Benício saiu da sala do chefe e procurou Malu.
— Onde fica o Rh?
— Subindo as escadas. Deu certo?
— Sim. – ele sorriu.
— Parabéns! Bem vindo à Thunder!
— Obrigado.
— Eu te levo até lá. – ele assentiu e foram juntos, no caminho ele criou coragem e perguntou.
— A Valíria trabalha aqui não é? – Malu hesitou por alguns segundos mas respondeu.
— Sim.
— Onde ela fica? Não se preocupa, não quero saber para ir atrás dela.
— No mesmo setor que eu, mas ela está ocupada.
— Entendo. – ele sorriu e Malu sorriu de volta. — Onde é a sala do Julian?
— Você o conhece?
— Fomos colegas de faculdade, na verdade, foi ele que me indicou.
— Ah. Que mundo pequeno!
— Sim.
— É no mesmo andar que você vai ficar, mas tem o nome dele na porta.
— Que chique!
— É. – eles riram. — É aqui o Rh.
— Obrigado Maria Lúcia.
— Por nada. – ela desceu e viu Valíria. — Tudo bem?
— E aí?
— Ele conseguiu o emprego. – Valíria suspirou. — Perguntou por você. – ela olhou para Malu e não disse nada, então afastou-se e foi para sua mesa, Malu fez o mesmo.
*****
No dia seguinte Benício começou seus trabalhos na Thunder e foi apresentado oficialmente a todos, Priscila falava entusiasmada da beleza dele e em como ele era simpático, Valíria só ouvia calada.
— Não acha ele bonito? – Priscila perguntou.
— Não é isso, é só que acho que você está exagerando.
— Não estou, ele é um gato!
— O Julian também é.
— Mas o Julian é noivo, até onde vi, o bonitão não usa aliança. – Valíria calou-se e ficou pensando que nenhum dos dois perguntou sobre a situação amorosa do outro naquele dia. Teve que subir para falar com Giovana quando deu de cara com Benício, eles ficaram se olhando sem dizer nada, o coração dela batendo forte, até que ele falou.
— Olá!
— Oi!
— Era aqui a entrevista que eu vinha fazer.
— É, e você conseguiu o emprego, parabéns!
— Obrigado.
—Eu tenho que ir. – e saiu antes que ele pudesse falar mais alguma coisa.
As meninas combinaram de almoçar juntas e chamaram Benício e Julian, eles aceitaram e Malu estava tentando não se animar demais quando Valíria veio falar com ela.
— Olha, eu sei que o Julian vai também, mas eu não quero ir e não quero almoçar sozinha.
— Então quer que eu também fique?
— Eu sei que é pedir demais, mas você prometeu que seria profissional, lembra? – Malu ficou um pouco triste, mas assentiu.
— Está bem, eu fico. – Avisaram a Priscila que não iriam e ela ficou triste, mas entendeu, faltava poucos minutos para a hora do almoço quando as portas do elevador abriram e uma moça bonita e bem vestida entrou, veio caminhando e Malu a olhou, ela parecia decidida e andava com segurança, não parecia com ela, que era meio estabanada, a moça tinha cabelos medianos e castanhos, aproximou-se de sua mesa e tirou os óculos escuros, Malu viu a aliança de prata que ela usava na mão direita e quando olhou para seu rosto a reconheceu do porta retrato.
— Você é a Maria Lúcia? – Malu ficou calada, a olhando e tentando entender como ela sabia seu nome, então se recompôs.
— Sim.
— Pode ligar para o Julian e dizer que estou aqui, a noiva dele, Scarlet. – Malu já sabia quem ela era, mas ouvir, tinha sido um baque.
— C-claro. – pegou o telefone e discou para o ramal dele, ele atendeu logo e ela quase não conseguia dizer as palavras. — Sua noiva está aqui. – saiu por fim e ela sentiu um nó se formar em sua garganta, ele agradeceu e desligou, com dificuldade voltou a encarar a bela moça que lhe sorriu educada, ela era realmente muito bela, quando ele desceu e foi de encontro à noiva, com um grande sorriso, Malu não pôde fazer mais nada a não ser olhar, e doeu muito quando deram um rápido beijo, bem em sua frente, ela baixou os olhos e sentia a garganta apertada com o choro que segurava.
— A que devo a honra? – Julian perguntou sorrindo.
— Estava passando aqui perto e resolvi te buscar para almoçar. – ele sorriu, mas logo o sorriso murchou. — O que foi?
— É que combinei com as meninas de irmos almoçar.
— Desmarca, ué!
— Não podemos...
— Não. – ela o cortou, depois sorriu. — Só nós dois. – ele sorriu de canto e por fim aceitou.
— Está bem, já volto.
