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História Love with lights on - Dias de cura


Escrita por: TheCabeca

Capítulo 11 - Dias de cura


O dia passou de forma estranha depois da partida de Clarke e tio Gus. Agora sozinha com Anya eu não conseguia deixar de sentir que ela estava me cercando, mesmo que ela estivesse no quarto ao lado. O que era estranho, mas Anya não era uma pessoa de seguir padrões, então decidida a me livrar dessa sensação fui até o quarto da minha prima.

Ao entrar no cômodo encontrei Anya entretida na tela do notebook, tão concentrada que não percebeu minha presença. Sorrindo com a possibilidade de assustá-la, caminhei silenciosamente para descobrir o que tanto prendia a atenção dela e não pude deixar de achar irônico que ela estava justamente olhando a página do colégio que estudava.

- Para quem estava zombando de mim mais cedo você parecem bem interessada em voltar a estudar também.

Meu comentário fez com que Anya assustada rapidamente fechasse o notebook por reflexo.

- Que merda Lexa!

- Alguém está ansiosa para voltar as aulas, hein? - provoquei sacudindo as sobrancelhas.

- E isso séria da sua conta por que mesmo? - Anya retrucou com a ponta das orelhas vermelhas.

- Não é da minha conta, mas talvez isso seja porque não sou uma certa enfermeira - comentei me afastado para sentar na cama.

- Eu vou matar a Raven.

- Acho que Tio Gus não vai gostar dessa ideia - comentei ainda sorrindo.

- Ele não, mas eu vou - Anya resmungou.

- Ok.

- Ótimo.

Nós ficamos em silêncio em seguida e por alguns minutos nos encaramos, o que acabou trazendo a sensação de antes para preencher o espaço entre nós.

- Eu sei que você quer perguntar alguma coisa Anya, foi por isso que eu vim aqui.

- O que faz você pensar isso?

- Você só passou umas quinhentas vezes pela porta do meu quarto depois que Clarke foi embora.

Sim, ela tinha feito isso. Apesar da postura durona de Anya, muitas vezes ela tinha lapsos de comportamento adolescente.

- Então...eu achei curioso que Clarke invadiu seu quarto.

- Curioso?

- Isso. Depois que você disse a ela, eu não esperava ver ela por perto tão cedo ou que ela fizesse uma coisa dessas - Any admitiu.

- Ela precisava desabafar.

- E você está bem com isso? Em ser uma almofada emocional?

- Você já foi a casa dos Griffin depois do funeral? - respondi com outra pergunta, surpreendendo ela.

- Não.

- Então você não vai entender - falei relembrando da sensação que a casa ainda transmitia de Jake - Eu nem mesmo sabia do acidente até pouco tempo, mas quando fui me desculpar com Clarke foi sufocante ficar naquela casa.

- Ela não ia conseguir esperar até o amanhecer então?

- Não.

- As lembranças dele vivo ainda estão muito frescas…

- E foi por isso que Clarke apareceu no meu quarto ontem.

- Você acha que ela vai ficar bem?

- Acho que sim, ela precisava de um ombro amigo no final das contas.

- É difícil tentar ajudar alguém que não deixa você e aproximar - Anya comentou - Mas parece que as coisas vão ser diferentes agora, Clarke parecia mais como costumava ser durante o café.

- Ela parecia empolgada com a ideia do churrasco, não parecia? - perguntei com um sorriso.

- Ou talvez ela estivesse feliz por estar se livrando de você em poucos dias - Anya implicou.

E ali estava minha prima voltando ao seu estado normal, joguei uma almofada nela e começamos uma pequena guerra até tio Gus chegar em casa.

 

-

O dias até o churrasco foram preenchidos pela presença quase permanente de Raven e Clarke na casa, era praticamente como da ultima vez que estive aqui de férias. A diferença dessa vez eram as noites, onde Clarke aparecia na minha janela com os olhos avermelhados e um mesmo pedido.

- Lexa? - Clarke chamou incerta.

- Ei Clarke - respondi caminhando até a janela.

- Posso entrar?

- Você sabe já sabe a resposta - respondi estendendo a mão para ajudar ela - Mas eu agradeceria se você começasse a usar a porta da frente como uma pessoa normal.

Escutei ela fungar uma risadinha enquanto atravessava a janela com a minha ajuda.

- E onde estaria a diversão nisso? - Clarke disse com um sorriso  de lado e um bocejo.

- Você tem razão - falei com um sorriso pequeno - Agora vamos para cama.

Em poucos minutos eu tinha Clarke dormindo tranquilamente em meus braços.

 

-

- Como você está conseguindo sobreviver?

A pergunta de Raven foi tão aleatória no meio do silêncio da cozinha, que parei de empilhar a louça que íamos usar no churrasco para olhar melhor para ela.

- Como estou sobrevivendo ao que exatamente? - perguntei confusa.

- Anya comentou que Clarke anda bancando a mulher-gato e fazendo umas visitas noturnas ao seu quarto - Raven respondeu com um sorriso de lado.

- Ela não...nós não…não é esse tipo de visita...

