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História Love Wins, Always. - Eight


Escrita por: thepandarmy

Notas do Autor


Oiii Gente
Desculpem a demora, aqui estou eu.
Achei esse capítulo muito fofo
Espero que gostem :D

Capítulo 8 - Eight


Fanfic / Fanfiction Love Wins, Always. - Eight

POV  Charlie

Terça-feira

Acordei com algo batendo na minha cabeça, levantei assustado e olhei pela janela e lá estava ela, completamente linda.

- Bom dia -  Ela disse sorrindo. Eu já estava  completamente apaixonado por aquele sorriso.

- Bom dia -  Eu respondi retribuindo sorriso.

- Vem aqui, eu quero te contar uma coisa. -   Ela se virou e caminhou rumo a porta de seu quarto.

Eu saí do meu quarto o mais rápido que consegui e quase caí descendo as escadas. Saí de casa pela porta dos fundos e atravessei o quintal quase correndo. Ela já me esperava na porta da sua casa.

- Oi -  eu disse quando ela abriu a porta.

- Oi -  Ela se aproximou e me beijou e me puxando para dentro.

Eu entrei ainda a beijando e, com dificuldade, consegui fechar a porta atrás de mim. A pressionei contra o armário da cozinha e ela, em um movimento rápido, passou as pernas por minha cintura. Eu comecei a subir as escadas carregando-a para seu quarto, mal conseguindo respirar, meu coração estava acelerado e meu corpo inteiro tremia. Eu nunca em toda minha vida me senti tão nervoso e inseguro.

Enfim chegamos ao quarto e eu a deitei na cama. Tirei a blusa do pijama que ela usava e comecei a beijá-la novamente. Desci os beijos para o pescoço e podia ouvi-la gemendo baixinho embaixo de mim. Aquilo estava me deixando louco.

- Quero que você me machuque Charlie. -  ela disse de repente.

- O quê? - Eu me afastei. COMO ASSIM? Por que ela quer que eu a machuque?

- Eu quero que você me faça sofrer como você fez com as outras.- O desespero começou a tomar conta de mim.

- Olívia, eu NUNCA faria com você o que eu fiz com aquelas garotas!!!

- Charlie! -  Ela colocou uma faca nas minhas mãos. PUTA MERDA! -  Faça comigo o que você fez com as outras!

Ela guiou a faca que estava nas minhas mãos até seu pescoço.

- Me faça sofrer Charlie!

  Um sentimento terrível  me invadiu e eu não conseguia mais mexer. Senti algo batendo na minha cabeça e acordei.

- Mas que caralhos? -  Gritei me levantando em um pulo.

Ouvi uma gargalhada e me virei para a janela. Era Olívia e aquilo por sinal foi só um pesadelo.  

- Bom dia Charlie – Ela disse ainda gargalhando – Tá tudo bem?

- Bom dia... – Eu ainda estava me recuperando. Me joguei na cama me localizei o objeto que tinha me atingido. Era uma pelúcia – Como pagamento pelo puta susto que eu acabei de levar, essa bolinha fofinha agora é de minha propriedade.  –  Eu estava mais me referindo ao pesadelo do que a ela ter me acordado.

- Tudo bem senhor ladrão de pelucias fofinhas – Ela riu e parecia estar com um humor invejável  enquanto eu ainda estava muito apavorado com o pesadelo – Eu vou me arrumar pra escola. Até mais.

- Ok... - eu disse completamente desnorteado.

Resolvi tomar um banho e tentar tirar aquele pesadelo idiota da minha cabeça. Estava me trocando quando ouvi Olívia novamente.

- Charlie?

- Sim? –  apareci na janela.

- Eu estou indo pra escola... Você vai estar em casa quando eu voltar?

- Sim, por quê?

- Vou fazer sanduíches. Eu te chamo tá?

- Ok. Até mais tarde, boa aula. - Foi o que eu consegui dizer.

- Obrigada.- Ela saiu.

Eu corri pra janela pra vê-la indo e estava me sentindo um espião super discreto quando de repente, ela simplesmente se virou e acenou pra mim de um jeito doce. Como não vi outra alternativa resolvi acenar também me sentindo meio frustrado.

