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História Love Will Keep Us Together - Dois


Escrita por: westfail

Notas do Autor


Então. Eu sei que disse que postaria de duas em duas semanas, mas eu não tenho nada pra fazer e já tenho esse cap pronto... kajskj
Enfim, esse capítulo explica um pouco como é a relação entre o Ian, a família dele e a Corinne.
Espero que gostem.

Capítulo 2 - Dois


— Core! — gritei seu nome assim que a vi. — Core, espere!

A garota parou e, como se fosse um esforço muito grande para ela, se virou. Caminhei em passos rápidos até ela e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela levanta uma mão em sinal de “pare”.

— Sei o que vai dizer. — diz. — E não quero ouvir.

— Core…

— Não. Nada de “Core”. Eu não critico suas namoradas, então não critique os meus namorados, certo? — dando-se por vencedora, ela abaixou a mão e continuou o trajeto. Em duas passadas, consegui alcançá-la.

— Core, você sabe que eu não me importo nem um pouco com quem você fica ou deixa de ficar. — falei.

— Aham.

— Olhe para mim. — pedi, mas Corinne apenas continuou a andar. Irritado, segurei seu braço e a puxei. Ela finalmente me deu atenção, e eu a fitei, sério. — Você fica com quem você quiser, Corinne. Mas eu tenho que intervir quando se trata de Steven Harris. Não pode ficar com ele, Rinne…

— E por que não? — a garota questionou, sem estar realmente interessada em saber.

Suspirei.

Steven não era do tipo que mantinha relacionamentos. Ele só está a fim de sexo. Nada além disso. E já conseguiu isso dela.

Suspirei novamente.

— Imaginei que não teria nenhum argumento. — Core puxou o pulso e se soltou. — Evita me ligar no meio da madrugada, certo? — E ela se foi.

Fiquei a observando se afastar. Ela nunca havia sido tão rude. Não comigo, pelo menos.

Conheço a Corinne desde que tinha dois anos de idade. Nos conhecemos no primário, entramos no mesmo ano na escola e ficamos amigos rapidamente. Minha mãe costumava dizer que éramos como ela e meu padrinho, Niall, pois ambos se conheceram quando crianças, também.

Corinne e eu crescemos juntos e não tinha nada que um não soubesse sobre o outro. Eu a conhecia como a palma de minha mão.

Ou, pelo menos, eu pensei que conhecia. Agora, Corinne parecia uma completa estranha para mim.


Na hora do intervalo, dei de cara com o culpado pela minha briga com Core. Ele caminhava tranquilo com seus amigos e não me notou. Mas quando passou por mim até a porta, Steven apenas me olhou de cima a baixo e riu, com deboche. Eu apenas o ignorei, desviando o caminho para o estacionamento.

Corinne não devia estar pensando muito bem quando decidiu dormir com ele.

E falando nela, a garota se aproximou de nós, mas não parou. Ela apenas me olhou com desdém e nem chegou a cumprimentar o Steven, que se aproximou dela e segurou sua cintura.

— Oi gatinha. — falou alto o suficiente para que ouvissem no Japão.

Sem querer acompanhar aquela ceninha desnecessária, continuei meu caminho até o lado de fora, deixando Corinne e Steven para trás.

— Vamos sentar comigo, amor. — o garoto falou, ainda em voz alta.

Segui em frente e virei em outro corredor. Se Steven estava tentando me provocar, infelizmente estava conseguindo. E estava usando justamente meu único ponto fraco.

Steven e eu nos conhecemos no meu primeiro ano de faculdade. Ele havia conseguindo uma bolsa por ser jogador de basquete, o que significava que ele tinha uns bons 1,90m. O que também significava que ele era maior que eu.

Quando eu era o calouro, Steven foi meu tutor e amigo, até que uma certa rivalidade nasceu entre nós. No final, nossa “amizade” acabou e nos tornamos concorrentes no quesito “popularidade”, e ele fazia de tudo para me provocar. Certa vez, ele ficou com uma ex-namorada minha justamente porque ela era minha namorada.

