História Love Me If You Can - A Rainha Estrategista

- MAMÃE!!! – A garotinha de olhos dourados gritou chamando a atenção da mais velha que regava algumas flores de seu jardim.

- Minha menina, não corra! – A mulher advertiu, no entanto já era tarde, a garotinha, distraída como sempre, acabou tropeçando em uma das ferramentas de jardinagem da mãe e caiu de cara no chão.

A mais velha logo correu para perto da garotinha que tinha os olhos marejados e olhava assustada para o cotovelo ralado e, indo contra a reação das duas, a mulher que vinha logo atrás da garota ria se divertindo com a cena que para ela, era nostálgica.

- Não tem como negar, essa garota mesmo não parecendo em nada com você é igualmente desastrada! – O comentário divertido, fez a mulher erguer a cabeça e dar de cara com a irmã mais velha.

- Realmente. – Acompanhou a risada da irmã e ajudou a filha a se levantar – Camile, vá lavar esse machucado que eu já entro para fazer um curativo. – Mandou e sem questionar a ordem da mãe, a garotinha entrou... Novamente correndo e fazendo com que a mulher negasse com a cabeça – Podia ter avisado que vinha, teria preparado algo especial para o almoço!

- Nah, você sabe que eu não me importo com isso. – Ela sorriu e abraçou a irmã caçula que a tanto tempo não via – Quanto tempo não volto aqui, nossa pequena já tem seus três anos.

- E está cada vez mais parecida comigo. – A morena mais nova, disse orgulhosa – Mas tens que ver a mais velha, ela é sempre tão cuidadosa com a irmã, parece até que é muito mais velha...

- Bom, ela tem a quem puxar. – Comentou apontando para si mesma.

Interrompendo a conversa animada das duas irmãs, a garota um ano mais velha que sua irmã, se joga nos braços da tia animadamente. Se você colocasse as duas meninas lado a lado você com certeza não perceberia diferença alguma de idade – talvez porque fosse apenas um ano. E quem sabe, isso tenha sido a sorte das duas... Ou não.

A garota, que ironicamente era mais baixa que sua irmã, poderia ser considerada a versão mirim de sua mãe – com a diferença de que sua pele era um pouco mais escura –, mas em personalidade ela divergia muito. 

Aquela garota não só era amada e adorada pela sua mãe e família, tinha algo mais, alguém mais, sempre teve... Mas alguém percebeu?

- O que veio fazer aqui, titia? – A garota perguntou curiosa, até porque, não era frequente receber visitas de sua tia – Não deveria estar em Paris?

- Olha que garota atrevida! Não posso nem fazer uma visita as minhas sobrinhas? Sua irmã foi mais receptiva. – Fingiu dar uma bronca na sobrinha que apenas revirou os olhos. Quem sua tia pensava que ela era? Uma garotinha arrogante? Não era obvio que ela já era uma mulher?

E como em um filme que você pode pular para um momento especifico, a cena foi cortada e a garotinha mais velha – agora não tão “garotinha” – agora estava sozinha, em um lugar desconhecido.

- De onde veio? – Um garoto loiro e baixinho lhe perguntou certa vez.

A resposta demorou a aparecer, talvez porque ela não tivesse tal resposta... Da onde ela veio? Como em um apagão de memória ela simplesmente disse o que parecia ser o mais certo.

- Eu sempre estive aqui!

[...]

- No que tanto pensa? – Adrian perguntou.

- Em um sonho bizarro...

- E por que não me conta que sonho foi esse? – Cínica.

- Eu até contaria se você tirasse a sua mão daí! – Reclamei apenas para ouvir rir no meu ouvido fazendo-me arrepiar.

Há situação era a seguinte: enquanto esperava a aleijadinha – peguei a mania do bullying com a Lisa, culpa dela! – terminar de se trocar, decidi ler um livro que tinha começado a quase três meses, só que com tudo que tinha acontecido eu não tinha terminado. Só que existe um ser vivo que adora encher meu saco, Não, não é o White e muito menos a Lisa... e como hoje não poderia ser diferente, ela se deitou ao meu lado e começou a me puxar para que eu ficasse parcialmente sobre ela, com direito a cafune e carinho na barriga. Mas claro que vindo da senhorita Minster, o “carinho” nunca viria sozinho... Em pouco tempo a mão dela já estava entrando em minha calça.

