História Love? What is it? - Everything Has Changed

P.O.V Sakura

Minha respiração estava acelerada. Meus olhos ardiam de tanto que eu havia chorado. Minhas roupas estavam sujas e cheias de sangue, mas eu não me importava. A senhora que havia se aproximado estava fazendo um jutsu médico com o Sasuke, e eu estava assistindo, na esperança de ela conseguir. Porém, ele já estava morto e o único jeito de trazer ele de volta a vida era...Ai meu Deus.

—Senhora...? O que você está fazendo? —pergunto

Ela não diz nada. Apenas sorri e abre os olhos. Ela pede para eu esticar minhas mãos, e quando faço isso ela as posiciona no corpo de Sasuke.

—Vou precisar que você fique com as mãos assim. Quando ele voltar pode ser que ele se assuste um pouco, e fique confuso sobre quem ele é. Mas duvido que ele vá esquecer de você. —ela diz

Ela estava mesmo fazendo o jutsu de troca de vida.

—Por quê está fazendo isso?

—Porquê ele não merece morrer. E você não merece sofrer sentindo a falta dele. —Ela faz uma pausa e fecha os olhos novamente. —Estamos quase lá.

Ela sussurra algumas palavras, e alguns segundos depois ela cai para trás, com o corpo reto e...Sem vida.

—Não... —começo, e vou em sua direção. Percebo que seus olhos estavam abertos, e delicadamente, os fecho.

Sorrio para a mulher, que mal tive a oportunidade de agradecer. Eu nem sabia o nome dela. Mas ela havia me livrado de um sofrimento inacabável, e nenhum ‘’obrigado’’ iria compensar isso.

Me viro para Sasuke e percebo que ele estava se mexendo. Posiciono a cabeça dele nos meus joelhos e espero ele abrir os olhos.

Quando ele abre, a primeira coisa que penso é em abraça-lo e nunca mais soltá-lo, mas ele havia acabado de morrer, a sensação deveria ser terrível.

—Sakura... —Ele sussurra quando nossos olhos se encontram. —O que aconteceu?

Sorrindo, enxugo a lágrima que estava deslizando em meu rosto, e respondo:

—Você nos salvou.

Ele realmente se sentia bastante confuso, e percebo que era melhor dar um tempo para ele.

—Sasuke? —Percebo uma voz atrás de mim.

Naruto olhava para nós, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto Hinata o ajudava a se manter em pé.

—Aquela mulher...Ela fez o que eu to pensando que ela fez? —ele pergunta e imediatamente faço que sim com a cabeça. —Meu deus...

—Eu conhecia ela. —Hinata diz—Quer dizer, não sabia o nome dela, mas sei que ela foi uma ninja médica muito experiente. Tipo você, Sakura.

Sorrio para ela.

—Ela acabou sendo a heroína afinal de contas. —digo

—Obrigado. —Naruto diz, se aproximando de Sasuke. —Você foi ótimo.

Sasuke fecha os olhos e ri.

—Não. Vocês me salvaram.

Quando percebo que ele havia desmaiado, solto uma risada. Era tão bom saber que ele estava vivo, tão bom saber que a partir de agora ele iria estar aqui. Comigo. E apesar de tudo que aconteceu, eu fico feliz que ele esteja aqui. Eu fico feliz que todos estejam bem. E o preço da felicidade jamais poderá ser pago. É maravilhosa essa sensação.

P.O.V Shikamaru

Ventava bastante do lugar onde eu estava. As folhas caiam sobre o que restou do telhado da minha casa. O corpo do meu pai estava logo ao meu lado, e eu não conseguia olhar. Ele estava realmente morto? Minha mãe...Minha mãe havia se assustado com a noticia e precisou tomar alguns remédios para dormir, mas eu não conseguia. Faziam apenas algumas horas que isso havia acontecido e tudo que eu havia feito nesse tempo todo era chorar. Quando meu sensei, Asuma, morreu, eu achei que nunca mais iria sentir aquela sensação no peito. Um vazio, como se eu tivesse perdido uma parte de mim. E talvez isso realmente tenha acontecido.

Minha cabeça parecia que iria explodir, meus pés estavam inchados, meus olhos lacrimejavam e minhas roupas estavam sujas de sangue, sangue do meu pai. Ele havia me salvado e eu não consegui fazer nada para retribuir isso.

—Eu sabia que iria te encontrar aqui. —uma voz familiar surge atrás de mim. Viro o rosto para encarar, e lá estava Temari, se aproximando de mim. —Sei que não sou a pessoa que você queria ver mas...Eu sinto muito, Shikamaru. Sinto muito pelo seu pai.

Ela toca meu ombro, e surpreendentemente, não faço nada. Ela se senta ao meu lado, e percebo que ela estava me encarando.

—É, parece que esse negócio de perder as pessoas já virou costume pra mim.

—Não diz isso! Eu ainda estou aqui. —ela diz

Bufo.

—Ainda. É, você fala como se se importasse.

—Eu me importo. Eu sei que não parece, mas não é como se o que a gente passou não fosse nada. Shikamaru, eu sei que você me odeia, mas eu queria que você pudesse entender que...

