POV CHARLIE
Sexta-feira
- Chalieeeee! Levantaaaa! – Frederich balançava o meu braço.
- Que foi? – Disse ainda sonolento.
- Você tem que me levar na casa do Patrick. – Ele caminhou em direção à porta.
- Que horas são? – Eu perguntei confuso.
- 8:40hs. – Ele parou.
- Que dia é hoje? – Me sentei na cama.
- Sexta... Charlie, você ta bem? – Ele me olhou preocupado.
- Sim... É que a Olívia não me chamou hoje antes de ir pra escola. Será que fiz alguma coisa?
- Hoje é feriado, não tem aula, relaxa. Ela deve estar dormindo ainda. E como assim “ela não te acordou”? – Percebi que falei demais.
- Não é nada Fred. Vá se arrumar, eu já vou te levar. – Ele me lançou um olhar divertido, mas de repente seu rosto ficou vazio e ele olhava pra um ponto atrás de mim.
- VOCÊ VOLTOU A TOMAR SEU REMÉDIOS??? – Ele praticamente gritou olhando com os olhos arregalados para o pequeno frasco de comprimidos que estava na minha escrivaninha.
- Sim... – Resmunguei meio grogue de sono.
- QUANDO E POR QUE, EM UM MILHÃO DE ANOS, VOCÊ VOLTARIA A TOM... – Ele parou – OLÍVIA! FOI POR ELA? AH MEU DEUS, É CLARO! – Ele gritava como se tivesse feito a descoberta do século.
- Frederich. Pare de gritar, ela vai ouvir... – Ele colocou as duas mãos na cabeça tentando se acalmar.
- Você definitivamente devia pedi-la em namoro. – Ele me olhava sério.
- O quê!? – Eu falei um pouco mais alto.
O fato é que eu nunca pedi uma garota em namoro, até porque isso nunca passou pela minha mente. Nem mesmo agora com Olívia.
Eu nunca entendi isso de namoro e tal, se duas pessoas querem ficar juntas é só elas ficarem. Não precisa desses pedidos formais ou algo assim, eu nunca tive esse problema com nenhuma garota, ou melhor nunca tive tempo de ter problemas desse tipo. Tudo bem que com Olívia é diferente, na verdade, é COMPLETAMENTE DIFERENTE, mas eu não sei se precisa de um pedido de namoro. Eu não entendo essas coisas ainda.
- Você-devia-pedi-la-em-namoro. Qual parte não entendeu? – Ele se sentou em minha poltrona e pude perceber o quanto ele ainda estava alterado por eu ter voltado a tomar meus remédios depois de anos.
- Eu entendi o que você disse Frederich. Mas namoro? Sério? Você sabe que eu nunca liguei pra esse negócio, o que um pedidinho de namoro mudaria ou impediria? – Ele revirou os olhos.
- Charlie meu caro... Você realmente não entende nada sobre uma relação sadia não é mesmo? – Ele falou como se tivesse séculos de idade e experiência.
- Ah e você entende pra caralho, não é? – Debochei.
- Entendo mais que você, e você sabe disso. – Ele me apontou um dos dedos. Sem escolha, balancei a cabeça positivamente. - Um “pedidinho de namoro” muda simplesmente tudo. É como uma confirmação que vocês estão juntos, sabe? Como um “talvez” que se torna “com certeza”, e se o pedido for bom se torna um “com fucking certeza”.
- Mas nós já estamos juntos... – Tentei.
- Charlie! Para de ser mole! – Ele se levantou da poltrona e veio na minha direção. – Cadê o Charlie decidido? Garotas gostam de caras com atitude. Então tenha atitude!
- Fred, eu nunca fiz isso. Eu nem sei onde levá-la sem parecer estar encenando um filme da Disney.
- Leva ela até o lugar que eu te mostrei ontem.
Pensei um momento e me lembrei de ontem quando Frederich me puxou pro meio de um bosque que fica na frente da escola dele. No começo eu achei que ele estava ficando louco, mas quando notei, estava rodeado por árvores cor de rosa. O cenário era com certeza um dos mais bonito que eu já vi.
- Fred, eu não sei se você entendeu o que eu disse. É pra NÃO PARECER um filme da Disney. Esquece, Olívia sabe que eu a amo. Um pedido de namoro é desnecessário.
