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História Lua Azul - Cap.3 - Chase


Escrita por: abacypher

Notas do Autor


VOLTEEEEEI ❤

Capítulo 4 - Cap.3 - Chase


Depois de completar uma semana junto com os humanos, Paul me levou para pescar em um lago um pouco afastado da mansão. O humano era tão falador e excêntrico quanto os outros Fischer. Eles me deixaram ficar por quanto tempo eu precisasse e isso me deu pontos a meu favor. É claro que a estratégia para salvar os dois irmãos foi obra de Jackson. Eu o detestava, mas tinha que admitir que o rapaz tinha uma ótima mente. Pensava por três pessoas juntas.

- Meu pai gostou muito de você. - Paul disse, atraindo minha atenção de volta. Assenti. - Ele disse "homem culto e civilizado, aprenda com ele, Paul". O que eu presumo que seja bom.

A imitação de Paul era simplesmente horrível, o que me fez querer rir.

- Eu não vou ficar por muito tempo. - segurei a vara de pescar entre os dedos gelados. - Não se preocupe se eu me tornar uma celebridade.

- Você já é uma. - ele murmurou sarcástico. - Olhe só para você, caçador, forte e solteiro. As garotas piram.

Ótimo. Tudo o que eu menos queria era abutres ao meu encalço. Era inevitável não conversar com Paul e Peter, já que os dois irmãos barulhentos já não pareciam se importar com meu semblante sombrio, e também não era como se eu falasse muito. Não. Apenas o necessário para que eles calassem a boca. No entanto o outro irmão - Frederick - era calmo, parecia até mais adulto, ele me lembrava Eva de uma forma mais humana. Ele despertava lado falador e sarcástico que eu nem sabia que existia.

- E seu irmão? - disse neutro, sem deixar transparecer expressões faciais. Eu era bom nisso.

Paul ergueu o olhar da sua mini escultura de madeira que moldava com uma adaga, e piscou.

- Peter? Provavelmente está dormindo. - voltou os para sua escultura. - Sexta-feira ele só acorda depois das duas.

- Não. - clareei a garganta. - Não ele. Frederick.

Ele começou a deslizar a faca sobre a madeira enquanto um sorrisinho zombeteiro surgia em seus lábios. Naquela última semana eu havia aprendido muito sobre os Fischer, eles são espertos e ótimos atores.

- Provavelmente está indo para a feira.

- Feira? - olhei para o lago, evitando seus olhos. Paul assentiu, em silêncio. - Onde?

- Na cidade, - murmurou. - Acho que se correr, você alcança ele.

Olhei para Paul de esguelha, franzindo a testa.

- Por que eu o acompanharia?

- Não sei. - deu de ombros, com falsa inocência. - Mas talvez Fred precise de ajuda para carregar as sacolas.

Concordei silenciosamente. Sim, talvez ele precisasse de ajuda. Mas esse tempo junto aos humanos me mostrou que talvez eu devesse evitar Frederick. Ainda mais depois daquele dia nas ocas. Eu sabia que eles tinham estoques de Pedras da Lua, mas não sabia que eram tantos, e a força que aquelas minúsculas pedras irradiavam, demônios, era exaustiva, mas de alguma forma muito poderosa. Eu sabia que ele devia ter ficado desconfiado, então tentava ficar longe dele ao máximo, Frederick passava a maior parte do tempo nas ocas, o que facilitava o meu lado.

- Então? - ele disse, arqueando as sobrancelhas em um gesto sugestivo. - Acompanhe Fred, ele fica absurdamente de bom humor quando vai a feira.

Me perguntei o que ele queria dizer com aquilo, mas fiquei em silêncio. Paul bufou.

- Eu estou pescando. - murmurei finalmente, com voz de aço.

Ele assentiu.

- Os peixes daqui só vão para as bordas do lago ao entardecer, Warner, então a menos que queira passar o dia aqui comigo, sugiro que vá.

Certo. Passar o dia com Paul Fischer não era uma alternativa acolhedora já que o homem falava mais que a boca, mas a perspectiva de passar horas com Frederick tampouco me animava. Na verdade eu não queria estar ali. Com eles. Me sentia mal, doente, sujo. Me sentia um traidor. Traidor da minha mãe, meu pai, meu irmão, e da minha própria honra.

- Eu vou. - era a segunda vez em anos em que eu fazia algo por impulso, porque me sentia tentado a isso.

- Não demore! - exclamou de repente. - Eu e Peter queremos te levar para os túneis hoje.

