História Love Wins, Always. - Two

Saímos de casa com Hunter me carregando. É incrível como esse cachorro é forte e gosta de me carregar por aí.

Passamos pelo enorme caminhão e chegamos à frente da casa onde antigamente habitavam a Srta. Gertrudes e seus incríveis 39 gatos. E eu realmente não sei o porquê de ela ter se mudado pelo incidente com o gato já que ele foi o culpado da história. Na opinião dela eu era uma ameaça pros bichinhos. Mas tudo bem, eu posso viver sem ela e sua “turminha”.

- Eles vão demorar um tempão pra terminar isso – Disse minha mãe, reparando na quantidade de coisas que ainda tinham pra tirar do caminhão e com um ar suspeito de quem vai oferecer ajuda.

- Nem pense nisso. Eu não acordei pra ajudar gente estranha, alem do mais, olha quanta coisa eles tem, eles vão contratar alguém pra arrumar essa bagunça. Enfim, eles devem estar La dentro relaxando agora e eu vou fazer o mesmo na minha casa. Tchau.

Fui saindo rápido dando a volta no caminhão, quando avistei a porta de casa...

- Olá? – Mas que falta de sorte estou tendo hoje.

Me virei devagar pra me deparar com uma mulher loira de olhos muito azuis, mais ou menos da idade da minha mãe, sorrindo gentilmente pra mim.

- Oi! É... Eu sou Olívia, sua vizinha... E esse é o Hunter...

- Muito prazer Olívia. Sou Dakota. Seu cachorro é lindo. É muito gentil da sua parte vir me dar as boas vindas – Eu que o diga, pensei  – Eu queria mesmo falar com você...

- Olá, sou Anne Cooper, tudo bem? – Minha mãe nos encontrou.

- Ola Anne, Sou Dakota Sullivan. Estou muito bem, só com uma bagunça enorme pra arrumar como vocês podem ver.

- Eu sou mãe da Olívia moramos na casa ao lado.

- Ah sim. Eu queria conversar com vocês, eu reparei que os quintais dos fundos são juntos e...

- Sim os quintais... Bem, a antiga dona tinha muitos gatos e precisava de mais espaço, então cedemos o nosso quintal para ela, já que não o usamos.

- Sim, entendo. Eu só queria dizer que eu vou separar novamente – Ela disse calma – Não que eu desconfie de vocês ou algo assim. É só que meu filho mais velho é um pouco reservado e gosta de espaço então eu acho melhor...

- Tudo bem Dakota, sem problemas. Você tem quantos filhos?

- Dois. Frederich e Charlie. Eles te 10 e 17 anos. São ótimos, só tem um pequeno problema com o...

- Mamãe! – Um garoto loiro veio correndo até nós. Ele era absolutamente o garotinho mais fofo que eu já vi na vida e tinha um sorriso adorável.

- Fred, diga olá as nossas novas vizinhas.

- Oi. Que cachorrinho mais fofinho... – disse ele abraçando o Hunter.

- Oi – Eu e minha mãe dissemos juntas rindo de como aquele garotinho era meigo e carinhoso.

- Mamãe, você já viu meu novo quarto? Ele é enorme!!! Vem comigo! – Disse alegre e correu casa adentro.

- Bom, acho que tenho que ir agora. Foi um prazer conhecê-las. Nos vemos mais tarde?

- Claro. Até logo – Mamãe disse, satisfeita por ter incluído mais uma pessoa a seu pequeno circulo de amigos.

- Tchau – Eu disse, feliz por poder enfim voltar pra casa.

- Você viu que amores? – Disse minha mãe quando eles entraram.

- Ah claro mamãe... uns amores... – Eu disse irritada querendo voltar pra casa logo – Agora podemos entrar?

- Ok Olívia, vamos... Ei, eles deixaram um celular aqui - Minha mãe disse

Olhei em cima de uma das várias caixas espalhadas e vi que realmente alguém tinha esquecido o celular ali.

- Vá lá e entregue a Srta. Sullivan – Ela pegou o celular e me entregou.

- Ah mãe, fala sério! – protestei – Vai você, afinal, não foi você que os achou tão “graciosos”?

-Sim, mas vai ser você que vai lhes entregar o celular. Me dê o Hunter – disse ela pegando a guia de minhas mãos e indo pra casa.

- Mas que merda de domingo é esse? – murmurei.

Andei rumo a casa e foi aí que eu reparei, na janela do andar de cima onde um garoto estava me observando através da persiana. Eu não conseguia vê-lo direito, mas sabia que ele estava me olhando. Como ele não parava o encarei de volta pra que ele percebesse que eu o tinha visto e parar de me olhar daquele jeito, mas ele sequer se moveu, então fui eu que cedi e desviei o olhar, mais porque eu já estava chegando à porta do que porque eu perdi aquela pequena guerra. Bati na porta e foi Dakota quem atendeu.

- Olá novamente – disse ela sorrindo.

- Oi, então... Nós encontramos em cima de uma das caixas aqui fora então... – disse lhe entregando o celular.

- Ah! É o meu celular. Eu estava procurando ele. O Fred o pegou e deve ter esquecido lá fora. Muito Obrigada Olívia.

- Disponha. Ate mais. – disse quase implorando pra ir pra casa.

-Até logo – ela disse fechando a porta.

Me virei e fui na direção da minha casa e só por curiosidade olhei pra janela do andar de cima. E ele ainda estava lá. Esse cara deve estar brincando comigo.

 Mas alguns passos e olhei novamente e lá estava ele, imóvel. Ele não vai parar mesmo?

 Cheguei a minha varanda, e fingi mexer com algumas flores, ele ainda estava me olhando. Isso é um jogo por acaso?

 E antes de fechar a porta olhei de novo.

- Ah, foda- se.

- Foda- se o que Olívia? – Minha mãe perguntou

- Nada mamãe.

- Teve algum problema com a Srta. Sullivan?

- Não mamãe. Tudo bem. Devolvi o celular e pronto. Agora... Posso ir pro meu quarto?

- Não mesmo. Vem aqui comigo. Vamos fazer maratona de séries. – disse ela animada. Ela adorava séries de qualquer tipo e eu não era diferente.

- Ok senhorita. Só se for agora. – Me animei também.

O resto do dia foi assim. Séries, sanduíches de almoço, séries, mais sanduíches, séries e ainda mais sanduíches. Como eu havia previsto uma equipe chegou e colocou a mudança dos Sullivan pra dentro da casa e o caminhão barulhento se foi. Espero que para sempre. Espero também que ele exploda com o motorista junto.

E apesar de eu ter passado o dia vendo dezenas de capítulos de The Big Bang Theory com minha mãe rindo igual uma pata do meu lado, eu não consegui me esquecer do garoto me observando na janela mais cedo. Quando fui para o quarto já eram 01:30 da madrugada. Tomei um banho quente e me preparei para dormir. Deitei e tentei relaxar já que eu teria aula pela manhã, mas realmente aquele garoto e o jeito que ele me olhou mesmo com o meu olhar o fuzilando não me saiam da mente. Foi pensando nele que eu adormeci com a sensação de que eu estava sendo observada.