- Eu não vi você reclamando... – Ela riu perto do meu ouvido, fazendo-me arrepiar – Se você me mandar parar, eu o farei!

Vamos avaliar. Faz um bom tempo que não temos um contato mais íntimo e talvez... Talvez, eu esteja sentindo falta disso. É até engraçado o estado que a Adrian fica quando ficamos muito tempo sem transar, ela fica dez vezes mais carinhosa e faz todas as minhas vontades tentando me ganhar e me convencer a dar pra ela. O que pode até dar certo, mas ela não precisa saber disso.

- Não vou te mandar parar, você tem quinze minutos!

- Só preciso de cinco! – Eu poderia até questionar, só que eu não tenho tempo e sei que ela consegue até em menos tempo... Mas não vamos encher a bola dela!

Nem deu tempo de eu falar mais nada, ela simplesmente calou minha boca com um beijo bruto e completamente alucinante, seus lábios se moviam com maestria sobre os meus mostrando todo um controle que eu não possuía mais sobre mim. Era tudo dela e por ela!

Bem gay!

Ela invadiu a minha boca com a sua língua e começou a move-la por toda a sua extensão, me arrancando baixos gemidos, enquanto sentia suas mãos fazendo um carinho leve em minha cintura. Quando consegui certa dominância em nosso beijo, senti ela chupar com força minha língua e dar um mordida na ponta o que me fez gemer alto e afastar nossos rosto por falta de ar.

Estávamos ofegantes, com os lábios inchados e vermelhos. Adrian nem se preocupou em parar, logo seus lábios desceram para o meu pescoço onde ela começou a chupar e a morder sem se preocupar com as possíveis marcas que ela deixaria, Preocupada estava eu em sair parecendo que sanguessugas estavam em meu pescoço... Ou parecendo que fui brutalmente espancada! Meus gemidos saiam baixos e contidos, mas foi impossível segurar um alto gemido quando senti ela chupar com força minha clavícula.

- Assim... você vai me deixar... toda marcada. – Reclamei quando seus lábios largaram o meu pescoço, e suas mãos que até então estavam na minha cintura, foram até os meus seios, começando a descer minha camisa – Adrian, agora não.

- Agora sim. – Quando ela conseguiu deixar meus seios expostos, ela sorriu lascivamente e me encarou – Eu achei que não conseguiria nada de você hoje. – Riu e eu revirei os olhos.

Antes que pudesse reclamar ela espalmou sua mão direita em meu seio e começou a massageá-lo, enquanto a distribuía beijos e mordidas pelo esquerdo. Eu não tinha mais forças para negar o que tanto desejava, eu a queria agora e como queria, mas se a Luna aparecesse agora seria um problema E constrangedor.

Eu gemia baixo, tentando abafar com a mão. Adrian continuava com a massagem em meu seio direito enquanto agora chupava e mordia o mamilo do direito, ela começou alterna entre os seios dando atenção aos dois, estava tão concentrada em abafar os gemidos que nem percebi o caminho que a mão direita dela começou a fazer, só percebi quando senti ela abrir o botão e zíper do short e os seus dedos tocarem a minha intimidade. Ela começou a massagear o meu clitóris por cima do tecido da calcinha enquanto sua boca ainda estava em meu seio.

- Adrian, não temos tempo, me fode logo! – Vergonha era a última coisa que eu sentia naquele momento, todo aquele calor estava me deixando louca e ver ela me olhando nos olhos com aquele mar verde que nesse momento estavam escuros pela luxuria que já tinha se apossado deles.

Sem se preocupar com mais porra nenhuma, ela afastou a minha calcinha, e eu só estava preocupada em ter os dedos dela dentro de mim

Senti ela mover os dedos entre meus lábios, o polegar massageava o meu clitóris enquanto o indicador se movia entre meus lábios, indo até a minha entrada a arrodeando e depois voltando, ela queria que eu pedisse, ela queria que eu implorasse.