Caminhei para longe do lago deixando Paul sozinho com seus peixes, em apenas uma semana de convivência eu já tinha conhecido trechos interessantes sobre a casa Finch, mas nada de grande importância, nada relacionado a inimigos ou algo assim. Estava óbvio que os dois irmãos não se davam bem com o lado democrático sobre os Fischer, eram homens de ações e não de palavras, homens de punho e não de cérebro. Eram o que eu fui um dia. Talvez quatro anos atrás eu tivesse negado ao desafio de Jackson, talvez eu tivesse arrancado a cabeça dos Finch assim que entrei pela porta da casa - e acredite, isso passou pela minha cabeça. Porém aqui estou eu, quatro anos depois com vingança tatuada em meu peito, porém uma vingança que eu não conseguia executar.

Vi Frederick antes que ele me visse, ele andava seriamente em direção a um automóvel cinza gasto. Apertei o passo parando ao lado da porta do carro, puxando-a para abrir para ele. Frederick me olhou com as sobrancelhas franzidas e interrogação no olhar.

- Warner?

Pisquei. Warner era o sobrenome de solteira da minha mãe, eu havia dito por impulso e agora era estranho escuta-lo saindo da boca de outras e pessoas, e principalmente de Frederick que parecia não acreditar naquele nome.

- Eu vou na feira com você.

- O que? - ele olhou para a porta aberta do carro e balançou a cabeça. - Não precisa. Se foi Paul que...

- Foi Paul. - concordei. - Mas eu quero ir.

Ele praguejou. E pareceu tão... inocente. Frederick era uma equação estranha que minha cabeça não conseguia resolver. Hora parecia um homem; maduro, calmo, e despretensioso. Outrora parecia um menino; inocente, tímido e vulnerável. Eu nunca sabia qual das duas máscaras ele usaria comigo.

- Você realmente não precisa fazer isso, Warner. - seus olhos se tornaram duas esferas violetas. - Mas já que insisti será ótimo, assim você pode me dizer mais coisas ao seu respeito.

Torci os lábios. O que ele queria dizer com isso? Bati a porta do carro com força assim que ele se acomodou no banco do motorista.

- E o que você vai fazer na feira? - perguntei, colocando o cinto de segurança.

- Preciso comprar tintas novas.

- Tintas? - ergui as sobrancelhas.

- Eu pinto quadros. - respondeu me olhando de esguelha. - Não pense que sou bom, é apenas um passa-tempo.

- Passa-tempo? - analisei seu rosto, enquanto ele guiava o carro para fora da trilha de barro, quando finalmente pegamos a pista ele se virou para mim. - Falando assim parece até que...

- Sou eu quem faz as perguntas. - seus olhos voltaram para a pista. - Por que estava na trilha? Estava fazendo uma caminhada? Para onde estava indo?

- Estou me sentindo injustiçado. - batuquei os dedos no encosto da porta. - Só você tem o direito de bancar o detetive?

Ele meneou a cabeça.

- Eu não tenho nada a esconder. - seus olhos brilharam com algo... talvez diversão. - E você?

Engoli em seco.

- Não.

- Muito bem. - apertou o volante com as mãos enquanto diminuía a velocidade. - Nome?

- Warner.

Ele me olhou com a sobrancelha erguida.

- Eu só trabalho com verdades.

- Meu nome é Warner. Acredite ou não. - dei de ombros e ele bufou.

- Tudo bem, quantos anos?

Certo. Séculos contavam como anos? Provavelmente no mundo humano não.

- Trinta e cinco. - chutei.

- De onde veio?

- Do Sul.

Seus olhos se estreitaram.

- O que estava fazendo aqui em Sohosquare?

- Vim a procura de um lar. - olhei para a janela, de onde eu estava podia escutar as patas pesadas dos lobos batendo contra o chão da floresta.

- O que aconteceu com sua família?

Minha família? Por um momento eu quis deixar escapar a verdade. Toda a verdade. Contar a ele sobre a morte dos meus pais, a solidão, as trevas... sobre tudo. Eu queria me livrar daquele peso constante em meus ombros.

- Eles foram atacados por lobos. - engoli em seco, sentindo um bolo se alojar em minha garganta. - Poucos sobreviveram. Eu havia saído para caçar e quando voltei... não tinha sobrado ninguém.

Apertei os olhos. Seja forte. Seja forte. Não deixe que isso te abale. Traidor; minha cabeça dizia; Você está aqui agora com um deles e não faz nada. Traidor. Covarde. Desonra. Seja forte, é o mantra que sussurro para mim mesmo.