- Charlie, Charlie... – Ele balançou a cabeça como se eu fosse a maior decepção da vida dele – Se você não pedir, alguém vai aparecer e pedir por você. – Ele saiu do quarto.
Eu paralisei. Isso seria possível? Será que a droga desse pedido era tão importante assim?
Mas que droga de irmão eu tenho, como se não bastassem as milhares de dúvidas que pairam sobre minha cabeça, eu ainda tenho que aguentar esse idiota me fazendo ter mais dúvidas ainda. E o pior, ele me convenceu.
Me levantei e fui para a janela. Olívia realmente ainda estava dormindo.
- Olíviiiaaaa! – Cantarolei alegremente tentando dissipar a frustração de ter perdido uma discussão com o idiota do Fred.
Ela não respondeu.
- Olívia! – Eu estava sem paciência e peguei meu travesseiro – OLÍVIA! – O taquei.
Ela se levantou rindo e tirando o travesseiro do rosto.
Quando vi seu sorriso tudo parou. Eu fiquei calmo novamente e pude sentir a paz que sempre sinto quando estou com ela. Ela é perfeita.
- Vingança? – Ela agitou o travesseiro no ar.
- Sim – Sentei na cama. – Eu vou sair, vou levar Frederich pra casa de um amigo dele.
- Sua mãe sabe? – Ela me olhou desconfiada como se estivesse presenciando um crime.
- Acho que sim, ele está ligando pra ela desde quinta tentando convencê-la. Conseguiu hoje de manhã. – Inventei.
Na verdade minha mãe tinha adorado a ideia de ele sair de casa, como se ele estivesse mais seguro na casa de um desconhecido que comigo. E ela até disse pra ele ficar lá até domingo, mas é claro que eu discordei e iria buscá-lo amanhã.
- Ele é bem persistente... – Ela disse.
A minha vontade era responder: “Pois é menina, acredita que ele até me convenceu a te arrastar pro meio de um bosque e te pedir em namoro? Que idiota não é?”
Mais é claro que o que respondi foi:
- Pois é... Vamos sair hoje? – Fui direto demais?
- Claro, onde iremos? – Ela se animou.
- Espere e verá... – E dei uma risada assustadora.
Depois de ter feito eu tive um segundo pra refletir e...
MANO DO CÉU. POR QUE CARALHOS EU FIZ ISSO??? TÔ PARECENDO UM RETARDADO AGORA.
- Me desculpe senhor, mas, eu tenho que trancar todas as portas e chamar a polícia no momento... – Eu ri nervoso, acho que devo agradecer por Olívia levar tudo na brincadeira.
- É sério, é surpresa. – Me recompus.
- Ok...
- Charlieeeeeeeee!!! – Era Frederich – Vamos logo!
- Eu vou. Mas eu volto. –Lhe mandei um beijo – Vamos tomar café juntos depois?
- Ok. Me chama quando voltar.
- Ok. – Coloquei a primeira roupa que vi pela frente e desci.
- Chamou ela pra sair não é? – Fred debochou – Eu achei que nunca veria você me obedecendo, mas veja só, eu estava errado.
- Idiota! – Dei um tapa na cabeça dele – Pare de falar como se tivesse 70 anos de idade.
Ele riu e nós saímos. Quando voltei, deixei minha moto em casa e fui chamar Olívia. Bati na porta vária vezes mas como ela não respondeu, entrei, já que a porta dos fundos estava aberta. Subi as escadas e antes de entrar em seu quarto ouvi o barulho do chuveiro. Por mais que eu quisesse entrar, resolvi descer e fazer panquecas pro café da manhã.
- Charlie? – Ouvi ela do alto da escada quando estava quase terminando.
- Não, eu sou um ladrão. É que eu senti fome e resolvi deixar o plano “roubar sua casa” pra mais tarde, aliás, você gosta de panquecas? – Brinquei.
- Desculpe senhor ladrão, mas a que horas eu começo o plano “ligar pra polícia”? E sim, eu adoro panquecas. – Ela disse entrando na cozinha.
Ela se aproximou me abraçando enquanto eu cozinhava. É engraçado como eu me senti bem com o abraço dela, principalmente se eu lembrasse que há algum tempo atrás eu estaria praticamente me contorcendo de ânsia se uma das garotas com quem estive fizesse isso.