E ali estava eu, completamente apavorado com o fato de que iria na casa dela e nós ficaríamos sozinhos.

Eu sei que foi somente um pesadelo, mas foi real demais e eu nunca senti tanto medo e aflição, e olha que eu já vi medo e aflição o bastante pra uma vida. Acho que estou enlouquecendo. Eu nunca estive fora de controle e agora pareço um cego, mudo e paralítico no meio de um fuzilamento.

Eu não conseguia imaginar como eu poderia machucar a Olívia, eu não me perdoaria se o fizesse. Mas, me conhecendo eu sei que o melhor seria me afastar e esse pensamento abre um buraco no meu coração. Se é que eu tenho um.

Foi aí que eu tive a brilhante idéia. Frederich.

Desci as escadas e antes de conseguir terminá-las o chamei.

- Fred?

- Frederich. - Ele disse.

- O quê?

- Pra você é Frederich. Sempre foi e sempre será. - Ele estava lendo um livro e nem sequer me olhou enquanto dizia isso.

- Preciso de você. - Confessei me sentando ao seu lado.

- De novo? Isso tá virando rotina. - Ele ainda não tinha olhado pra mim e falava comigo como se a minha presença ali não precisasse ser notada.

- Frederich! - Peguei o livro e o joguei no chão.

- Charlie! Eu tenho que terminar esse livro! - Ele disse o pegando e procurando a página que estava lendo antes.

- Então me ouça primeiro! Você nunca deu importância a livros antes! - Eu já estava meio sem paciência.

- E ainda não dou, mas eu começo a estudar hoje e os alunos da minha turma já leram esse livro e eu preciso ler também.

- Você vai estudar? - Eu disse surpreso.

- Sim! Acredita? - Ele disse sorrindo - Mamãe disse que eu podia.

- Que bom Fred. - Eu disse meio triste. Eu sabia exatamente o porquê do Frederich não ter podido estudar antes.

- É Frederich!

- Cala a boca. - Me levantei e fui pra cozinha.

- Você não queria alguma coisa? - Ele gritou da sala.

- Não, deixa pra lá...

    E agora? Frederich era a minha esperança de não pirar quando estiver na casa da Olívia. Calma Charlie, você só precisa ter calma. Você não vai machucá-la então somente se acalme.

    AI MEU DEUS DO CÉU EU VOU TER UM INFARTO!!!

Resolvi tentar me acalmar cozinhando e fiz cupcakes pro lanche da escola de Charlie. Nós tínhamos acabado de almoçar quando minha mãe me ligou.

- Charlie?

- Sim.

- Hoje o Fred começa a estudar e…

- Por que você não me contou? - Eu a interrompi

- Porque nós ainda não tivemos a oportunidade de conversar...

- Eu sei que é mentira Dakota. - A interrompi de novo.

- O que é isso Charlie? Desde quando você se importa com alguma coisa sobre o Fred? Você não parecia se importar quando, por sua culpa, ele não pode frequentar uma escola até hoje! - Ela tocou na ferida.

- O que você quer? - Me rendi.

- Eu não posso sair daqui. Tenho uma audiência agora e a aula dele começa daqui a pouco.

- Ok. Eu levo.

- Obrig...

    Não esperei a resposta dela. Apenas desliguei.

    A verdade era que eu era a causa de Frederich não ter tido uma vida normal até hoje. Eu e minha vida insana não permitimos que ele nem ao menos fosse à escola ou tivesse um amigo. Um sentimento que nunca tive antes me invadiu e eu estou completamente confuso quanto a isso.

- Era a mamãe? - Frederich me chamou de volta à terra.

- Sim, eu vou te levar hoje ok?

- Ok. Vou pegar minha mochila.

Fui até a cozinha e organizei dois cupcakes em um pote e entreguei a Frederich quando ele voltou.

- Cadê o Charlie? - Ele disse me encarando quando viu o que eu havia feito

- O quê?

- Cadê meu irmão? Onde você colocou ele, senhor alienígena? - Ele começou a rir.

- Deixa de ser idiota Fred!

- Sério Charlie, essa garota te mudou, você não percebe?