- Eu... sinto muito. - quando as pontas frias do seus dedos tocaram meu antebraço eu congelei. Ele estava me tocando. Ninguém me tocava. Não podiam. Apertei os lábios tentando impedir as imagens dolorosas que se formavam em minha mãe. Não deixe que ninguém te toque. Nunca.

Puxei o braço com um sobressalto, me ajeitando no banco.

- Já estamos chegando? - minha voz saiu fria como gelo, uma voz que eu havia parado de usar desde que estava com Eva. Mas agora ela estava sendo muito útil.

- É logo ali. - O silêncio predominou o carro, e eu podia escutar somente o som da marcha sendo trocada, e do pneu deslizando contra a pista.

A feira não era nem de longe o que eu imaginei. Eram múltiplas barracas com centenas de objetos sendo vendidos; roupas, chapéus, hidratantes, quadros, vinis, e até relíquias antigas. Frederick me guiava entre a multidão de pessoas que se acumulavam no meio do caminho.

- Não me perca de vista! - ele gritou sobre o ombro. Assenti.

Seria fácil fareja-lo já que seu aroma de pêssego estava por toda parte. Eu me perguntei quem diabos comprava um perfume de pêssego, mas estava óbvio que eu nunca entenderia nada sobre Frederick Fischer. Observei os mercadores balançando os objetos, alguns gritando os preços e a qualidade dos produtos. No momento em que vi uma câmera fotográfica - muito mais moderna do que a Rohran tinha - congelei no lugar. Eu poderia comprar para ele. Esquecendo-me do perfume inebriante de pêssego, caminhei até a barraca de bugigangas eletrodomésticas.

- Quando custa? - apontei para a câmera. Era mais impressionante ainda de perto. Os olhos do vendedor brilharam com luxúria.

- Essa é uma Funjumix Instax de última geração, acabou de chegar aqui e é filha única por isso custa um pouco mais caro e...

Revirei os olhos. Humanos...

- Quanto custa? - repeti, bruscamente.

- Duzentos.

Duzentos? Franzi o cenho. Isso era pouco ou muito? Girei para o vendedor que me olhava com expectativa e ergui um dedo.

- Só um momento. - inspirei o ar, procurando Frederick. Não precisei de muito, antes que seu cheiro suave alcançasse minhas narinas, avistei-o. Ele olhava de um lado para o outro, observando tintas que o comerciante lhe mostrava. - Eu já volto.

Abri caminhando, andando em passadas longas até Frederick, cruzando os dedos para que ele tivesse duzentos reais para me emprestar. Quando o alcancei, seus olhos se deslocaram do vidro de tinta para mim.

- Onde estava, Warner! - exclamou franzindo a testa. - Eu disse para você me seguir, não disse? Fiquei preocupado...

Minhas sobrancelhas pularam para cima. Ah sério? Ele não parecia nem um pouco preocupado.

- Tem duzentos reais para me dar?

- O que? - ele se engasgou. - para que demônios você quer duzentos reias, Warner?

- Eu queria comprar uma câmera. - apontei com o queixo para a barraca onde o vendedor acena arduamente. Frederick gargalhou.

- Você acha que dinheiro cai do céu? - cruzou os braços. - Muito engraçado, Warner, muito engraçado.

- Eu só estou pedindo emprestado. - franzi os lábios, contendo minha irritação. - Vou te devolver. Com juros.

- Não, Warner.

Fixei meus olhos gelidos nos teimosos de Frederick e apertei os punhos. Ele apenas me olhou erguendo uma sobrancelha. Bastardo. Estiquei meus músculos me aproximando vagarosamente de Frederick até que nossos narizes estivessem quase se tocando. Ainda assim ele não pareceu se surpreender, só apertou mais seus dois olhos violetas e então eu soube. Soube que pela primeira vez na vida eu havia perdido aquela batalha.



Notas Finais


OLAA, MEUS AMORZINHOS!! GEOVANAAA VOLTOU!!

AHA

UHU

E CHASE E FRED TBM

Sei q estamos no 3° capítulo mas diz ae, quais são suas hipóteses? Me grudei numa trama q tô até pirando de emoçãooo e sei q vocês vão pirar também

dESSA VEZ NÃO TEMOS SÓ UM VILÃO! TEMOS DOOOOIS

PRA EMBARALHAR A MENTE DE VCS MUAHAHHAHA

Mas falando sério agora... mindira, n se falar serio kqvejwçql. . .

ICEM SUAS BANDEIRAS E FAÇAM SUA APOSTAS, MARUJOS, o jogo já vai começar.



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