História Love or Sin? - O que aconteceu com Aline Penhallow?

CLARY

Após dar meu testemunho, voltei a me sentar do lado de Izzy; Minha mãe estava chorando, apesar de não aparentar muito. Me inclino sobre Izzy e estico meu braço, passando pelo acento vazio que estava ocupado por Jace e começo a acariciar o braço de minha mãe.

—Então, Jonathan —começou Aldertree, o advogado de acusação—, acho que sabe por quê está aqui, sabe?

Jace assentiu.

—Está aqui por causa do seu pai —continuou Aldertree —, porque ele é um criminoso, um assassino. Ele matou um homem inocente, com tiros!

—Protesto! —falou o advogado de defesa —Relevância. Qual o sentido de contar essas história novamente?

—Deferido —respondeu a Inquisidora. —Aldertree, faça a pergunta.

—Senhor Morgenstern, onde estava quando seu pai chegou de casa? —perguntou Aldertree, com certo rancor na voz.

—Em casa. No meu quarto. —Jace respondeu com a cara amarrada.

—E estava fazendo o quê?

—Dormindo. Era madrugada e você sabe disso. —Jace respondeu.

—Você disse que estava dormindo, então, certamente não escutou seu pai abrindo a porta, como soube que era ele? —Aldertree estava sendo muito rígido com Jace. As perguntas pareciam ser normais e eram, mas o jeito que ele falava, como se quisesse o Jace confessando algo que ele não fez ou até dizendo que ajudou o papai a fazer isso.

—Clary acordou, eu escutei, então eu fui até ela e vi Valentim. Foi isso. —Jace falou.

Aldertree continuou fazendo várias perguntas, repetiu algumas, porém de um jeito diferente, Jace respondeu as mesmas coisas sem se contradizer, o que, de fato, incomodou Aldertree.

⚜⚜⚜

Foi um pesadelo, depois de terem interrogado todos, nos mandaram deixar a sala enquanto o júri decidia se o meu pai era culpado ou inocente. Sinceramente, eu acho que o meu pai matou aquele homem, então, seria melhor se ele fosse declarado culpado e passasse algum tempo preso.

Estávamos todos no corredor, incluindo os advogados, que se olhavam com rivalidade extrema.

—Ele me odeia desde que ganhei o último caso e meu cliente foi declarado inocente! —O advogado falou com um ar de superioridade totalmente irritante e ridículo. Como resposta, minha mãe sorriu de um jeito mais falso possível.

Fui andando até uma das enormes janelas, ao lado de Jace.

—Ei —ele me chamou com uma voz fofa, fazendo apenas um chamamento se tornar algo totalmente reconfortante e necessário —, você foi incrível hoje, Pequena.

Com um sorriso respondo:

—Pequena? Esse apelido é novo. Eu gostei dele, Anjo.

—Esse também é novo. —Jace sorri de lado, entrelaçando nossos dedos. —Queria te beijar, queria estar sozinho com você, tenho saudade de quando apenas nós dois ficávamos o dia apenas olhando filmes. Fazer um acampamento na sala, nos dias de chuva e dormir lá. Eu estraguei nosso relacionamento de irmão e irmã no dia que eu te beijei.

—Se arrepende? —perguntei.

—Eu queria que você fosse outra garota, exatamente igual, só não queria que fosse minha irmã, assim, agora poderíamos estar nos beijando.

Meus olhos lacrimejaram, era exatamente isso que eu queria, ser outra garota para ficar com o Jace, ser realmente uma namorada. Sei que ele sente falta disso também e eu não posso fazer nada.

—Vamos entrando —chamou o advogado —, está na hora de saber sobre seu pai.

Um clima pesado se estabeleceu, mas continuamos andando atrás do advogado.

Quando chegamos lá, quando todos chegaram lá, os guardas fecharam a porta. A Inquisidora já estava lá.

—Bom, o júri já decidiu —começou ela —e Valentim Morgenstern, você foi declarado culpado de assassinato doloso e por porte de armas ilegal. Por isso, ficará preso por 20 anos.

Meus olhos se fecharam, eu respirei, de certa forma, aliviada.

Antes do meu pai ser levado, nós três tivemos um tempo com ele; Alec e Isabelle se negaram a irem junto.

—Clary... Jace, vocês... É... Como vocês estão? —Ele perguntou. Eu não consegui responder, minha boca estava seca.

—Como você acha Valentim? —minha mãe perguntou. —São seus filhos, eles tem 16 e 17 anos e estão te vendo ser preso e não como um exemplo de pais à seguir, como você acha que eles estão? Olhe para eles, não parecem estonteantes e contentes?

—Jocelyn, eu... —meu pai começou a responder, mas foi interrompido por Jace.

—Cala a boca, não fala mais nada, a gente não quer te ouvir. Você tinha jurado para nós dois —falou se referindo à mim e à ele —que era inocente é tinha como provar. Mas não tinha como provar nada, porque você foi culpado disso, você matou um homem e decepcionou eu e Clary. Talvez 20 anos sejam poucos anos para você pagar pelo que fez! Como é que você teve coragem de matar alguém, à sangue frio? —quando Jace terminou, ele estava vermelho. Muito vermelho e ofegante, inevitavelmente, minha mão foi de encontro à sua e nossos olhares se cruzaram.