- Como assim? - Eu me abaixei na frente dele.

- Você nunca foi assim. Sabe, sociável. Nunca aceitou as mudanças de cidade da mamãe e eu não te vi reclamar de nada desde que viu essa garota. E você fica me chamando pelo meu apelido, você odeia apelidos! E pelo que você me diz, o que é outra coisa estranha já que você nunca se expressa com ninguém, você não sabe como agir na frente dela. Você bola planos ridículos somente pra ter uma conversa com ela. Poxa você é o Charlie. Sempre sabe tudo, é frio, calculista e perigoso. Você era louco Charlie, ela te curou.

Fiquei algum tempo o observando e percebi que ele tinha razão. A Olívia me mudou somente por existir e eu nem preciso dizer o quanto estou assustado.

- Frederich, você não podia ter somente agradecido os cupcakes e pronto? - Ele ficou me encarando - Vamos, você vai se atrasar.

O caminho até a escola foi tranquilo e silencioso. Frederich estava saltitante enquanto eu queria vomitar. Fui até a sala dele e conversei com sua professora. Uma velha que cheirava a naftalina e tinha pelos de gato na blusa. Ela com certeza não era uma das coisas que eu gostaria de ver em uma noite sombria.

- Boa sorte - Disse pra Frederich antes de ir embora.

    Quando cheguei em casa me deitei no sofá e passei o que me pareceram horas ali. Eu não estava pensando em grandes filosofias ou algo assim, na verdade estava apenas deitado, estático, sem saber o que fazer. Quando ouvi a porta da casa de Olívia me levantei em um pulo e fui pro meu quarto. Já estava desesperado de novo. Ótimo.

    Tomei banho e vesti uma roupa qualquer e saí de casa pela porta dos fundos. Cogitei a hipótese de sair correndo rua abaixo mas logo desisti porque, através da porta da cozinha, eu a vi assassinando um pão, massacrando o queijo e colocando tudo no forno. Ela tinha me prendido de novo, eu tinha perdido de novo.

Resolvi bater na porta e vi ela se aproximando e abrindo pra mim.

- Oi – Eu disse tentando sorrir.

- Oi. Eu ainda não terminei, então vai ter que esperar um pouquinho ok? Mas fique à vontade.

    Foi aí que eu lembrei. Na minha total falta de controle eu me esqueci que ela ia me chamar. PUTA QUE PARIU! O QUE EU DIGO?

- Tudo bem – Me sentei em uma das cadeiras da bancada. – Na verdade, eu vim mais cedo pra te ajudar. - É MENTIRA, VOCÊ VEIO MAIS CEDO PORQUE ESTAVA A PONTO DE TER UM SURTO.

- Nada disso – Ela sorriu – Acho que tenho capacidade pra fazer sanduíches sozinha. Ou pelo menos quero realmente acreditar nisso.

    Nós rimos e ela se virou pro forno. E eu dei um pulo da cadeira quando ouvi a forma que estava nas mãos dela cair no chão e pão e queijo se esparramarem pela cozinha

- Ai! – Ela gritou agitando uma das mãos no ar – Mas que droga!

- Olívia! – Meu coração parou quando percebi que ela tinha se machucado. Eu nem sei como fui parar do lado dela tão rápido – Você se machucou?

- Não – Ela disse – Eu só me queimei um pouquinho… - Péssima mentirosa.

- Deixa eu ver. – Puxei a mão dela – Acho que isso aqui é mais que só um pouquinho – Disse me referindo a mão dela que estava vermelha pra caralho – Você tem um Kit de primeiros socorros?

- Sim minha mãe deixa no armário da sala, eu vou lá peg…

- Não – A peguei pela cintura e a sentei em cima da bancada ao lado da pia e liguei a torneira – Eu busco. Fica com a mão na água ok? – Saí correndo pra sala.

Eu não sei porque, mas o sentimento do meu sonho me envolveu novamente. Era como se aquilo fosse minha culpa. Eu atraio coisas ruins.

Voltei rápido com o Kit nas minhas mãos. O abri procurando o que precisava e cuidadosamente enfaixei a mão dela após aplicar uma pomada.

