A família é como uma árvore com galhos que crescem em diferentes direções, mas que tem a mesma raíz.
Ali
Abril 2017, 12:24 P.M
Sofia POV
Alguma coisa na Camila me faz permanecer intrigada, aliás, algumas muitas coisas. Os olhos dela, são semelhantes ou melhor, são quase iguais aos do papai. O castanho marcante, ao mesmo tempo que intimador, aconchegante e familiar. Às vezes eu sinto que tenho alguma ligação com ela, em outras, sinto que não devo confiar nela.
Ela e minha namorada criaram um vínculo, uma amizade muito forte. Será que temos algum laço de sanguíneo? O fato dela ter o mesmo sobrenome que eu, me deixa um tanto quanto intrigada, confusa e perdida no meio disso tudo. Uma vez, ouvi meus pais comentando sobre minha irmã.
Sim, eu teria uma irmã.
Eu seria a caçula, mas a minha irmãzinha nasceu com um problema no coração e não resistiu por muito tempo após o parto. Pelo que eu sei, seu nome seria Karla. Eu não sei exatamente o que houve, mas foi um problema grave no coração.
Sempre no começo de Março, mamãe fica triste, apática e talvez nostálgica, acho que tem algo a ver com isso...
Será que eu devo dar uma chance a Camila? Digo, será que eu devo dar uma chance para nos tornamos amigas? Afinal, ela salvou minha vida e de Tay. Naquele dia, caso ela não tivesse aparecido, coisas ruins aconteceriam.
Para os erros perdão. Para os fracassos uma nova chance. Para os amores impossíveis, o tempo.
Maita Sanfelicce
Maio 2017, 3:40 P.M
Camila POV
Tem um mês e pouco que eu vim para dois mil e dezessete. Falo sempre que posso com my daddy e mi mamá. Ontem fui a um show do Ed! Viramos bons amigos. Ele até me chamou para morar consigo, mas eu não aceitei. Nada contra, contudo quero um canto para mim.
Hoje vou a procura, mais uma vez, de um emprego. É um pouco complicado, nunca acho algo ideal para mim, aliás, eles que acham que eu não sou boa o suficiente. Tipo, para uns sou latina demais, para outros sou baixinha demais, outros mais, me julgam magra demais. Enfim, nenhum deles tem um concreto argumento para não me aceitar.
Nesse meio tempo, fiz uma amizade intensa com a Dinah. Nem parece que ela já flertou comigo. Aparentemente somos amigas a anos, tendo em vista tamanha cumplicidade. Algo nesse período me deixou intrigada, Sofia veio puxar conversa comigo. Estávamos na casa dos Jaureguis. Fiquei até abismada, mas tentei sustentar a conversa.
Observo pelo caminho que faço, que aqui tudo é tão clichê. Meninas de lacinhos e meninos de bonés. Porque as meninas não podem usar boné? Porque aqui nunca vi um menino usando as unhas pintadas? Bom, nenhum além do Frankie, um quase grande amigo. É tão estranho e diferente de dois mil e cem.
Garotas e garotos saem da faculdade! Movimento. Sempre fui muito responsável quando se tratava da vida dos outros. Nunca gostei de colocar ninguém em perigo. Uma música baixa tocava em meu capacete, quando menos espero, tenho de frear de vez para impedir que a moto colida com extrema força sobre um ser desastrado que atravessava a rua sem olhar.
Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações.
Sigmund Freud
Maio 2017, 3:39 P.M
Cindy Cristy POV
PLAY: GIVE ME LOVE (ED SHEERAN)
Durante a manhã, várias pessoas com problemas internos passaram por a rua da faculdade, mas talvez o maior problema estivesse dentro dela (faculdade). Lauren, Dinah e Vero em especial estavam soltando fogo pelas ventas. Porque? Bom, simplesmente inventaram uma palestra de última hora e isso, as meninas odeiam.
Give me love like her
'Cause lately I've been waking up alone
Pain splattered teardrops on my shirt
Told you I'd let them go
Brad estava impaciente esperando Lauren que havia combinado de almoçar com ele, uma vez que hoje seria seu último dia por aqui. A agenda da banda estava lotada, eles tinham uma vida pública para cuidar e cumprir. Marcaram para meio dia e já são exatamente três horas, trinta e nove minutos e quarenta e sete segundos.
Lógico e obviamente, Brad não estava mais esperando a amada no restaurante. Movido pela raiva e chateação, com seu carro, voou para faculdade com o intuito de pegar Lauren no flagra. Sim! Nesse meio tempo o rapaz já havia imaginado mil e uma forma de traição e flagrantes. Ele estava ficando paranoico isso sim.
And I'll fight my corner
Maybe tonight I'll call ya
After my blood turns into alcohol
No, I just wanna hold ya
Lauren, que estava com os amigos em um canto mais afastado, levou um susto ao sentir seu braço ser puxado. Quem tem a ousadia de fazer isso com a marrenta Jauregui? Apenas uma pessoa. Bradley Simpson. Quando seus olhos se chocaram, Laur pode ver o vermelho intenso.
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow
Raiva? Talvez!
