História Love The Darkness - Ligados pelo Sangue

Trilha sonora: Nothing Like Us - Jeon Jungkook

21 de Novembro de 2017 (Coreia - Seoul) 6:30 a.m.

[Kim MoonHai]

O dia começou meio agitado, com a minha mala e minha bolsa pronta eu desci e na entrada já estava aquela van preta, podia ouvir a voz dos garotos lá dentro, eu ainda não estava segura de mim sobre subir naquela van e passar uma semana com eles, em especial com ele.

O motorista saiu e me ajudou a guardar minha mala, e entrei na van, havia dois lugares, ou eu sentava ao lado do Jackson ou ao lado do JB, escolhi sentar ao lado do Jackson que parecia estar dormindo, mas assim que me sentei ao seu lado eu sem querer me encostei nele e o leve toque o fez acordar e ele me olhou assustado, tentei sorrir amigavelmente.

- Bom dia!_ digo sorrindo, e ele me olha demonstrando um pequeno sorriso, e depois volta a dormir, mas agora encostando sua cabeça em meu ombro.

Já se passara uma hora de viagem, eu estava imóvel em meu lugar fingindo estar dormindo, até que sinto alguém tocar em meu ombro e o carro parar, devagar abro meus olhos e vejo o rosto do Jinyoung próximo do meu, paro de respirar por alguns instantes até ele tomar a fala.

- Venha, vamos parar para almoçar e fazer necessidades e esticar um pouco as pernas, seria bom que nos acompanhasse do que ficar aqui no carro sozinha..

- Já estou indo, apenas me dê um minuto _ devagar me levanto e ele acompanha com os olhos meus movimentos, pego minha bolsa e saio do veículo seguindo os garotos.

Entramos num restaurante, e agradecemos por estar tão vazio, fizemos os pedidos e enquanto não chegavam eu me levantei com a minha bolsa e fui ao banheiro feminino, entrei em uma das últimas cabines e peguei uma das bolsas de sangue que levava comigo, obviamente eu não iria trazer todas, pois não teria onde esconder, e se os meninos encontrassem com certeza seria um problema e tanto.

Ao terminar com aquela bolsa eu dou descarga na mesma e saio da cabine em que estava e dou de cara com ninguém menos que Jinyoung, e ele tem o lindo flagra da minha boca suja de sangue, eu o olho nervosa, não sabia o que fazer, ele apenas passa seu dedo em meus lábios pegando o sangue que estava ali e leva até sua boca, eu ainda o olhava estática, não respirava e muito menos me movia, após provar o sangue ele sorriu e me olhou com diversão nos olhos.

- Está com medo? Medo de mim?_ ele aproxima sua boca do meu ouvido, e sussurra para mim, enquanto que eu continuo ali parada sem fazer qualquer movimento._ Saiba que deve sim ter medo, e que lhe tenho na palma da minha mão, então fará tudo que eu mandar, afinal sou eu quem deve lhe supervisionar.

- Você? Com tantos membros, logo você?_ finalmente conseguia sair daquele transe _ Apenas me deixe em paz Jinyoung, eu não quero causar problemas, apenas quero trabalhar em paz, e ter minha vida.

- Uma vida que mata pessoas inocentes? Que bela vida você tem mesmo?_ ele tenta tocar em meu rosto e eu me afasto dessa vez, e me olha com uma cara nada boa.

- Eu apenas mato quem merece ser morto, como os caras que vocês tentaram me proteger ontem a noite, e por sua causa eu tive que roubar o hospital, espero que tenha onde eu possa colocar as bolsas quando chegarmos.

- Tem frigobar no quarto, mas não tem nenhuma chance de você dormir num quarto sozinha, vou dividir o meu com você, já que eu era o único que tinha o quarto sozinho _ ele se encosta na pia de mármore e eu pego papel para limpar minha boca.

- Está bem, mas agora vá, e nem pense que dividirei meu sangue com você. _ Ele saiu voando dali com um sorriso malicioso estampado no rosto.

Sai do banheiro e voltei para onde todos estavam, a comida tinha chegado fazia alguns minutos então ainda estava quente, alguns que estavam cheios de fome estavam quase acabando e ainda beliscando dos outros, por algumas vezes tentaram pegar do meu prato mas Jinyoung ou Jackson lhes davam tapas impedindo que minha comida fosse violada, e eu ria daquela situação.

