História Love Suicide - Introdução - Surgery

Meredith POV's

 E lá se vai mais um dia de folga. Às vezes me arrependo de ter cursado Medicina, toda essa responsabilidade em cuidar destas pessoas acaba me matando no final do dia, porém não posso negar que amo fazer isto. Salvar vidas, este foi meu juramento e tenho que cumprí-lo.

  Clark não iria poder ficar de plantão hoje e como éramos os únicos médicos disponíveis para este cargo, revezavámos diariamente. Pelo menos terei dois dias para ficar em casa e colocar alguns livros e séries em dia. 

  O Hospital Saint Luke estava calmo em compensação aos dias anteriores. Resolvi adentrar meu consultório e ficar por lá mesmo. Eu não converso com muitas pessoas que trabalham aqui, costumo ser tímida quando acabo de entrar em algum emprego ou faculdade.  

  Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe dizendo que só chegaria em casa ás 06:00 a.m, e como me chamaram em cima da hora para ficar no lugar de Clark, tive que ir direto pro trabalho e não deu tempo de passar em casa. Eu não gostava de deixar dona Elizabeth sozinha, mas desde o começo do ano tive que me acostumar com a idéia ou teria de procurar outra emprego com algum salário parecido com o que ganho, e como novatos recebem salários baixíssimos optei por ficar.

  Meu pai morreu quando eu tinha dezesseis anos por conta de seu trabalho, não era algo comum para mim sabendo que isto era algo abominável para todos aqueles que lutam por justiça, porém eu tinha que me contentar com papai sendo traficante, era aquilo que me sustentava e que me dava uma vida melhor. Nós estávamos passeando de noite, e quando ele foi entrar no carro, foi atingido por uma bala, eu me sinto culpada até hoje por não ter sabido o que fazer. Gritar? Já era tarde e não tinha ninguém além de nós dois. Ajudar? Eu não tinha a mínima idéia do que fazer. Está foi exatamente minha razão para aduzir a profissão de médica. Eu talvez poderia ter salvo a vida de meu pai, ele poderia estar aqui comigo hoje, poderia estar cuidado de minha mãe em casa, e eu não ficaria preocupada em todas as noites que viesse trabalhar.

  Meu celular apitou, fazendo eu me despertar de meus devaneios, era mamãe dizendo tudo bem e que quando eu chegasse era para acordá-la, já que a mesma teria de sair para trabalhar. Escuto batidas em minha porta e mando entrar guardando meu celular na gaveta ao mesmo tempo.

- Mary, tem um paciente te esperando, aqui está a ficha dele. - disse Katherine, a recepcionista, entrando e me entregando algumas folhas.

- Obrigada Katy, você poderia mandá-lo entrar por favor?

- Claro. - Katherine saiu e logo um menino entrou com uma mulher que suponho ser sua mãe.

- Em que posso ajudá-lo...- Falei analisando a ficha e o garoto que estava com uma aparência péssima. -Derek?

- Ele está sentindo muita dor de cabeça e vomitou quando estava em casa. - Disse a moça.

- Seu filho tem problema com enxaqueca?

- Não que eu saiba Doutora.

- Bom, eu irei deixar ele em repouso tomando soro com Dramin e Dipirona e recomendo que a senhora passe ele por um neurologista e peça um exame de Ressonância Magnética.

- A senhora não poderia passar agora?

- Infelizmente não dona. - Falei lamentando, eu realmente gastaria de poder passar. - O pronto socorro não disponibiliza exames, mas posso encaminhá-la para um médico amanhã de manhã se a senhora quiser.

- Eu agradeço.

Terminei de escrever no papel fazendo o requerimento do soro e lhe entreguei outro para que ele pudesse passar no médico depois.

- Muito obrigada Doutora.

- Eu que agradeço, e melhoras menininho - Falei acenando para ele que estava mais para morto do que para vivo.

Havia me dado sede e desci as escadas para tomar um pouco no bebedouro que tinha na recepção. Estava vazio, o que não era muito estranho quando se tratava de Kansas, raramente há alguém nas ruas a essa hora ou algum acidente grave em que alguma pessoa precise ir para a emergência.

 Katherine estava lixando suas unhas e conversando algo com a outra recepcionista que o nome me falta na memória. Na televisão estava passando o jornal da madrugada e... Espera! Olhei no relógio acima do balcão e já eram 04:00 a.m, ótimo, faltavam apenas duas horas e eu estaria livre para dormir o quanto eu quiser.

  De repente escutei um estrondo vindo da porta do Hospital e dois meninos adrentaram correndo com um outro no colo que aparentava estar passando por alguma dificuldade.

- AJUDEM AQUI PORRA, ANDEM ELE FOI BALEADO, AJUDEM!

Em segundos vários enfermeiros, que estavam sentados, saíram correndo em direção à eles e colocou o menino baleado em uma maca, o encaminhando, provavelmente, para a sala de cirurgia.

- MEREDITH! - Uma enfermeira veio correndo até mim - Não temos nenhum cirurgião agora no Hospital, precisamos que você o opere...

Continua!