P.O.V Lari:
Passou uma semana, e eu presa nesse hospital (pensei seriamente em fugir algumas vezes). Estou conseguindo falar pouco e baixo, mais já é um começo. Hoje receberei alta, já não aguentava mais ficar aqui.
Nesse tempo deu pra pensar em como eu vou separar o meu pai daquelas duas cobras, tô vendo o dia que vou chegar e encontrar a casa de cabeça para baixo. Fico pensando como ele não enxerga um palmo na frente dele, esse homens...
Troquei de roupa correndo quando me liberaram, ter minha casa, liberdade, vida, celular, tudo de volta. Todos ficaram me enchendo de perguntas.
- Migaaa, cê tá melhor? -Mha perguntou.
- Tô, tirando esses pontos horríveis na minha cabeça e não poder falar muito. -respondi baixo e rouco.
- Imagino. Eu vou pra sua casa, não pode ficar sozinha.
- E meu pai?
- Ele teve que viajar à negócios.
- Hum...
Confesso que fiquei um pouco desapontada por não está presente, entendo que é preciso mas sinto muita falta. Veio uma ideia genial na minha cabeça! Como vai ter só a Mharessa, não vai ter problema chamar o João.
Ela me arrastou pro quarto dizendo que tinha que ficar ali descansando, saco, nem na minha própria casa tenho sossego. Peguei o celular pra mandar mensagem, e tá ela vendo no que estou mexendo.
- Eii, não preciso de cão de guarda. -falei.
- Mais eu tenho que te vigiar.
- Invadindo a minha privacidade.
- Isso não é in... -cortei-a, fingi que estava sentindo uma dor terrível.
- Pega um remédio e água pra mim. -pedi.
- Pra já! -correu.
Ela é muito trouxa, coisa feia que fiz, mais cada um usa as armas que tem. Mandei a mensagem, e respondeu que vinha. Ótimo, é só esperar.
P.O.V João:
Passei esses últimos tempos, visitando a Lari todo dia (com autorização ou não). Ainda é muito estranho não dizer nada de quem a derrubou, bem eu vou descobrir com ajuda ou não.
Recebi a mensagem dizendo pra mim ir a casa dela, é claro que eu fui. Demorei mais cheguei, com certeza tem gente vigiando e não vão me deixar entrar. Dei uma volta na casa toda até achar sua janela, era o único lugar que era seguro para entrar.
Dei um de homem aranha e subi pela árvore que tinha perto. Terminei de subir e vi que a Mharessa estava tomando conta, mandei um sinal dizendo para dispensá-la.
- Como você está? -perguntei entrando no quarto.
- Na medida do possível. -respondeu. -Eu tô horrível, olha esses cortes, as cicatrizes, haja pomada e maquiagem. -apontou para os lugares.
- Tá linda como sempre, eu não ligo se está com machucados ou não.
- Sei... -desconfiou.
- Em quanto estava no hospital, eu fiz uma música pra você.
- Toca ai, o violão tá no armário.
-Seus olhos parecem perfeitos pros meus
Sua boca parece que já percebeu
Vem me conta um segredo
Eu preciso escutar
Seu sorriso me faz esquecer onde estou
Se acordo sozinho já não sei quem sou
Vem me abraça um segundo, e prometa ficar
Você virou o meu mundo, de ponta cabeça
Vou dizer antes que eu esqueça
Você foi o melhor que me aconteceu
E agora nada é igual
Nada importa no mundo quando você me beija
Essa é minha única certeza
Quando tudo em volta parece mudar
Pra mim devemos ficar pra sempre assim
Seus olhos me prendem e só você sabe
Sua boca desmonta todo esse disfarce
Você é o segredo. Que eu quero gritar...
- Eu amei! É perfeita!
- Eu sei. -me convenci.
- Bobo.
- Boba. -a beijei.
Como é bom ficar com ela, essa música eu me inspirei no próprio hospital, foi num dia que fiquei com ela. Veio na minha cabeça e comecei a escrever, eu achei que ia gostar então...
- Eu saio cinco minutos e vejo vocês dois na safadeza. -Mharessa abriu a porta dando bronca e tacando almofadas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.