História Love Story - Onde estou?

Eu já havia acordado, mas preferi continuar com os meus olhos fechados. Minha cabeça doía e a vontade de vomitar ainda vinha. Aos poucos fui abrindo meus olhos e acabei me deparando com uma sala que não era a da minha casa. Me levantei rapidamente e minha cabeça parecia que iria explodir. Coloquei a mão entre meus olhos e apertei, tentando fazer a dor parar.

Comecei a olhar em volta e eu realmente não sabia onde estava. Eu não conseguia lembrar muita coisa, apenas de beber muito, um homem horrível tentar me agarrar e alguém me ajudar.

— Ian.. — Disse lembrando do tal homem que havia me ajudado.

Pelo jeito eu havia dormido no sofá da sala de estar. Comecei a olhar as minhas roupas com medo de ter acontecido algo comigo.  Estou vestindo uma camiseta larga, o sutiã e a calcinha. Sem o meu vestido e os sapatos.

Comecei andar em passos lentos pela casa, fui em direção da cozinha e peguei uma faca, eu não sabia onde estava e nem se havia alguém, eu precisava me defender. Segurando firme a faca subi as escadas e dei de cara com uma varanda e ao lado havia um corredor. Com as luzes apagadas eu me sentia em um filme de terror, era apavorante.

No final do corredor havia um cômodo, era o único que estava aberto e com a luz acesa. Segui por ele e com receio entrei no quarto, havia um homem sentado na cama enquanto mexia no notebook. Joguei a faca no chão logo que percebi que era o Ian.

Com o barulho da faca caindo no chão ele se levantou rapidamente e ficou de frente para mim.

— Nathaly... — Ele se aproximou de mim, mas deu um passo pra trás quando olhou a faca caída no chão.

— Como cheguei até aqui? — Pergunto-lhe em voz baixa, constrangida.

Ele pegou a faca do chão e colocou em cima da cômoda, assim voltou a se sentar na cama.

— Depois que você desmaiou, eu não sabia mais o que fazer, não sabia onde você morava e também não poderia te deixar jogada no chão naquele estado. — Ele disse sem se alterar.

— Você me colocou na cama?

— Sim. — ele me respondeu impassível.

— Voltei a vomitar? — Pergunto-lhe em voz mais baixa.

— Não.

— Tirou minha a roupa? — Eu sussurro.

— Sim. — Ele me olha elevando uma sobrancelha e fico mais vermelha que nunca. Sinto minhas bochechas queimarem.

— Não fizemos…? — Eu sussurro, com a boca seca, de vergonha, mas não posso terminar a frase. Eu olho para as minhas mãos.

— Nathaly, você estava quase em coma. Necrofilia não é a minha área. E por Deus, você é a minha aluna. — Ele me responde secamente.

— Ah sim, claro. Sinto muito.

Seus lábios esboçam um sorriso zombador e me sento na poltrona ao lado da cama.

— Como se sente?

— Melhor do que mereço — Eu murmuro.

— Você comeu algo? — Nego com a cabeça. — Tem que comer. Por isso você passou mal. De verdade, é a primeira norma quando se bebe.

— Eu não sabia, é a primeira vez que bebi na minha vida..

Ian passa a mão pelo cabelo fecha um pouco os olhos e ri.

— Bom, vai tomar um banho enquanto eu preparo algo para você comer.

Ele inclina a cabeça, ainda sorrindo. Meu coração bate acelerado quando eu o imagino no banho junto comigo. Meu cérebro se nega a me lembrar como se respira. O seu sorriso se abre mais. Ele se aproxima de mim, se inclina e me passa o polegar pelo rosto e pelo lábio inferior.

— Respire, Nathaly. — Ian sussurra e logo se levanta e se afasta. — Ah, o banheiro é a primeira porta do corredor. Tem toalhas no armário e em quinze minutos a comida fica pronta. Na cômoda tem roupas minha. Você pode usar enquanto o seu vestido seca.

Solto o ar que estava segurando. Por que ele é tão alucinantemente atraente? Nunca havia sentido algo assim por alguém, nem mesmo pelo meu próprio namorado. Me lembro de Peter e me sinto culpada por estar apaixonada pelo meu professor.

Sigo até o final do corredor e entro no banheiro. Ele estava branco de vapor, provavelmente a pouco tempo Ian havia tomado banho. Tiro minha roupa e entro no chuveiro. Levanto meu rosto sentindo a agua quente batendo em mim.

