História Love or Sin? - Ciúmes

CLARY

O restaurante em que a minha mãe nos levou era bem chique, de longe só se via pessoas de classe alta, nós três entramos e nos sentamos em uma mesa qualquer, eu do lado da minha mãe e Jace à nossa frente. Depois de pouco tempo uma garçonete vinha se aproximando, não era desconhecida, já tinha visto ela em algum lugar antes. Quanto mais ela chegava perto seu sorriso ia ficando maior, tal qual o de Jace, que estava sorrindo de orelha à orelha, não sei porquê, mas, fiquei com um pouco de raiva.

―Olá! Já querem pedir? ―Ela perguntou, olhando diretamente para Jace, o que mais me revolta é que o idiota não fazia nem questão de parar de olhar para o sutiã da garota, que estava pouco aparente.

Sim, queria que você fosse embora, agora!, pensei. Infelizmente minha mãe não pensava assim também. Pedimos nossa comida e ficamos conversando coisas aleatórias na mesa. Cerca de vinte minutos depois, a garota morena voltou segurando um prato, notei que atrás dela, vinha outra pessoa, o moreno, Simon. Mesmo sabendo que Jace não ia nem ligar, sorri para Simon, no intuito de irritar o loiro. Simon sorriu de volta. Ele pôs os nossos pratos, na nossa frente.

―Gosta dele? ―Minha mãe perguntou, me despertando.

―Como? ―perguntei.

―Notei o jeito que sorria para o garçom! ―Ela falou.

Queria que outra pessoa tivesse notado!, pensei.

―Ah, Simon, ele é gente boa! ―falei, notando o olhar irritado de Jace. Um à zero.

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Depois de terminar o jantar, minha mãe foi pagar a conta enquanto eu e Jace ficamos sentados à mesa, esperando ela voltar, o silêncio estava constrangedor.

―Oferecida! ―Ele sussurrou, bravo.

―Como é que é? ―Perguntei, não acredito que ele realmente falou isso.

―Oferecida! ―Dessa vez ele falou mais alto, não o suficiente para o resto do restaurante ouvir.

―Não entendi! ―falei, com a intenção que ele explicasse.

―Jura? Você é uma oferecida, ficou se oferecendo para o garçom, aquele cara da festa. Eu vi! Esperava mais de você! ―Ele falou.

―Olha, Jace, eu apenas sorri para ele, como a garçonete sorriu para você! Bem, ao menos eu não estou com o meu sutiã aparecendo, como ela estava! ―falei, com certo nojo na voz.

―Não fala da Maia, ela é bem mais respeitosa que você! ―ele falou. Além de ter ficado bravo comigo, porque sorri para Simon, ele ainda vai defender Maia.

Não falei nada, apenas fiz um som debochado. Ele revirou os olhos, como faz sempre que está irritado. Um à um. Empate.

Minha mãe voltou, ela havia percebido que eu e Jace ficamos irritados um com o outro, porque assim que chegou falou.

―Já brigaram?

―Não. ―Jace respondeu, seco, como sempre. Ela revirou os olhos.

―Vamos até a praça, para tomar um sorvete? ―ela perguntou animada. Eu queria responder que não e entrar para o carro, e nunca mais olhar para a cara do Jace de novo. Nossa, preciso me acalmar.

Respirei fundo, umas duas vezes e respondi:

―Claro, vamos!

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Enquanto tomávamos nossos sorvetes na praça de Stars Hollow, várias garotas passavam pela nossa frente e sorriam para Jace. Elas sim são oferecidas. E ele, um idiota.

Passei às mãos pela minha bolsa, tentando achar meu celular. Não estava aqui. Ótimo! Agora tenho que aturar garotas passando na frente do Jace, sorrindo para ele e não posso nem mexer no meu celular. Merda!

―Já volto! Vou pegar meu celular no carro. ―falou minha mãe.

―Que foi, maninha, tá irritada? ―Jace começou a me provocar.

―Não quero falar com você! ―falei e fui até o carro da minha mãe.

JACE

―Não quero falar com você! ―Clary falou e foi até o carro da nossa mãe. Ela tinha ficado chateada mesmo.

Tudo bem, eu confesso, só chamei ela de oferecida porque estava com… é, ciúmes. Mas também entendo o lado dela, ela falou com o Simon e gostou dele, do mesmo jeito que eu falei com Maia e gostei dela, ela era muito boa gente.

Na boa, precisava mesmo é ficar bêbado. Esquecer tudo. Esquecer Clary. Esquecer que eu quase agarrei a Clary no banheiro. Estava perdido nos meus pensamentos, que nem percebi minha mãe se aproximar. Ela tocou no meu braço.