- Você está bem? – Ela perguntou quando eu terminei. Minha vontade era pedir desculpas e ir me enterrar no quintal.

- A pergunta aqui é: você – Apontei pra ela – está bem?

- Eu estou, afinal você já cuidou de tudo não é mesmo? – Ela balançou a mão enfaixada no ar – Mas é sério Charlie, você não parece bem.

- Eu estou bem Olívia, é só que... – Me aproximei dela – Eu não quero que nada de ruim aconteça com você – Eu disse acariciando seu rosto.

De onde eu tirei forças e coragem pra fazer isso? Eu não sei. Mas a vontade de beijá-la ia além do que eu posso aguentar.

- Foi um acidente Charlie. Acidentes acontecem. - Ela disse calma.

- Eu sei, mas... Coisas ruins tendem a acontecer quando eu estou por perto e eu não quero que essas coisas aconteçam com você. Mas eu simplesmente não consigo ficar longe de você sem começar a pirar... - Eu disse, me entregando completamente.

Ela me observou por alguns segundos e me abraçou. E tudo se acalmou. Era daquilo que eu precisava, era ali o meu lugar. Por anos eu venho destruindo a vida de várias pessoas e agora posso ser destruído. Naquele momento eu pude entender o que era aquele sentimento que me invadia sem que eu desse permissão. Aquele era o sentimento que eu sempre ouvia falar e nunca senti. O sentimento que diziam que poderia curar a minha loucura. Surpreendentemente eles estavam certos. Era o amor. Eu estava completamente, indiscutivelmente e irrevogavelmente apaixonado por Olívia.

- Charlie? – Me afastei um pouco.

- Olívia? - Consegui dizer.

- Você não precisa ficar longe se você não quiser.

Eu sorri. Agora vai. Agora eu beijo ela com certeza. Só mais um pouquinho...

- Olívia! Cheguei! – Eu dei um pulo – Consegui sair mais cedo hoje! – MEU DEUS! EU ME ESCONDO? EU CONTINUO O QUE ESTOU FAZENDO? EU RECONSIDERO SAIR CORRENDO RUA ABAIXO? – Nós podemos fazer algo juntas!!! – Eu me afastei de Olívia e ela entrou na cozinha saltitando – Ah! Olá. – Era a mãe de Olívia e tinha acabado de notar a minha presença.

- Olá. – Sorri pra ela.

EU VOU TER UM TRECO. SÉRIO. EU NÃO TÔ BEM. EU VOU DESMAIAR.

- Olívia? – Ela olhou pra Olívia enquanto eu tentava me recuperar..

- Mãe, esse é o Charlie. Ele é filho da Dakota.

- Ah... – Ela deu um sorrisinho. – Muito prazer Charlie, eu me chamo Anne Cooper. – Ela estendeu a mão.

- Muito prazer, Srta Cooper. – A cumprimentei.

- Por favor, me chame apenas de Anne.

Me virei pro fogão e juntei alguns pães. TÁ CHARLIE, PENSA EM ALGUMA COISA RÁPIDO.

- O que vocês estavam fazendo antes de eu chegar? - Droga.

- Sanduíches – Dissemos juntos.

- Sei... E cadê os sanduíches? - PUTA QUE PARIU. CADÊ A PORRA DOS SANDUÍCHES?

- Eu estava fazendo, daí me queimei e Charlie me ajudou. – Disse Olívia.

- Ai meu Deus! Olívia! Como você fez isso? – Anne disse se aproximando de Olívia.

- Calma mãe. O Charlie cuidou de tudo, acredite.

- Ok então, se o Charlie cuidou de tudo... – Ela ainda estava desconfiada.

- Anne, que horas são agora? – Tive uma idéia.

- São... – Ela checou seu relógio - 6 horas.

- Olívia, que tal abandonarmos os sanduíches? - Eu disse.

- Ok... – Ela disse parecendo triste.

- Anne, você se importa se eu fizer o jantar? - Disse sorrindo satisfeito com a minha idéia.

- Você sabe cozinhar? – Ela parecia surpresa.

- Sim. Olívia também ficou surpresa quando eu a disse.