- A gente revê esses planos mais tarde ok? – Me virei a beijando – Desculpe ter entrado sem avisar, você tem que aprender a trancar as portas. É perigoso você ficar sozinha com as portas da casa abertas.– Era verdade, em uma rua tão monótona como a nossa é perigoso deixar tudo aberto.
- Relaxa, eu tenho um segurança. O nome dele é Charlie, você conhece? – Se sentou na bancada.
- Acho que já ouvi falar... Mas é sério, mantenha as portas trancadas.
- Mas se eu trancar as portas como é que um ladrão vai entrar pra me fazer panquecas? – Ela continuou brincando e eu desisti.
- Olha, eu dou meu jeito ok? Seu irmão chega quando?
- Amanhã, acho que umas 7 da manhã. E por falar nisso, minha mãe possivelmente não vai estar no almoço domingo.
- Por quê? Minha mãe vai ter um ataque. – Ela riu.
- Ela foi pra casa de praia do médico bonitão que eu agora julgo ser namorado dela. – Ela tinha me contado sobre o encontro, mas me disse também que era o primeiro relacionamento em muito tempo e eu fiquei um pouco surpreso com a última notícia.
- Não era só um encontro?
- Eu sei. Mas acredito que ela só vai voltar domingo à noite. –Foi aí que minha ficha caiu e notei que estava sorrindo como uma criança que ganhou um cartão sem limites pra comprar todo o chocolate do mundo.
- Então hoje somos só eu e você.
- Acho que sim – Ela sorriu, parecia sem jeito. Pensei na possibilidade de ela ainda ser virgem e isso significava que eu teria que pegar leve com ela se rolasse alguma coisa. O problema é que chega a ser uma piada. Principalmente pra mim que tenho um histórico completamente sádico.
- Está pronto, vamos comer? – Mudei de assunto.
- Sim. –Nós fomos pra sala.
Comemos assistindo um desenho qualquer, e depois de eu tempo me aproximei a abraçando. E quando ela se aninhou em meu peito, pensei no que Frederich havia me dito e talvez ele tivesse razão quanto a esse pedido de namoro. Quer dizer, pelo que eu pude perceber, Olívia é uma pessoa romântica e talvez esse pedido a deixaria apaixonada o suficiente pra jamais me deixar, mesmo se por um acaso do destino ela descobrir meu passado. E eu sei que se ela me deixasse isso me destruiria. Mas e se eu estragar tudo? E se eu só conseguir fazer ela constatar que na verdade eu sou um idiota?
Estava perdido em pensamentos quando percebi que minha respiração acelerou, assim como meus batimentos cardíacos. Comecei a sentir falta de ar, minha boca secou e o meu corpo começou a avisar que tinha algo faltando. Não precisava ser um gênio pra saber que eram os efeitos colaterais do meu maldito remédio. Eu tinha que sair dali.
- Vamos sair depois do almoço que eu vou fazer, ok? – Disse me levantando rápido.
- Ok chefinho. Eu te ajudo.
- Não. – Eu quase gritei e ela me olhou desconfiada – Eu cuido do almoço. Você faz o que quiser, eu te chamo quando estiver pronto – Ela ainda não estava satisfeita – Faz parte da surpresa. – Estava começando a me desesperar.
- Ok... Eu vou pro quarto então... – Ela me deu um beijo que eu teria aproveitado mais se não tivesse sufocado – Tem certeza que não quer ajuda?
- Não meu amor, eu te chamo quando estiver pronto – Consegui dizer antes de praticamente correr pra cozinha.
Peguei um copo de água e me sentei em uma cadeira da mesa, tirei o pequeno frasco do bolso e tomei um comprimido. Deitei minha cabeça sobre a mesa tentando controlar minha respiração.
Basicamente a solução que os médicos encontraram pra eu sempre tomar meu remédio é me viciar nele. Quando eu tivesse abstinência não teria escolha. Minha mãe achou a ideia maravilhosa.
Você deve estar se perguntando o porquê e pra que eu tomo esses remédios.
Espero que estejam confortáveis porque é a hora da história.
