que demais!

- Sam e eu transamos e tudo mais. Hoje de manhã ele me contou que terminou com a Stassie e disse que é apaixonado por mim.

- E o que você disse?

- Disse que estou com medo de me apaixonar de novo.

- Mas você está se apaixonando por ele?

- Não sei – respondi sincera – Se eu te disser que superei Jack por completo estaria mentindo, mas se eu dissesse que não sinto nada por Sam também estaria mentindo.

- E eu te disser que você não é uma bagunça eu estaria mentindo – o elevador parou em meu andar. Ri.

Abri a porta de meu apartamento e dei de cara com Nate sentado no sofá com os braços cruzados. Olhei para trás e a única coisa que vi foi a porta sendo fechada.

Nate

Melanie se levantou às nove da manhã dizendo que iria buscar Nina na casa de uma pessoa. Eu me ofereci em ir junto, mas ela recusou. Mas ela me prometeu que me daria a chance de ter uma conversa em particular com minha irmã a hora que ela chegasse. Assim que ela saiu, fiquei sentado no sofá, encarando a porta fixamente. Quando ela se abriu, tive a visão de minha irmã com roupas amassadas, maquiagem borrada e cabelo bagunçado. Seus olhos cinzentos estavam arregalados e sua boca estava entreaberto. Eu sabia que ela estava sem reação e estava pensando no que iria fazer. Eu precisava ser rápido antes que ela saísse correndo e se trancasse em seu quarto.

- Nina.

- Nathan.

- Nós precisamos conversar – eu disse.

- Claro, quer me acusar de mais alguma coisa? Ou quer logo me chamar de vagabunda?

- Nina não é assim – exclamei – Eu não sabia o que estava acontecendo. Monte me ligou dizendo que você havia assediado Gilinsky, seu professor e um de meus melhores amigos. Eu fiquei com raiva e chocado, não sabia o que fazer. Ai depois você me disse que estava namorando com ele. O que você acha que eu pensei? Eu me culpei por não prestar atenção em você e não ser compreensivo. Que tipo de irmão eu sou por acreditar que você assediou alguém? Eu sou o pior irmão do mundo – sentei no sofá.

Gionina olhou para o chão e suspirou. Cruzei minhas mãos e encarei fixamente meus pés descalços. Ouvi o barulho de seu salto alto se aproximando de mim e logo senti ela sentar-se ao meu lado.

- Me desculpe por fugir de você – ela disse – Eu também não fui a melhor irmã do mundo me trancando no meu quarto e te evitando por quase uma semana inteira. É só que... eu estava tão estressada e nervosa com tudo o que está acontecendo que ando colocando a culpa em todo mundo que aparece em minha frente.

- Nisso nós temos muito em comum – encarei seus olhos – Sempre estamos fugindo de nossos problemas, igual eu fugi de Melanie.

- Mas agora vocês estão juntos, então você conseguiu resolver seu problema.

- E agora você está falando comigo, já resolvemos nosso problema de irmãos.

- Sim, resolvemos o problema dos Maloley – sorriu.

Abri meus braços e a mesma me abraçou. Dei um beijo no topo de sua cabeça e a abracei forte.

- Eu te amo, Nina. Não esquece disso, pelo amor de Deus – ela soltou um riso.

- Não vou – sorri – Eu também te amo Nate.

E com essas palavras, senti um peso enorme sair de minhas costas. Nina, querendo ou não, é a pessoa mais importante da minha vida. Ela é minha preciosidade e não consigo imaginar alguém machucando-a, isso acaba comigo.