Nossos pais nos olharam e então desencostamos nossas mãos e voltamos à olhar para eles. Valentim deu um sorriso de lado, algo duvidoso.

—Vamos. —minha mãe disse, nos pegando pelas mãos.

⚜⚜⚜

A noite já estava começando a chegar, todos já tinham se acalmado um pouco, minha mãe foi para o nosso quarto e eu e Jace para o de Izzy e Alec.

Estávamos conversando coisas aleatórias, até que o assunto morreu, todos ficaram em silêncio, até que Alec começou a falar:

—Jia... —ele pareceu vagar —O sobrenome dela não é Penhallow?

Jace suspirou.

—Sim.

—E... —Alec continuou —Ela, de alguma forma, é relacionada com Aline Penhallow?

Jace fechou os olhos e olhou para baixo, suspirou novamente, dessa vez mais profundamente.

—Sim, Alec —Jace respondeu, tentando soar calmo. —, Aline Penhallow e Jia eram mãe e filha.

—Eram? —Isabelle, que parecia realmente desfocada no assunto, perguntou.

—Eram. —Jace afirmou. —Bom, eu não queria falar disso, mas eu sinto que vocês não vão parar de fazer perguntas. A Aline, ela morreu por culpa minha.

Quando Jace falou isso, algo despertou. Ele ainda se culpa. Eu sempre tinha dito que não era culpa dele.

Antes que Izzy e Alec pudessem pensar que Jace era um assassino eu falei:

—Não, não foi culpa sua, você sabe disso! —falei, diretamente com ele, ignorando Alec e Izzy.

—Clary. —Jace falou, calmamente e olhou para mim —Você sabe que não deve se enganar, a culpa foi minha, eu tenho que assumir isso.

—Espera! —Isabelle gritou. —Antes que vocês comecem a falar mais alguma coisa disconexa e que não faça sentido para mim e Alec, expliquem quem era e o que aconteceu com Aline Penhallow?

—Bom —Jace começou a contar a história —Aline era nossa prima, nós passávamos muito tempo juntos, eu, ela, Clary e Sebastian. Sebastian e Aline passaram a morar juntos, quando os pais do Sebastian morreram. Clary se afastou um pouco da gente quando começou a andar com Eric, um esquisitão idiota, e então eu, Sebastian e Aline começamos a ir para festas, tínhamos 15 anos, nessas festas, nos bebíamos, até que, ano passado, eu descobri que Sebastian e Aline namoravam, eu pensei que nada tinha mudado, mas numa dessas festas, eu vi os dois usando drogas, Aline nunca faria isso, eu sei, pois eu conhecia ela muito bem, beberia, mas nunca, jamais, usaria drogas, seu pai morreu de overdose e ela se afastou de drogas, só ficou com o álcool. Eu queria tirar ela de lá, quando nós finalmente conseguimos sair, Sebastian chegou e disse que se nós dois fôssemos embora, teríamos que levar ele, era madrugada, então a polícia normalmente ficava nas ruas. Eu não tinha carteira, Sebastian realmente estava bêbado, Aline era a mais apta para dirigir. Ela ligou para Jia e explicou a situação, incluindo a das drogas e disse que foi pressionada a fazer isso, Jia queria confirmação de que ela estava bem para dirigir —os olhos de Jace começaram a lacrimejar —Sebastian confirmou, depois ele ameaçou fazer a mesma coisa com Clary, dar drogas à ela se eu não confirmasse, Clary sempre confiou no Sebastian, cegamente, então eu disse à Jia que Aline poderia dirigir. Quando chegamos perto da barreira, os policiais estavam vindo até nós, não sei porquê. Sebastian mandou Aline ir embora, ela foi, mas estava rápido demais e ela bateu, o carro capotou várias vezes, Aline morreu na hora, tinha muito sangue, muito, o rosto dela estava totalmente estranho, seu nariz parecia estar torto. Sebastian tinha ficado de cadeira de rodas por um tempo e eu apenas quebrei o braço. Jia contou que eu havia dito que Aline podia dirigir e então todos aqui me odeia por eu ter matado Aline, acham que foi culpa minha e foi. Eu poderia ter dito a verdade. Aline ainda estaria aqui, nós nunca teríamos que ter saído daqui, mas a Clary iria se drogar com a gente, eu não queria isso para a minha irmã. Talvez ela não fosse fazer isso, eu não sei, Clary é imprevisível às vezes.

Alec e Izzy ficaram boquiabertos, Alec piscava às vezes, estava atordoado. Jace chorava e eu me segurava para não fazer o mesmo.

—Jace... —Izzy tentou acalmá-lo —Não foi sua culpa...

—Ela tem razão, Jace, você só queria proteger a Clary... Você é inocente.

—Não tentem me fazer sentir melhor.

Jace se levantou e saiu, batendo a porta, eu fui atrás correndo, gritei pelo nome dele, mas ele havia saído do Hotel, eu ia correr atrás dele, mas Alec me segurou, eu tentei me soltar mas ele era forte demais.

—Ele precisa de um tempo, Clary.