―Filho, vamos? ―ela perguntou.

―Aham! ―Falei, distraído.

Segui ela até o carro, fui sentado no banco de trás, Clary foi na frente com a mãe. Estávamos quase chegando em casa, quando minha mãe parou o carro e disse:

―Tenho uma boa notícia!

―O que foi? ―Clary perguntou, com um enorme sorriso no rosto. Ah, aquele sorriso me deixa em êxtase, tão lindo, tão real.

―Eu consegui vender alguns quadros! Ganhei um pouco de dinheiro! Se eu ganhar mais dinheiro, logo não precisaremos morar mais com Lorelai e Rory! Teremos nossa própria casa! ―ela falou, bem feliz. Clary também tinha ficado feliz. Não vou mentir, também fiquei!

Rapidamente chegamos em casa. Entramos, não havia mais ninguém na sala, apenas pratos sujos em cima da mesa. Tia Lorelai não ligava muito para limpeza, ou o jantar não havia terminado bem. Ou os dois. Provavelmente os dois.

Escovei meus dentes. Troquei de roupa e fui direto para o meu quarto dormir.

CLARY

Quando chegamos em casa, vi a mesa com louça suja, nem liguei, fui direto para o quarto de Rory, quando cheguei lá, me surpreendi, pois Rory não estava lá, nem no banheiro, já que vi Jace entrar no mesmo.

Sentei na cama, fiquei encarando a parede, no escuro. Deitei, notei meu celular no criado-mudo.

Peguei ele. Uma chamada não atendida de Eric. Realmente não estava a fim de retornar a ligação, não o fiz.

Fui até o roupeiro, peguei o pijama, fui até o banheiro. Ao fechar a porta, liguei a água quente e me despi. Entrei no box e me molhei um pouco, a água estava relaxante. Me encostei na parede e rapidamente me arrependi disso, a parede estava gelada pra caramba. Continuei o meu banho.

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Depois de tomar banho, me vesti e fui direto para o meu quarto, me deitei na cama e me cobri, estiquei meu braço um pouco, até alcançar o telefone, quando o alcancei, olhei as horas: daqui a vinte minutos serão duas horas da manhã. Tenho que dormir, amanhã tem aula.

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Acordei com Jace passando a mão por minhas pernas, cobertas pelo fino cobertor.

―Que horas são? ―Perguntei.

―Sete! Temos aula, levanta! ―Ele falou. Ótimo, tenho apenas vinte minutos para me arrumar se não quiser me atrasar para a escola.

Levantei da cama às pressas, Jace ficou me olhando, seus olhos estavam grudados em minhas pernas, vestidas apenas por um curto short do pijama.

―Jace! ―Chamo sua atenção.

―Já tô indo, tchau! ―ele falou, saindo do quarto.

Pego uma roupa qualquer no meu guarda-roupa, me visto e vou direto para a cozinha. Jace e Rory estavam me esperando, ficaram me olhando com os olhos vidrados.

―Gente! Parem de me olhar! ―falei, ficando envergonhada.

―Nossa, calma! ―Falou Rory. Me irrito, ela só sabe dizer “calma”? Tá, eu realmente preciso me acalmar muito!

―Desculpa! ―falei.

Entramos no carro, eu atrás e Jace ao lado de Rory. Fiquei de mau-humor o resto do caminho. Quando cheguei na escola, não falei com ninguém ―até porque só conheço Isabelle, Jace e Rory!― e fui direto para a sala, sentei no fundo, atirando minha mochila para o lado.

―Alguém está de mau-humor! ―zombou Isabelle. Eu realmente queria mandar ela longe, mas é minha única amiga então, não faria isso.

―TPM! ―zomba a versão masculina de Isabelle. Revirei os olhos e peguei meu bloco de notas na mochila. Também peguei um lápis de escrever no meu estojo. Comecei a rabiscar.

O professor entra na aula, junto com vários alunos, olho em volta, muitos não estavam aqui ontem, entre vários alunos, um se destacou, Simon. Imediatamente, sorri, porém, logo contive o sorriso quando noto que Jace sentou ao meu lado.

―Oi lindinha! ―debocha Jace, indo beijar minha bochecha, não tinha me dado conta de tal ato, então, rapidamente virei, e acabei deixando ele tocar seu lábio no meu, os lábios dele eram suaves. Por um momento, fiquei pasma, depois juntei todos os meus materiais, e, vendo que não tinha ninguém ao lado de Simon fui até lá.

―Posso sentar? ―pergunto.

―Claro, senta aí. ―fala ele sorrindo.

Me viro de lado e olhei para Jace, o semblante dele parece bravo, mas logo isso muda, quando Maia se senta ao seu lado.

Agora eu estou com raiva.