Olívia acordou com o barulho ensurdecedor de um caminhão que em sua opinião não podem transitar em um domingo, já que, esses dias, deveriam ser repletos de total silencio, uma bela cama bem confortável e talvez alguma comida mais tarde. Mas como aquele maldito caminhão se recusava a cumprir as regras de domingo de Olívia ela se levantou, foi até a escada e viu e sua mãe no andar de baixo que, assim como todos os outros domingos, preparava o café cantando alguma música do Bon Jovi.
POV Olívia:
- MÃÃÃÃEE!!!! AQUELE CAMINHÃO FILHO DA MÃE NÃO ME DEIXA DORMIR!!!!
Sério? Em pleno domingo um caminhão muito filho da puta por sinal está parado em frente a casa ao lado e ele está fazendo um barulho mais que infernal. Que belo jeito de pedir uma boa recepção esses novos vizinhos de hoje em dia tem, não é mesmo?
- Bom dia Olívia! Que bom te ver tão cedo de pé nesse adorável domingo... – Minha mãe está de muito bom humor, o que me deixa puta da vida já que eu estou péssima.
- Mãe, eu não estaria acordada nesse “adorável” domingo se aquela porra de caminhão não tivesse me acordado!!!
- E o que você quer que eu faça querida?
- Vá lá e mande desligarem o maldito.
- Olívia, é completamente improvável que eu faça isso então esqueça.
- E o que você quer que eu faça?
- Que se levante mais cedo hoje e venha tomar café comigo.
- Mãe, é completamente improvável que eu faça isso então esqueça.
- Vamos Olívia, é domingo, o dia está lindo e aquele caminhão significa que nós temos novos vizinhos que vamos visitar mais tarde, ok?
- Nós ainda estamos discutindo a probabilidade das coisas? Porque isso também é completamente improvável da minha parte, já que eu detesto pessoas medíocres e tem uma grande probabilidade dos novos vizinhos serem pessoas medíocres. A nossa experiência com a Srta. Gertrudes não me deixa mentir.
- A Srta. Gertrudes te adorava.
- Ela ficava apertando ss minhas bochechas e me chamando de gracinha...
- E você pintou o gato dela de azul.
- Aquele gato idiota comeu o meu peixe! - Tentei justificar.
- Você sabe que ele derrubou o aquário por acidente...
- Eu sei! Derrubar o aquário foi acidente, o meu peixe garganta abaixo não foi... Ainda bem que ela se mudou e levou aquele cheiro de vaselina pra Nova Iorque. Me lembre de agradecer a ela todos os dias da minha vida por me permitir um nariz livre.
- Já chega Olívia. Vá se arrumar e desça. Eu só tenho tempo pra ficar com você aos domingos e você sempre desperdiça a maior parte deles dormindo. Você não sente minha falta?
- Claro que sim mãe... – Resolvi ceder. Minha mãe, a excelentíssima Dra. Anne Cooper, é médica oncologista, a melhor da região devo acrescentar, e está sempre ocupada com o hospital, mas aos domingos ela tem o dia de folga e tenta passar o tempo comigo e meu irmão Josh que, por incrível que pareça, cursa medicina e só vem pra casa um fim de semana por mês. Meu pai, o Sr. Mark Antony, e minha mãe se separaram à quatro anos quando ele cansou de ter a esposa somente nos fins de semana. Foi uma época bastante difícil, mas já superamos a coisa toda. Hoje ele vive com sua nova esposa Emelie do outro lado da cidade. Ele sempre me visita e eu passo alguns dias da semana com eles. Josh os despreza, mais pra proteger a mamãe do que por não gostar deles de fato. Mas eu gosto bastante deles e os acho muito felizes juntos. Eu realmente os considero parte da minha família. – Vamos fazer assim mamãe, eu vou me trocar e já desço para passamos o dia juntas ok?
- Ok... – Ela disse isso muito desconfiada – Então eu vou fazer suas panquecas favoritas ok? – Vejam só, minha própria mãe querendo me comprar com panquecas.
-Ok.
Fui para o meu quarto, ignorei o fato de minha cama suplicar por mim e fui direto para o banheiro tomar banho. Depois de me arrumar desci as escadas, acariciei meu belo labrador Hunter e beijei minha mãe que estava impressionada por eu ter realmente descido as escadas e dispensado meu imaculado kit travesseiro, cobertor e colchão. As panquecas estavam absolutamente deliciosas nós comemos assistindo desenhos na sala.
- Filha, você sabe que eu te amo não é?
- Se for pra eu analisar o fato dessas panquecas estarem incríveis, sim eu sei. Agora, se for pra analisar o soco não dado no motorista do caminhão, não eu não sei. – Brinquei.
- Olívia, Fala sério!
- Claro que sei mãe. E também te amo.
- Que bom querida. É que eu fico meio chateada de te deixar tanto tempo sozinha nessa casa.
- Mãe, eu gosto de ficar sozinha, especialmente quando não tem caminhões escandalosos na nossa rua – Ela riu – E eu não estou sozinha, o Hunter está sempre aqui comigo, a não ser quando vai namorar a Fifi da casa no fim da rua. – Rimos juntas. – Além do mais eu já me acostumei.
- Você entende o motivo de eu trabalhar tanto não é?
- Claro mãe, eu sei o quanto é importante salvar vidas pra você e eu fico muito orgulhosa por isso. Está tudo bem comigo.
- Muito obrigada filha – Ela parecia a ponto de chorar – Obrigada por entender o quanto o quanto eu me importo com isso – Eu não estava errada, ela desabou no choro – Eu te amo Olívia.
- Também te amo mãe – Eu a abracei – Está tudo bem.
Passamos alguns minutos abraçadas até eu cansar.
- Tudo bem. Chega de choro. Foi pra isso que eu acordei de madrugada hoje?
- Olívia, tecnicamente oito da manhã não é madrugada.
- É madrugada pra mim, e é isso que importa. – Ela riu.
- Tudo bem. E sobre os novos vizinhos, vamos visitá-los?
- Mamãe, você quer ter outra conversa sobre pessoas medíocres e Srta. Gertrudes?
- Não Olívia, eu não quero. Eu quero que você venha comigo. – Ela disse caminhando até a porta.
- Ok. Você ganhou. Vem Hunter!
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