—Que você prefere passar o resto dos seus dias com um cara que nem sabe o seu nome direito do que com um que te ama com todo o coração dele? Acredite, eu quero te odiar, mas eu não consigo. —ele diz

Ela toca em minha mão, e eu me permito sentir o leve toque dela.

—Eu vou embora. Mas, Shikamaru, se você precisa de mim, como amiga, eu posso ficar se você quiser, eu posso...

—Não, não. Temari, você não entende não é? —me viro para ela—Eu preciso de você, mas não do jeito que você precisa de mim. Eu não consigo olhar pra você e ignorar o fato de que eu sou e provavelmente sempre vou ser apaixonado por você. E você nem liga.

Me levanto rapidamente e dou as costas para ela.

—Você pode por favor me deixar em paz? —pergunto e ela fica em silêncio.

Não a encaro, não conseguia mais encará-la.

Depois de um tempo, ela caminha em direção oposto à minha, e quando ela para. Percebo que ela estava chorando.

—Eu vou pra Suna amanhã. E então, você nunca mais terá que me ver, se é o que quer.

Aperto os olhos bem forte, para não chorar também.

—É. —digo. —É o que eu quero.

Me viro para encará-la, mas ela já não estava mais ali.

Meu peito aperta mais ainda, e sem conseguir me segurar, caio de joelhos e ponho as mãos sobre o rosto. Deixo as lágrimas caírem como uma cachoeira, e eu desejava que todos os sentimentos fossem embora. Mas tudo que eu conseguia fazer era sentir. Eu perdi o meu pai pra sempre. E a única garota que eu já amei em toda a minha vida, estava me deixando. Eu só tinha meus amigos e minha mãe, e a única pergunta que surgia na minha mente era:

Por quê eu ainda me sentia sozinho?

P.O.V Naruto

Hinata estava sentada na minha frente, com as mãos para baixo e os joelhos juntos. Minhas mãos ainda tremiam muito, mas eu havia planejado fazer uma coisa, e eu precisava fazer, mesmo depois do que aconteceu. Do estado da vila. Eu havia prometido fazer isso se eu sobrevivesse.

Me aproximo dela e ao me ver, ela sorri.

—Você ta bem? —pergunto

Ela abaixa a cabeça e não responde.

—Desculpa...Eu não deveria ter feito essa pergunta. Eu também me sinto assim.

Sorrio para ela e levanto seu queixo, quando ela me encara, retribui o sorriso.

—Naruto-kun, eu to preocupada com o meu pai. Apesar de tudo eu ainda acho que ele me ama.

Bufo.

—É claro que ele te ama, Hinata. Ele é seu pai. Só que ele é do tipo de pai que não consegue admitir pra si mesmo que, sei lá, você cresceu, algo assim né? —abaixo a cabeça—Não sou a melhor pessoa para falar de pais.

Ela toca o meu rosto com a mão esquerda.

—Você acha que eu estou arrependida não é? —Encaro-a por alguns segundos, e os olhos dela brilhavam.

—Não, eu só...Não deveria ter te pressionado tanto.

—Você não me pressionou. Eu fiz isso por vontade própria, eu fiz isso porquê eu prefiro ficar com você do que ser tratada como uma escrava pelo meu pai. E principalmente, porquê eu te amo. —ela diz e eu sorrio.

Me levanto rapidamente e verifico no meu bolso se o que eu queria ainda estava lá. E estava. Estendo minha mão para Hinata, e ela se levanta, enquanto eu me ajoelho à sua frente. Ela abre a boca para falar, mas fecha rapidamente.

Retiro o anel do meu bolso e estendo para ela.

—Hinata Hyuga, sei que nenhuma palavra que eu disser vai provar o que eu sinto por você, mas sei que as minhas atitudes vão te fazer perceber que eu não posso viver sem você. Você me ensinou a ser uma pessoa boa, e me mostrou que ser uma pessoa boa é uma coisa rara nesse mundo. Eu percebi que eu te amo pelo fato de que você sempre espera eu terminar para falar algo, que você sempre franze a testa quando acha que eu vou fazer algo errado, que você cora quando eu a encaro, que você simplesmente é você. E eu percebi que o maior motivo para eu te amar tanto, é que você foi a única pessoa que me viu quando eu era invisível. E hoje, depois de tudo isso, eu quero te fazer um pedido. Você aceita se casar comigo e passar o resto da sua vida ao meu lado?

Ela hesita por um tempo, atordoada. Me levanto devagar e percebo que as mãos dela estavam tremendo. Ela havia parado de chorar, e o sorriso que estava no rosto dela era o sorriso mais verdadeiro que já vi em toda a minha vida. Ela me puxa e me beija, levemente colando os lábios nos meus, e juntando a língua na minha. E quando a gente se afasta, ela ainda estava sorrindo.

—É claro que eu quero. É tudo que eu mais quero. —ela diz, e eu a abraço.

Ficamos ali por um bom tempo, abraçados. E esse foi o único momento da minha vida em que eu me senti importante pra alguém.