Eu nunca fui de fato normal e quando eu tinha 13 anos minha mãe decidiu que eu precisava ser analisado. Nas primeiras consultas os médicos perceberam que eu tinha ataques de agressividade e me deram esse calmante viciante pra controlar. Eu odiava as consultas e os remédios e por isso eu cometi meu primeiro... Humm... Delito. Acho que posso usar essa palavra. Claro que minha mãe ficou desesperada quando eu contei o que eu tinha feito e ela descobriu que eu não estava mentindo, mas como não me ligaram ao crime, afinal, eu sempre fui muito cuidadoso, ela continuou vivendo a vidinha medíocre dela.
Um dia, um dos médicos descobriu qual era o meu real problema, e ela com medo que descobrissem o que eu fiz, simplesmente juntou as tralhas, eu e Fred e mudou de cidade. Isso me deixou completamente louco de raiva e cometi vários outros crimes, já que tinha tomado gosto por aquilo.
Eu também parei de tomar os remédios, apesar de ter ficado completamente debilitado, e um dia quando ela estava distraída coloquei um dos remédios na bebida dela, ou seja, paguei a maldita com a mesma moeda. Não faz muito tempo que ela conseguiu se livrar do vício e eu ainda não me arrependo do que eu fiz.
Agora vem a pergunta “Charlie, se esses remédios te fazem tão mal, por que você voltou a tomar?
Olívia. Essa é a resposta. Eu não quero que ela presencie uma mudança de humor terrível se por um acaso eu ver algo que me desagrada. Eu realmente tenho uns ataques de vez em quando e o remédio me acalma, porém nunca me impediu de brincar com pessoas e isso foi uma grande frustração pra minha mãe.
Quando consegui me acalmar fui fazer o almoço. Acabei fazendo uma lasanha simples e também arrumei uma cesta pra fazer um piquenique no parque e, embora que todo o meu anti-romantismo gritasse desesperadamente pra eu esquecer aquela ideia, eu sabia que tinha que fazer isso. Quando estava tudo pronto fui chamá-la. Bati na porta e entrei.
- Olívia está pront... Droga... – Abaixei minha cabeça. Eu já devo ter dito milhares de vezes, mas não me canso, ela é perfeita. A minha vontade era jogar ela na cama e ceder a todos os desejos que tem me incomodado ultimamente – Você não vai facilitar mesmo pra mim, não é? Você tá linda. – Eu a beijei calmamente tentando me contentar apenas com aquilo. – Vamos almoçar? – Disse quando nos separamos.
- Vamos... – Ela sorriu, doce.
- Quando vocês vão parar de zoar com a minha cara? – Ela perguntou assim que chegamos à cozinha. Eu tinha ficado tão concentrado em tomar meu remédio e me acalmar que nem percebi que preparei o maior fracasso de Olívia, então apenas ri pra socializar.
Almoçamos e saímos na minha moto. Logo chegamos ao parque. Peguei a cesta que tinha dado a ela antes de sairmos de casa e a puxei pela trilha já conhecida.
- Charlie, a entrada é por ali. – Ela apontou pra entrada.
- Eu sei. Mas quem disse que a sua surpresa é lá? – Pisquei pra ela, tentando não a deixar com medo.
Algum tempo depois estávamos cercados pelas árvores cor de rosa. Olívia estava boquiaberta e eu feliz por tê-la impressionado. Estendi a toalha debaixo de uma das árvores e ela depois de ter observado o local me olhou esperando uma explicação.
- O Frederich achou esse lugar, ele me mostrou ontem. Não sei se você reparou, mas do outro lado da rua tem uma escola. Ele estuda lá. Então, quando eu vi isso achei incrível e decidi te trazer. Exagerei? – Expliquei inventando um pouco o final.
- Não Charlie. Eu adorei. Nunca alguém fez isso por mim. Tá tudo... Perfeito. – Ela sorriu do jeito mais doce que existe. – Por que será que esse lugar não fica visível para o parque? As pessoas deveriam ver esse lugar...
- Preservação. Na verdade tem uma placa ali – Apontei pra placa atrás dela – Proibida a entrada, área de preservação ambiental – Ela riu.
- Então nós somos criminosos? – Aquilo me perturbou um pouco, não que ela tivesse dito algo ruim, o fato é que eu sou um criminoso.
- Eu diria delinquentes, mas se você prefere criminosos... – Brinquei disfarçando meu desconforto.