Enquanto ensaboou meu corpo começo a pensar no Ian. Droga, ele me deixa excitada. Pela primeira vez em minha vida quero ir para cama com um homem. Peter sempre tentou fazer sexo comigo, mas nunca me senti pronta o suficiente pra isso, nunca me senti a vontade com o fato de perder a minha virgindade.

Ian bate na porta e eu me assusto.

— Já preparei o lanche.

— Já estou indo.

Saio do chuveiro, pego a toalha no armário e me seco. Abro a porta de vaga e olho se o Ian está por perto e o corredor esta vazio. Me enrolo na toalha e vou até o seu quarto. Visto a mesma blusa que ele havia colocado em mim e pego uma cueca dele. Eu havia lavado a minha calcinha no banheiro e a coloquei para secar junto com o vestido.

Desço as escadas e vou até a cozinha, ele estava terminando de colocar os pratos na mesa que ficava na sala de jantar. Peguei a jarra de suco e o ajudei a levar. Ele se sentou e eu me sentei na sua frente.

— Eu não sabia o que você gostava, então fiz um pouco de cada coisa.

Na mesa tinha um prato com omelete e bacon, outro com panquecas, outro torradas. Tinha uma jarra de agua e outra com suco de laranja. Tinha uma vasilha com calda de morango e do lado havia um pouco de frutas.

— Sobre comida não se preocupe, eu como tudo e mais um pouco. — Ele riu. — Eu não sei como não engordo.

Pego a jarra de suco e coloco no meu copo, bebo um pouco e depois pego duas torradas, coloco o omelete e o bacon dentro. Dou a primeira mordida e definitivamente é uma delicia.

— O que achou? — Ele perguntou pegando um pouco de panqueca e jogando a calda de morango por cima.

— Que com certeza eu vou comer mais. — Disse em meio às mordidas na torrada.

— Como está sua cabeça?

— Bem melhor. O banho e a sua comida estão me fazendo bem. — Sorri.

Depois de terminar a comida eu lavei a louça e ele secou e guardou. Como estava com um pouco de dor de cabeça ele me deu dois analgésicos e então fomos para sala. Quando ele ligou a TV apareceu o horário. Dei um pulo do sofá e ele me olhou confuso.

 — Droga! Já são duas horas da manhã, eu tinha já tinha que estar em casa desde uma hora da manhã.

— Seu vestido já deve estar seco. Se troca que eu te levo em casa.

— Eu preciso do meu celular, preciso ligar para os meus pais e avisar que estou bem.

— Eu acho que deixei na cômoda do meu quarto. Eu pego pra você.

Ele subiu as escadas e eu fui até a lavanderia pegar meu vestido. Ele estava um pouco húmido, mas eu precisava coloca-lo de qualquer jeito e ir para casa. Tirei a blusa do Ian, coloquei meu sutiã e coloquei o vestido.

— Já se trocou? — Ele disse por de trás da porta.

— Sim, pode entrar.

— Aqui está seu celular. — Ele me entregou.

— Ian, você tem uma sacola pra me emprestar?

— Sacola? Pra que?

— Preciso colocar a minha calcinha, eu lavei ela.

Ele me olhou tentando reprimir o riso, mas pelo jeito foi impossível.

—  Eu peguei uma cueca box sua. — Sussurrei envergonhada.

— Sem problemas.

Ele me entregou a sacola e eu coloquei a calcinha dentro. Ian estava na sala me esperando. Liguei meu celular e havia mais de vinte chamadas perdidas da minha mãe. Meu coração começou a bater forte no momento em que retornei.

 — Nathaly? — Ela estava com uma voz de choro.

— Oi mãe, eu estou bem, me desculpa.

— O que aconteceu? — Ela parecia muito preocupada.

— Meu celular descarregou, eu o deixei carregando, acabei perdendo a noção do tempo e agora que acabou a festa eu vim pegar o celular para ir para a casa.

— Seu pai vai te buscar, espera ai.

—Eu já estou ai perto, estou com umas amigas.

— Quando você chegar aqui você vai se ver comigo.

Ela desligou o telefone na minha cara e eu não sabia se chorava com medo ou se dava risada. Guardei o celular e fui até a sala, onde Ian estava.

— Vamos? — Perguntei.

— Vamos. — Ele sorriu.