Mesmo assim, esse sentimento não justifica tal atitude. Os amigos dela, logo viraram para ver até onde o rapaz iria. Se necessário fosse, Frankie voltaria a ser o homem com H maiúsculo e meteria um soco na cara do Simpson, e ainda se passaria depois, por vitima ao lado da branquela.
My, my, my my, oh, give me love
My, my, my my, oh, give me love
My, my, my, my, give me love
Brad: Então quer dizer que você prefere almoçar com eles a mim? -Questionou irritadiço ao ver que tinha pequenas marmitas na mesa aonde o grupinho estava- RESPONDE!
Entredentes ele disse essa parte. Não gritou, mas serviu muito bem como ameaça para Lauren que pela primeira vez estava tremendo de medo. O olhar verde, entretanto, não vacilava, encarava duramente. Essa era uma característica de Lauren, mesmo desmoronando por dentro, por fora continuava intacta.
Give me love like never before
'Cause lately I've been craving more
And it's been a while but I still feel the same
Maybe I should let you go
Lauren: Eu vou falar apenas uma vez. SOLTA. O. MEU. BRAÇO. -Usou o mesmo tom usado por Brad anteriormente, tudo pausadamente expressando tamanha raiva, também-
Brad: Você combinou de passarmos juntos hoje. Disse que iria almoçar comigo e, no entanto, estava aqui se divertindo com os amigos. -Sorriu sarcástico e continuou- Bela noiva fui arrumar. Será que realmente fiz certo?
You know I'll fight my corner
And that tonight I'll call ya
After my blood, is drowning in alcohol
No I just wanna hold ya
Esse foi o estopim para Lauren que ligou o foda-se e nem se lembrou mais da palestra que continuava para as pessoas da frente. Meteu a mão na cara de Brad que apenas virou o rosto e estático ficou. Levantou a cabeça apenas quando a Jauregui começou a gritar.
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow
Lauren: VAI SE FODER. EM MOMENTO ALGUM TE PRESSIONEI PARA ME PEDIR EM CASAMENTO. PEDIU PORQUE COMPREENDIA QUE ERA O MOMENTO CERTO E A PESSOA CERTA. -Seu rosto branquelo, estava vermelho. Dinah segurava os ombros da amiga que cuspia as palavras na cara de Brad que por fim tinha percebido o que tinha dito- E VOCÊ ME RESPEITE E RESPEITE MEUS AMIGOS TAMBÉM. NÃO FUI ALMOÇAR CONTIGO PORQUE TIVE UM IMPREVISTO. -Pensou um pouco e prosseguiu- QUER SABER? LEVA SUA ALIANÇA CONTIGO!
My, my, my, my, oh, give me love
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow
No momento em que Lauren tirou o anel de compromisso, a faculdade toda já olhava e filmava tal show de horrores. Brad sentiu seu coração parar ao pensar que em pouco tempo esses vídeos que estavam sendo feitos, podiam estar na mídia. O que iriam dizer? Diriam de modo óbvio que ele era o vilão da situação, entretanto em seu ponto de ver, ele era apenas mais uma vítima das circunstâncias.
Quando tirou a aliança e jogou em cima de Brad, Lauren queria apenas chamar o mínimo de atenção possível e tomou uma das piores decisões de sua vida, correr. Correu em direção a saída. Da saída, correu para qualquer lugar que a levasse para longe daquele ser chamado Bradley Simpson.
My, my, my, my, oh, give me love
My, my, my, my, oh, give me love
My, my, my, my, oh, give me love
As lágrimas fluíam por seu rosto, deixando rastros de tristeza, magoa, chateação... E alívio, talvez. Alívio por ter dito o que queria dizer, sem ter que se preocupar e se sentir culpada, até porque, ela não começou a briga.
Ele já vinha dando uns shows de ciúmes a uns dias atrás, quando foram em um Starbucks, quando saíram para uma boate, quando um rapaz olhou “diferente”, em sua concepção, para Lauren. Na mente “doentia” dele, ela correspondia a tudo.
My, my, my, my, my, my, oh, give me love, love
My, my, my, my, my, my, oh, give me love, love
My, my, my, my, my, my, oh, give me love, love
My, my, my, my, my, my, oh, give me love, love
Enquanto isso, Camila sentia o vento bater no painel de proteção do seu capacete. Sua moto super potente chamava a atenção de quem por perto passava. Ela nem teve tempo de pensar em muita coisa. Apenas viu um vulto correndo em direção à rua, ou seja, em direção a moto.
Sua moto. Sua direção.
No mesmo instante, freio e jogou o corpo para o lado, deslizando sua perna pelo o asfalto quente da cidade. O vulto, foi atingido sim pela moto, mas como a velocidade já estava reduzida, apenas bateu em seu pé.
My, my, my, my, oh, give me love
My, my, my, my, oh, give me love
My, my, my, my, oh, give me love
My, my, my, my, give me love
Jauregui sentiu uma dor lancinante em seu pé esquerdo. Lágrimas de dor, agora eram vistas. Camila, mesmo cambaleante devido o deslize e consequentemente o rompimento da calça e a raladura de sua epiderme, conseguiu chegar até a moça que tinha os olhos cerrados.
Camila: Calma moça. -Falou ainda com o capacete-
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