Todos já estavam cheios e de volta a van, tivemos mais uma hora de viagem e dessa vez eu fui no meio dos dois maknaes que ambos iam dormindo com suas cabeças encostadas em meus ombros, eu apenas conseguia me concentrar nas respirações deles ou no barulho dos dedos do JB tocando no teclado touch de seu celular ou o sussurrar do Jinyoung no fundo da van, eu definitivamente não sabia porquê dele estar me afetando dessa maneira, me deixando sem fala, ou me deixando paralisada.

21 de Novembro de 2017 (Coreia - Yongsan-Gu) 22:00 p.m.   

[Jinyoung]

Chegamos fazia quase umas duas horas, todos já tinham tomado seus banhos e estavamos na sala assistindo televisão, ainda não havíamos jantado, inclusive eu, que passei o dia todo apenas com aquele restinho de sangue da boca dela, mais um pouco e eu com certeza iria atacar alguma empregada secando-a por inteiro, mas minhas presas ansiavam por outro corpo, e tinha que ser ela.

Sinceramente era para nos encontrarmos bem antes, afinal era para ela ter estado comigo desde o momento que renasci, mas tinha dado tudo errado, exceto a ligação, com o tempo poderei contar minha história com mais afinco, mas por enquanto serei um mistério tanto para ela quanto para vocês caros leitores.

O jantar estava pronto, todos se sentaram à mesa, menos ela, eu me levantei e fui a sua busca novamente, já era a segunda vez naquele dia, subi até o nosso quarto que dividimos e abri a porta, lá estava ela com a bolsa de sangue pela metade com os lábios sujos de sangue, fechei a porta ao entrar no quarto e o tranquei, e me aproximei rápido dela tomando a bolsa de O negativo de suas mãos e levando o restante a minha boca, aquele resto era o suficiente por enquanto, quando acabei joguei no vaso e dei descarga e voltei para ela, e foi quando percebi que os olhos dela não eram de um vampiro ou Herege comum, sim as veias ainda saltavam em seu rosto, mas a coloração era diferente, era como um azul platinado, era como se no escuro pudesse brilhar, eu senti seus olhos me encarar, e num piscar voltaram ao normal.

- Não os esconda de mim, eu vim lhe chamar para comer, e preciso que me dê um pouco de sangue, pois isto e mais cedo dos seus lábios foi tudo o que tive por hoje._ Ela me olhou e destrancou a porta e saiu, falando em minha mente “Pensarei bem no seu caso.”, sim uma das poucas coisas que ela conseguia fazer comigo.

Mais tarde no quarto, eu estava deitado em minha cama olhando para o teto, enquanto a ouvia do andar de baixo brincar com os meninos ou conversar com Jackson, não sei por que logo ele para se aproximar, mas de maneira alguma estaria com ciúmes do meu próprio amigo, entendo que ele seja o mais extrovertido de todos nós, o mais sociável, era bom que ela fizesse amizades entre todos, seria mais fácil deles a aceitarem, e assim não teria como ela escapar de mim dessa vez, mas não entendia por que não estava feliz, sim estávamos ligados, mas parecia que a ligação não havia sido completa, mas essa seria a noite que a completaria, se ela pensasse no meu caso, como a mesma havia dito mais cedo.

30 de Outubro de 997 d.c. (Inglaterra - Kent)00:00.

[Jinyoung]

Hoje seria um dia especial para o clã, hoje seria um dia especial para mim, estava completamente vestido de branco, e apenas conseguia ver todas as mulheres que rodeavam aquele circulo, elas cantavam algo que não entendia, algo que jamais havia ouvido, até que tudo ficou em silêncio e o círculo se abriu para a entrada de uma mulher, ela vestia um vestido branco que cobria até seus pés, meu pai era da Coreia, eu havia nascido lá, e minha mãe também, mas não minha bisavó, ela teria vindo daqui e era por ela que eu estava aqui, neste momento.

A mulher de branco ela estava amarrada e por algumas vezes gritava, e estava sendo necessário alguns homens para segurá-la, nesse momento eu senti medo, mas logo passou, a líder daquelas bruxas entrou no círculo e ficou no meio exatamente entre eu e aquela mulher, minha bisavó havia dito que eu era necessário que elas precisavam de mim, mas naquela época eu não fazia a mínima ideia do que aquilo significava, e posso dizer que eu por vontade própria me ferrei, afinal elas tinham dado a opção de recusar, mas da maneira que elas me disseram me convenceram de tal forma que parecia irrecusável.