Pra ser sincero, eu nunca quis nada disso. Foi divertido ser o popular desejado, no Ensino Médio, mas quando decidi entrar pra faculdade, procurava algo diferente.

Não há muita diferença entre os dois, afinal.

Cheguei no estacionamento e segui até meu carro. Quando cheguei, destranquei-o e entrei. Ao me sentar no banco macio e fechar a porta, soltei um longo suspiro. As outras aulas que viriam não eram tão importantes, então coloquei a chave na ignição, girei e liguei o carro. Quando percebi, já estava dirigindo na avenida.

Me sentindo um pouco mais aliviado, respirei bem fundo e acelerei.



Toquei a campainha. Nada aconteceu. Toquei novamente e pude escutar alguns gritos dentro da casa. Suspirei e Corinne finalmente abriu a porta para mim. Sua expressão não era das melhores mas, ao me ver parado à sua frente, a mesma pareceu suavizar.

— Não cheguei num bom momento? — perguntei, me referindo ao que acabara de acontecer.

— Na verdade, chegou no momento perfeito. — ela agarrou meu pulso e me puxou para a rua, fechando a porta atrás de si. — Vamos.

— Para onde?

— Qualquer lugar.

Ela entrou em meu carro sem dar mais explicações. Eu, claro, apenas a acompanhei. Entrei no lado do motorista e nos tranquei lá dentro.

Ficamos alguns instantes em silêncio, até que Core olha para mim e pergunta:

— O que faz aqui, Ian?

Dei de ombros.

— Vim falar com você. Pedir desculpas pelo o que quer que eu tenha feito.

Ela apenas assentiu e encarou a rua pelo parabrisas.

— Não vai ligar o carro? — perguntou, colocando o cinto.

— Oh, claro.

Coloquei o cinto e liguei o carro. E então, partimos sem um destino certo.

Enquanto eu dirigia, arrisquei um olhar para a garota ao meu lado. Corinne havia aberto a janela e estava apoiada em uma de suas mãos encarando a rua, enquanto o vento esvoaçava seus cabelos. Fico me perguntando o que havia gerado aquela gritaria em sua casa.

Corinne vivia só com o pai em uma casa pequena, no subúrbio de Malibu. Nos conhecemos alguns anos antes de sua mãe morrer, e quando aconteceu, seu pai — que era um homem bom e simpático — começou a beber e ficar violento. Ele saiu do emprego, o que significava que Corinne quase não tinha dinheiro para se sustentar, e estava constantemente embriagado. A única salvação de Core era um emprego de meio período de garçonete, numa lanchonete perto da praia.

Antes do álcool, o sr. Rogers era bem receptivo comigo. Tanto que eu passava noites seguidas em sua casa. Ele e a sra. Rogers me adoravam, assim como meus pais sempre gostaram de Corinne. Mas, depois da morte da esposa e da bebida, ele simplesmente me proibiu de ir à sua casa e não queria que Core andasse comigo. Obviamente ela o ignorou, e talvez isso fosse o motivo daquela gritaria.

— Seu pai estava bêbado, não é? — perguntei, por fim.

Corinne apenas suspirou.

— Foi uma péssima ideia ter ido até sua casa.

Ela olhou para mim e balançou a cabeça.

— Não foi. Eu precisava sair de lá e você havia chegado na hora certa.

Sorri.

— Ao seu dispôr, madame.

Core deu risada.

O resto do caminho foi silencioso, até que deixei o carro num estacionamento e arrastei a garota até a praia. Corinne não parecia muito animada, mas a obriguei a fazer um passeio comigo.

Estávamos sentados na areia, tomando um sorvete e conversando, quando o assunto chegou em bebês.

— E seu padrinho? A noiva dele já deu à luz? — a garota perguntou, lambendo um pouco do seu sorvete.

— Não sei. Acho que não. — suspirei. — Minha mãe está grávida novamente. — soltei sem motivo algum.

Corinne me encarou com os olhos arregalados.

— Jura? — assenti, olhando o mar. — Que incrível, Ian! Esse é… O que? O quinto filho?

— Sexto.

— Sexto filho? Uau. Seus pais não cansam de ter filhos?

