Justin Bieber
- Se isso for um sequestro, eu juro que...
- Isso não é um sequestro, Miranda Allen. Para de ser chata. - Miranda bufou e revirou os olhos. Gosto de vê-la irritada. É bem sexy, para falar a verdade.
Comecei a ver diversos carros de corrida, muita bebida e mulheres gostosas. Havíamos chegado ao local que eu queria.
- É... Justin, onde nós estamos? - perguntou Miranda, com o cenho franzido.
- Você não sabe onde estamos? - juntei minhas sobrancelhas e a encarei.
Ela não sabe onde estamos?
- Hãn... Não, não sei. - apertou seus lábios um contra o outro, transformando-os em uma linha fina.
- Não é possível que você nunca tenha vindo em um lugar como esses. - estou decepcionado.
- Ué, a culpa não é minha. Agora você pode me dizer onde é que nós estamos, por favor? - soltei uma risada. Vê-la confusa é divertido.
- Estamos em um racha.
- Um racha?
- O que? Vai me dizer que não sabe o que é um racha? - ergui a sobrancelha esquerda.
- É claro que eu sei. - estacionei o carro e Miranda começou a empurrar a porta para abri-la.
- Você sabe que está trancada, não sabe? - fiz uma expressão confusa.
- É claro que sei. Mas, eu quero me livrar de você logo. - destranquei a porta.
- Está livre, até eu capturar você só pra mim. - passei a língua pelo meu lábio inferior enquanto sorria. Miranda deixou um sorriso sexy de canto escapar e saiu do carro. Fiz o mesmo em seguida.
- Tá, e o que nós viemos fazer aqui? - perguntou Miranda, parando na minha frente.
Minha vontade era de puxá-la pela cintura e beijá-la com toda a intensidade, mas eu iria guardar isso pra depois.
Tudo tem o seu momento.
- Viemos torcer pelos corredores. - dei pulinhos e bati palmas. - É claro que viemos correr. O que mais seria?
Miranda ergueu os dedos do meio para mim e deu um sorriso cínico, revirando os olhos em seguida.
- Sabe, eu adoraria ver você chu...
- Bieber! Fala aí, bro. Tudo numa boa? - disse Ryan, me interrompendo.
- Fala, Butler. Como vai a vida? - fiz um toque de mãos com meu amigo.
- Vai bem. Muitos carros, dinheiro, bebidas, mulheres... Melhor impossível. - rimos.
- Rolha! - Chris e Chaz
- Fala aí, seus rolhas! - disse e abracei meus amigos.
- Quanto tempo, seu viado. - disse Chris.
- Nem fala. - disse Ryan.
- E você, Chaz, pegando muita mulher gata? - perguntei.
- É, você sabe. Mas, é claro. - disse Chaz e rimos.
- Falando em mulher gata, quem é essa gatinha? - Chris apontou para Miranda que estava de braços cruzados com cara de tédio.
- Essa é a...
- Sou Miranda Allen. - Andy me interrompeu.
- Minha amiga. - disse e sorri sem mostrar os dentes.
- E aí? Sou Chris, esses são Chaz e Ryan. - apresentou os meninos e Miranda os cumprimentou.
- Eu só não entendi a parte de que você é amiga do Justin. - disse Chaz.
- Me diz, ele não te pegou, nem nada? - perguntou Ryan.
- Não, ele não me pegou e nem somos amigos. Ele me trouxe para o lugar errado, na hora errada. - disse Miranda e sorri fraco.
- Deu ruim, Justin. - disse Ryan e os meninos começaram a rir.
- Calem as suas devidas bocas. - disse.
- Atenção, fãs de carros e mulheres semi-nuas! A corrida está prestes a começar. Quem se candidata? - perguntou uma mulher com um microfone no meio da pista.
- Eu quero! - ergui minha mão e caminhei até ela.
- Parece que temos um gato bem aqui. Qual o seu nome, docinho? - perguntou a loira.
- Justin Bieber.
- Você já deve conhecer as regras daqui. Quem perder, tem que pagar 70 mil dólares.
- Estão bem aqui. - tirei o dinheiro do bolso e entreguei na sua mão.
- E a garota?
- Garota? - perguntei.