Elas começaram aquele ritual, onde havia muito sangue envolvido, no meio dele eu percebi que era um ritual de ligação, e aquilo seria por que a mulher havia saído do controle, ela não era parente de nenhuma delas, apenas a líder a conhecia, por causa de algo que aconteceu a muito tempo, havia três círculos de fogo, um a minha volta, um à volta da mulher, que agora olhando com mais atenção eu via veias a volta de seus olhos e presas expostas, e um grande círculo a nossa volta, ela tinha acabado de beber meu sangue, e eu senti algo mudar em mim, me sentia estranho, me sentia assustado, de alguma forma eu conseguia ouvir o que ela pensava, eu sentia suas emoções mais fortes, e sentia a vontade de protegê-la, a mulher gritava “É para seu próprio bem querida, ele será a sua humanidade, e dessa forma nunca irá se perder” e poucos segundos dela ter dito isso estava caída no chão com o pescoço quebrado, a roupa da mulher estava suja de sangue, os homens que a seguravam estavam caídos no chão, mas aquele ritual não estava completo, eu ainda não havia bebido de seu sangue, mas isso não a impediu de fugir dali, e depois disso eu nunca mais vê-la.

Tempo Atual (Coreia - Yongsan-Gu) 23:00

Sobreviver sozinho era o que me restava, comida humana não me satisfazia, sangue era apenas isso, mesmo sendo por pouco tempo, e mesmo que eu tenha que usar ferramentas para consegui-lo, eu precisava do sangue dela, eu precisava sobreviver para encontrá-la novamente, completando a ligação, eu seria seu igual, seu yang, por mais que nos dias de hoje eu seria muito mais o yin, porque a vida me fez assim, naquela época ela tinha 480 anos e naquele dia eu parei de envelhecer, assim como ela imortal, eu vi minha mãe, meu pai, minha família, me deixar, a linha da família se seguiu graças às minhas irmãs, mas aqui estava eu deitado olhando para o teto, e a ouço entrar no quarto e trancar a porta atrás de si com sua magia.

- Decidi ajuda-lo, mas não pense que será sempre assim..._ ela andou devagar até sua cama e se sentou olhando para mim.

- Eu agradeço, coloque no copo por favor, sinto que não conseguirei me controlar se for direto da veia._ lhe disse ainda olhando o teto, e devagar me sentando na cama.

Assim como pedi ela o fez, pegou o copo que estava na cabeceira da cama, mordeu o pulso e deixou o líquido derramar para dentro do copo, eu olhava em seus olhos eu via aqueles olhos novamente, como na primeira vez, naquele círculo, quando eu já estava ligado a ela, poucos minutos antes dela fugir, eu sabia que já tinha visto aqueles olhos, e era isso, era ela, aquela mulher que gritava, que estava descontrolada, que matou a própria guardiã, e mais alguns homens. O sangue era o nosso mal, o que nos descontrolava, e que nos fazia se perder em nossa própria mente.

- Beba!_ sua voz me tirou dos meus devaneios, eu peguei o copo e senti o cheiro, e depois comecei a salivar, eu a olhei e ela viu meus olhos mudarem, eu não sabia se estava pronto, mas aquilo seria apenas o começo.

- Eu vou, mas antes, eu quero perguntar uma coisa. Posso?

- Pode, pergunte.

- Você se lembra de algo do dia 30 de Outubro de 997 d.c.?

- Espera..._ ela se levanta e vai até sua mala que estava aberta no chão e abre um fundo falso tirando um diário de dentro, em sua capa estava marcado com o os números 517 e 997._ Vou procurar aqui, talvez tenha algo, que agora eu não esteja lembrando._ ela folheou todo aquele diário, e quando chegaria justamente naquele dia, as páginas estavam rasgadas, ela o perderá, perderá a lembrança do dia em que eu me uni a ela, mas não ela a mim._ Desculpe, alguém rasgou esse dia, e não tenho nenhuma lembrança de ter feito isso ou desse dia.

- Talvez depois que eu beber isso você se lembre..._ e foi o que fiz, derramei seu sangue para dentro da minha boca, e podia sentir descer como seda, por alguns momentos nada se aconteceu até ambos desmaiarem ali, primeiro a visão ficou turva, depois tudo se escureceu, e enfim não sentia mais nada.