- Adrian! Porra! – Quase gritei quando senti-me sendo penetrada de uma vez por dois dedos, ela dava fortes estocadas enquanto seus polegar ainda massageava meu clitóris, seus lábios chupavam e mordiam o meu pescoço e eu... eu gemia feito uma vadia sem me preocupar com os outros moradores da casa que nesse momento deviam estar tendo a sensação de ouvir um pornô para cegos – Andy... Assim... continua – As estocadas foram ficando cada vez mais fortes e mais rápidas, eu não estava mais aguentando eu iria gozar e acho que ela prevendo isso, disse.

- Goza pra mim vai. – Puta que pariu...

- ANDRIAN!! – Gritei quando senti o orgasmo avassalador em que eu cheguei, eu estava mole, não sentia minhas pernas direito... O que era um problema – Filha da puta! – Resmunguei.

- Eu te dou um orgasmo incrível e você ainda me xinga? – Se fez de ofendida, mas eu sei que por dentro o ego dela estava inflado.

- Eu vou sair com a Luna e devo estar com uma cara óbvia de transei!

- Mas você não...

- O casalzinho já terminou de se comer? – Luna gritou do outro lado da porta e dava para perceber pelo seu tom, que ela estava se segurando para não rir.

Tirei a mão da Adrian de dentro da minha calça e a fechei, tentei ajeitar meu cabelo que estava bagunçado, fazendo um coque e enxuguei o suor do meu rosto com as mangas da camisa.

Quando abri a porta, recebi uma análise visual imediata do casal Wintess-Minster que não fizeram nem questão de disfarçar o sorrisinho malicioso e quando elas desviaram o olhar em direção a Adrian, eu sabia que teria que aguentar muita zoação, já que a loira com certeza não faria questão de disfarçar o que estávamos fazendo.

- Eu vou ali no meu quarto só por dez minutos para trocar de roupa e vocês aproveitam para se comer? – Levantou uma sobrancelha – Quero ser como vocês quando crescer.

- São os hormônios, querida. – Rachel não poderia perder a chance de me encher o saco!

Revirei os olhos.

- Vamos logo, cunhadinha... – Disse e empurrei a Rachel, para poder levar a Luna.

- Ui, já até me considera cunhada, o negócio tá sério então!

- Talvez, mas eu te chamaria assim de qualquer jeito, já que você é praticamente casada com a Rachel e ela é uma irmã para mim. – Expliquei e olhei para trás só para piscar pra ruiva que retribuiu com um sorriso.

Quando chegamos na escada, eu peguei a Luna no colo e desci com ela sem qualquer dificuldade.

- Eu ainda não entendo o porquê de vocês terem comprado a merda de uma casa com escada se tem uma deficiente aqui! – Retruquei quando a deixei sentada no sofá.

- Pergunta a sua namorada depois, ela que foi a anta que comprou isso daqui!

- Apoio moral, talvez? – Anna, que já estava nos esperando na sala, disse.

Concordamos com a cabeça e elas me esperaram enquanto eu ia pegar a cadeira da minha cunhada.

[...]

O lugar que escolhemos para nos encontrarmos foi na praça de alimentação de um shopping, Ideia minha, claro, porque se não for para comer eu nem saio de casa!

Quando chegamos, Camile já nos esperava na frente de um Subway com uma expressão impaciente, Não sei porque, só estamos quarenta e cinco minutos atrasadas...

- Finalmente chegaram, achei que tivessem sido presas no meio do caminho! – Não, não foi a Camile que disse isso, foi a Lisa.

- O que você tá fazendo aqui criatura? – Luna perguntou confusa.

- Eu já sou carta fora do baralho? Provavelmente, mas minha melhor amiga ainda não, então quero estar por dentro de tudo! – Disse calma e eu olhei indignada para a Camile que apenas deu de ombros.

- Ela que insistiu em vir...

- Bom, pelo menos você sabe que não pode se meter. – Anna interferiu, já prevendo a possível discussão.

Lisa concordou e todas se sentaram... Menos eu, e elas não se surpreenderam ao me verem ir fazer o meu pedido. Quando me sentei, todas me olharam, mas não falaram nada.

