História Love Way - Flashback

- Sabe Aria estou muito feliz por você ser minha amiga!
- Eu também estou muito feliz por você ser meu amigo Kentin!- falo dando impulso com os pés para o balanço do parque ir mais rápido, e vejo que Ken se mantém parado sentado no balanço do lado. De repente surge um cachorro enorme e avança nele, então salto em direção dos dois e puxo Ken pela mão e começo a correr, o cachorro nos segue latindo forte, aperto a mão dele para garantir que Ken não se solte. Quando percebo que não há mais latidos paro de correr, e percebo que o cachorro não estava atrás de nós. Provavelmente o dono o chamou de volta,  Ken se deixa cair no chão de tão cansado que estava.
- E-essa...foi...Por pouco...- disse ele ofegante.- Se não fosse por você eu com certeza teria me dado muito mal.
  Sorri pra ele e me sentei ao seu lado, estávamos no meio do parque que consistia em um pequeno conjunto de árvores e canteiros de flores variadas. Cansada deitei sobre a grama respirando fundo e soltando o ar, olhei para o céu que estava um pouco encoberto pelos galhos e folhas das árvores deixando apenas alguns raios de sol passarem, olhei para o lado e Ken me encarava.
- O que foi?
- Obrigado Aria por você sempre está do meu lado...
- Ah Ken não precisa me agradecer, deixa de ser bobo, te conheço desde os cinco anos. Você é o único em quem posso confiar... Gosto muito de estar do seu lado, e sempre que você precisar de mim pode ter certeza que vou te ajudar.
  Ken segurou minha mão e olhou nos meus olhos.
- Aria prometo que ficarei mais forte e um dia eu vou te proteger, mesmo se tivermos que nos separar saiba que vou te encontrar seja aonde você estiver.
 Corei e fiquei surpresa pelas palavras dele, tão maduras para um garoto de treze anos. Ficamos ali por alguns minutos apreciando a leve brisa de fim de tarde.
    Uma batida na porta me trouxe de volta a realidade, levantei e abri a porta. Rosalia entrou feito um furacão.
- Me conta tudo já!
- C-como?! - ainda estava meio sonolenta.
- Quem era o gatinho que te acompanhou?
- Oh sim...Claro...Era o Ken, quero dizer...Kentin...
- O quê!? Não brinca que aquele gatinho era o nosso Kenzinho que usava aquele óculos medonho, todo desajeitado?
- Isso mesmo. - Rosa me olhou com um olhar malicioso, um pouco sem graça vou até o armário pegar uma blusa e um short para trocar de roupa e ela se aproximou sorrateiramente.
- Sabe ontem eu ouvi uns gritos estéricos da zeladora quando estava chegando na entrada do dormitório...- ela se apoiou no armário com os braços cruzados me encarando com uma cara de quem dizia "não adianta esconder eu sei que você aprontou".
- Está bem, está bem...- Suspirei, e contei o que tinha acontecido e Rosa começou a rir. Sentei na cadeira que fica em frente a minha penteadeira e comecei a escovar o meu cabelo. - Levamos uma bronca daquelas, eu me despedi dele e para garantir que voltaria para o quarto a zeladora me acompanhou. - Rosalia ria como se não houvesse o amanhã, e acabei rindo junto, afinal eu tinha que admitir que foi engraçado.
- Aria, mudando de assunto. Ontem antes de ir a festa você foi lá no jardim como te pedi?
- Sim fiquei um bom tempo lá e não vi nada nem ninguém.
- SÉRIO! - Balancei a cabeça confirmando e perguntei.
- O que deveria está lá?
- Não o que, e sim quem!
- Bom...então quem deveria estar lá?
- Lysandre! - Com a surpresa acabei deixando a escova cair no chão, como assim... Lysandre queria me encontrar antes do baile, eu não estava conseguindo pensar direito.
- Lysandre?! M-mas porquê?
- Aria sua bobinha eu pedi que ele te acompanha-se, como ele não tinha um par e nem você eu resolvi fazer algo para ajudá-los. - Ela sorriu com um ar de salvadora da pátria, eu comecei a rir e a agradeci por ser tão cuidadosa comigo. Ficamos lá conversando sobre o baile até que bateu a fome e saímos para comer.

   No dia seguinte estava andando ainda com um pouco de sono em direção ao colégio e ouvi um assobio atrás de mim, olhei para ver quem era.
- Armim bom dia.
- Bom dia Aria, quer companhia até o colégio?
- Claro. - Sorri e começamos a caminhar, algo dentro de mim começou a se agitar eu não queria falar sobre aquele assunto agora tão cedo, mas, eu sentia que algo tinha que ser feito a respeito.
- Armim s-sobre aquele assunto...Precisamos conversar. Não consigo parar de pensar nisso, meu pai deve pagar pelo o que fez, eu não consigo nem falar com ele e não quero nem pensar como vai ser difícil encará-lo no jantar que meu avô está preparando.
- Aria já te falei que não é para você se preocupar com isso, minha tia junto do advogado dela estão resolvendo isso. Eu não te culpo pelo o que aconteceu. Saiba que não sou do tipo de pessoa que se prende ao passado, sofri bastante assim como Alexy, mas aprendi a lidar com a perda...- Ele olhou para um passarinho que estava alimentando seus filhotes no ninho em cima de um galho de uma árvore próxima.- E esse é um assunto muito pesado para se falar de manhã tão cedo e para te fazer esquecer um pouco essa história quero te convidar para ir numa feira de games que vai rolar nesse fim de semana aceita?
 Olhei para ele admirada em ver como ele conseguia aguentar tudo isso e ainda demonstrar tamanha compaixão com a filha do assassino dos seus pais, Armim era incrível. Dei um abraço nele.
- Aceito com prazer...Muito obrigada.
- Pelo o que?
- Pela sua amizade... - Me afastei com os olhos cheios de lágrimas.
- Aria você não tem culpa de nada seria injusto descontar em você algo que seu pai fez.
  Ele segurou meus ombros e beijou minha testa, voltamos a caminhar.