História Love? What is it? - ''I love you.''

P.O.V Temari

Abro meus olhos e dou de cara com o teto do quarto de Shikamaru. Viro a cabeça para o outro lado da cama, e ele não estava mais lá. Minhas roupas estavam jogadas no chão, e só o que envolvia meu corpo era o lençol.

O relógio marcava nove e meia da manhã, o que me fez despertar rapidamente. Visto minhas roupas, abro a porta do quarto dele e percebo que havia um bilhete na porta.

‘’Desculpe por sair sem avisar. Você estava dormindo tão tranquilamente que não tive coragem de acordá-la. Fui ajudar minha mãe com umas coisas secretas do nosso clã. Me encontre depois em frente ao seu hotel, estarei te esperando. ‘’ –Shikamaru

Algo me dizia que não fazia muito tempo que ele havia escrito, então eu poderia fazer algumas coisas antes. Pego meu leque, posiciono-o no meu kimono, e saio da casa de Shikamaru silenciosamente.

A rua estava movimentada, e parecia que todos haviam preocupados com alguma coisa. Como não era a minha vila, eu não me importava muito.

Começo a andar apressadamente em direção ao hotel, quando reparo alguém vindo em minha direção. Me viro lentamente, e era exatamente quem eu tinha em mente.

—Kankurou. —digo—O que está fazendo aqui? —pergunto

Ele suspira.

—Gaara me contou tudo...E me pediu para vir falar com você. Sobre algo que você já deve imaginar o que seja.

—É, agora vocês dois querem acabar com a minha vida?

Ele revira os olhos.

—Não, nós não queremos Temari. Você é a mais velha de nós três, por isso você sabe que tem mais responsabilidade nos assuntos de família. Se você pudesse por favor levar um pouco isso a sério, talvez você arranje mais tempo.

Bufo, e ele franze a testa.

—Vocês não entendem? A questão não é tempo...Quanto mais longe eu ficar de vocês, pior vai ser porque eu vou estar mais perto do Shikamaru e não irei conseguir larga-lo. Você e o Gaara são tão...Vazios por dentro...

Ele abaixa a cabeça.

—Temari...Eu nunca...

—Você é meu irmão, e eu amo você Kankurou. Mas você nunca vai entender como eu me sinto. —sorrio e me afasto dele.

Ele não diz mais nada enquanto me afasto. Viro às costas e vou em direção ao hotel o mais rápido possível.

A porta do hotel estava vazia, e Shikamaru não estava lá...O que me fez pensar em sentar e aguardá-lo.

Fecho os olhos e começo aleatoriamente a pensar sobre a noite passada...Em como ele se sentia confortável explorando o meu corpo, e em como eu já tinha vontade de fazer aquilo a muito tempo. Penso na voz dele sussurrando o meu nome...

—Ei, Tema. —uma voz interrompe meus pensamentos.

Abro os olhos e vejo Shikamaru sorrindo para mim.

Sorrio de volta, me levanto e o beijo. Ele retribui o beijo, colocando suas mãos em minha cintura enquanto envolvo as minhas em seu pescoço, e quando nos afastamos, percebo que eu ainda estava sorrindo.

—Ei, desde quando você ficou tão sorridente assim? —ele pergunta

—E desde quando você me chama de Tema? —retruco, e ele revira os olhos. —Mas respondendo sua pergunta, desde que você me tirou do mundo cinza que era a minha vida.

Ele franze a testa, e sorri novamente.

—Então vamos senhorita sorridente, tem um lugar pra onde eu quero te levar. —ele diz e segura minha mão.

Entrelaço meus dedos nos dele e começo a segui-lo.

Nós não havíamos andado muito, até que chegamos a uma parte da floresta que eu nunca havia visto antes. Tinha alguns veados por lá, pássaros cantavam, e tudo parecia tão...Calmo.

—Esse é o lugar ‘’secreto do meu clã’’ do qual te falei. É aqui que eu ajudo aos meus pais à preparar os remédios e tal. Eu costumava a vir aqui com meu pai direto quando eu era criança. Mas muitas vezes ele tinha que sair e eu acabava ficando sozinho. —ele diz, se sentando na grama.

Me sento ao lado dele, e encosto minha cabeça em seu ombro.

—Por quê me trouxe aqui? —pergunto

—Porque esse é um lugar especial, e você é especial pra mim. Faz sentido, certo?

Me seguro para não deixar uma lágrima cair. Ele era tão...Diferente mesmo sendo igual.

—Sim, faz. —digo —Quando foi que isso aconteceu?

—O quê? —ele pergunta

—Nós. Quando nos conhecemos, você me odiava, e eu...Eu sempre achei que você fosse um idiota. Não que você não seja, mas você é um idiota diferente. —digo, e ele ri.

—Talvez o que dizem sobre o destino seja verdade.

—Ou talvez você sempre gostou de mim e só percebeu agora. —ironizo

Ele solta uma gargalhada e me encara.

—Acho que esse é um bom momento pra eu dizer isso. —ele diz, e eu fico confusa. —Eu te amo, Temari, e eu pretendo passar a minha vida toda ao seu lado.

Quando ele diz isso, meu coração dispara. Tudo que eu temia acontecer, estava acontecendo. Ele realmente me amava...E eu escondia um segredo que talvez pudesse mudar completamente a nossa vida, ou a minha. Pensar sobre aquilo no momento me fazia me sentir mal, mas eu também o amava. E eu precisava pensar sobre aquilo sem ser egoísta com ele.

Beijo-o novamente, e enquanto nos afastamos, encosto minha testa na dele.