Eu dei risada. Esse não era o problema.

— Na verdade, eles não cansam de fazer sexo. — respondi. — Nem parece que brigam o tempo todo.

Core deu de ombros. Ela realmente achava tudo isso muito incrível.

Diferente de mim, Corinne sempre admirou minha mãe por ter cinco filhos. Ela acompanhou cada gravidez, desde a Georgia (que é sete anos mais nova que eu) e quer ter tantos filhos quanto minha mãe. Até mais, se for possível, nem que sejam adotados.

Sempre achei isso uma loucura. Eu cresci assistindo bebês entrarem em minha casa, e ajudei meus pais a criar cada uma das minhas irmãs (com exceção das mais novas, as gêmeas). Sei como bebês dão trabalho e a última coisa que desejo na minha vida é um filho.

— À propósito, Core. — lambi um pouco do meu sorvete. — Você e o Steven…

Ela rolou os olhos e soltou um suspiro alto.

— Nós não estamos namorando, certo? Só para deixar bem claro. — afirmou. — Foi apenas uma noite… Eu estava afim, ele também, e então… foi.

Chegava a ser assustador o modo como ela falava. Como se dormir com um babaca como o Steven fosse algo banal. Como se sexo fosse algo banal.

— Ah. Certo. — falei, ainda meio perplexo. — Tudo bem. Mas, mesmo assim, Core, tome cuidado com o Steven. Ele só quer isso de você: sexo. E quanto mais fácil, melhor pra ele. Não caia em sua conversa, Corinne.

A menina assentiu e me olhou com um sorriso.

— Desculpe por ter agido daquele jeito com você. Sei que não gosta do Steven, por isso não quis comentar nada. E quando me ligou ontem à noite, fiquei imaginando o sermão que me daria. — ela riu fraco. — Você foi mais compreensivo do que pensei que seria.

Passei um braço ao redor de Core e a puxei para mim.

— Você é minha melhor amiga, e eu sempre vou te apoiar. E se você resolver namorar com o Steven, não vou reclamar. — falei.

— Tem certeza? — confirmei com a cabeça. — É bom saber, porque o Steven e eu estamos namorando.

A encarei.

— Mas você acabou de falar que...

— Te peguei! — ela exclamou, pressionando seu sorvete em meu rosto.

Enquanto eu tentava entender o que  acabara de acontecer, Corinne se levantou e correu para longe. Não vi para onde, pois meu rosto estava sujo de sorvete. Tudo o que fiz foi tirar o doce gelado do meu rosto e (tentar) limpar com o guardanapo que veio com ele.

— IAN! — ouvi a garota gritar ao longe. Apenas a ignorei e me levantei, indo em direção ao mar para lavar o que sobrou do sorvete em meu rosto.

Enquanto eu o fazia, não conseguia enxergar nada ao meu redor. Então, não vi quando Corinne se aproximou, muito menos quando pulou em mim, me derrubando na água.

Levantei-me rapidamente, enxugando o rosto, e a encontrei rindo de mim. A encarei com um olhar raivoso, mas isso não pareceu preocupá-la.

— A água está boa, Pumpkin? — ela perguntou, entre risos, me chamando pelo meu apelido de infância (que eu odeio).

Nunca entendi muito bem o sentido desse apelido. Minha mãe disse que, quando eu era um bebê, tinha um chapéu que parecia uma abóbora, o qual eu não tirava de jeito nenhum. Desde então, passaram a me chamar assim.

Hoje em dia, esse apelido é constrangedor e infantil demais para um cara de vinte anos.

Ao perceber que não expressei nenhum sorriso em nenhum momento, Core parou de rir e me encarou com seriedade.

— Ian? Está tudo bem?

Apenas me aproximei dela e segurei seus ombros. Ela continuou me olhando, esperando eu dizer alguma coisa.

Esperei mais alguns segundos, apenas para deixá-la mais ansiosa.

— TE PEGUEI! — gritei, a agarrando pela cintura e colocando sobre meus ombros.