- Por que estamos fazendo essa reunião sem a Adrian? – Lisa foi a primeira a falar.

- Porque meu plano basicamente se consiste em desfazer todos os anteriores dela! – Elas me olharam confusas e eu comecei a explicar – Bom, nos vamos embora e...

[...]

- Isso é maluquice! – Anna foi a primeira a falar, depois de um longo tempo de silêncio – Nos trabalhamos tanto para desistirmos agora?

- Elise tem razão, se continuarem a caçar, vocês que se tornaram a presa! – Camile meneou e acabou por concordar comigo.

- Pra você é fácil dizer, estamos sendo caçados por vocês! Não podemos desistir! – Anna insistiu - Lise não seja covarde!

Covarde?

- Cala a boca! – Eu estava calma, controlada, contida e foi isso que fez as idiotas calarem a boca e se encolherem – Eu não estou desistindo, estou os salvando!

- Eu entendo o seu sentimento, você sempre foi a que precisou de proteção, seu sentimento de gratidão é normal. – Luna suspirou – Mas não pode simplesmente decidir a vida de todos a partir daqui! – Ela refletiu e todas concordaram.

Eu fui obrigada a rir.

- Assim como vocês fizeram comigo durante longos anos? – Todas se calaram novamente e Camile me olhou atenta – Eu irei para Nova York e Luna conseguirá as passagens para outros destinos para vocês!

- E eu? – Lisa perguntou.

- Durante os nove meses você ficará sobre responsabilidade de Camile. – Eu olhei para Camile pedindo confirmação e ela assentiu.

- Você tem certeza disso? – Camile perguntou preocupada.

- Sim, tudo começou comigo e sou eu que darei o Xeque-mate... Antes que seja tarde!

- Tudo começou com nós duas! – Camile corrigiu e eu neguei.

- Existe muito mais nessa história que o Franco e a Francesca nunca nos contaram... E eu descobrirei... E sabe... – Segurei a mão de Camile por cima da mesa – Nós somos irmãs e eu não duvido disso, mas tem algumas coisas que me fazem duvidar de algumas informações!

- E o que seria?

- Eu irei descobrir em Nova York... Sozinha! – Afirmei e dessa vez ninguém contestou.

Desde o início, eu sempre desconfiei de certas informações, de como elas nunca foram coerentes em certos pontos. Queriam nos manipular e toda vez que tentavamos nadar contra a maré, acabávamos por afundar mais. Minha penúltima cartada consistia em basicamente empurrar todos para a beira do rio e deixar que a correnteza me levasse para onde ela quisesse.

Idiota, não? Talvez...

- Anna, Ângelo e Caleb vão para a China, Rachel, Luna, Lily e White vão para a Cuba e Adrian e Nick vão para a Rússia. – Todas assentiram.

- Por que esses países? – Anna perguntou.

- Será melhor para vocês se esconderem e mesmo se forem pegos, o que eu duvido muito, esses países não deportam para os Estados Unidos. – Expliquei.

- Você realmente pensa em tudo. – Lisa riu – Mas acho que será difícil convencer os outros, principalmente a Adrian!

- Deixem os outros comigo, mas você convence a sua namoradinha. – Luna disse e sorriu esperta.

- Então não nos veremos mais? – Lisa disse com ar tristonho.

Hormônios...

- Não veja isso como um adeus, é só um...

- Até logo. – Camile completou.

Até logo... Eu realmente espero os ver novamente um dia... Ou estar viva para o fazê-lo.

- Luna, consiga voos para no máximo depois de amanhã. – Ela assentiu – Camile e Lisa... Até logo, daremos um jeito de entrar em contato um dia, eu ainda quero ver meu sobrinho.

- Você será a madrinha. – Lisa tinha lágrimas nos olhos e me deu um abraço apertado – Não morra, eu ainda quero ver você no batizado dele ou dela. – Ela não segurava mais as lágrimas e isso estava deixando todas emocionadas.

- Pode deixar. – Limpei as lágrimas das bochechas dela – Eu sou uma rainha... A Rainha Estrategista!

Promoção: Rainha