História Love Letters - Jikook - ¤ 1 ¤

 Eu podia jurar que hoje seria diferente, quando tiver meus 30 anos vou estar lendo minha lista de fracassos, provavelmente estarei lendo um livro...

Interrompendo meus pensamentos pessimistas, ouvi passos rápidos atrás de mim, e me virei.

- Droga Sook! Você sempre estraga as brincadeiras... - Taehyung meu amado disse um tanto decepcionado.

- Não é só as brincadeiras que eu venho estragando - Mostrei a folha de papel que continha minhas notas na faculdade.

- Ah Sook... Você vai repetir? - ao ouvir sua pergunta, gargalhei.

- Oi? Não Tae - continuei rindo - Desculpe, é que quase não alcancei a média, era 6,0, eu tirei 6,2.

- Mas...? - ele ficou processando por alguns segundos - Ah! Você faz muita tempestade em copo d'água, pensei que você não tinha alcançado a média.

- Vai trabalhar agora? - Perguntei mudando de assunto.

- Vou, ou melhor, vamos? - Tae me estendeu a mão.

- Eu estou de folga Tae, mas mande um beijo a todos lá, preciso estudar... E preciso fazer uma faxina, aquela casa está merecendo. - Me despedi o abraçando forte. 

Taehyung é meu melhor amigo, minha paixão secreta, estudo com ele desde que meu appa faleceu, ele me acolheu quando eu tinha chegado na escola, todos zombavam de mim, e me chamavam de caipira. Devo admitir que foi a pior época da minha vida, morte do appa, escola nova, bullying, minha omma e seu novo marido...

Mas cá estou eu , trabalho numa cafeteira, faço faculdade de recursos humanos, e ainda desenho cenas marcantes dos meus sonhos e os escondo, vivo na antiga casa dos meus pais.

Após a morte do appa, minha omma tinha se mudado para um lugar que ficava há três quarteirões daqui, mas eu voltei.

E minha omma? Ela mora em Seul, e é estilista, conheceu seu marido numa boate, e descobriu que o mesmo era rico, não pensou duas vezes, e após dois anos se casaram, depois do casamento, ela falou pra família que iria morar em Seul, e nem mesmo havia me chamado, na época eu tinha meus dezesseis anos, e fui viver com a família de Tae, eles sempre me acolheram, e infelizmente me consideram como uma irmã para Taehyung, quando quero ser a esposa dele.

(...)

Ao chegar em casa acendi um incenso, e deitei no sofá, logo me levantei, pois eu estava inquieta, caminhei olhando para o teto, e vi a entrada para o sótão, eu havia esquecido de sua existência.

- Uau - disse subindo as escadas e dando de cara com caixas enormes e muita poeira. 

Liguei todas as luzes, e dei uma olhada nas caixas, uma me chamou muita atenção, e a levei para baixo , não podia continuar ali, ou então eu poderia começar a espirrar. 

Quando abri a caixa, vi álbuns de fotos, as fotos eram antigas... E tão lindas, ao olhar novamente, vi uma caixinha de sapatos muito intrigante, e a levei para sala, haviam cartas, muitas cartas, amareladas, amassadas, manchadas, escritas com muita força, sujas e algumas rasgadas, e todas elas tinham uma coisa em comum, eram todas destinadas à meu appa, destinadas à Park Jimin.