Corinne começou a gritar desesperada, implorando para eu soltá-la, mas apenas dei risada e corri para mais fundo, na água. Ao perceber o que eu faria, ela esperneou e gritou, e eu a joguei no mar. Core passou alguns segundos mergulhada até que voltou à superfície e tomou ar.

Quando voltou à si, eu quem recebi a encarada raivosa.

— Você não fez isso. — questionou, com os braços cruzados.

— Quer um segundo round? — brinquei.

Ela suspirou e me deu aquele olhar de “corra” que eu conhecia muito bem. Dei risada e a obedeci.



Estacionei em frente à minha casa e saí do carro. Corinne saiu logo após e me acompanhou até a porta dos fundos. E, assim que entramos, encontramos Melissa com uma das gêmeas no colo, tentando acalmá-la. Quando ela me viu, suspirou aliviada.

— Finalmente! — ela exclamou e veio até nós. — Duas babás, uma para cada xerox. — estendeu a garotinha em nossa direção.

Me afastei um passo das duas meninas.

— Como você pode perceber, Melissa, Corinne e eu estamos cobertos de areia. — apontei para meu corpo.

Melissa apenas deu de ombros.

— As gêmeas precisam tomar banho, de qualquer modo. — e deixou a única das meninas que havia herdado os olhos verdes do meu pai, em meu colo. Anne parou de chorar no mesmo momento. — Agora, se me dão licença, vou terminar de me arrumar. — ela olhou para a garota trás de mim. — Oi Core.

— Oi. — Corinne respondeu.

Lissa sorriu e seguiu pelo corredor até as escadas.

— Melissa! — chamei. Ela olhou para trás. — Onde estão os outros?

Ela pensou por um momento.

— Mamãe saiu com a Geo, papai não chegou ainda e Claire está dormindo, diferente da sua gêmea do mal. — falou e fez uma careta à Anne, que lhe mostrou a língua. Dei risada. — E eu vou sair com a Spencer. Então tchau. — ela se virou e subiu para terminar de se arrumar, como havia dito.

Suspirei e olhei para Corinne.

— Sobrou para nós. — falei.

— Hã… na verdade… — a garota começou, mordendo o lábio inferior. Ela sempre fazia isso antes de dar uma desculpa. — Eu tenho que trabalhar, Ian. Só vim para me limpar, mesmo.

Tomei bastante ar e o soltei, tentando manter a calma. Só de imaginar passar algumas horas com as gêmeas, meu sangue já se aquecia.

Elas eram experts em me tirar do sério.

— Certo. Pode usar o banheiro do segundo andar. — olhei para Anne, que ainda não havia dito nenhuma palavra. — Pode dar um banho nela, por favor? Levo toalha pra vocês daqui a pouco.

Corinne assentiu e pegou Anne de meu colo. Logo elas sumiram no mesmo caminho de Lissa.


Minha família sempre adorou Corinne, tanto que ela é considerada uma Styles tanto quanto eu ou as outras meninas.

Corinne dormia em minha casa sempre que precisava, e se juntava a nós no dia de Ação de Graças. Passávamos os feriados de Natal e Ano-Novo, Páscoa ou qualquer outro dia juntos, em família. Core quase morava aqui, só não morava mesmo por causa de seu pai, pelo qual era responsável, e não o contrário.

Esse era o legal da minha família. Éramos unidos apesar das brigas que sempre ocorriam, principalmente por sermos uma família muito grande. Desde que era apenas minha mãe, minha bisavó e eu, nunca nos deixamos na mão. Quando meu pai chegou e a família passou a crescer, o laço que nos unia se fortificou, e todos nos amávamos profundamente. E então, quando a mãe de Corinne morreu e seu pai deixou de fazer o papel de pai, nós a acolhemos. Era isso que fazíamos.

Mesmo que eu odiasse admitir, gostava disso. De termos tantos Styles (de sangue ou não). Havia algo reconfortante em ter uma casa barulhenta e cheia. Ela, simplesmente, parecia mais quente e aconchegante. Isso era incrível.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Se sim, deixem seus comentários e opiniões. Se não, deixem também, aceito qualquer tipo de crítica.
Agora sim, só na outra semana (sem ser essa, a próxima).
Abraços.


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