- Ok então fique à vontade. Eu vou subir e tomar um banho porque ainda estou com cheiro de hospital, mas eu te ajudo quando descer ok? - Ela disse subindo as escadas.

- Não se preocupe. Eu tomo conta de tudo. – Abri a geladeira e notando que tinha tudo o que eu precisava pra fazer um belo jantar.

- Se ofereceu pra fazer o jantar só pra ela sair do nosso pé? – Olívia perguntou.

- Mais ou menos – Confessei.

- Ok, então eu vou te ajudar. - Ela disse pulando da bancada.

- Nada disso, você vai sentar aqui – A sentei na bancada novamente – e vai observar o chefe trabalhando.

- Mas eu quero ajudar…

- Você vai me ajudar não colocando fogo na cozinha – Eu ri.

- Ha Ha Ha!!! Adorei a piada. - Ela disse fazendo bico.

- É serio Olívia. Só fica aí sendo linda.Você já me ajuda assim. - PUTA MERDA CHARLIE! VOCÊ TÁ MANDANDO BEM PRA CARALHO!

- Ok engraçadinho... – Ela cedeu. Ainda bem.

    Fiz um jantar rápido e quando Anne voltou eu já havia servido a mesa. Queria causar uma boa impressão. Eu sempre fui ótimo em causar boas impressões, mas hoje eu estava tão nervoso que até mesmo uma coisa simples pra mim se torna a tarefa mais complicada da terra.

    Anne pegou uma garrafa de vinho e me ofereceu. Mesmo que eu goste muito de vinhos, resolvi negar. Eu normalmente perco um pouco do controle quando bebo, e eu não estou em condições de abrir mão do pequeno autocontrole que me resta.

O ponto alto da noite foi com certeza quando Anne exagerou um pouco no vinho.

- Charlie, isso aqui está uma delícia! – Ela disse pela milésima vez.

- Muito obrigado Anne. - Eu disse notando que ela estava completamente bêbada.

- Eu que agradeço, eu estou tão cansada e ia ter que cozinhar porque, não sei se você sabe, mas a Olívia já colocou fogo nessa cozinha fazendo uma lasanha – Ela soltou uma risada e eu sorri pra Olívia.

- Mas eu chamei os bombeiros então ficou tudo bem... – Olívia disse, rindo também.

- E hoje quase tivemos que chamar os para-médicos – Eu disse rindo ainda mais.

- Mas você estava aqui então ficou tudo bem... – Ela disse olhando pra mim. Aqueles olhos me prendendo novamente.

- E é agora que eu vou pro quarto porque eu sinto que estou sobrando aqui. Então... Divirtam-se.– Ela começou a subir as escadas – Mas não tanto.

Eu com certeza estava vermelho.

- Desculpa. – Ela disse meio envergonhada.

- Está tudo bem, ela é muito divertida. - Eu disse pra acalma-la

- Ela está muito bêbada. – Nós rimos.

- Talvez só um pouquinho... – De repente me lembrei de quando a mãe dela chegou – Ela disse que queria fazer alguma coisa com você quando chegou. Eu atrapalhei vocês?

- Não. Foi até melhor você vir. Nós provavelmente só iríamos assistir alguma série comendo uma pizza.

Eu a observei por um momento. Fala sério, como alguém pode ser tão perfeita?

- Eu vou arrumar isso - Eu disse me levantando e começando a tirar a mesa.

- Ok eu te ajudo.

    Apesar dos meus pedidos e súplicas pra que ela me deixasse fazer tudo sozinho, ela insistia em continuar me ajudando. Terminamos bem rápido e eu percebi que ela estava me observando.

- Charlie, você é humano? – Ela disse enquanto eu estava secando minhas mãos.

- Por que a pergunta? – Eu disse gargalhando.

- Porque você limpou tudo. Em vinte fucking minutos!

Nós dois rimos. Então eu tive outra das minhas brilhantes idéias. Comecei a enrolar o pano que eu tinha nas mãos e avançar em direção a ela. Ela sacou o meu plano e começou a recuar.

- Você não vai fazer isso... – Ela disse ainda se afastando.

- Eu vou sim... – Ele disse vindo na minha direção.

Ela parou na frente da pia e ligou a torneira.