— Vou esperar lá embaixo. – lhe deu um beijo no rosto e saiu. Ele foi até Malu.
— Maria Lúcia, será que pode avisar para as meninas que eu não vou poder ir com vocês?
— Tá bom. – ela falou sem olhá-lo.
— Tá tudo bem?
— Não é nada. – ela disse e levantou-se. Ele a olhou e depois saiu.
Malu remexia a comida com o garfo e Valíria já estava impaciente, por fim, perguntou.
— Não vai comer?
— Vou porque é o jeito e porque tem pessoas passando fome, mas na verdade, não desce.
— Deve ter sido difícil.
— Não fala, se não vou chorar. Sei que pareço uma idiota, mas é como me sinto.
— Bem, você sabe porque não aceitei almoçar com o pessoal.
—Pra não ter que encarar o Benício. – Valíria concordou com a cabeça.
— Somos duas idiotas. –Malu suspirou.
— Pelo menos você ficou com ele, enquanto eu só sonho com o Julian me beijando e eu sei que isso nunca vai acontecer. – Valíria ficou calada e mais nenhuma tocou no almoço.
No dia seguinte, Benício foi até a sala de Julian.
— Eu ainda não te agradeci pela força.
— Imagina, somos amigos e você é um ótimo profissional e estava precisando, sei que teria feito o mesmo por mim.
— Com certeza.
— Está gostando?
— Sim, aqui é um ótimo lugar para trabalhar, as pessoas são muito agradáveis também, até o chefe. – Julian riu.
— Ele é uma boa pessoa.
— A Malu é um amor.
— Malu?
— É, a Maria Lúcia.
— Ah. Ela é muito simpática.
— Eu a conheci um dia antes da entrevista, naquele bar aqui perto, ela e a Valíria.
— Que legal!
— Tenho que te contar uma coisa.
— O quê?
— Eu e a Valíria ficamos, foi antes da entrevista, enfim.
—Uau! – Benício sorriu. — E como estão agora?
— Ela me evita, mas é cordial.
— Tem que ser profissional.
— É. – eles riram. — O que acha delas?
— A Valíria está aqui acho que há um ano, a Maria Lúcia há menos tempo. São simpáticas, competentes.
— Ah Julian, eu esqueci que você é comprometido, não repara mais em outras mulheres.
— Não muito. – ele sorriu.
Priscila estava combinando com Giovana de fazerem um happy hour para comemorar a chegada de Benício.
— Eu apoio, ele é legal.
— Ótimo! Vou chamar todo mundo. – assim ela fez, Valíria estranhou essa empolgação toda dela.
— Tá afim dele é? – Priscila sorriu.
— Pode ser. Vocês vão não é?
— Não sei.
— Ai Valíria deixa de ser chata!
— Tenho que fazer umas coisas em casa, vou ver com a Malu. – ela saiu e foi falar com a amiga.
— Um happy hour para o Benício? Acho justo, ele é bem legal.
— Não disse que não é, mas eu não quero ir.
— E quer que eu não vá também? – Valíria suspirou.
— Não, não vou pedir isso.
— Acho que você deveria ir. – ela ficou calada. Mais tarde subiu para entregar uns documentos para Giovana quando viu Benício saindo da sala de Julian, ele a olhou e sorriu, ela sorriu de volta, mas foi comedida, quando passou por ele, o ouviu lhe chamar.
— Valíria, espera. – ela virou-se. — Eu não quero que fique um clima ruim entre a gente. – ela suspirou.
— Nem eu. – foi sincera, ele sorriu e aproximou-se.
— Eu gostei muito daquele dia, não queria que nos tratássemos como se não nos conhecêssemos, sei lá.
— Desculpa se eu estou sendo um pouco chata.
— Fria seria melhor. – ela sorriu.
— Estamos no trabalho.
— Sim e não quero perdê-lo, só quero que a gente se dê bem.- ele a olhou e Valíria sentiu-se quente.
— Tem razão.
— Podemos ser amigos então? – ele estendeu a mão.
— Claro, amigos. – ela apertou a mão dele, a atração estava ali, como no primeiro dia, ficaram se olhando, mas ela saiu.
— Tenho que ir.
— Você vai pro happy hour?
— Talvez. – e virou-se, ele sorriu.
Perto da hora de ir embora, Valíria foi falar com Malu.
— Fiz as pazes com o Benício.
— Sério?
— É, resolvemos ser amigos.
— Que bom!
— E tem mais: resolvi ir para o happy hour. – Malu sorriu.
— Vamos! – elas sorriram, acabou o expediente e as meninas retocavam a maquiagem, Julian e Benício desceram as escadas junto com Giovana e todos saíram para o bar.
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