—Eu também amo você. —Agora foi minha vez de dizer.

Ele sorri, deita a cabeça na grama, e eu deito em seu peito. Ficamos deitados ali por um bom tempo, fazendo algo que Shikamaru mais gostava de fazer: Ver as nuvens se movimentar no céu e formar imagens na cabeça dele. E eu gostava de como ele se sentia empolgado compartilhando isso comigo.

P.O.V Naruto

 Meu corpo inteiro doía. Meus olhos estavam fechados, e meu nariz captava um cheiro bem familiar. Abro meus olhos e percebo onde eu estava. No hospital.

As lembranças tomam conta da minha mente e acabo me recordando o motivo de eu estar sentindo dor. Sasuke havia enfiado uma espada na minha barriga por eu ter me recusado lutar contra ele. E eu me orgulho disso, por mais que eu tenha quase morrido, eu não posso lutar contra algo que tomou o lugar do meu amigo.

Respiro fundo e percebo que alguém estava segurando forte a minha mão esquerda, me viro lentamente, e dou de cara com Hinata, sorrindo para mim.

—Você acordou. —ela diz, ainda sorrindo.

Percebo que o canto de seus olhos estavam molhados...Será que ela havia chorado?

—Hinata...A quanto tempo você está aqui?

—Desde que você voltou da sala cirúrgica. A espada não atingiu seu ponto de chakra...É por isso que você ainda está...

—Vivo? —interrompo-a, e ela desfaz o sorriso, assentindo com a cabeça. —Obrigado.

Aperto sua mão, e ela faz o mesmo com a minha.

—Estou feliz que você esteja aqui. —digo e a encaro novamente. —Mas o seu pai...Se ele souber que você está aqui...

—Eu não ligo. Ele já tirou muito da minha vida, principalmente minha felicidade. E eu estou cansada de deixar ele escolher com quem eu devo ou não falar.

Percebo que havia sinceridade no olhar dela. Ela realmente estava disposta a lutar por mim?

—Você tem certeza? —pergunto

—Naruto-kun, a minha vida inteira eu passei escondida nas árvores te observando. Você sempre foi a pessoa que me fazia não desistir. Por causa de você eu continuei o meu treino como Kunoichi, e por causa de você eu pude ter uma chance de mostrar o quão forte eu sou, por mais que ninguém percebesse do que eu era capaz. Você mudou muitas pessoas na sua vida, e o que você fez comigo é algo que eu nunca poderei retribuir. Eu não posso deixar o meu pai vencer dessa vez. Eu não posso ficar longe da única pessoa que me deu motivo de ficar por perto.

Lágrimas caiam dos olhos dela a cada palavra que saia de sua boca. Percebo que eu havia dado um pequeno sorriso, o que fez ela retribuir.

—Eu vou fazer isso valer a pena. —digo—Eu prometo.

Ela se levanta, se aproxima de mim e da um forte beijo na minha testa. Quando ela recua, posso ver em seu rosto a mesma expressão de quando eu a havia beijado.

Quando ela ia se preparar para sentar novamente, a porta do quarto onde eu estava se abre, e Sakura parecia desesperada.

—Naruto, Hinata. —ela começa. —Eu acho que estamos prestes a entrar em uma guerra.

P.O.V Ino

Por favor, por favor, eu não queria ter escutado aquilo. Não...Droga.  Eu havia escutado a conversa da Temari e do Kankurou, e algo me dizia que eu tinha que perguntar diretamente à ela.

Eu sei que isso não é da minha conta, mas Shikamaru é meu melhor amigo, e ele estava envolvido nisso. Ele estava começando a desenvolver sentimentos por Temari, e se ela pensava em deixar ele por algum motivo, eu precisava saber qual é.

Tiro meu avental da floricultura, e começo a caminhar em direção ao hotel dela.

—Ei, ei, aonde você vai? —Sai me pega pelo braço.

Dou um leve selinho nele e me afasto.

—Eu preciso resolver uma coisa. Depois a gente se fala. —sorrio e ele assente.

Corro o mais rápido que posso, sem pensar duas vezes em como Shikamaru iria brigar comigo por eu ter me intrometido na vida dele.

Mas aquilo não me cheirava bem, e eu precisava saber o que era.

Chego no hotel e me deparo com Shikamaru e Temari, juntos, abraçados. Ao me verem, eles franzem a testa com uma expressão confusa.

—Ino, o que faz aqui? —Shikamaru pergunta

—Temari, eu preciso falar com você.

—Estou ouvindo. —ela diz

Por mais que aquilo me incomodasse, eu precisava falar com ela sozinha.

—A sós.

Shikamaru assente com a cabeça, da um beijo em Temari e se afasta.

—Vejo você depois. —ele diz

Enquanto ele se afasta, Temari se aproxima de mim, me puxa pelo braço e me leva até o quarto dela.

—Você estava lá não é? —ela pergunta

—Escutando a sua conversa com o seu irmão? É, eu estava.

Ela revira os olhos e bufa ao mesmo tempo.

—Você não consegue ficar um minuto sem se intrometer na vida dos outros? —ela pergunta, me ofendendo.

—Shikamaru é meu melhor amigo há anos, se você pretende fazer algo para magoá-lo, eu quero saber o que é.

Ela faz um sinal para que eu me sente.

—Eu não quero magoá-lo. —ela diz cruzando os braços. —Mas se você quer tanto saber, é melhor você se sentar, é uma longa história.

Faço exatamente o que ela pede, e aguardo enquanto ela toma coragem para me contar.