- Isso não vai me parar. – Eu a desafiei.

- Você pediu…

Ela encheu a mão de água e jogou em mim molhando a minha camiseta. E foi assim que uma guerra começou, ela jogando água, eu batendo nela com o pano, as nossas risadas ecoando pela cozinha.

- Ai! Charlie! Minha mão! – Ela gritou e PUTA QUE PARIU EU QUASE TIVE UM INFARTO.

- Meu Deus Olívia! Me desculpa! Deixa eu ver! – Eu disse desesperado.

- Você perdeu! – Ela riu, jogando água em todo meu cabelo.

Eu fiquei a olhando sem reação e não conseguia mais me conter. A peguei pela cintura, a coloquei em cima do balcão e passei os braços ao redor de sua cintura.

- Você é perfeita. – Eu disse. – Onde nós paramos quando sua mãe nos interrompeu mesmo? – Fingi pensar por um momento – Ah! Lembrei!

Então eu a beijei, enfim saciando esse desejo que estava me matando desde a primeira vez que a vi. Meu autocontrole que restava foi pro espaço e o espaço entre nós estava sendo preenchido por um Charlie que queria se fundir com o corpo de Olívia. As minhas mãos passeavam pela cintura dela e eu podia sentir os arrepios que eu causava nela. Ela me puxou pra mais perto se ainda possível e o beijo tomou um rumo que eu estava adorando. As pernas dela passaram pela minha cintura e o meu pesadelo me voltou à mente e eu só conseguia pensar que ele jamais se tornaria realidade.

- Nós podemos subir? – Eu perguntei, um pouco hesitante sabendo que era cedo demais.

Ela pensou por um momento e balançou a cabeça positivamente.

- Charlie?

Nos assustamos e nos separamos rápido. Era minha mãe.

Droga. Droga. DROGA.

- Mãe? Tá fazendo o quê aqui? – Eu estava completamente confuso..

- Eu até bati, mas acho que vocês não escutaram. – Pela voz dela eu percebi o quanto que ela estava zangada. – Já está tarde, e eu tenho certeza que Olívia precisa dormir.

- E eu tenho certeza que nada disso é da sua conta Dakota! – Eu perdi a paciência.

- Eu estou falando sério Charlie! – Ela quase gritava.

- E eu não? – Então essa vadia quer discutir? Então eu vou discutir com a vadia. – Que tal você ir…

- Charlie – Olívia me interrompeu. Eu havia me esquecido completamente que ela estava ali. MAS QUE IDIOTA!

- Me desculpe por isso... Eu já vou... – Eu disse completamente triste por ela ter visto esse meu lado  - Boa noite, Olívia. – Eu me aproximei dela e acariciei seu rosto e saí com a terrível certeza de que ela não iria querer me ver depois daquilo.

- O que você pensa que está fazendo? – Minha mãe disse quando estávamos do lado de fora.

- Agora não. Vamos chegar em casa pelo menos. - Eu sussurrei não querendo que Olívia ouvisse nossa discussão.

O que eu diria à Dakota agora? Que eu realmente amo Olívia? Que nunca a machucaria? Ela nunca acreditaria. Não depois de tudo que eu fiz. Por mais que eu odeie admitir, Dakota me conhece muito bem e sabe que eu não mudaria da água pro vinho de uma hora pra outra. Eu não via outra solução, eu tinha que me abrir com ela pra ter alguma chance dela não contar nada pra Olívia ou Anne. E o fato de eu ter que expor o que sinto pra minha maior inimiga desde sempre, me deixava completamente desesperado. Mas por Olívia eu faria qualquer coisa.

Entrei em casa e fui direto pra sala.

- Charlie! Volte aqui! Vamos conversar! - Ela gritou.

- Eu sei Dakota. Podemos apenas nos sentar, por favor?

Ela caminhou na minha direção com uma expressão desconfiada pelo meu tom defensivo.

- Pode começar a explicar. - Ela disse assim que se sentou na minha frente.

- Eu… - Eu não sabia o que dizer.

- Qual é o seu problema Charlie? Não consegue ver eu e Fred enfim nos adaptando e felizes? Você não sentiu um pingo de remorso pelo que eu te disse hoje sobre seu irmão? Você realmente não se importa com ele? - Ela gritava.