- Você precisa de uma garota para ser sua companhia enquanto corre. São as novas regras.
- Eu já volto. - corri até Miranda e a puxei pela mão.
- Ei, o que está fazendo? - firmou os pés no chão.
- Preciso de uma garota para ir comigo.
- Tem tantas putas que topariam ir e você quer que eu vá?
- Não quero uma puta, eu quero você. Por favor?! - acabei de perceber o que eu tinha acabado de dizer, mas acho que ela não se tocou.
- Essa vai ser a primeira e última vez. - Miranda revirou os olhos e entrou no carro comigo. Colocamos os cintos de segurança.
- E os corredores são Bruce Walker... - a loira apontou para o carro ao meu lado e o homem acelerou para me intimidar - e Justin Bieber! - acelerei com mais intensidade e sorri cínico para ele.
Já estávamos prontos.
- Preparar... Apontar... Corram!
Arranquei com os pneus, que provavelmente deixaram um rastro pela pista.
Percebi o nervosismo de Andy.
- Que caralho, Justin! Vá com calma! - me repreendeu.
- Não dá para ir com calma em um racha, Miranda. - disse, mas soou um pouco grosseiro.
- Você não sabe de nada. - cruzou os braços.
- Nem você.
- Vai se foder, Bieber. - ergueu o dedo do meio e soltei uma risada nasal.
- Você fica linda quando está irritada. - sorri sem desviar os olhos da pista, mas pude perceber que Miranda revirou os olhos.
- E você está ficando cada vez mais difícil de suportar. - encarei Andy enquanto ela falava. Olhou para mim e lançou um sorriso carregado de cinismo. - JUSTIN, A PISTA!
Perdi o controle do volante e acabei batendo em um poste. Bati minha cabeça mo vidro e senti uma breve tonteira.
- Miranda, você está bem? - passei o polegar na sua testa para limpar o sangue que escorria.
- Estou, graças ao cinto.
- Temos que terminar a... - coloquei minha mão na cabeça, sentindo-a latejar.
- Não, eu tenho que terminar a corrida. Anda, saia já daí. - Mirando soltou o seu cinto, mas impedi que ela soltasse o meu.
- Está maluca? Eu tenho que ganhar isso.
- Eu tinha um tio que era apaixonado por rachas e sempre me levava com ele. Ele me ensinou coisas que tenho certeza de que você sabe. Agora, vaza daí. - Miranda saiu do carro, dando meia volta até o outro lado. Fiz o mesmo. Entramos no carro e Miranda deu partida, arrancando com os pneus em seguida.
Miranda corria feito louca e nem sinal do outro competidor.
- O tal do Bruce já deve estar bem longe. - disse, com desânimo.
- Tem certeza?! - Miranda apontou para o carro que estava um pouco à frente.
- Não é possível que seja ele. Ficamos muito tempo parados. - tentei acreditar que era ele, mas não conseguia.
- Você não acredita que seja ele, né?! Vamos ver se é verdade.
Miranda pisou fundo no acelerador e passou pelo carro.
Era o Bruce.
- Estamos quase no fim, faltam duas curvas e uma linha reta. Ace...
- Eu sei o que devo fazer. - Andy cerrou seus olhos na estrada e agarrou o volante com toda a força. Passamos pelas duas curvas e já estávamos em linha reta, mas Bruce estava logo atrás e se déssemos bobeira, ele nos passaria.
- Se concentra. Estamos quase lá. - disse Miranda. - CHUPA, SOCIEDADE! GANHAMOS ESSA PORRA! - Miranda disse animada e saiu do carro. Fui atrás dela.
- E os vencedores são Justin Bieber e... - a loira passou o microfone para Miranda.
- Miranda Allen! - a loira entregou o dinheiro nas mãos de Miranda, que me deu tudo em seguida.
- Mano, você dirige muito! Nunca vi uma garota dirigir assim. - disse e fui abraçá-la.
- E finge que isso nunca aconteceu. - Miranda selou nossos lábios e cedi. Seus lábios tinham um incrível gosto de menta. Nossas línguas se chocaram e era como se fosse uma daquelas transas perfeitas, na qual você deseja que nunca acabe porque está excitado o suficiente para fazer aquilo pelo resto da vida.