A puxei pra toalha e passamos a tarde brincando, comendo e conversando. Claro que surgiram perguntas sobre a minha antiga cidade e sobre minha vida e eu sempre conseguia me desvencilhar mudando de assunto. Eu até estava indo bem até ela me contar sobre um desgraçado chamado Peter que, ao que parece, a usou e sumiu sem dar explicações. Logicamente eu fiquei doido de raiva e agradeci mentalmente a mim mesmo por ter escolhido um ótimo momento pra voltar a tomar meus remédios, caso contrário eu teria tido um surto devastador.
No entanto, quando me deitei na toalha observando o céu e tentando bolar algo bom pra confortá-la percebi que eu era o pior animal pra dizer qualquer coisa que seja, afinal eu era um louco quando se tratava de relacionamentos.
- Tudo bem? – Ela se aproximou percebendo a minha mudança de humor.
- Tudo... É só que eu fiquei com raiva desse tal de Peter pelo que ele fez e me perguntei: como alguém pode ter feito isso com você? Mas o fato é que eu fazia coisas piores Olívia. Eu quero tanto ficar com você pra sempre, mas me sinto tão egoísta. Não posso te machucar como ele fez. – Claro que eu não queria ter dito a parte das coisas que já fiz, afinal eu trabalhei como um jedi pra não dizer nada sobre meu passado à ela, mas pra mim Olívia e controle sobre as ações simplesmente não andam juntas.
- Você não vai me machucar Charlie. Eu sei. Eu quero ficar com você também e nós vamos conseguir ficar juntos. – Ela disse séria, pra minha surpresa não se importando com o que eu já pudesse ter feito.
Eu a puxei pra perto e ela se aninhou em meu peito. Ficamos assim até eu sentir ela se separar de mim o suficiente pra olhar meu rosto e eu fiz o mesmo me perdendo em seus olhos.
- Pare de falar em me deixar. Nós nem ao menos tentamos ficar juntos e eu nunca senti por ninguém o que eu sinto com você Charlie. Nós podemos fazer isso se tentarmos. Eu te amo Charlie.
Foi naquele momento que eu tive certeza e naquelas palavras eu encontrei o sentido do tal pedido de namoro. Talvez Fred esteja certo. Talvez eu não pudesse perdê-la. Talvez ela seja minha cura. Talvez eu pela primeira vez eu queira ser curado.
Talvez eu devesse arrastá-la pra Las Vegas e me casar com ela. Não, calma Charlie, se concentra.
- Também te amo. E por isso... – Eu me sentei a puxando pra fazer o mesmo – Quero tornar oficial, eu nunca fiz isso, mas lá vai: Olívia Cooper quer ser minha namorada?
Eu disse tudo tão rápido e sem jeito que temi que ela não tivesse entendido. Passaram-se alguns poucos segundos que pareceram anos depois que eu a perguntei, e como eu não me desespero fácil, estava apenas quase me matando.
- Claro que eu quero Charlie! – Ela me beijou e daí em diante eu não sabia mais o que fazer.
Minhas mãos desceram até sua cintura e ela passou as pernas por minha cintura ficando em meu colo.
- Hora de voltarmos pra casa. – Ela sussurrou mordiscando minha orelha.
Um arrepio percorreu minha espinha e a frase “MANO DO CÉU O QUE EU FAÇO AGORA?” nunca fez tanto sentido. Eu estava completamente perdido.
- Ok... – Murmurei. Eu estava tão excitado quanto um adolescente que vê um filme pornô pela primeira vez.
Tentei me recuperar durante a volta pra casa e tive a plena certeza que tinha conseguido, mas quando ela passou pela porta de sua casa e eu basicamente a ataquei, percebi que eu estava errado.
Eu tinha desenvolvido uma espécie de virgindade psicológica, se isso é possível, e Olívia – que definitivamente não é virgem – conduziu absolutamente tudo enquanto eu só gemia e me rendia completamente a ela.
Eu não sei se foi o fato do meu controle estar na puta que pariu, ou se foi por ela me conduzir, ou porque eu estou completamente apaixonado por ela, ou pelos vizinhos terem aparecido por causa dos nossos gemidos gritados e coitado do bebê, ou se foi um combo de tudo isso, mas eu sei que foi a melhor noite que eu já tive em toda na minha vida. E eu quero ter noites assim pra sempre.
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