- Eu… - Tentei novamente mas nada.

- Charlie! Eu não aguento mais. Você sempre faz isso, mas eu não vou deixar isso acontecer mais. Eu vou agora até a casa de Olívia e tentar salvá-la de você. Ela vai descobrir o monstro que você é Charlie! - Ela começou a se levantar.

- Não! Por favor! Eu te conto tudo que você quiser! Por favor mãe! Não faz isso! Só me ouve! Por favor! - Eu implorei, mais desesperado ainda com o fato de que ela podia me afastar de Olívia.

- Você tem um minuto. - Ela se sentou.

- Coração acelerado, arrepios pelo corpo, respiração incontrolável, mãos suando, borboletas no estômago e descontrole sobre as ações. Usar o irmão num planinho rídiculo só pra falar com ela. Sentir o mundo parar quando ela fala ou olha. Encontrar seu lugar em um abraço. Reconhecer a loucura e estar certo da cura. Sentir como se um buraco se abrisse no peito quando pensa em se distanciar e chegar a conclusão de que não pode viver sem o beijo dela. Sentir pela primeira vez o amor.

- O que é isso Charlie? - Ela disse num tom mais calmo. Ela estava acreditando em mim.

- É o que eu sinto quando estou com ela. É o que está me deixando louco. É a minha fraqueza.

 Ela pensou por um momento.

- Porque devo acreditar em você?

- Por que é a verdade. Eu juro. Então por favor, não me afaste dela. Eu nunca a machucaria. Eu me mataria se fizesse algo ruim com ela. Eu sei que era meio impossível acreditar nisso mas… - Eu hesitei.

- Mas… - Ela disse pra eu continuar.

- Eu acho que amo ela mãe.

Ela me encarou incrédula.

- Impossível.

- É verdade. E acredite em mim, eu nunca estive tão assustado e vulnerável na minha vida. Por favor, não faça isso comigo. Eu não darei motivos pra você se arrepender. Eu juro.

    Ela me encarou por um momento que pra mim pareciam uma eternidade.

- Eu vou te dar uma chance Charlie. Não a desperdice. Se você fizer algo eu não exitarei em abrir mão do amor que tenho por você Charlie. Você entendeu.

- Puta merda. Obrigado. - Me levantei e a abracei - Você não vai se arrepender eu juro!

Ela não disse nada. Só me abraçou de volta e eu pude perceber quando estava subindo as escadas que ela estava surpresa com o abraço. Eu sabia que tinha baixado minha guarda e isso seria usado contra mim mais tarde. Mas não me importava, ela tinha acreditado e eu não seria afastado de Olívia. Eu poderia pular igual uma garotinha, mas vou tentar manter o mínimo de dignidade que ainda me resta.

 Assim que entrei no quarto ouvi a voz de Olívia na janela e uma alegria imensa me invadiu.

- Charlie?

- Oi – Eu disse aparecendo na janela.

- Oi... Está tudo bem?

- Sim. – Eu sorri tentando tranquilizá-la – Sermão de mãe, nada demais. - Eu não sabia ao certo se ela não estava assustada pela discussão com minha mãe mais cedo.

- Ah. Ótimo. Então... Boa noite. – Ela se virou.

- Amanhã às sete? - Eu disse meio aflito pela conversa ter acabado.

- Ok. - Ela se virou sorrindo. Ótimo, estava tudo bem

- Boa noite... - Eu a mandei um beijo e deitei em minha cama.

Eu estou apaixonado… Quem diria?Eu podia sentir uma paz que nunca tive antes. Eu nunca me senti tão bem assim. Estou maravilhado com o que o amor pode fazer.  Olívia era o meu ponto fraco e eu não podia mais me manter afastado e não iria. Eu quero que ela sinta o que eu sinto eu quero fazê-la feliz. Eu vou fazê-la feliz.

- Eu te amo Olívia. - Sussurrei pra janela e tive a intuição de que iria dizer isso muitas vezes daqui em diante.

 


Notas Finais


E aí?
Comentem o que acharam por favor.

Até logo.
Love Wins,
Always.


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