Nos separou por falta de ar.
Miranda sorriu para mim e foi para o bar.
- Uma whiskey, por favor. - pediu e o barman começou a colocar o líquido em um copo.
- Aqui está. Faça bom proveito. - disse o barman.
- Obrigada. - Miranda agradeceu com um sorriso no rosto.
Me sentei a um dos bancos giratórios que ficavam ao lado de Miranda.
- Aceita um? - Miranda ergueu o copo para mim, sorrindo de canto.
- Só se for mais um beijo. - mordi o lábio inferior.
- Eu disse para você fingir que aquele beijo nunca tivesse acontecido.
- Mas aconteceu e você não pode mudar o fato de que gostou do meu beijo. - sorri ao vê-la revirar os olhos.
- Para se se gabar, por favor.
- O que? Vai me dizer que não gostou?!
- Gostei de que?
- Do meu beijo.
- Que beijo?
Eu entendi o jogo dela. Ela queria me beijar, mas não quer conviver com o fato de que sentia uma atração por mim e que queria isso tanto quando eu. Mas, vou fazer com que ela lembre desse beijo todos os dias, em qualquer lugar.
- Admita, Miranda. Você queria me beijar. - sussurrei em seu ouvido.
- Te dar um beijo por estar feliz não significa que eu queria te beijar. Eu ia beijar o Bruce, mas ele é velho e com certeza não sabe mais usar a língua. Também pensei em beijar um dos seus amigos gatos. Ryan, Chris e Chad.
- É Chaz.
- Não importa. Eles devem beijar muito bem. E eu adoraria experimentar cada um deles. - sussurrou em meu ouvido.
Vadia. Isso me deu calafrios. Nunca senti esse tipo de arrepio com nenhuma mulher.
Merda.
O que está acontecendo comigo?
Talvez seja o seu jeito despreocupado de falar o que pensa, ou talvez por ser uma mulher de atitude, ou até mesmo pelo seu lindo sorriso. Mas, só sei que algo nela me atrai e eu não faço ideia do que seja.
Literalmente, não faço ideia.
- Você é uma vadia desgraçada. - disse, olhando no fundo dos seus olhos e deixou escapar um sorriso de canto.
- Eu sei. E posso ser bem pior, é só você dar motivos.
- Não quero ver esse seu lado. Deve ser bem sanguinário. - Allen soltou uma risada nasal.
- Pode me levar para casa? Eu tenho um irmão mais novo para cuidar. - sua voz soou doce.
Seu humor muda tão naturalmente.
- Claro. Vamos. - caminhamos até o meu carro e adentramos ao mesmo.
- Espero que agora você me leve até o endereço certo. - rimos.
- Pode deixar.
Dei partida no carro e arranquei com os pneus pela pista. Já estava tarde, então quase não haviam carros.
Durante todo o percurso, ficamos em silêncio. Um silêncio absurdo. Era insuportável.
- É aqui. - disse Miranda, assim que passamos em frente à uma casa amarela, que por sinal, era muito bonita e muito aconchegante.
Estacionei o carro ficamos nos encarando por alguns segundos. Mesmo sendo um simples ato, eu estava confortável.
- Eu tenho que pegar as compras na mala. - balbuciou.
- É claro. - abri a mala e fui ajudá-la.
- Não precisa.
- Que isso. Precisa, sim. - começamos a pegar as sacolas e caminhamos até a entrada de sua casa.
- Você quer entrar?
- Não, eu tenho que ir. Mas, qualquer dia eu entro. - rimos.
- Obrigada.
- Não precisa agradecer.
- Não, obrigada, de verdade. Não só por ter me ajudado com a carona e ter carregado as compras, mas por ter me levado ao racha. Fazia muito tempo que eu não me divertia de verdade.
- Mas, você sai com os seus amigos e sempre está alegre.
- Não é a mesma coisa. Eu estava precisando fazer algo que eu realmente gosto, e eu gosto de dirigir.
- Posso te levar mais vezes, se você quiser.
- Eu adoraria.
- Então, eu tenho que ir. - beijei sua bochecha.
- Tchau. - acenou para mim.
- Tchau.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.