- Own, você está gaguejando e ficando vermelha - Raven implicou cutucando meu braço.

- Cala boca Raven!

- Falando sério agora - Raven disse ficando mais ereta - Como estão as coisas?

- Não existem coisas Raven - respondi sentindo meu rosto começar a esquentar - Eu só estou sendo uma boa amiga.

- Um boa amiga em estado de negação profundo, pelo visto.

- Ela não me vê dessa forma.

- Ela te beijou - Raven apontou.

- Ela estava bêbada e não lembra de nada - rebati sentindo que meu rosto em chamas por ela ter comentado do beijo.

- Mas você lembra e não está fazendo nada sobre isso - Raven disse colocando as mãos na cintura.

- Raven… - suspirei tentando controlar o calor que começava subir pelo meu pescoço - Clarke precisa de uma amiga no momento, não dê mais problemas.

- E como isso seria um problema?

- Primeiro porque estou voltando para casa em dois dias - respondi enumerando os pontos - Segundo que ela me vê dessa forma.

- Você tem certeza disso? De que ela não te vê dessa forma? - Raven perguntou com uma sobrancelha erguida.

- Tenho - respondi sentindo minha boca um pouco seca.

- Então por que você continua corando?

- Eu...não quero mais falar sobre isso - falei rápido demais.

- Aconteceu alguma coisa não foi?! Eu sabia! - Raven riu - Vamos lá Lexie! O que aconteceu?

- Nada.

E com essa resposta saí o mais rápido que pude da cozinha, apressando o passo para o banheiro do primeiro andar, onde eu teria um pouco de privacidade e tempo para me recompor das lembranças da madruga que vieram a tona com a conversa com Raven.

 

- Flashback  -

Era a terceira noite consecutiva que eu dividia minha cama com Clarke e teoricamente era para ter me acostumado com o corpo dela agarrado ao meu, mas isso não estava acontecendo. Todas as manhãs quando ela voltava para casa depois de tomar café da manhã, parecia ficava como um zumbi pela casa. A pequena privação de sono e minha aparência desgastada estavam começando a das espaço para as piadas mais elaboradas de Anya sobre minha cama compartilhada.

O sono de Clarke durante a noite de sábado foi especialmente agitado e em algum momento da noite eu podia sentir ela murmurando coisas inteligíveis no escuro.

- Está tudo bem Clarke - sussurrei contra os cabelos dela.

- Eu sei Lex - ela respondeu baixinho me surpreendendo por estar acordada - A quanto tempo você está acordada?

- Não muito - menti.

Ela ficou em silêncio nos meus braços e por um instante pensei que Clarke havia voltado a dormir, foi quando ela virou no meu abraço para me encarar de frente.

- O que eu vou fazer quando você não estiver mais aqui? - Clarke perguntou sonolenta.

- Eu vou estar a uma ligação de distância Clarke.

- Não é a mesma coisa - ela falou enterrando o rosto no vão do meu pescoço e me fazendo estremecer um pouco.

- Vamos pensar nisso quando for a hora.

- Huumm…

E o sono de Clarke havia voltado, infelizmente o meu não. A respiração dela contra o meu pescoço e o lábios pairando sobre a pele no local não ajudavam em nada nas minhas tentativas de fechar os olhos e adormecer. Quando finalmente consegui dormir já estava quase amanhecendo, foi rápido, pesado e quando voltei a sentir meu corpo, senti muitas outras coisas ao mesmo tempo.

De alguma forma Clarke havia invertido nossas posições durante o sono e agora eu sentia os seios dela pressionados nas minhas costas, uma das mãos dela havia invadido minha blusa e descansava perigosamente perto dos meus seios me fazendo estremecer um pouco. Meu coração estava começando a acelerar com o toque dela e ao que parece isso estava fazendo com que Clarke começasse a despertar.

- Huumm...mas o que?

Escutei Clarke falar para si percebendo nossa posição enquanto eu fingia estar dormindo. Senti Clarke deslizar as mãos para fora da minha blusa lentamente para não me acordar e quase não controlei o suspiro que ameaçou escapar com o ato. Pensando que o momento havia passado, fui surpreendida pela mão de Clarke voltando a me segurar pela cintura por cima do pijama, senti ela inspirar contra o meu cabelo e voltar a relaxar de volta ao sono, ainda me segurando firme.

 

 

-

- Está tudo bem aí Lexa?

A voz do meu tio me puxou de volta a realidade e me fez encarar meu reflexo no espelho. Eu ainda estava vermelha e com a aparência cansada.

- Está tio.

- Ótimo, quando você sair vou precisar de uma mãozinha com a churrasqueira tudo bem? - Tio Gus pediu.

- Estarei lá em um minuto.

A falta de resposta me fez acreditar que ele havia se ido embora. Conferi minha aparência mais uma vez e decidi lavar o rosto antes de voltar, tentando esfriar os pensamentos na minha cabeça, sem muito sucesso. Ao abrir a porta do banheiro o único pensamento que minha vinha em mente era: hoje seria um longo dia.



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